quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

BARALHO DAS QUATRO FASES DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA em preto e branco (Prof. José Antônio Brazão.)























Baralho que contém alguns filósofos e filósofas das quatro fases da história da filosofia. 
Baralho com fins exclusivamente didáticos, ou seja, para ensino e aprendizado de filosofia.
Professor(a) ou interessado(a), procure tirar as cópias com uma tonalidade menor de preto\branco, para não saírem borradas as imagens. Pode ser um material de apoio para o ensino e no aprendizado de filosofia em escolas.
Faltam muitos(as) filósofos(as) e pensadores(as), por conta do tamanho natural dos baralhos, com número definido de cartas.
Bom proveito!

domingo, 8 de setembro de 2019

FILOSOFIA EM POESIA 22: A TEORIA DAS QUATRO CAUSAS DE ARISTÓTELES: (Prof. José Antônio Brazão.)


FILOSOFIA EM POESIA 22: A TEORIA DAS QUATRO CAUSAS DE ARISTÓTELES: (Prof. José Antônio Brazão.)
Do movimento Aristóteles
Ao estudo se lança.
Movimentos são devires:
Transformação, deslocamento, mudança.

Movimento é passagem
Da potência ao ato
Nele há fatores que agem
Até tornar-se um fato.

Potência é possibilidade
Que tudo tem de vir a ser.
Ato é o tornar realidade,
Fazendo a potência acontecer.

Quatro causas fundamentais
Fazem o movimento dos seres no plano terrenal,
Provocando-lhes mudanças essenciais.
São elas material, formal, eficiente e final.

Material é a matéria de um ser,
Formal é a forma dada pelo homem ou pela natureza,
Eficiente é aquela que faz acontecer,
Final é a razão, o objetivo de toda essa proeza.

Uma estátua feita de pedra
Tem nesta sua causa material,
Tendo o escultor na mente a forma,
Sendo ele causa eficiente visando a causa final.

Árvore é feita de matéria da terra,
Sua forma, internalizada na semente,
Teve nas condições naturais causa eficiente,
Tornar-se frondosa e/ou frutífera seu fim inerente.

No caso da natureza,
A forma contida na semente foi a maneira
Que ela encontrou, com fineza,
Para distinguir jequitibá de pitangueira.

A madeira-matéria do carvalho
É transformada na forma de mesa
Na mente do marceneiro, cujo eficiente trabalho
Tem por uma causa final o altar da igreja.

Mais causas finais a mesa poderia ter:
Numa bela sala de jantar vir a servir,
Em salas com professor e estudantes a debater
Ou suporte para vasos de plantas a florir.

Outras matérias podem a mesa compor:
Metal, pedra, plástico, outras e até vidro.
Conforme deseje o fator
Que venha a tê-la feito e polido.

A forma de mesa pode ser
Quadrada, retangular, circular, oval
Da básica geometria o saber
Matemático fundamental.

A eficiência do trabalho de quem faz
Transporá a forma na matéria
Conforme o fim-objetivo sagaz,
Tornando-a sólida e não etérea.

A eficiência da chuva na natureza,
Faz a semente brotar e crescer com fulgor,
Caindo na terra, faz despontar a beleza
Que tem do pé de maracujá a flor.

No geocêntrico universo, no mundo sublunar,
As quatro causas do movimento,
Ao tudo, aqui, pôr em devir, modificar,
Expõem sua força e seu acento.

Devir de que falava o efésio Heráclito:
Tudo em movimento se encontra,
Como a imagem de bélico conflito
Que a reis com seus súditos remonta.

Chauí as quatro causas analisando,
Descobriu não terem o mesmo valor,
Aristóteles, as hierarquizando,
Relações sociais a nelas transpor.

Menos é a eficiente valiosa,
Junto com a causa material,
Sendo a formal prestigiosa
Junto com a causa final.

Material e eficiente causas
São ao corpo externas,
Formal e final, frutos de mentais pausas,
São ao humano intelecto internas.

Na antiga Grécia escravista,
Havia senhores com muitos escravos
A realizar os afazeres da vida
Tirando daqueles desta os agravos.

Senhores podiam dedicar-se à política,
A assistências às tragédias e comédias do teatro,
Intelectuais à filosofia, à poesia e à escrita.
E certos políticos? Em estátuas, seu retrato.

Nas atividades técnicas e de fabricação
Senhores e filhos não iam se aventurar:
Eram de escravos e cidadãos de baixa condição.
Mas no governo e na teoria tempo tinham para adentrar.

