segunda-feira, 19 de maio de 2014

TABELA INTERDISCIPLINAR DA ÉTICA (Prof. José Antônio Brazão.)

Uma possível atividade de introdução ao estudo da ética, no Ensino Médio, pode ser uma tabela simples, como a que se encontra abaixo. Ela pode ser feita diretamente no quadro usado em sala de aula ou por meio de cópia. Melhor no quadro, pois os gastos são mínimos, o que não impede o uso da cópia ou de outro recurso, inclusive tecnológico, conforme seja possível.
A proposta dessa tabela é um diálogo interdisciplinar básico com o conteúdo Língua Portuguesa, em razão de trabalhar com sinônimos, antônimos e elaboração de pequenas frases contendo o valor ético mencionado.
Os "prejuízos para a pessoa e a sociedade" correspondem ao antônimo (o contrário) do valor ético mencionado ou proposto inicialmente.
A partir dessa tabela interdisciplinar pode-se pôr, em sala de aula, a discussão sobre a ética e sua importância no mundo de hoje, tempo em que ela é, sem dúvida, tão necessária!
Pode-se, mais adiante, professor(a), propor o estudo de pensadores (filósofos e filósofas) que, ao longo da história da filosofia, refletiram sobre a ética.
Podem ser também trabalhadas situações, no mundo atual, em que se encontrem verdadeiros desafios à ética, tanto no Brasil quanto em outros países. Notícias de jornais e revistas, no papel ou televisivos, podem ajudar. Debates acalorados podem surgir em sala de aula! Professor(a), faça muito bom proveito e aprimore esta tabela da ética. Faça outras, crie. Você é capaz.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE GOIÁS

SUBSECRETARIA METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO

COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS

TABELA INTERDISCIPLINAR DA ÉTICA (Prof. José Antônio Brazão.)

VALOR ÉTICO
SINÔNIMOS
BENEFÍCIOS PARA A PESSOA E A SOCIEDADE
ANTÔNIMOS
PREJUÍZOS PARA A PESSOA E A SOCIEDADE
COMENTÁRIO(S)\ RAZÕES\UMA FRASE
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OUTROS (LISTA)
 

1)Usar o quadro. 2)Gizes brancos e\ou coloridos. 3)Levantamento de palavras e ideias com as turmas. Partir dos(as) estudantes e ir anotando no quadro. 4)Pedir que anotem no caderno, caso você, professor(a), deseje, para fixação e posterior estudo pessoal (e\ou coletivo). 5)Um dicionário, caso seja necessário, pode ajudar. OBS.: DIÁLOGO  INTERDISCIPLINAR COM A LÍNGUA PORTUGUESA. AJUDA MÚTUA!

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE GOIÁS

SUBSECRETARIA METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO

COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS

TABELA INTERDISCIPLINAR DA ÉTICA (Prof. José Antônio Brazão.)

VALOR ÉTICO
(EXEMPLOS)
SINÔNIMOS
BENEFÍCIOS PARA A PESSOA E A SOCIEDADE
ANTÔNIMOS
PREJUÍZOS PARA A PESSOA E A SOCIEDADE
COMENTÁRIO(S)\ RAZÕES\UMA FRASE
DECÊNCIA
 
 
 
 
 
AMOR
 
 
 
 
 
LEALDADE
 
 
 
 
 
FIDELIDADE
 
 
 
 
 
AMIZADE
 
 
 
 
 
HONESTIDADE
 
 
 
 
 
JUSTIÇA
 
 
 
 
 
OUTROS (LISTA)
EDUCAÇÃO (FAMILIAR, VITAL E SOCIAL), COMPREENSÃO, CORAGEM, SOLIDARIEDADE, COMPAIXÃO, ETC.

1)Usar o quadro. 2)Gizes brancos e\ou coloridos. 3)Levantamento de palavras e ideias com as turmas. Partir dos(as) estudantes e ir anotando no quadro. 4)Pedir que anotem no caderno, caso você, professor(a), deseje, para fixação e posterior estudo pessoal (e\ou coletivo). 5)Um dicionário, caso seja necessário, pode ajudar. OBS.: DIÁLOGO INTERDISCIPLINAR COM A LÍNGUA PORTUGUESA. AJUDA MÚTUA!

domingo, 18 de maio de 2014

ESTÉTICA: A ARTE E O MUNDO DOS SÍMBOLOS (Prof. José Antônio Brazão.)


