quarta-feira, 15 de agosto de 2012

DO PRESENTE AO PASSADO: A ARTE DA ARGUMENTAÇÃO E A SOFÍSTICA (Professor José Antônio Brazão.)

Questões introdutórias (para debate em sala de aula):
1) De que recursos as redes de televisão fazem uso para convencer os telespectadores a comprar produtos? Cite um exemplo e o descreva.
2) E as revistas? Cite um exemplo e o descreva.
Respostas (surgidas a partir de debate em sala de aula, com anotações complementares do professor):
Questão 1:
Dentre os recursos utilizados pela televisão encontram-se os comerciais, as propagandas, a divulgação de produtos diversos durante a programação, a própria programação, efeitos especiais, imagens fantásticas, reais ou imaginárias, pessoas famosas (atores, atrizes, esportistas, apresentadores, etc.), filmes, novelas, programas de auditório, jornais, nudez e quase nudez (principalmente feminina), gente bonita, corpos quase perfeitos (malhados), dentre muitos outros recursos.
Exemplo 1: Jogadores de futebol (a maior parte das turmas apontou o jogador Neymar). Estes, geralmente, são utilizados em propagandas de refrigerantes, de roupas, de remédios comuns, de empresas de telefonia, de veículos, etc. O que eles têm que impactam tanto as pessoas? Talento, velocidade, disposição e preparo físicos, o fato de serem vencedores de grandes campeonatos nacionais e internacionais, de disporem de riqueza, dentre outras características. Boa parte deles vieram de classes mais pobres e se ergueram na vida graças ao esporte, ao futebol, outra razão para marcarem a mentalidade dos telespectadores. Isto lhes dá uma autoridade aparente para apresentar os produtos propagandeados, contribuindo, assim, para o aumento do consumo dos mesmos.
Exemplo 2: Nudez e quase nudez (destaque marcante para a feminina).
Outro recurso muito utilizado nas propagandas é o da nudez e o da quase nudez, além de imagens, cenas e temáticas eróticas sutis (refinadamente expostas, apresentadas). Muitas são propagandas que fazem uso desse recurso. Aparecem também em novelas, programas de auditório e, muitas vezes, ao longo da programação televisiva. Mas por que se faz tanto uso desse recurso?
Nudez e quase nudez despertam nas pessoas o DESEJO SEXUAL, que, em si, é natural, mas que a televisão intensifica imensamente, por meio de imagens e sons. Junto com a imagem da pessoa despida ou semi-despida vai a presença do produto, seja ele um desodorante, um carro, uma bebida (refrigerante, cerveja, etc.) ou qualquer outro. Desperta-se, deste modo, mais intensificadamente, o DESEJO PELO PRODUTO exposto, a ele aliando o desejo sexual. Essa aliança provoca, sem sombra de dúvida, um grande aumento no consumo dos produtos apresentados. Esse recurso aparece também em revistas e jornais, outdoors, dentre outras formas de comunicação.
O incentivo do desejo sexual, reforçado em propagandas, novelas, programas de auditório (dificilmente se vê um em que não haja mulheres quase despidas) e outros, juntamente com a falta de uma educação sexual adequada, também pode levar à busca de relações sexuais e contribuir para uma maior incidência da gravidez na adolescência e na juventude. Esta  traz consequentemente, dificuldades e problemas familiares e sociais,  certo sofrimento, fruto da impetuosidade (força) do desejo e do descuidos, da falta de proteção, aliados à falta de estrutura familiar, psicológica (falta de maturidade e de preparo para a vida) e financeira (falta de dinheiro e de emprego). Em resumo: as imagens eróticas das redes de televisão e de  outros meios de comunicação social, em junção com o descuido e a falta de conhecimento, despertado fortemente o desejo sexual, levado a uma prática sem cuidados e sem educação sexual  apropriada (na família, na escola, nos meios de comunicação social e na sociedade em geral), podem contribuir para a incidência maior da gravidez fora do tempo.
O consumismo provocado e reforçado pelas imagens traz aparente bem estar para as pessoas, porém, na verdade, enriquece as grandes empresas e as redes de televisão, traz mais lixo, problemas ambientais. O consumismo pode gerar, ainda, violência (um pequeno exemplo: a gangue dos playboys usava o dinheiro obtido em festas, viagens, consumo de roupas caras, bebidas, etc.).
Consumo existe e deve haver, sem dúvida, pondo em movimento a economia. Porém, o consumismo exagerado traz problemas, como os apresentados.
Os meios de comunicação social usam aqueles recursos e outros como formas de persuasão (convencimento e conquista) das pessoas para aquilo que desejam os empresários e os grupos economicamente dominantes: compra de produtos (consumismo), gestos, posturas e procedimentos sociais definidos e esperados das pessoas, telespectadores, ouvintes e leitores. Os argumentos usados para convencer e conquistar são os expostos por meio de imagens variadas, frases comuns e bem estruturadas no discurso e em seu contexto, pessoas famosas, efeitos especiais, dentre muitos outros recursos.
Se os recursos áudio-visuais auxiliam, hoje, de maneira decisiva, no convencimento das pessoas pelos meios de comunicação social (televisão, revistas, jornais, cartazes, outdoors, rádio, etc.), no passado distante, no tempo dos sofistas gregos (destaque aqui para o período clássico grego: séculos V e IV a.C.), os grandes recursos eram as palavras e os gestos. Palavras bem articuladas em argumentos sutis, refinados, e gestos bem apresentados que as acompanhavam.
As imagens formadas pela astuciosa articulação da linguagem e dos raciocínios ardilosos (sofismas), serviam bem ao propósito de convencimento de muitas pessoas por políticos e representantes populares preparados pelos sofistas (filósofos-professores), que eram, de um modo geral, bem pagos, pois cobravam pelos serviços.
Os sofismas - nome dado por Aristóteles (século IV a.C.) -  eram (e são), com efeito, raciocínios enganosos, com premissas (cada parte da argumentação) que desembocavam (desembocam) em conclusões determinadas e aparentemente verdadeiras, a fim de convencer as pessoas a agirem de uma forma esperada e desejada, contando com seu apoio para certas questões e posições, como votações favoráveis nas assembleias.
Num momento em que as póleis (cidades-estados) gregas vinham se desenvolvendo e crescendo, a necessidade de homens preparados para a política era cada vez mais premente. Observando essa necessidade, os sofistas (sofista: nome que, no grego, significa sábio, como assim se denominavam aqueles homens) aproveitaram para oferecer seus serviços, como o ensino da retórica (arte de falar bem em público, eloquência) e dialética (arte do debate, da discussão).  Protágoras, de Abdera (480 - 410 a.C.), por exemplo, também preocupou-se em oferecer  um reforço em outras áreas, como o conhecimento da linguagem. Ele dizia  que  o  homem é a medida de todas as coisas.
O convencimento era fundamental naquele tempo. Hoje, como foi visto, também. Hoje, com meios bem mais sofisticados, mas também com o uso de sofismas (em propagandas em que jogadores de futebol fazem propaganda de cerveja, por exemplo, dentre outras) e recursos refinados de apresentação, de convencimento, aliando argumentação e artes áudio-visuais.
No mundo romano, ao longo dos séculos que se seguiram, escolas de oratória, algumas das quais ajudaram na preparação de grandes políticos, também fizeram o trabalho de ensino da persuasão através das palavras. Curiosamente, no período cristão, Aurélio Agostinho (Santo Agostinho) também havia sido professor de retórica!
Partir do hoje (questões atuais) para falar do passado, das ideias filosóficas do passado, pode contribuir para um entendimento maior da Filosofia e tornar seu ensino algo muito mais vivo e vital. Professoras e professores de Filosofia, bom proveito! 

terça-feira, 19 de junho de 2012

CRIOGENIA: É POSSÍVEL VIVER ETERNAMENTE NA TERRA? EM CASO DE POSSIBILIDADE, QUE PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS? (Professor José Antônio Brazão.)

