A filosofia existencialista, como o próprio nome aponta, empenha-se por refletir sobre a existência humana, sua razão de ser, num esforço por apreender a profundidade de seu significado. O existencialismo teve duas vertentes principais: uma cristã e uma ateia. A primeira buscou uma compreensão do existir humano apontando para um destino eterno, defendendo a imortalidade da vida espiritual. A segunda, ateia, da qual Sartre foi um dos representantes, deixa de lado a possibilidade de uma existência futura, eterna, não aceitando a existência de Deus nem do espírito (alma), e ocupa-se exclusivamente desta existência especificamente humana, "demasiadamente humana”, como dizia Nietzsche no século XIX, pensador cujas ideias influenciaram o existencialismo e outras correntes filosóficas do século XX e que ainda é muito estudado.
Um dos filósofos existencialistas de destaque, no século XX, foi o argelino Albert Camus, que, além de obras filosóficas propriamente ditas, escreveu também romances existencialistas. Em seu livro A Peste fala da invasão de ratos em uma cidade, trazendo doenças e males que mataram muitas pessoas. Inicialmente muitos habitantes não se davam conta da progressiva invasão, porém esta, de fato, acabou tornando-se uma peste, um mal terrível que se abateu sobre todos. Um médico, Dr. Rieu, junto com uma equipe que a ele se uniu, decidiu levar adiante o combate à peste que se abatera sobre a população, outras equipes foram surgindo e, paulatina e eficazmente, conseguiram combater aquele mal, até debelá-lo, mas foram necessários muita união e esforço coletivos.
Na verdade, A Peste faz referência direta à invasão nazista, durante a II Guerra Mundial (1939 - 1945), que provocou a morte de muitas pessoas na França, Argélia e em muitos outros lugares da Europa, da Ásia, da África e do mundo. Aliados aos países que combatiam o nazi-fascismo, grupos de resistência surgiram, de fato, em muitos lugares, com destaque particular para a França e a Argélia.
Ao longo de seu livro, Camus faz uma verdadeira avaliação da existência humana, buscando demonstrar a sua importância, bem como os valores mais preciosos que a permeiam, como a amizade, a união, a coragem de doar a vida em prol de outras pessoas (como aqueles combatentes que se empenharam por debelar a praga ou peste que assolava a cidade), a liberdade pela qual merece haver luta e resistência sobre-humanas, a responsabilidade por si e pelos outros, dentre outros valores.
Outro filósofo destacado foi Jean-Paul Sartre, francês, que também pertenceu à corrente existencialista. Sartre, em seus livros, trata de questões gerais, específicas e cotidianas da vida humana, tendo foco a busca de uma compreensão mais profunda do existir. Em seu livro O Existencialismo é um Humanismo e em vários outros, Sartre apresenta e defende incisivamente o existencialismo ateu. Aí afirma que “a existência precede a essência”. O que ele quer dizer com isto? Que é preciso, primeiramente, existir, a fim de que se possa refletir sobre o que é o ser humano, sobre sua essência, aquilo que o define como tal, diferentemente de outros seres.
De acordo com Sartre, não existe uma essência (um fundamento) prévia(o) que defina o ser humano antes que ele se sinta como ser existente. O ser humano é aquilo que ele se faz, nada além disto. Perceber-se como ser existente é o primeiro princípio para que o ser humano possa refletir a respeito de si mesmo e, sem dúvida, sobre o mundo que o rodeia.
Ademais, o ser humano encontra-se só, não dispondo, acima dele, de nenhum criador, de nenhuma divindade (nem Deus nem o diabo), não podendo culpar a ninguém mais, além de si mesmo, por tudo o que venha a ocorrer-lhe, suceder-lhe. O ser humano é responsável por tudo o que faz, sendo responsável, portanto, por sua existência.
Quanto às determinações históricas e sociais, Sartre defende a ideia de que importa não simplesmente o que foi feito do ser humano (as determinações propriamente ditas), mas principalmente o que este faz de sua vida a partir daí. Cada ser humano dispõe de imensa responsabilidade sobre aquilo que se torna. Ninguém está isento dessa responsabilidade sobre o seu existir. É claro, já que a existência implica a presença de outras pessoas, com as quais se compartilha o existir, então faz-se necessária uma preocupação também com estas, com a busca de seu bem-estar, além do próprio.
Vale notar que a frase de Sartre “a existência precede a essência” faz um contraponto em relação à frase teológica medieval que dizia que, no caso das criaturas, dentre as quais o próprio ser humano, “a essência precede a existência”. De acordo com esta última afirmação, aquilo que os seres criados são ou viriam a ser, isto é, sua essência característica, já se encontrava previamente na mente de Deus antes da criação. Quanto a Deus, por sua vez, os teólogos cristãos medievais, particularmente a partir da escolástica, afirmavam que nele a essência e a existência se confundem, não havendo como separá-las.
Ora, quando Sartre defende a precedência da existência sobre a essência, na verdade, está renegando a ideia de criação realizada por Deus e até nega a existência deste. Não há uma existência de Deus e uma da criatura. O mundo, simplesmente, existe e está aí, assim como o ser humano, que precisa primeiramente existir e sentir-se como ser existente para, então, poder refletir sobre si mesmo. E cabe ao ser humano dar conta de sua existência efêmera, única, devendo viver intensamente o presente. Para Sartre, o ser humano é um “projeto”, termo usado pelo filósofo para referir-se ao fato de que os seres humanos são capazes de projetar-se (lançar-se), a partir do presente, em direção ao futuro. De fato, o ser humano é um ser capaz de, fazendo uso de sua racionalidade, imaginar o seu futuro, planejá-lo e até mesmo torná-lo melhor.