Por milênios, melhor explicação do mundo representou,
No Ocidente, a das quatro causas teoria.
No entender da sublunar realidade perdurou,
Na filosofia, na física e na ciência.

No geocêntrico mundo aristotélico
Dois mundos havia: o supralunar,
Dos astros, claro e belo, etérico,
E a Terra, no centro, sublunar.

O éter é pura e cristalina substância,
A preencher as formas e a composição
Da Lua, de planetas e estrelas a essência,
Incapazes de sofrer falhas ou imperfeição.

Do geocêntrico do mundo sistema
Platão e Eudoxo já tinham dado conta,
Mas foi o aristotélico esquema
Que marcou pensadores e até poetas de ponta.

Aprimorado foi por Cláudio Ptolomeu,
A mostrar a cêntrica Terra e sua redondeza,
No Almagesto, por finos cálculos que conheceu
De Euclides e matemáticos de esperteza.

De Dante a Comédia Divina,
A ir do Inferno profundo aos céus fecundos,
Aos portugueses, de Camões, que Tétis ensina,
Ao ir da celestial  realidade ao terreno mundo.

Com a moderna natural filosofia,
De Copérnico a Isaac Newton,
Que novas leis da natura descobriria,
A teoria das quatro causas perdeu o tom.

Aristóteles, sem dúvida,
Foi brilhante filósofo e cientista,
Deixando rica herança legada
Para o mundo à plena vista.


REFERÊNCIAS SIMPLES:

CHAUÍ, Marilena. O que é Ideologia? 2.ed. São Paulo, Brasiliense, 2008. (Primeiros Passos, 13.)

Livros didáticos: (1) Filosofando: Introdução à Filosofia. (Martins e Arruda) (2) Convite à Filosofia. (M. Chauí). (3) Iniciação à Filosofia. (M. Chauí)

quarta-feira, 26 de junho de 2019

FILOSOFIA EM POESIA 21: A FILOSOFIA DA CIÊNCIA, THOMAS KUHN E KARL POPPER (Prof. José Antônio Brazão.)


FILOSOFIA EM POESIA 21
A FILOSOFIA DA CIÊNCIA, THOMAS KUHN E KARL POPPER (Prof. José Antônio Brazão.)
Com da ciência o entendimento
Diferentes filósofos se depararam.
Para dispor dela o conhecimento
A filosofia da ciência criaram.

Cientistas, desde passados tempos,
Fazem largo uso da empiria,
Com a razão e muitos experimentos,
Usando os sentidos, instrumentos e energia.

Para decifrar a natureza e o universo
Cientistas criaram teorias e modelos
Deixando da imaginação o percurso
Buscar daqueles as imagens como em espelhos.

Científicos modelos vêm e vão:
Seja o ptolomaico sistema geocêntrico,
Como era do cosmos antiga visão,
Ou o copernicano sistema heliocêntrico.

Quando um modelo correta e devidamente
O mundo ou a natureza não mais explica
Ocorre o que Thomas Kuhn precisamente
Define como revolução científica.

Como de Newton a teoria da gravidade,
Na revolução científica moderna,
Revisada foi pela da relatividade
De Albert Einstein a teoria hodierna.

Por meio de uso e desuso de cada órgão corporal,
De Lamarck a teoria do transformismo, (*)
De Darwin e Wallace por meio da seleção natural:
Explicações teóricas do evolucionismo.

A milenar teoria dos quatro elementos:
Terra, água, ar e fogo, em Gaia,
E do éter no firmamento
Comandou, por muito, a científica praia.

Mas a descoberta de muitos elementos
E de sua constituição por átomos
Fez aquela teoria perder seu assento
Entre naturalistas e até astrônomos.

A teoria do átomo indivisível,
Proposta por Leucipo e Demócrito,
Foi repensada por ser factível
Em reator o átomo poder ser dividido.

A dos seres vivos aristotélica
Teoria da geração espontânea
Superada foi pela pasteuriana perspectiva
Dos micróbios, teoria contemporânea.

Preocupado com da pesquisa
Os científicos critérios,
Karl Popper genialmente analisa,
Ao buscar a ciência os métodos certos.

Do critério da falseabilidade,
Também chamado da refutabilidade,
Karl Raimund Popper faz a proposição,
Para ver o quanto uma teoria tem sustentação.