Criogenia é o processo de congelamento de corpos de seres humanos e animais com a finalidade futura de ressuscitá-los, passados muitos anos, quando as técnicas científicas e medicinais tornarem isto possível.
Nas últimas semanas, uma reportagem tem aparecido com frequência nos jornais televisivos, em revistas e jornais escritos: o caso da filha que, após a morte do pai, já bem idoso, decidiu congelá-lo. Para tanto, ela tem pagado pelo serviço de se manter o corpo paterno em hibernação criogênica, até poder enviá-lo para uma empresa especializada em criogenia nos Estados Unidos da América. Levou-a a isto o amor pelo pai e o desejo de reencontrá-lo.
Mas será possível conter indefinida ou definitivamente a morte?
Sem dúvida, a contenção definitiva da morte é um desejo intenso dos seres humanos, um desejo muito antigo, cujas principais representantes são as religiões. A vida eterna é desejada, ansiada. No campo da ciência, os alquimistas antigos buscavam o elixir da vida eterna, uma substância que teria os poderes de manter viva, indefinidamente, a pessoa que a tomasse. E há séculos e décadas que cientistas e empresas de todo o mundo entram na corrida pela extensão da vida: remédios, avanços da medicina, vacinas, pesquisas biológicas e farmacêuticas, a pesquisa sobre criogenia, dentre outros estudos, são provas disto.
A própria preocupação, passada e muitíssimo atual, de cuidar do corpo e da saúde, também frequentemente presente nos meios de comunicação social e nos cuidados de muitas pessoas, é uma forma que os seres humanos têm de buscar prolongar, o máximo possível, o tempo de vida, tamanho o valor que esta tem para todos!
Há animais na natureza que, de fato, conseguem, após um longo período de hibernação, ter o funcionamento de seus corpos retomado quando o inverno passa e iniciam-se a primavera e o calor. Sementes. Porém, mesmo naquele estado letárgico em que encontram no inverno ainda há vida. Os ursos, nesse período, perdem, inclusive, peso. Há sapos que, tendo o sangue saturado de açúcar, conseguem sobreviver por um bom tempo congelados. Mas o fato é que estão vivos.
A história natural tem mostrado que a morte é algo que já vem programado no DNA (ácido desoxirribonucléico) dos seres vivos. Em debate com os estudantes de uma turma de primeiro ano do Ensino Médio sobre a questão, em junho de 2012, um aluno lembrou que "os seres vivos nascem, crescem, se reproduzem e morrem", ao que acrescentei que reciclam, ou seja, as matérias-primas, orgânicas e inorgânicas que formam os corpos retornam à natureza, servindo inclusive de alimento a outros seres vivos - bactérias, protozoários e outros seres unicelulares, plantas e outros. O solo da Amazônia, por exemplo, não se torna um deserto porque as árvores e folhas mortas das plantas, pequenos seres vivos e animais mortos se decompõem e entram no ciclo natural, possibilitando assim que outros seres vivos possam viver. A morte, portanto, como se pode ver, é parte integrante do ciclo natural.
Estrelas, que não têm vida orgânica propriamente dita, morrem e seus materiais transformam-se em matéria-prima para a constituição de outros astros do universo e até mesmo da vida. De acordo com a astronomia e outras ciências na atualidade, cada ser humano é constituído de poeira estelar. Carl Sagan, cientista já falecido, em um dos programas da série Cosmos, toca nessa questão da poeira estelar produtora da vida. Essa morte estelar é, pois, outra prova de que a morte faz parte da natureza e do universo.
No entanto, os seres humanos desejam tanto a vida que querem torná-la algo contínuo, indefinido, eterno, tanto a própria quanto a de entes queridos, sejam eles pais, mães, filhos, amigos ou até mesmo animais. Há animais mortos mantidos em sistemas criogênicos, na espera de ressurreição futura! É um fato. O amor, sem sombra de dúvida, leva pessoas a buscar isto. O valor que aquela pessoa morta ou aquele animal morto tem para a pessoa que continua viva é fundamental para a escolha da criogenia.
A morte, na natureza, tem várias funções: faz parte do ciclo natural (geração, nascimento, crescimento, reprodução, morte e reciclagem natural), como já exposto, tornando possível a reciclagem de matérias necessárias a outros seres vivos novos, que podem, assim, nascer e desenvolver-se; desocupa espaço (imaginemos quão reduzido seria o espaço, hoje, na Terra, se todos os seres vivos e pessoas do passado estivessem no mundo!), sendo que hoje se fala muito em superpopulação mundial; evita, portanto, prejuízos maiores ao meio ambiente; possibilita o nascimento e o desenvolvimento de outros seres vivos e espécies; impõe limites a coisas boas (infelizmente), mas também a coisas ruins (a permanência indefinida de ditadores no poder, por exemplo); a morte impulsiona também o processo de evolução dos seres vivos e o surgimento de novas espécies, como a morte (extinção) dos dinossauros possibilitou que mamíferos evoluíssem até o surgimento do homo sapiens; indubitavelmente, outras  funções poderiam ser colocadas.
Não se pode, simplesmente, dizer que a proposta da criogenia-ressurreição seja impossível. Voar era considerado impossível para muitas pessoas no passado mais distante. Mas, em caso de possibilidade de ressurreição por um processo científico de criogenia e ressurreição controlada, que implicações positivas e negativas isto poderia ter? Novamente, retornando ao debate feito com estudantes em sala de aula: o reencontro com pessoas amadas que foram congeladas no passado e, num dado momento futuro, ressuscitadas; a possibilidade de ver muitas coisas novas que no futuro (momento da ressurreição) existirão; a alegria de poder viver novamente; conhecer e conviver, ao vivo, com parentes e outras pessoas do passado distante; viagens; etc.
E que pontos negativos poderia apresentar?
1) Dificuldade de redução do contingente de pessoas na Terra, afetando ainda mais seriamente o meio ambiente, mesmo no caso de os seres humanos aprenderem formas e terem atitudes muito racionais de cuidado da natureza. Pois um outro fato é certo: além da extensão da vida (neste caso, indefinidamente), a reprodução da espécie continuará existindo e demandando alimentos, cuidados, etc., cujos materiais são e serão exigidos da natureza. 
2) A acessibilidade de poucas pessoas que, realmente, podem e poderão pagar pelo processo. Aquela mulher que solicitou o congelamento do pai paga mais de oitocentos reais por dia, milhares de reais por mês! A maioria das pessoas vive com salário mínimo mensal e muitas outras no mundo resistem em sobreviver com menos de um dólar por dia. É, portanto, uma questão ética intensa, quente, do embate entre o direito natural de cada ser humano (presente, inclusive, em leis internacionais) e o direito/poder econômico, entre inclusão de poucos privilegiados economicamente e a maioria excluída até mesmo de bens fundamentais à vida. 
3) O congelamento e a subsequente ressurreição de ditadores e de pessoas que praticam terríveis males à humanidade, tendo em vista o poder econômico de que dispõem e a possibilidade real de poderem pagar pelo serviço criogênico e de posterior ressurreição. Ora, as empresas de criogenia precisam de dinheiro, como quaisquer outras, independentemente de vir de pessoas comuns ou de ditadores ou outros. 
4) No caso de ressurreição de ditadores e praticantes de ações contrárias aos direitos humanos (escravizadores, por exemplo), os males que poderiam se abater sobre as sociedades são muito possíveis, ainda mais que existem seguidores, ainda hoje, de ideias radicais e perigosíssimas do passado, algumas das quais levaram a guerras e ditaduras horríveis, ao sofrimento e à morte efetiva de milhões de pessoas. Já se pensou se ressuscitassem Al Capone, Hitler, Mussolini, chefes de grupos cujas ações são contrárias aos direitos humanos, etc.? Há grupos, inclusive paramilitares, que dispõem de dinheiro suficiente para pagar pelos serviços da ciência.
5) Ciclos naturais seriam desfeitos, como os já apresentados, pondo em xeque o equilíbrio da natureza. As funções naturais da morte seriam postas abaixo.
Outros pontos podem ser postos e devem igualmente ser discutidos. Fica o convite a leitoras e leitores para que pensem nisto e ajudem a ampliar o debate.
Essas e outras possibilidades negativas, que poderiam (ou podem) se tornar reais, não podem, jamais, ser descartadas. Perderiam (ou perderão) os seres humanos, perderiam (ou perderão) a natureza e os demais seres vivos. Esses perigos precisam ser levados em conta nos debates sobre a questão. Novamente, fica o convite a que todos pensem nisto.
Aqui não há qualquer interesse de criticar pessoas que apelam para a criogenia. Elas devem ser respeitadas e seus direitos assegurados, sem sombra de dúvida.
No caso das escolas, que professoras e professores ponham em discussão essa questão e aquelas que junto com ela caminham, algumas das quais aqui apresentadas. A discussão aqui proposta não acabou. É preciso que continue. Professoras e professores de Filosofia, Ciências, História e demais áreas de conhecimento estudadas nas escolas, lancem um debate, um questionamento e uma reflexão sobre a questão.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