Dentre as grandes formas de expressão da percepção humana do mundo circundante encontra-se a arte. E nela se encontram diversidades de expressão: a pintura, a escultura, a literatura, o desenho, a música com suas diferenciações (clássica, hip hop, rock, sertaneja, instrumental, oral, oral-instrumental, etc.), a modelagem, a arquitetura, além de muitas outras. A arte é linguagens carregadas da capacidade de transmitir ideias e valores, em cada tempo da história. Através dela pode-se justificar ou criticar a realidade social, econômica e política, comunicar valores como o amor ou o ódio, a alegria ou a tristeza, dentre outros tantos usos e significações.

A arte é muito antiga: agrupamentos humanos que viviam junto ao mar, há milhares de anos, perfuravam conchas e as entrelaçavam com linhas feitas de fibras e formavam colares, com certeza usados, por exemplo, como enfeites e formas de embelezamento das mulheres. A vaidade, seguramente, é antiga e significativa! Houve outros grupos que, vivendo nas cavernas, ao aprender a dominar a técnica de extrair cores de certas rochas e\ou do carvão e\ou de plantas, misturando um pouco de água e\ou cuspe, fizeram pinturas em paredes de suas respectivas cavernas.

As mais famosas pinturas rupestres de cavernas são, provavelmente, as de Lascaux, na França, em razão do detalhismo nelas presente. Mas também encontráveis até no nordeste e no norte do Brasil. Isto prova a importância dos elementos artísticos para a vida das pessoas primitivas, seja como formas de certo domínio ritual sobre os animais que eram caçados (muitas pinturas rupestres são, de fato, de animais), para dar sorte nas caçadas, seja como forma de registro para outras pessoas, num tempo em que a escrita propriamente dita ainda não havia surgido.

A pintura do corpo, seja no momento dos rituais de passagens de fases da vida, seja como preparação para a guerra, seja para separar os chefes ou por qualquer outro motivo, foi ainda outro tipo de arte presente em tempos bem recuados, sendo, aliás, ainda em nosso tempo. Curiosamente, quanto ao corpo, a estética facial, a modelagem corporal, a maquiagem, a radicalidade das tatuagens, dentre outras, são formas vivas do quanto as pessoas são capazes de usar a arte para transmitir ideias de beleza, de atratividade humana, de expressão do amor ou do desejo de transmitir certas mensagens, de pertença a algum grupo (a alguma tribo, como se diz no dia a dia) ou até de crítica social e política  (há pessoas que tatuam símbolos políticos e\ou sociais).

Outra arte fundamental, desde o momento em que os seres humanos primitivos aprenderam a articular a linguagem falada, foi a arte de contar histórias. Para tanto, a capacidade de criar (a criatividade) e a imaginação foram fundamentais, aliadas à observação do mundo, à curiosidade e ao desejo de entender a realidade, inserindo nela a vida da tribo, das pessoas, dos seres humanos. A arte de contar histórias chegou a um grau tão grande e significativo que passou a ser usada como um meio educativo de transmissão de valores e ideias às novas gerações, como meio, juntamente com a religiosidade, de criar mitos, formas primitivas de explicação do mundo, tão fortes que até hoje são usados na arte contemporânea, desde a pintura, passando pela ciência psicanalítica e junguiana, até o cinema (inúmeros filmes contêm elementos da mitologia greco-romana, chinesa e de outros povos).

Ao sair das cavernas e com a sedentarização de grupos e tribos, a arte da arquitetura, em diferentes sociedades, para uso público ou privado e como forma de embelezamento e de poder: pirâmides no Egito e na América Central, zigurates na Mesopotâmia, prédios públicos e templos magníficos nesses lugares, na Grécia e em Roma. No mundo atual: grandiosas e magníficas obras arquitetônicas em muitos lugares.

Retomando o campo do relato do sagrado, do mítico, a arte de contar histórias foi enriquecida com a invenção da escrita. Dois bons exemplos disto, no mundo ocidental, foram Hesíodo e Homero, poetas gregos que viveram há vários séculos antes de Cristo e cujas obras-primas (Teogonia, Os Trabalhos e os Dias, do primeiro; Ilíada e Odisseia, do segundo) foram copiadas e recopiadas, transmitidas e retransmitidas ao longo dos últimos milênios, chegando aos tempos atuais.