A liberdade humana, para Sartre, é acompanhada de perto, passo a passo, pela responsabilidade. O bem e o mal não existem fora do ser humano. Este os carrega dentro de si, tendo a possibilidade de tornar o mundo melhor ou até mesmo de destruí-lo, de tornar-se um ser melhor ou pior para si e para seus semelhantes, dependendo de suas decisões e ações concretas. Portanto, sua responsabilidade é imensa.
Um dos filósofos existencialistas de destaque, no século XX, foi o argelino Albert Camus, que, além de obras filosóficas propriamente ditas, escreveu também romances existencialistas. Em seu livro A Peste fala da invasão de ratos em uma cidade, trazendo doenças e males que mataram muitas pessoas. Inicialmente muitos habitantes não se davam conta da progressiva invasão, porém esta, de fato, acabou tornando-se uma peste, um mal terrível que se abateu sobre todos. Um médico, Dr. Rieu, junto com uma equipe que a ele se uniu, decidiu levar adiante o combate à peste que se abatera sobre a população, outras equipes foram surgindo e, paulatina e eficazmente, conseguiram combater aquele mal, até debelá-lo, mas foram necessários muita união e esforço coletivos.
Na verdade, A Peste faz referência direta à invasão nazista, durante a II Guerra Mundial (1939 - 1945), que provocou a morte de muitas pessoas na França, Argélia e em muitos outros lugares da Europa, da Ásia, da África e do mundo. Aliados aos países que combatiam o nazi-fascismo, grupos de resistência surgiram, de fato, em muitos lugares, com destaque particular para a França e a Argélia.
Ao longo de seu livro, Camus faz uma verdadeira avaliação da existência humana, buscando demonstrar a sua importância, bem como os valores mais preciosos que a permeiam, como a amizade, a união, a coragem de doar a vida em prol de outras pessoas (como aqueles combatentes que se empenharam por debelar a praga ou peste que assolava a cidade), a liberdade pela qual merece haver luta e resistência sobre-humanas, a responsabilidade por si e pelos outros, dentre outros valores.
Outro filósofo destacado foi Jean-Paul Sartre, francês, que também pertenceu à corrente existencialista. Sartre, em seus livros, trata de questões gerais, específicas e cotidianas da vida humana, tendo foco a busca de uma compreensão mais profunda do existir. Em seu livro O Existencialismo é um Humanismo e em vários outros, Sartre apresenta e defende incisivamente o existencialismo ateu. Aí afirma que “a existência precede a essência”. O que ele quer dizer com isto? Que é preciso, primeiramente, existir, a fim de que se possa refletir sobre o que é o ser humano, sobre sua essência, aquilo que o define como tal, diferentemente de outros seres.
De acordo com Sartre, não existe uma essência (um fundamento) prévia(o) que defina o ser humano antes que ele se sinta como ser existente. O ser humano é aquilo que ele se faz, nada além disto. Perceber-se como ser existente é o primeiro princípio para que o ser humano possa refletir a respeito de si mesmo e, sem dúvida, sobre o mundo que o rodeia.
Ademais, o ser humano encontra-se só, não dispondo, acima dele, de nenhum criador, de nenhuma divindade (nem Deus nem o diabo), não podendo culpar a ninguém mais, além de si mesmo, por tudo o que venha a ocorrer-lhe, suceder-lhe. O ser humano é responsável por tudo o que faz, sendo responsável, portanto, por sua existência.
Quanto às determinações históricas e sociais, Sartre defende a ideia de que importa não simplesmente o que foi feito do ser humano (as determinações propriamente ditas), mas principalmente o que este faz de sua vida a partir daí. Cada ser humano dispõe de imensa responsabilidade sobre aquilo que se torna. Ninguém está isento dessa responsabilidade sobre o seu existir. É claro, já que a existência implica a presença de outras pessoas, com as quais se compartilha o existir, então faz-se necessária uma preocupação também com estas, com a busca de seu bem-estar, além do próprio.
Vale notar que a frase de Sartre “a existência precede a essência” faz um contraponto em relação à frase teológica medieval que dizia que, no caso das criaturas, dentre as quais o próprio ser humano, “a essência precede a existência”. De acordo com esta última afirmação, aquilo que os seres criados são ou viriam a ser, isto é, sua essência característica, já se encontrava previamente na mente de Deus antes da criação. Quanto a Deus, por sua vez, os teólogos cristãos medievais, particularmente a partir da escolástica, afirmavam que nele a essência e a existência se confundem, não havendo como separá-las.
Ora, quando Sartre defende a precedência da existência sobre a essência, na verdade, está renegando a ideia de criação realizada por Deus e até nega a existência deste. Não há uma existência de Deus e uma da criatura. O mundo, simplesmente, existe e está aí, assim como o ser humano, que precisa primeiramente existir e sentir-se como ser existente para, então, poder refletir sobre si mesmo. E cabe ao ser humano dar conta de sua existência efêmera, única, devendo viver intensamente o presente. Para Sartre, o ser humano é um “projeto”, termo usado pelo filósofo para referir-se ao fato de que os seres humanos são capazes de projetar-se (lançar-se), a partir do presente, em direção ao futuro. De fato, o ser humano é um ser capaz de, fazendo uso de sua racionalidade, imaginar o seu futuro, planejá-lo e até mesmo torná-lo melhor.
A liberdade humana, para Sartre, é acompanhada de perto, passo a passo, pela responsabilidade. O bem e o mal não existem fora do ser humano. Este os carrega dentro de si, tendo a possibilidade de tornar o mundo melhor ou até mesmo de destruí-lo, de tornar-se um ser melhor ou pior para si e para seus semelhantes, dependendo de suas decisões e ações concretas. Portanto, sua responsabilidade é imensa.
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