FICHA DE ASSISTÊNCIA DE VÍDEO EM FILOSOFIA (Prof. José Antônio Brazão.)

A FICHA DE ASSISTÊNCIA DE VÍDEO EM FILOSOFIA é um instrumento valioso de trabalho, pois possibilita que o estudante tenha atenção redobrada no vídeo, sabendo que terá que preenchê-la. Essa ficha pode ser utilizada após a passagem do vídeo, logo a seguir, ou levada para casa e ali preenchida, tendo já sido visto o vídeo na escola.
Uma grande vantagem de seu feitio é que, além da atenção, demanda memória de cada estudante, isto é, lembrar-se do que viu e ouviu e/ou leu para elaborar a ficha. Isto faz com que a memória de cada um(a) vá se aguçando, sem dúvida. Outra vantagem é a produção textual – os estudantes são levados, diretamente, a escrever, utilizando suas próprias palavras, sobre aquilo que veem e ouvem.
A ficha permite o levantamento de informações gerais sobre o vídeo assistido. Tais informações poderão ser, em uma outra aula, debatida com a turma e outras turmas em que essa atividade tenha sido aplicada. O debate é valioso, pois faz com que diferentes percepções e ideias a respeito do vídeo sejam colocadas em comum, enriquecendo o aprendizado das turmas e aguçando a percepção individual e coletiva dos estudantes.
No momento do debate, a ficha permite que cada estudante apresente aquilo que conseguiu observar durante a assistência do vídeo, seu conteúdo geral e outras informações específicas, de fino detalhe, mas que nem todos percebem igualmente.
Ela pode contribuir também para aqueles e aquelas que não têm muita facilidade de expressar-se oralmente, de forma direta. Estes estudantes poderão, com efeito, ler aquilo que escreveram ou, talvez, solicitar a colegas que façam a leitura para eles, se for o caso.
O professor e a professora também deverão ter sua ficha pronta, em mãos. E, se necessário, um resumo um pouco maior também. No que diz respeito a outros vídeos filosóficos, cada docente, tendo-os visto, é convidado a fazê-los.
Professor(a), vá juntando as fichas e resumos de vídeos que você tenha produzido, pois poderão ser úteis outras vezes em que venha a utilizar o vídeo como recurso midiático de enriquecimento do trabalho de ensino-aprendizagem. Ponha, por exemplo, dentro de uma pasta ou, talvez, em um fichário, daqueles que você encontra em qualquer papelaria ou que você mesmo(a) tenha feito.
A ficha abaixo foi feita utilizando o recurso TABELA, do Word, da plataforma Windows. Mas pode ser feita também com o aplicativo BROffice Writer, da Linux. É fácil!
Duas sugestões para o debate a respeito do vídeo e da ficha de vídeo: (a) pode ser na forma de GV/GO ou (b) pode ser em círculo único, como você, professor(a), queira, ou ainda, talvez, na disposição tradicional da sala de aula. O importante é que você encontre um meio de levar seus estudantes à elaboração de textos e a refletir sobre aquilo que veem e aprendem. Obs.: a ficha abaixo é apenas uma sugestão. Você pode melhorá-la! Faça!

Prof. José Antônio Brazão.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE GOIÁS
SUBSECRETARIA METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO
COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA ESCOLAR
FICHA DE ASSISTÊNCIA DE VÍDEO EM FILOSOFIA
(Professor José Antônio Brazão.)
VALOR

NOTA:

CONCEITO:

Nome completo

Nº chamada

Turma:

Data:


20__
NOME DO VÍDEO

AUTOR E/OU EMPRESA PRODUTORA

ANO OU DATA APROX. DE PRODUÇÃO

Elabore uma pergunta pessoal ligada ao conteúdo do vídeo (utilize: por que /e/ou: como /e/ou: por que razão /e/ou: para que...?):

CONTEÚDO ATUAL EM ESTUDO EM FILOSOFIA:

TIPO DE VÍDEO
(     ) FILME.
(     ) DOCUMENTÁRIO.
(     ) TELEAULA.
(     ) DESENHO ANIMADO.
(     ) ______________________________________
TEMA OU ASSUNTO PRINCIPAL DO VÍDEO

BREVE RESUMO DO VÍDEO. Faça um pequeno resumo do vídeo assistido, com suas próprias palavras.








CONTEXTO HISTÓRICO  DE REFERÊNCIA DO VÍDEO
(       ) MUNDO ANTIGO.    (       ) MUNDO MEDIEVAL.
(   ) MUNDO MODERNO. (  ) MUNDO CONTEMPORÂNEO. (       ) FUTURO.
(       ) IMAGINÁRIO/FICÇÃO.
RELAÇÃO ENTRE O VÍDEO E O CONTEÚDO ATUALMENTE EM ESTUDO EM FILOSOFIA




Filósofo(s) que é(são) mencionado(s) no vídeo:




LEMBRETE: Trazer esta ficha para o debate que vai ocorrer sobre o vídeo.
DEBATE SOBRE O VÍDEO NO DIA:


20__

quinta-feira, 19 de abril de 2012

NAZISMO E FASCISMO (Prof. José Antônio Brazão.)