Com o passar do tempo e com a complexificação das relações político-economico-sociais, a arte foi também complexificando-se. No campo religioso, por exemplo, com o surgimento das cidades e de novos deuses que antes não existiam em tribos caçadoras. Houve a incorporação, em alguns casos (o gregos, por exemplo, adoravam Pã, Diana e outros), de deuses da caça e do campo. O fato é que, juntamente com as novidades, com as novas relações sociais e políticas, a arte também foi tomando novas formas: no Egito antigo, na Grécia antiga, na Mesopotâmia com suas cidades-estados, Persas, além de outros povos antigos, a arte foi aprimorada a um alto grau de desenvolvimento: formas e contornos mais precisos e naturalísticos, uma imensa quantidade de tonalidades de cores, com novas técnicas de produção material destas, etc. A arte também passou a expressar, mais profunda e significativamente, o poder: desde o poder político-social humano até o poder de deuses e deusas e, com estes, dos seus representantes religiosos, os sacerdotes e as sacerdotisas.

E quanto aos mundos mitológicos greco-romano e egípcio, vale a pena lembrar que a poesia dos aedos (poetas), no caso dos gregos, ou dos sacerdotes, no caso dos egípcios, a escrita e a escultura de deuses e deusas, juntamente com a pintura nas paredes, com a arte da ourivesaria e outras ligadas ao culto das divindades, mostram o quanto tipos diferentes de artes podem ser usados. No mundo atual, curiosamente, nos meios de comunicação social e, para citar novamente, no cinema, pode-se perceber claramente a conjugação de diferentes artes, tanto auditivas quanto visuais, gráficas e computacionais, tornando-os fortemente atrativos, convidativos. Conjunção de formas artísticas com finalidades comerciais (incentivo ao consumo e ao consumismo), políticas (artes usadas para transmitir ideias de poder e para garantir sua manutenção), ou simplesmente para expressar o amor e a vida, as relações entre as pessoas, dando a tais relações significados novos. Conjunção também presente igualmente em tendências artísticas, com sua rica expressividade e sua beleza própria, sem desmerecer toda a riqueza do caráter histórico da arte e que acrescentam à história desta algo novo ou revisto com novos olhos, dentro de cada contexto.

Os filósofos também pensaram a arte. Para Platão (grego, séculos V\IV a.C.), como expõe na República, a arte é uma imitação da imitação, uma cópia da cópia do mundo inteligível, isto é, cópia imperfeita do mundo sensível, que é, por sua vez, cópia do Mundo das Ideias (mundo inteligível). Para Hegel (séculos XVIII\parte do XIX d.C.), em sua Fenomenologia do Espírito, uma manifestação do espírito objetivo e do conjunto da evolução do espírito, desde o espírito subjetivo, passando pelo objetivo, até o momento em que o espírito (a cultura humana tomada em um caráter abstrato, ou seja, a nível de pensamento, separadamente do real) alcança seu nível mais alto: o espírito absoluto. Para Nietzsche (séc. XIX) a arte carrega a vitalidade da vida, uma manifestação dos princípios apolíneo e dionisíaco, da dialética entre a preocupação com a precisão e a ponderação do apolíneo, o desequilíbrio (como a da embriaguez do vinho produzido nas vinhas de Baco-Dioniso), a desordem, a vitalidade e a alegria do dionisíaco. Para Marx e Engels, também do século XIX, como mostram, por exemplo, o Manifesto do Partido Comunista e A Ideologia Alemã, a arte faz parte da superestrutura nascida da base econômica, da produção da vida material e das relações que aí se estabelecem a cada época da história.

No século XIX, Freud e Jung, os grandes pesquisadores da psicologia humana, souberam explorar bem o conhecimento da arte e de como nela encontram-se também elementos da expressão do inconsciente humano, como forma de sublimação dos impulsos sexuais (Freud) ou como expressão do inconsciente coletivo da humanidade e da capacidade criativa do inconsciente (Jung). Com certeza, a arte é uma das grandes manifestações da criatividade consciente e inconsciente humana. No século XX, Adorno e Horkheimer, ambos da Escola de Frankfurt, chamaram atenção para a transformação econômica da arte, como objeto de consumo e servindo ao mundo do consumo, por meio da indústria cultural. É claro, mesmo percebendo que essa indústria é capaz de incorporar diferentes formas de arte, souberam distinguir, por exemplo, entre o tipo próprio, mais comum da música da indústria cultural (citam, p. ex., entre outras, o jazz, marcante em sua época), com suas repetições e pouca complexidade, que atinge um grande público, e as obras da música clássica, com sua rica complexidade.