Qualquer teoria científica tem validade
Se o que defende for capaz de resistir
Enquanto teoria ou fato novo não surgir
Pondo em cheque sua continuidade.

Mesmo se apoiando na regularidade dos fenômenos,
Seja no estudo da composição do Sol ou de hormônios,
Seja investigando a estrutura dos telômeros,
Em toda ciência há conhecimentos provisórios.

Das ciências imensos benefícios se pode ver,
No dia a dia da vida, em cada requisito,
Mas o serviço delas também a interesses e ao poder
Faz da neutralidade científica um mito.

O conhecimento científico faz o remédio,
Descobre leis naturais como as da termodinâmica,
Faz igualmente satélites e largo uso das ondas de rádio,
Mas também pode ser usado para fazer bomba atômica.

Investiga as profundezas dos oceanos,
O movimento de galáxias e astros,
Sabe bem como é a molécula de metano,
Porém pode espionar e descobrir de pessoas os rastros.

Da busca incessante de da natura a verdade,
Desde comunidades primitivas e da grega paideia,
O humano ser tem intrínseca necessidade,
Levando sempre ao nascer de nova e rica ideia.

(*)Agradecimentos à Professora Perla Ferreira, de Biologia, pelo comentário sobre o transformismo de Lamarck.

Referências bibliográficas simples:

ALVES, Ruben. Filosofia da Ciência - Introdução ao Jogo e suas Regras.

BORNHEIM, Gerd. Os Filósofos Pre-socráticos. 

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia.

______________. Iniciação à Filosofia.

DARWIN, Charles. A Origem das Espécies.

EUGÊNIO, Paulo. Existe Alguém Lá Fora do Universo.


SUGESTÃO DE VÍDEOS NO YOUTUBE:

CIÊNCIA EM FOCO. Documentário da BBC, traduzido, muito interessante. Mostra uma série de descobertas feitas ao longo dos últimos séculos. Tem um linguajar tranquilo de ser entendido.

COSMOS, de Carl Sagan. Série-documentário científica da década de 1980. Muito interessante. Há uma atualização dela, com Neil Tyson, amigo de Sagan (já falecido), também chamada Cosmos - por enquanto, não presente ainda no Youtube. Se você puder ver esta atualização, pode ter certeza: é tão rica quanto a primeira série, de Sagan.

QUANDO ÉRAMOS PEIXES.
QUANDO ÉRAMOS RÉPTEIS.
QUANDO ÉRAMOS MACACOS. Três vídeos, apresentados originalmente na TV ESCOLA, mostrando provas da origem evolucionária que levou até os atuais seres humanos.

O linguajar dos vídeos citados, todos, é bem tranquilo, fácil de se entender. Para quem é professor(a), fica a dica: use em sala de aula. Há muitos outros vídeos científicos no Youtube, faça uma boa pesquisa e bom proveito.

O poema acima pode ser copiado. Porém, lembre-se: cite a fonte, por favor. Além dele, neste site você encontrará uma História da Filosofia contada em poemas didáticos. Vá a Postagens Antigas (ou Anteriores), passe até encontrar. Pode copiar também, sempre citando a fonte. O estilo é muito próximo ou similar ao dos cordéis do Nordeste do Brasil.

domingo, 9 de junho de 2019

TERCEIRA QUESTÃO COMENTADA DE FILOSOFIA DO ENEM 2018: (Prof. José Antônio Brazão.)