No século XX, um fato de grande importância foi a afirmação de sistemas totalitários (ditatoriais) de governo em países da Europa, mais especificamente na Itália (fascismo) e na Alemanha (nazismo), nos anos que se seguiram à I Guerra Mundial (1914 – 1918).
Após a I Guerra Mundial, a Europa encontrou-se em grande decadência, com o resultado de milhões de mortes de europeus, além de muitas outras pessoas de diferentes partes do mundo. Uma série de problemas internos surgiu nos primeiros anos que se seguiram ao final daquela guerra: cidades inteiras destruídas, com seus prédios e suas casas, destruição dos sistemas de saneamento básico em grande parte dessas cidades, redução na produção agrícola, muitos mortos para enterrar, desorganização social, política e econômica, inflação alta, desemprego, falta de policiamento adequado, alastramento de doenças, pais e mães que perderam filhos, filhos e filhas órfãos, enfim, grande sofrimento. A reconstrução foi difícil e lenta.
O cenário era propício para o surgimento de grupos paramilitares extremistas, como foi o caso dos formados pelos fascistas, na Itália, e pelos nazistas, na Alemanha. Tais grupos se reuniam secretamente e almejavam, além de colocar suas sociedades em ordem, alcançar postos elevados de poder, a fim de estender seu domínio. Opunham-se abertamente ao socialismo-comunismo, defendendo, claramente, os interesses de grupos capitalistas que, de fato, vieram a apoiá-los, vendo neles formas de sustentação ao seu poder e de imposição de uma ordem social conforme aos seus interesses. Dentre esses grupos estavam grandes industriais, latifundiários, grandes banqueiros, além de outros.
Dentre as táticas utilizadas pelos fascistas e os nazistas, que se tornaram também partidos políticos, estavam a destruição de sedes de partidos rivais, principalmente socialistas e comunistas, o assassinatos de líderes determinados, contrários aos interesses daqueles e dos grupos que defendiam.
Para obter o apoio de suas respectivas sociedades, além do uso da força e de manifestações, desfiles e passeatas, fascistas e nazistas fizeram largo uso da propaganda, por diversos meios: jornais, cinema, revistas, panfletos, rádio, etc. Essa propaganda foi-se tornando, cada vez mais, maciça e massiva. Massiva no sentido de buscarem atingir grandes massas, grandes multidões, que passaram a ver naqueles partidos uma certa possibilidade de salvação diante do caos político, econômico e social então existente. Nos desfiles e nas grandes manifestações de cunho paramilitar e militar, aprenderam a fazer uso dos uniformes, de estandartes, bandeiras, armas, dentre outros instrumentos e meios para atingir o coração e a mente das pessoas, tornando-as suscetíveis e favoráveis às novas ideologias e práticas políticas.
No corpo da ideologia nazi-fascista estavam, por exemplo, o anticomunismo, o anti-semitismo, a proposta de eugenia (depuração da raça), a defesa da raça pura (no caso dos nazistas, a ariana), o armamentismo, a centralização do poder nas mãos do partido único, que teria, deste modo, o poder total, político e bélico, passando a controlar mais de perto a vida das pessoas.
Fascistas e nazistas usaram ainda do golpe como meio de alcançar o poder. Na Itália, Mussolini e seu grupo conseguiram seu intento logo na década de 1920. Os nazistas fizeram um golpe fracassado, acarretando, inclusive, a prisão de Hitler, que aprendeu, então, a buscar o poder passo a passo, sem necessidade de novo golpe direto. A oportunidade apareceu quando eclodiu a crise econômica de 1929, que provocou falências, trouxe mais desemprego e muito desespero para países do mundo inteiro. Hitler viu aí uma grande oportunidade e não a perdeu. Conseguiu alcançar o cargo de Chanceler e, a seguir, o de presidente da Alemanha.
A partir desse momento, o empenho em quebrar o Tratado de Versalhes (do final da I Guerra Mundial) tornou-se, cada vez mais, patente e necessário para os nazistas, principalmente. A Alemanha foi-se militarizando cada vez mais, diante dos olhos aparentemente fechados de algumas potências vencedoras daquela guerra. Campos de extermínio, particularmente para judeus, tomaram impulso, chegando a matar milhões, no transcurso dos anos que se seguiram até o final da II Guerra Mundial.
A sede pelo poder foi-se tornando tão grande que invadiram vários países vizinhos. Com isto, a II Guerra Mundial (1939 – 1945). Fascistas e nazistas aliaram-se, logo, ao Japão. O resultado dessa guerra, com a queda dos regimes totalitários apresentados, foi um saldo de mais de cinquenta milhões de mortos e a destruição, novamente, da Europa e de países fora dela.
A proposta nazista da eugenia, isto é, da depuração da raça, provocou a morte de milhões de judeus, ciganos e outras minorias nos campos de concentração. Platão, em A República, já havia defendido a ideia de eugenia, como forma de apurar e aprimorar a raça dos cidadãos da cidade-estado (polis, em grego) ideal. Porém, com os nazistas e os fascistas, essa ideia tornou-se uma forma e numa prática de extermínio coletivo, de genocídio de grandes multidões. Além do mais, ainda utilizaram judeus, ciganos, deficientes físicos e outros em experimentos científicos diversos e, muitas vezes, cruéis, levando à morte de grande parte deles em centros de estudos médicos e biológicos, clínicas especializadas, campos de concentração e institutos de pesquisas.
A manipulação das pessoas, por meio da propaganda intensa, foi outro grande recurso para a obtenção do apoio popular. Souberam manipular as cabeças por meio de recursos visuais, auditivos e áudio-visuais, tornando, nas mentes de muitos, o que era mentira em verdade. Fizeram, com isto, que pessoas acreditassem que seus vizinhos judeus, comunistas e outros eram raças inferiores e até mesmo perigosas, capazes de contaminar a sociedade e responsáveis por muitos males que vinham acontecendo. Isto contribuiu para reabrir e reforçar a entrada pelas portas do extermínio, da matança, da crueldade. Isto prova o quanto uma ideologia pode levar pessoas a agirem conforme interesses e cabeças determinadas, o quanto pode distorcer a verdade em favor da mentira e maldade, trazendo seriíssimos prejuízos a muita gente.
Ao deixar a sede de poder tomar conta, a ponto de buscarem o controle minucioso de suas respectivas sociedades, fascistas e nazistas levaram ao limite extremo a intolerância e a crueldade, até mesmo de pessoas que a eles se sujeitaram e passaram a crer que as ideias daqueles eram as únicas verdadeiras. Muita gente, com efeito, impressionou-se com as demonstrações de poder, com roupas, armas, comunicados, cartazes, propagandas programas radiofônicos e cinematográficos carregados de ideias e de valores sutis, mas que representavam, em última instância, os interesses das classes abastadas que estavam no e/ou que desejavam o poder.
A vontade de poder, de que Nietzsche fala em seus textos, tornada coletiva naqueles partidos e nos grupos neles representados, assumiu, então, um desejo intenso de domínio, de mando e até de destruição e morte. Aliás, os nazistas fizeram mal uso da filosofia de Nietzsche, que fala, por exemplo, do Super Homem ou, em outra tradução da palavra alemã Übermensch, Além do Homem. Deturparam descaradamente a filosofia daquele grande filósofo do século XIX, usando-a inclusive para confirmar seu anti-semitismo. E Nietzsche, por diversas vezes, havia criticado duramente os anti-semitas, dentre os quais o marido de sua irmã e até mesmo esta! Sua irmã, Elizabeth, que soube tirar proveito dos textos do irmão e mesmo distorcer seu conteúdo, foi ovacionada por nazistas, tendo recebido, inclusive, cumprimentos do próprio Adolf Hitler. Nada mais falso e mentiroso em relação à filosofia nietzschiana.
E, no que diz respeito ao Super Homem, apresentado por Nietzsche, é curioso que, primeiramente nos quadrinhos norte-americanos e, a seguir, no cinema de Hollywood e na própria televisão, tenha sido criada a figura do herói (Super Man), com poderes sobre-humanos. Ainda hoje, aqui e ali, aparece esse personagem no cinema e minisséries de televisão, além de revistas em quadrinhos, brinquedos, etc. Curiosamente, na bandeira dos EUA, encontram-se o vermelho e o azul, cores predominantes na roupa do Super Homem. Mas este não é nazista nem fascista.
É claro, não cabe aqui uma análise detalhada da ideologia presente nos heróis de histórias em quadrinho, mas vale a pena comparar com a forma usada e divulgada de super homem dos nazistas, a partir da distorção ideológica da filosofia de Nietzsche, distorção utilizada pelos nazi-fascistas para justificar assassinatos e até a própria guerra, por traz dos quais havia, na verdade, interesses econômicos, políticos e militares muitos fortes em jogo, cujas raízes podem ser buscadas desde o neocolonialismo europeu do século XIX, fruto da Revolução Industrial e da necessidade intensa de novos mercados, isto um objeto para estudos da História.
No campo da ética, a degradação dos valores humanos, levada adiante por causa dos interesses mencionados acima e intensificados. Dentre aqueles valores, o valor mais natural e fundamental de cada ser humano, o direito à vida, além do direito de escolha, de opção religiosa, dentre outros, que foram desrespeitados acintosamente pelos fascistas e pelos nazistas.
No mundo atual (século XXI), ainda existe a sombra do nazi-fascismo, através dos neonazistas e grupos extremistas que defendem essa ideologia, sendo necessária a vigilância constante dos governos, das polícias nacionais e internacionais e, sobretudo, é necessário o conhecimento daqueles fatos e daquelas ideias por parte do trabalho interdisciplinar da história, da filosofia, da geografia e de outras ciências humanas afins. Entra aqui ainda, contra o risco real dessas ideologias extremistas, a educação, que pode ajudar a esclarecer e a conhecer com maior nitidez e o passado, os valores humanísticos e a necessidade de sua vivência, bem como da luta e do empenho em favor destes. Professores, professoras, pais, mães e estudantes, com o conhecimento, junto com a defesa daqueles valores que podem tornar as pessoas melhores, podem fazer muito para evitar manifestações possíveis e extremamente perigosas daquelas ideologias.