Curiosamente, nos primeiros meses de 2014, uma discussão acerca da arte e de sua relação com a vida social e a indústria cultural abriu-se, por ocasião de uma prova aplicada para estudantes em Brasília, em torno de uma pergunta proposta por um professor de Filosofia, o que mostra a atualidade da discussão frankfurtiana.

No mundo atual, a arte encontra-se espalhada em muitos lugares: nas ruas (p. ex.: cantores e cantoras de ruas, grafites nos muros, na arquitetura dos prédios), nas paredes de diversas repartições públicas, nos teatros, nos ateliês, nos museus e assim por diante.

Enfim, manifestada como expressão do espírito humano e mesmo posta em leves ou acirradas discussões, o fato é que sem a arte, com certeza, a vida humana tornar-se-ia entediante e poderia perder muito de sua riqueza humanístico-cultural e até mesmo de sua história (arqueólogos, pesquisadores e historiadores que o digam!).

Professor(a) de Filosofia: (1) proponha um trabalho em grupos sobre a arte em diferentes épocas da história da arte, através de cartazes, slides e\ou vídeos produzidos pelos e pelas estudantes; (2) que tragam o resultado para a sala de aula e discutam, explorando diversos aspectos da arte e refletindo sobre eles; (3) a seguir, por diferentes meios, trabalhe com textos de filósofos(as), de diferentes épocas da história da Filosofia, sobre a arte e, com as turmas, como eles(as) dela tratam; (4) reflita com as turmas sobre a arte e a estética hoje e seus aspectos econômicos, sociais, políticos e ideológicos e como, mesmo ligada a estes, a arte manifesta profundamente o humano, demasiadamente humano.

terça-feira, 13 de maio de 2014

OS SÍMBOLOS PARTE 2: OS SÍMBOLOS E AS RELAÇÕES DE PODER: (Prof. José Antônio Brazão.)

Se os símbolos, como foi visto antes, são parte integrante da vida humana, vitais à existência, também podem marcar ou definir relações de poder no interior das sociedades, historicamente situadas. Mesmo em agrupamentos menores, como as tribos indígenas, por exemplo, há símbolos de poder: os cocares dos chefes, os colares, as tatuagens dos pajés, de chefes e guerreiros, as vestimentas cerimoniais, dentre outros elementos, demarcam claramente relações de poder.

No Japão medieval, as bandeiras dos clãs, as roupas dos chefes, as armaduras e outros elementos das vestimentas dos samurais, por exemplo, constituíam símbolos de poder, de separação e de prestígio social, de definição entre quem manda e quem é comandado.

No Egito antigo, as pirâmides foram e ainda são (pois continuarão existindo por muito tempo) estruturas arquitetônicas imponentes do poder dos faraós, símbolos de poder visíveis a longas distâncias. Além delas, as vestimentas ricamente elaboradas, algumas das quais cravejadas de ouro e pedras preciosas e semipreciosas, as pinturas no corpo, os palácios ricamente elaborados e fortemente construídos, lembravam a todos o poder divino no faraó, poder sustentado também pelos símbolos, pelos relatos (mitos) religiosos e pelos sacerdotes. Curiosamente, os sacerdotes egípcios costumavam raspar o corpo e estavam dentre aqueles poucos que conheciam um símbolo fundamental, até mesmo de poder: a escrita hieroglífica, também dominada por escribas. A maioria do povo não conhecia a língua escrita. Portanto, quem a conhecia dispunha também de poder.

Ainda quanto ao conhecimento da língua escrita e da interpretação dos textos sagrados, que definiam a vida e até mesmo constituíam-se como normas legais, os sacerdotes israelitas (saduceus, fariseus e sacerdotes do templo de Jerusalém), até nos tempos de Cristo e tempos depois, juntamente com os escribas, estavam entre os poucos letrados no antigo Israel. Consequentemente, eram os únicos que podiam interpretar as leis judaicas condensadas nas sagradas escrituras, contribuindo, deste modo, para manter seu poder e o poder dos reis, em meio a uma população cuja maioria era, sem dúvida, analfabeta. E quanto a outros símbolos de seu poder, as roupas sacerdotais ricamente decoradas (vejam-se, por exemplo, descrições nos livros bíblicos do Levítico, do Êxodo, do Deuteronômio e dos Números), os altares aos quais somente eles tinham acesso, dentre outros, marcavam uma clara separação entre o sagrado e o profano, entre quem tem acesso direto a Deus e à interpretação de suas leis e quem deve seguir suas normas, divinamente definidas. Ao poder divino, sagrado, sacerdotal, aliava-se o poder legal e político.