TERCEIRA QUESTÃO COMENTADA DE FILOSOFIA DO ENEM 2018: (Prof. José Antônio Brazão.)
QUESTÃO 62 CADERNO BRANCO – ENEM 2018:
O século XVIII é, por diversas razões, um século diferenciado. Razão e experimentação se aliavam no que se acreditava ser o verdadeiro caminho para o estabelecimento do conhecimento científico, por tanto tempo almejado. O fato, a análise e a indução passavam a ser parceiros fundamentais da razão. É ainda no século XVIII que o homem começa a tomar consciência de sua situação na história.
(ODALIA, N. In: PINSKY, J.; PINSKY, C. B. História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.)
No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão filosófica mencionada no texto tinha como uma de suas características a
(A) aproximação entre inovação e saberes antigos.
(B) conciliação entre revelação e metafísica platônica.
(C) vinculação entre escolástica e práticas de pesquisa.
(D) separação entre teologia e fundamentalismo religioso.
(E) contraposição entre clericalismo e liberdade de pensamento.
RESPOSTA: (E) contraposição entre clericalismo e liberdade de pensamento.
Vamos tomar o texto e a questão proposta a partir dele parte por parte:
·        “O século XVIII é, por diversas razões, um século diferenciado.”
É importante lembrar o que antecedeu o século XVIII, na Europa e no mundo Ocidental (mundo cultural e diretamente influenciado pela Europa): (a) o Renascimento artístico, cultural e científico; (b) as grandes navegações e descobertas marítimas europeias pelo mundo afora (Américas, Brasil, novos caminhos para as Índias, a circunavegação do mundo, etc.); (c) a Revolução Científica Moderna (Renascimento científico); (d) a Reforma Protestante e a Contrarreforma; (e) a filosofia moderna de cunho racionalista e empirista (não entrando aqui na filosofia política). O século XVIII foi herdeiro de todos esses acontecimentos. E ao longo dele, ademais, viu-se na Europa o impulso da Revolução Industrial, que culminará no século XIX. Houve um fortalecimento grande da burguesia. Porém, a sociedade guardará muito da estrutura feudal (o Antigo Regime), em que havia grupos separados dentro da sociedade europeia, tendo ainda como fundamento a terra (feudos – daí, feudal – grandes extensões de terras): clérigos (religiosos, Igreja), reis e rainhas, senhores feudais, servos (camponeses, em grande parte), burguesia (ao longo dos séculos XV em diante, em expansão e fortalecimento). O século XVIII irá diferenciar-se dos demais por carregar consigo as descobertas dos anteriores, um grande desenvolvimento no modo de produzir mercadorias (Revolução Industrial), com máquinas e fábricas, o reforço no poder econômico e na influência política da burguesia, no Iluminismo, movimento filosófico que deu grande valor à razão em seu poder de descobrir, inventar, criar, levar ao progresso.
·        “Razão e experimentação se aliavam no que se acreditava ser o verdadeiro caminho para o estabelecimento do conhecimento científico, por tanto tempo almejado.”
Uma das grandes preocupações de parte da filosofia moderna foi a questão do conhecimento humano: de onde provém?, qual é sua base?, como se formam as ideias?, etc. A corrente racionalista defendia que a razão é a base principal do conhecimento, na constituição das ideias e na compreensão do mundo. René Descartes, no século XVII, inclusive defendeu a existência de certas ideias inatas (nascidas com a pessoa) na mente humana. De acordo com Japiassú e Marcondes: “Em Descartes, as ideias inatas são aquelas que se originam da própria mente, independentemente de qualquer experiência anterior, e incluindo as ideias de um Deus Perfeito, da substância pensante e da matéria extensa.” (JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. Citado em: Dicionário de Filosofia. Disponível em: https://sites.google.com/view/sbgdicionariodefilosofia/ideia-inata-pr%C3%A9concebida . Acesso em 09 de junho de 2019.). O racionalismo não nega a experiência sensível, mas desconfia profundamente dos sentidos, dando ênfase à razão como elemento fundante do conhecimento humano.
 A corrente empirista (empiria, em grego é experiência – aqui se referindo à experiência sensível), por sua vez, afirmou a preponderância da experiência sensorial ou sensível na elaboração do conhecimento. Experiência sensível é a observação direta da realidade e do mundo através dos cinco sentidos (olfato, tato, paladar, audição e visão). Segundo os empiristas, nada há na mente que não tenha passado antes pelos cinco sentidos. Dos filósofos empiristas modernos podem ser citados, por exemplo: Francis Bacon, John Locke e David Hume.