Sugestão de trabalho:

1) Leitura e discussão, em grupo, do texto acima e de outros que podem ser encontrados em livros de Filosofia e História. Colocar, de preferência, a turma em círculo, a fim de que todos possam visualizar-se mutuamente.

2) A discussão pode ser livre e/ou dirigida por meio de questões que possam abrir para a opinião de todos, buscando inteirar-se bem do conteúdo.

3) No meio da sala ou, se a turma estiver em forma de U, no quadro negro, colocar figuras e cartazes que lembrem a realidade do conteúdo referente ao totalitarismo, aqui enfocado o de direita. Vale lembrar que na antiga URSS houve também totalitarismo, com o poder concentrado nas mãos do partido único, perseguições, etc. A razão de debater, aqui, mais especificamente, o nazismo e o fascismo é que, além de campos de concentração, conduziram a uma guerra que matou mais de 50 milhões de pessoas!

4) Solicitar que cada estudante escolha uma figura e fale sobre ela. As figuras poderão referir-se aos mencionados campos de concentração, a desfiles e manifestações grandiosas dos nazi-fascistas, fotos de episódios específicos do nazi-fascismo, soldados em guerra, cidades destruídas e gente morta pela guerra, tolerância e intolerância no passado e no presente, etc.

5) Temas específicos da Filosofia contemporânea aqui presentes: alienação, manipulação de pessoas, ideologia, dominação, ética, racismo, guerra, morte, existência (confrontar com o existencialismo - curiosidade: Sartre pertenceu a um grupo de resistência francesa durante a guerra) etc.

6) É interessante que este trabalho se faça de forma interdisciplinar. Que tal dialogar com professores e professoras de História, Geografia e conteúdos afins?

7) Alertar para os perigos do neonazismo e da intolerância em seus múltiplos aspectos.

8) Ao trabalhar com conteúdos da Wikipedia, usar também os existentes em espanhol e inglês, no caso de um trabalho interdisciplinar entre Filosofia, Inglês e/ou Espanhol.


Para aprender mais:





http://es.wikipedia.org/wiki/Nazismo Também há o texto em português. Basta um clique em "português", no próprio site da Wikipedia.




Sugestões de filmes:


A Lista de Schindler.

A Vida é Bela.

A Fuga de Sobibor.

O Resgate do Soldado Ryan.

A Onda (versão atualizada).

A Queda - As Últimas Horas de Hitler.

O Grande Ditador.

Outros poderão ser pesquisados.


O importante aqui é levar a uma discussão e a uma reflexão filosófica sobre o tema em questão, podendo abrir-se para outros a ele relacionados.

quinta-feira, 29 de março de 2012

JORNALZINHO FILOSÓFICO (Professor José Antônio Brazão.)