Quanto aos reis e rainhas, faraós e outros chefes, durante muito tempo, o seu poder era reforçado simbolicamente pela escolha divina, pela bênção e pela coroação feita por sacerdotes. Por quê? Porque o poder político, investido de poder religioso, contribuía para reforçar a obediência de súditos e súditas, mantendo seu respeito por aquele(s).

As construções também (as pirâmides, comentadas acima, por exemplo) eram e são, ainda hoje, símbolos da imponência do poder político: palácios, templos, tribunais, prédios de ministérios, dentre outras edificações, além de locais de trabalho dos dirigentes, meios simbólicos de demonstração do poder político e ideológico.

Estátuas e monumentos encontram-se entre outros elementos simbólicos de poder: Alexandre Magno e os imperadores romanos souberam usar de estátuas e bustos, em cópias espalhadas pela totalidade de seus respectivos impérios, lembravam aos súditos quem manda e quem deve obedecer. Ora mostravam o poder de dar vida, ora de, se necessário, matar, ora com símbolos militares, ora mostrando-se, ao mesmo tempo, brandos, capazes de sujeitar inimigos (a coluna de Trajano é um bom exemplo) e firmes em seu poder.

Além dos prédios imponentes e das estátuas, em pedra ou bronze, também as estelas, os obeliscos, as colunas ricamente esculpidas, os zigurates, as esculturas em paredes mostrando vitórias sobre inimigos (o palácio de Persépolis, do antigo império persa, é um exemplo), os inimigos presos mostrados em paredes e montanhas, eis aí mais símbolos vivos do poder.

Curiosamente, ainda hoje, escolas, repartições públicas e outras trazem a foto do(a) presidente da república, do(a) governador(a), do(a) prefeito(a), do rei ou da rainha, lembrando aos cidadãos e cidadãs que, para além daquele ambiente em que se encontram, há um(a) chefe, um(a) líder, com grande poder, respaldado(a) pelo referendo popular ou por transmissão familiar (dinastia) ou por determinação religiosa ou por conquista. É claro, nenhum(a) líder dirigiu ou dirige sozinho(a) seu país ou seu império, precisando de ministros, sacerdotes, generais, administradores e outras pessoas constituídas de certo poder para poder mandar. Aí, interessantemente, o poder da classe ou da casta ou estamento social a quem o(a) governante representa ou da(o) qual até mesmo faz parte e cujo poder econômico, político e social é mantido.

Os símbolos militares, definindo as patentes de cada tipo de militar, lembram da hierarquia de poder e de obediência no mundo militar e de respeito no mundo social e político.

Em termos econômicos, prédios comerciais, marcas de roupas e outras tantas, logotipos, imagens, outdoors, revistas prestigiadas de moda, de carros e outros, em outras mídias (a televisão, que é mais vista pela maioria da população), etc., são símbolos claros do poder econômico, social e de prestígio de empresas e de grupos nacionais e multinacionais. São símbolos do poder e da força dos grupos e classes cujo poder econômico é grande e que é preciso ser mantido e lembrado, reforçando-o e mesmo ampliando-o significativamente.

Professor(a), proponha para as turmas um levantamento de símbolos de poder político, econômico, social e ideológico, com cartazes ou em vídeos ou slides feitos por grupos, em diferentes povos e épocas da história e, especialmente, no mundo atual. Cada grupo pode ficar encarregado de uma etapa (momento) histórica(o) ou de um povo ou de um aspecto atual dos símbolos no poder político, religioso, econômico, etc. A seguir, cada grupo ficará encarregado de apresentar os símbolos de poder que conseguiu, com sua pesquisa e seu trabalho, obter. A pesquisa de tais símbolos poderá ser feita no laboratório de informática da escola e\ou na internet em casa e\ou em livros e revistas existentes na biblioteca da escola e\ou outra biblioteca a que os grupos tenham acesso. Pode ser um trabalho imensamente enriquecedor do aprendizado de Filosofia! Ademais, pode ser feito de forma interdisciplinar, com a ajuda da História, da Geografia e de outras áreas do conhecimento estudadas nas escolas.