Um outro elemento importante foi a experimentação, no sentido de realizar experimentos – de acordo com o Google: experimento é um “trabalho científico que se destina a verificar um fenômeno físico”, ou seja uma atividade prática, sujeita à observação dos sentidos (principalmente a visão), que permite a compreensão de um ou mais fenômenos da natureza (physis, em grego, daí: física). Para citar alguns exemplos: Copérnico, Galileu Galilei, Isaac Newton e outros cientistas fizeram uma série de observações do mundo e da natureza. Junto com a experimentação, por sua vez, caminha a razão – novamente, de acordo com o Google: razão é: (substantivo feminino) 1.faculdade de raciocinar, apreender, compreender, ponderar, julgar; a inteligência. (...) 2.raciocínio que conduz à indução ou dedução de algo.” (Razão, em Dicionário Google. Disponível em: https://www.google.com/search?rlz=1C2CAFA_enBR772BR772&ei=8D_9XLL_Ktay5OUPnNi5-AQ&q=significado+de+raz%C3%A3o&oq=significado+de+raz%C3%A3o&gs_l=psy-ab.12...0.0..174308...0.0..0.0.0.......0......gws-wiz.tfAQ-Of7lEA . Acesso em 09 de junho de 2019.). De fato, o material obtido pela experimentação (informações daí advindas) foi trabalhado intensamente pela razão e transformado em leis naturais descobertas, máquinas, etc.
·        “O fato, a análise e a indução passavam a ser parceiros fundamentais da razão.”
Continuando o raciocínio (trabalho da razão, analisando e sintetizando – compondo, reunindo – ideias) anterior que vimos fazendo, os fatos (informações advindas da experimentação) foram analisados, investigados, permitindo novas descobertas. Um tipo de raciocínio muito usado foi a indução: raciocínio que une premissas particulares diversas e delas tira uma conclusão universal, geral. Como assim: premissas são afirmações que antecedem a conclusão, neste caso, uma série de observações de fenômenos naturais e experimentos, dos quais os cientistas citados tiraram conclusões universais. Por exemplo: a lei da gravidade, de Newton; a lei da queda livre, de Galileu; o heliocentrismo, de Copérnico; etc.
·        “É ainda no século XVIII que o homem começa a tomar consciência de sua situação na história.”
Capazes de conhecer o mundo e transforma-lo com o auxílio da ciência e das invenções, os seres humanos, de fato, puderam ter uma consciência cada vez mais clara da realidade do mundo e da história da qual faziam parte, incluindo seu momento vivido. Para a burguesia, por exemplo, um momento de afirmação de seu poder, o que ocorrerá em várias revoluções, como a Independência dos EUA, a Revolução Francesa e outras que viriam a ocorrer. O Iluminismo do século XVIII, inclusive, contribuiu profundamente para que estas ocorressem.
No ambiente cultural do Antigo Regime ... Que ambiente é esse? O Antigo Regime, como já foi referido, foi o feudalismo, cuja estrutura ainda se mantinha muito presente no mundo do século XVIII – no campo das ideias, por exemplo, a religião, que era um dos sustentáculos desse regime, mantinha, ainda, muitos traços de tradicionalismo, até mesmo de superstição e intolerância. Na Europa, na época, guerras de religião (católicos versus protestantes e vice-versa) eram constantes. Chegava-se ao absurdo de condenar pessoas que não estavam ou aparentemente não estavam de acordo com a religião oficial – o filósofo iluminista Voltaire, por exemplo, teve que se haver com vários casos e teve, às vezes, até de fugir por conta de suas críticas à estrutura social e aos desmandos que observava. O clericalismo – a influência intensa do clero (da Igreja) – era forte e procurava tolher ideias novas. Assim sendo, a liberdade de pensamento tornava-se extremamente essencial. Immanuel Kant, no livretro (livrinho) “O que é Iluminismo [O que é Ilustração]”, inclusive, fala da necessidade dos governantes darem ao povo o direito de pensar por si, sem a intervenção contínua dos “tutores”. (Livro que fica aqui como sugestão de leitura.) Daí a resposta dessa questão proposta pelo ENEM 2018:
“No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão filosófica mencionada no texto tinha como uma de suas características a
(E) contraposição entre clericalismo e liberdade de pensamento.”
Sugestões de leitura que poderão ajudar a entender bem a resposta:
·        O QUE É ILUMINISMO, de Immanuel (Emmanuel) Kant.
·        CONTOS, de Voltaire.
·        CARTAS FILOSÓFICAS, de Voltaire.
·        O seu livro didático de Filosofia, em uso em sua escola. Procure nas partes Conhecimento, Filosofia Moderna, Filosofia da Ciência (Ciência Moderna) e no índice de nomes, para os nomes de pensadores modernos citados aqui.
·        Livros de História – partes: história moderna, Renascimento, Reforma, Iluminismo, Independência dos Estados Unidos da América, Revolução Francesa, etc. O didático de História, usado em sua escola, é uma opção, além de outros possíveis que poderão ser encontrados na biblioteca de sua escola ou numa biblioteca pública, até mesmo na internet (mais uma boa opção), de forma rápida.
Dos livros mencionados você os poderá encontrar na biblioteca de sua escola, em uma biblioteca municipal, numa boa livraria e até no site Domínio Público, que publica obras completas gratuitamente (de repente, você encontra algum deles aí).