Uma atividade interessante e rica para o aprendizado de filosofia pode ser o jornal ou jornalzinho filosófico. Com efeito, nos jornais diários, escritos, pode-se observar uma série de informações sobre o mundo, a sociedade, pessoas, etc. Algo parecido pode ser aplicado ao ensino de filosofia: a elaboração de um jornal. Vale lembrar que sua elaboração demanda pesquisa, estudos complementares, leituras, escrita, elaboração de resumos, redações de textos, etc., tudo feito pelos estudantes, contando com a ajuda do professor, da professora. Além do mais, envolve o uso de tecnologias presentes no dia a dia dos estudantes, bem como um verdadeiro trabalho interdisciplinar, como se verá abaixo.
O jornal ou jornalzinho filosófico exige um grande trabalho de montagem, contendo informações filosóficas, sociais, políticas, culturais e econômicas discutidas à luz da ética, da filosofia da arte, etc. Poderá conter dicas, piadas, charges, imagens (fotos, desenhos) de filósofos ou de temas relacionados aos assuntos apresentados, etc. Cerca de duas a quatro páginas, em uma folha (duas páginas) ou duas (quatro páginas, de um lado e do outro das folhas). Como pode ser feito? Simples: abra o Microsoft Word ou equivalente em outra plataforma, clique em Formatar à Colunas à Duas (supondo que o jornalzinho será feito em folha A4 ou Ofício).
Quanto ao título do jornalzinho, caberá a cada turma propor possíveis nomes e votar naquele que melhor encaixe, lembrando que o nome deverá ter conteúdo filosófico. E quanto aos artigos? Os próprios estudantes poderão se encarregar da elaboração dos artigos. Caberá ao professor e à professora a atividade de verificar a qualidade dos artigos, sua pertinência e efetuar correções.
Esse trabalho poderá ser feito de forma interdisciplinar com a Língua Portuguesa. Quem sabe, também com as línguas espanhola e inglesa! Outras disciplinas poderão participar, porém será preciso lembrar que cada artigo deve ter fundamento filosófico. O trabalho interdisciplinar, sem dúvida, enriquece muito o aprendizado. Um artigo sobre Pitágoras ou sobre Descartes, por exemplo, poderá ser enriquecido com outro do professor de Matemática ou de alunos interessados também na matemática desenvolvida por aqueles filósofos matemáticos. Um artigo sobre o nascimento da filosofia moderna poderá ser seguido por outro de História, a respeito do que estava acontecendo historicamente naquele tempo.
Lembrete: é preciso também que se esteja atento à nova ortografia da língua portuguesa. Escrever bem e corretamente constitui-se numa forma boa de reforço do aprendizado e do conhecimento de alunos e alunas. Neste ponto, além de outros, a interdisciplinaridade com a língua portuguesa fica muito evidente e necessária.
Que tal discutir questões atuais sob a ótica da filosofia? Temas como violência, esportes, vida, beleza, arte, ciências, etc. Quanto às ciências, por exemplo, temas interessantes, dentre muitos outros atuais, por exemplo, o desenvolvimento científico de células artificiais (descoberta apresentada por um cientista em 2010), clonagem de plantas e animais, descobertas sobre o universo, etc. Poderão ser apresentados, juntamente com esses temas, teorias de filósofos antigos, contemporâneos, etc. O tema vida, por exemplo, chama atenção para as discussões dos existencialistas sobre a vida humana.
Outro aspecto do jornal filosófico é que envolve trabalho em equipe. Esse trabalho pode ser dividido entre equipes de três a quatro estudantes por um ou dois computadores, no laboratório de informática escolar (L.I.E.). Exige planejamento em equipe, criatividade na construção das partes, na disposição dos artigos, trazendo, com isto, muitos benefícios para o aprendizado.
Em termos de pesquisas e leituras, que deverão ser muitas, poderão ser utilizados o laboratório de informática escolar, com a internet, enciclopédias digitais, sites contendo informações sobre o filósofo, a teoria filosófica ou o assunto filosófico pesquisado. Também poderão ser utilizados livros, revistas e outros materiais disponíveis na biblioteca da escola. E aqui, algo interessante é que os estudantes têm a oportunidade de sair do ambiente exclusivo da sala de aula, realizando trabalhos no L.I.E. e na biblioteca.
E para que o trabalho seja bem realizado naqueles ambientes, é preciso conversar com o(a) dinamizador(a) do laboratório de informática e com o(a) bibliotecário(a) previamente, a fim de que tudo esteja preparado. O professor e a professora deverão também um levantamento de informações e de materiais existentes nesses lugares, podendo até mesmo verificar a existência de máquinas fotográficas, de scanner, dentre outros equipamentos.
Naquelas escolas que não disponham de L.I.E., havendo uma salinha com computador, este poderá ser utilizado, bem como a biblioteca da escola. Naquelas casas de estudantes que tenham computador, este também poderá ser usado. Outro possível computador é o notebook que algum(ns) aluno(s) e/ou o(a) professor(a) possam dispor para levar para a escola. Neste caso, é preciso muito cuidado. Aliás, o cuidado deve estar sempre presente, até mesmo no laboratório de informática da escola, com os equipamentos, com seu correto manuseio, com todas as pessoas envolvidas, com os livros e os materiais disponíveis na biblioteca.
O governo federal, através do Ministério da Educação, em parceria com as secretarias estaduais de educação (SEEs) de diversas escolas, desenvolve o programa PROINFO. E vale a pena as escolas pleitearem, junto ao MEC e as SEEs, a obtenção de um laboratório de informática e colocarem em seus PDEs a necessidade de outros equipamentos. É claro, cabe a cada professor e professora aprender a manusear esses equipamentos, aproveitando também, em vários momentos, de conhecimentos dos próprios estudantes, muitos dos quais dominam bem as tecnologias no dia a dia. Com isto, a escola, os estudantes e a comunidade só terão a ganhar.
E é preciso realçar a leitura dos textos filosóficos, base primária e essencial de contato com as ideias dos filósofos de todos os tempos. Uma das vantagens do jornal filosófico é que demanda muita leitura, correção, revisão e aprimoramento do aprendizado. A leitura enriquece o aprendizado de filosofia, o aprendizado de novas palavras (enriquecimento vocabular), a abertura de novos horizontes na compreensão da realidade e do mundo circundante e das ideias, confronto de opiniões, a capacidade de argumentação, possibilita uma constante atualização, dentre muitos outros benefícios.
Ao mesmo tempo em que aprendem filosofia, os estudantes aprendem, interdisciplinarmente, como foi visto, outros conteúdos escolares, bem como o uso das tecnologias interativas usadas no âmbito da educação, o que poderá ser de imensa valia para a sua vida. Ademais, aprendem a trabalhar em grupo, formando, com isto, amizades, aprendendo a discutir ideias diferentes, sendo confrontados por argumentos diferentes dos próprios, aprendendo com estes. Além de aprender com o professor e a professora, aprendem com os próprios colegas de sala.
Ao revisar um texto do colega, o revisor, primeiramente um estudante e a seguir o professor, estará ajudando no aperfeiçoamento do aprendizado daquele. E é preciso ter em mente que o enfoque principal, central, é o aprendizado de filosofia. É este aprendizado que deve estar no centro desta iniciativa, abrindo sempre para uma perspectiva intedisciplinar.
O jornal poderá ser impresso para todos, poderá ser um jornal mural, publicado em um blog da turma ou, simplesmente, como material de consulta e leitura nos computadores do L.I.E. Vale a pena guardar também uma cópia impressa na biblioteca da escola. A vantagem do impresso é que todos podem ler, individualmente ou em pequenos grupos, porém a desvantagem é o gasto de papel, com seu respectivo impacto ambiental. Todavia, uma campanha de reciclagem pode ser posta em ação, havendo aqui um ponto positivo em meio ao que parece ser negativo.
A vantagem do jornal mural é que poderá encontrar-se afixado num local estratégico da sala, no mural desta e/ou no mural central da escola, mas sua desvantagem é que nem sempre todos vão acorrer à leitura nesses locais. No entanto, mesmo aqui há uma vantagem: o interesse pela leitura dos conteúdos ali presentes, que pode ser despertado pelos conteúdos apresentados, pela forma como são apresentados e pela disposição (o layout) do jornal filosófico, um verdadeiro desafio à criatividade.
Para alguma outra forma de divulgação do jornal, que se use a criatividade! Aliás, a criatividade é outro valor que se desenvolve com esse trabalho com jornal, a criatividade geral e a especificamente filosófica. Com efeito, os grandes filósofos, escritores, pensadores em geral, ao longo da história dos últimos milênios, foram e são pessoas muito criativas.
A vantagem do jornal filosófico em um blog é que, além dos estudantes, professores e comunidade escolar, outras pessoas, de outros lugares do Brasil e do mundo, e de outras escolas, poderão ter acesso a essa produção. Aqui pode-se recordar do trabalho de um educador francês chamado Célestin Freinet (1896 – 1966), que propiciava atividades desse tipo a seus estudantes, levando-os a trocar informações com outras escolas, com a finalidade de um aprendizado mais rico e dinâmico daqueles.
Uma sugestão é que o jornalzinho seja mensal, talvez bimestral, tendo em vista todo o trabalho exigido em sua elaboração, como foi visto. Dá muito trabalho, não? E como! Entretanto, vale a pena, tendo em vista a quantidade de coisas e ideias que estudantes e professores envolvidos vão aprender, podendo aplicar isto ao longo da vida, no trabalho, de muitas formas.
Sem dúvida, o aprendizado de filosofia pode tornar-se muito rico com todo esse trabalho, que leva da leitura à divulgação de ideias filosóficas e interdisciplinares afins. Estudantes, professores e até mesmo os demais membros da comunidade escolar.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O EXISTENCIALISMO (Professor José Antônio Brazão.)

A filosofia existencialista, como o próprio nome aponta, empenha-se por refletir sobre a existência humana, sua razão de ser, num esforço por apreender a profundidade de seu significado. O existencialismo teve duas vertentes principais: uma cristã e uma ateia. A primeira buscou uma compreensão do existir humano apontando para um destino eterno, defendendo a imortalidade da vida espiritual. A segunda, ateia, da qual Sartre foi um dos representantes, deixa de lado a possibilidade de uma existência futura, eterna, não aceitando a existência de Deus nem do espírito (alma), e ocupa-se exclusivamente desta existência especificamente humana, "demasiadamente humana”, como dizia Nietzsche no século XIX, pensador cujas ideias influenciaram o existencialismo e outras correntes filosóficas do século XX e que ainda é muito estudado.
Um dos filósofos existencialistas de destaque, no século XX, foi o argelino Albert Camus, que, além de obras filosóficas propriamente ditas, escreveu também romances existencialistas. Em seu livro A Peste fala da invasão de ratos em uma cidade, trazendo doenças e males que mataram muitas pessoas. Inicialmente muitos habitantes não se davam conta da progressiva invasão, porém esta, de fato, acabou tornando-se uma peste, um mal terrível que se abateu sobre todos. Um médico, Dr. Rieu, junto com uma equipe que a ele se uniu, decidiu levar adiante o combate à peste que se abatera sobre a população, outras equipes foram surgindo e, paulatina e eficazmente, conseguiram combater aquele mal, até debelá-lo, mas foram necessários muita união e esforço coletivos.
Na verdade, A Peste faz referência direta à invasão nazista, durante a II Guerra Mundial (1939 - 1945), que provocou a morte de muitas pessoas na França, Argélia e em muitos outros lugares da Europa, da Ásia, da África e do mundo. Aliados aos países que combatiam o nazi-fascismo, grupos de resistência surgiram, de fato, em muitos lugares, com destaque particular para a França e a Argélia.
Ao longo de seu livro, Camus faz uma verdadeira avaliação da existência humana, buscando demonstrar a sua importância, bem como os valores mais preciosos que a permeiam, como a amizade, a união, a coragem de doar a vida em prol de outras pessoas (como aqueles combatentes que se empenharam por debelar a praga ou peste que assolava a cidade), a liberdade pela qual merece haver luta e resistência sobre-humanas, a responsabilidade por si e pelos outros, dentre outros valores.
Outro filósofo destacado foi Jean-Paul Sartre, francês, que também pertenceu à corrente existencialista. Sartre, em seus livros, trata de questões gerais, específicas e cotidianas da vida humana, tendo foco a busca de uma compreensão mais profunda do existir. Em seu livro O Existencialismo é um Humanismo e em vários outros, Sartre apresenta e defende incisivamente o existencialismo ateu. Aí afirma que “a existência precede a essência”. O que ele quer dizer com isto? Que é preciso, primeiramente, existir, a fim de que se possa refletir sobre o que é o ser humano, sobre sua essência, aquilo que o define como tal, diferentemente de outros seres.
De acordo com Sartre, não existe uma essência (um fundamento) prévia(o) que defina o ser humano antes que ele se sinta como ser existente. O ser humano é aquilo que ele se faz, nada além disto. Perceber-se como ser existente é o primeiro princípio para que o ser humano possa refletir a respeito de si mesmo e, sem dúvida, sobre o mundo que o rodeia.
Ademais, o ser humano encontra-se só, não dispondo, acima dele, de nenhum criador, de nenhuma divindade (nem Deus nem o diabo), não podendo culpar a ninguém mais, além de si mesmo, por tudo o que venha a ocorrer-lhe, suceder-lhe. O ser humano é responsável por tudo o que faz, sendo responsável, portanto, por sua existência.
Quanto às determinações históricas e sociais, Sartre defende a ideia de que importa não simplesmente o que foi feito do ser humano (as determinações propriamente ditas), mas principalmente o que este faz de sua vida a partir daí. Cada ser humano dispõe de imensa responsabilidade sobre aquilo que se torna. Ninguém está isento dessa responsabilidade sobre o seu existir. É claro, já que a existência implica a presença de outras pessoas, com as quais se compartilha o existir, então faz-se necessária uma preocupação também com estas, com a busca de seu bem-estar, além do próprio.
Vale notar que a frase de Sartre “a existência precede a essência” faz um contraponto em relação à frase teológica medieval que dizia que, no caso das criaturas, dentre as quais o próprio ser humano, “a essência precede a existência”. De acordo com esta última afirmação, aquilo que os seres criados são ou viriam a ser, isto é, sua essência característica, já se encontrava previamente na mente de Deus antes da criação. Quanto a Deus, por sua vez, os teólogos cristãos medievais, particularmente a partir da escolástica, afirmavam que nele a essência e a existência se confundem, não havendo como separá-las.
Ora, quando Sartre defende a precedência da existência sobre a essência, na verdade, está renegando a ideia de criação realizada por Deus e até nega a existência deste. Não há uma existência de Deus e uma da criatura. O mundo, simplesmente, existe e está aí, assim como o ser humano, que precisa primeiramente existir e sentir-se como ser existente para, então, poder refletir sobre si mesmo. E cabe ao ser humano dar conta de sua existência efêmera, única, devendo viver intensamente o presente. Para Sartre, o ser humano é um “projeto”, termo usado pelo filósofo para referir-se ao fato de que os seres humanos são capazes de projetar-se (lançar-se), a partir do presente, em direção ao futuro. De fato, o ser humano é um ser capaz de, fazendo uso de sua racionalidade, imaginar o seu futuro, planejá-lo e até mesmo torná-lo melhor.
A liberdade humana, para Sartre, é acompanhada de perto, passo a passo, pela responsabilidade. O bem e o mal não existem fora do ser humano. Este os carrega dentro de si, tendo a possibilidade de tornar o mundo melhor ou até mesmo de destruí-lo, de tornar-se um ser melhor ou pior para si e para seus semelhantes, dependendo de suas decisões e ações concretas. Portanto, sua responsabilidade é imensa.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A ESCOLA DE FRANKFURT (Professor José Antônio Brazão.)

Na primeira metade do século XX, um grupo de intelectuais (filósofos e pensadores de outras áreas) alemães resolveram formar um grupo de estudos e discussão de temas e ideias diversos. Era formado, em boa parte, por intelectuais de origem judaica. Dentre eles, destacaram-se Theodor Adorno (1903 – 1969), Max Horkheimer (1895 – 1973), Walter Benjamin (1892 – 1940), Herbert Marcuse (1898 – 1979), Jürgen Habermas (1929...) dentre outros. Estavam ligados ao Instituto de Pesquisas Sociais, da Universidade de Frankfurt.
Os membros vivenciaram na pele os problemas advindos da dominação nazista na Alemanha e em outras partes da Europa, bem como suas consequências, como a perseguição implacável contra os judeus, o extermínio de muitos destes e a II Guerra Mundial. Sendo judeus, boa parte deles conseguiu fugir para outros países, principalmente os Estados Unidos da América, vindo a tornar-se, neste último, professores em grandes universidades. Sem dúvida, os E.U.A. beneficiaram-se muitíssimo da fuga ou deportação de intelectuais judeus da Europa. Walter Benjamin, desesperado num momento de sua tentativa de fuga, acabou por cometer suicídio.
Esses intelectuais foram fortemente influenciados pelo pensamento marxista, pelos estudos de Freud e outros pensadores anteriores e de seu tempo, bem como pelos acontecimentos que vivenciaram ao longo das décadas. Dentre os temas estudados por eles encontram-se a indústria cultural, o nazismo, a música, capitalismo, socialismo, economia e outros temas sócio-históricos e filosóficos.
O trabalho teórico da Escola de Frankfurt tomou o nome de Teoria Crítica. James Bohman (In: http://plato.stanford.edu/entries/critical-theory/) assim define:
“Teoria Crítica” em sentido restrito designa várias gerações de filósofos e teóricos sociais, na tradição marxista europeia ocidental, conhecidos como Escola de Frankfurt. De acordo com esses teóricos, uma teoria ‘crítica’ pode ser distinguida de uma teoria ‘tradicional’ de acordo com um propósito prático: uma teoria é crítica pela extensão com que procura a emancipação humana, ‘liberar os seres humanos das circunstâncias que os escravizam’ (Horkheimer 1982, 244). Porque tais teorias objetivam explicar e transformar todas as circunstâncias que escravizam o os seres humanos, muitas ‘teorias críticas, em um sentido amplo, têm sido desenvolvidas. Elas têm emergido em conexão com muitos movimentos sociais que identificam variadas dimensões da dominação dos seres humanos nas modernas sociedades.” (In: http://plato.stanford.edu/entries/critical-theory/) (Tradução minha, um tanto grosseira e literal.)
Pode-se ver, no comentário feito por Bohman, o acento fortemente marxista da teoria crítica, da Escola de Frankfurt, ainda que não se ativesse exclusivamente ao marxismo. Vale lembrar que Marx e Engels, como outros seguidores de suas ideias o farão, de fato, propuseram a luta pela libertação, pela emancipação, da classe trabalhadora, opondo-se radicalmente à exploração capitalista. A Teoria Crítica, portanto, retoma a tradição marxista, fazendo uma análise crítica (problematizadora, questionadora, radical e minuciosa) dos fundamentos do capitalismo, tendo como ponto de partida, sem dúvida, as descobertas e as análises feitas por Marx e Engels, principalmente, e por outros teóricos da linha marxista. Eles também fizeram intensas e profundas análises do capitalismo, dispondo de bons conhecimentos da história do capitalismo e observando bem os acontecimentos de seu tempo, vários dos quais foram, de forma mais detida e minuciosa, investigados e tratados por eles em suas obras. Dois pequenos exemplos disto foram a indústria cultural e o nazi-fascismo.
No que diz respeito à indústria cultural, por exemplo, Adorno e Horkheimer falam de uma indústria elaborada, ao longo do tempo, pelo próprio sistema capitalista cuja finalidade é produzir e vender produtos culturais, como a música, o cinema, etc. Uma indústria com forte acento sobre o consumismo e cujos produtos têm pouca duração, porém constantemente renováveis, contribuindo para o aumento do capital dos grandes empresários e levando muitos à alienação e até à perda da própria identidade. No campo da música industrializada, Adorno percebeu o quanto ela é repetitiva, sem riqueza polifônica e feita para atrair multidões, ganhando sua adesão, como os demais produtos da indústria cultural.
Curiosamente, até hoje, em pleno século XXI, persiste firmemente essa indústria cultural, ainda mais aperfeiçoada e bem montada, vendendo produtos diversos, com destaque para as músicas e os filmes hollywoodianos, dentre outros, até mesmo livros, como os de auto-ajuda, de culinária, etc.! Juntamente com filmes e desenhos animados, outras indústrias se adaptam às ideias, mensagens e heróis que divulgam, aproveitando-se para também vender seus respectivos produtos: alimentos, brinquedos, roupas, etc. A indústria da moda é outro grande exemplo, sempre renovando o seu perfil e seus visuais, buscando atrair mais e mais consumidores. De fato, o consumismo é extremamente incentivado, principalmente com o auxílio dos meios de comunicação social (televisão, rádio, revistas, etc.), aumentando o capital e enriquecendo, cada vez mais, os capitalistas. A análise de Adorno e Horkheimer, como se vê, continua ainda muito atual ao adaptar-se aos tempos presentes.
O nazismo e o fascismo também foram muito estudados pelos membros da Escola de Frankfurt. Fascistas e nazistas conseguiram obter muitos membros e alcançar a aceitação de muitas pessoas, de grandes massas, em suas respectivas nações – Alemanha e Itália. Contudo, foram também cercados de horrores, como os da II Guerra Mundial e até mesmo anteriores a ela, como a Guerra Espanhola. As barbaridades e atrocidades cometidas pelos fasci-nazistas foram objeto de muitos debates entre os membros do Instituto de Pesquisas, que viam aí desfigurada a humanidade das pessoas.
O fascismo e o nazismo souberam articular propaganda intensa, conflitos sociais e outros. A ideologia do partido forte, capaz de dirigir a nação e resolver seus problemas, mexia na mente das pessoas, levando-as à aceitação, muitas vezes passiva, de valores e ideais determinados (como o ideal da raça pura, ariana), conforme os interesses dos grupos econômicos e políticos que se encontravam por trás dos bastidores do poder e que apoiavam os partidos fascista e nazista.
Ao longo dos anos que se seguiram ao final da II Guerra Mundial (1945), houve retorno de membros da Escola de Frankfurt, mas também houve os que preferiram ficar no exílio. Algumas décadas depois, com os falecimentos desses mesmos membros, a Escola acabou por fechar-se. No entanto, deixou sua marca e suas valiosíssimas e riquíssimas contribuições por meio dos estudos e das discussões que realizou.
Para aprender mais sobre a Escola de Frankfurt:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Frankfurt
http://educacao.uol.com.br/filosofia/escola-de-frankfurt.jhtm
http://pessoal.portoweb.com.br/jzago/frankfurt.htm
http://www.ccba.com.br/asp/cultura_texto.asp?idtexto=41
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2006/04/18/002.htm
http://plato.stanford.edu/entries/critical-theory/
http://plato.stanford.edu/entries/adorno/
http://plato.stanford.edu/entries/horkheimer/
http://plato.stanford.edu/entries/habermas/
http://plato.stanford.edu/entries/benjamin/