FILOSOFIA EM
POESIA 22: A TEORIA DAS QUATRO CAUSAS DE ARISTÓTELES: (Prof. José Antônio
Brazão.)
Do
movimento Aristóteles
Ao
estudo se lança.
Movimentos
são devires:
Transformação,
deslocamento, mudança.
Movimento
é passagem
Da
potência ao ato
Nele
há fatores que agem
Até
tornar-se um fato.
Potência
é possibilidade
Que
tudo tem de vir a ser.
Ato
é o tornar realidade,
Fazendo
a potência acontecer.
Quatro
causas fundamentais
Fazem
o movimento dos seres no plano terrenal,
Provocando-lhes
mudanças essenciais.
São
elas material, formal, eficiente e final.
Material
é a matéria de um ser,
Formal
é a forma dada pelo homem ou pela natureza,
Eficiente
é aquela que faz acontecer,
Final
é a razão, o objetivo de toda essa proeza.
Uma
estátua feita de pedra
Tem
nesta sua causa material,
Tendo
o escultor na mente a forma,
Sendo
ele causa eficiente visando a causa final.
Árvore
é feita de matéria da terra,
Sua
forma, internalizada na semente,
Teve
nas condições naturais causa eficiente,
Tornar-se
frondosa e/ou frutífera seu fim inerente.
No
caso da natureza,
A
forma contida na semente foi a maneira
Que
ela encontrou, com fineza,
Para
distinguir jequitibá de pitangueira.
A
madeira-matéria do carvalho
É
transformada na forma de mesa
Na
mente do marceneiro, cujo eficiente trabalho
Tem
por uma causa final o altar da igreja.
Mais
causas finais a mesa poderia ter:
Numa
bela sala de jantar vir a servir,
Em
salas com professor e estudantes a debater
Ou
suporte para vasos de plantas a florir.
Outras
matérias podem a mesa compor:
Metal,
pedra, plástico, outras e até vidro.
Conforme
deseje o fator
Que
venha a tê-la feito e polido.
A
forma de mesa pode ser
Quadrada,
retangular, circular, oval
Da
básica geometria o saber
Matemático
fundamental.
A
eficiência do trabalho de quem faz
Transporá
a forma na matéria
Conforme
o fim-objetivo sagaz,
Tornando-a
sólida e não etérea.
A
eficiência da chuva na natureza,
Faz
a semente brotar e crescer com fulgor,
Caindo
na terra, faz despontar a beleza
Que
tem do pé de maracujá a flor.
No
geocêntrico universo, no mundo sublunar,
As
quatro causas do movimento,
Ao
tudo, aqui, pôr em devir, modificar,
Expõem
sua força e seu acento.
Devir
de que falava o efésio Heráclito:
Tudo
em movimento se encontra,
Como
a imagem de bélico conflito
Que
a reis com seus súditos remonta.
Chauí
as quatro causas analisando,
Descobriu
não terem o mesmo valor,
Aristóteles,
as hierarquizando,
Relações
sociais a nelas transpor.
Menos
é a eficiente valiosa,
Junto
com a causa material,
Sendo
a formal prestigiosa
Junto
com a causa final.
Material
e eficiente causas
São
ao corpo externas,
Formal
e final, frutos de mentais pausas,
São
ao humano intelecto internas.
Na
antiga Grécia escravista,
Havia
senhores com muitos escravos
A
realizar os afazeres da vida
Tirando
daqueles desta os agravos.
Senhores
podiam dedicar-se à política,
A
assistências às tragédias e comédias do teatro,
Intelectuais
à filosofia, à poesia e à escrita.
E
certos políticos? Em estátuas, seu retrato.
Nas
atividades técnicas e de fabricação
Senhores
e filhos não iam se aventurar:
Eram
de escravos e cidadãos de baixa condição.
Mas
no governo e na teoria tempo tinham para adentrar.
Por
milênios, melhor explicação do mundo representou,
No
Ocidente, a das quatro causas teoria.
No
entender da sublunar realidade perdurou,
Na
filosofia, na física e na ciência.
No
geocêntrico mundo aristotélico
Dois
mundos havia: o supralunar,
Dos
astros, claro e belo, etérico,
E
a Terra, no centro, sublunar.
O
éter é pura e cristalina substância,
A
preencher as formas e a composição
Da
Lua, de planetas e estrelas a essência,
Incapazes
de sofrer falhas ou imperfeição.
Do
geocêntrico do mundo sistema
Platão
e Eudoxo já tinham dado conta,
Mas
foi o aristotélico esquema
Que
marcou pensadores e até poetas de ponta.
Aprimorado
foi por Cláudio Ptolomeu,
A
mostrar a cêntrica Terra e sua redondeza,
No
Almagesto, por finos cálculos que conheceu
De
Euclides e matemáticos de esperteza.
De
Dante a Comédia Divina,
A
ir do Inferno profundo aos céus fecundos,
Aos
portugueses, de Camões, que Tétis ensina,
Ao
ir da celestial realidade ao terreno
mundo.
Com
a moderna natural filosofia,
De
Copérnico a Isaac Newton,
Que
novas leis da natura descobriria,
A
teoria das quatro causas perdeu o tom.
Aristóteles,
sem dúvida,
Foi
brilhante filósofo e cientista,
Deixando
rica herança legada
Para
o mundo à plena vista.
REFERÊNCIAS
SIMPLES:
CHAUÍ,
Marilena. O que é Ideologia? 2.ed.
São Paulo, Brasiliense, 2008. (Primeiros Passos, 13.)
Livros
didáticos:
(1) Filosofando: Introdução à Filosofia.
(Martins e Arruda) (2) Convite à
Filosofia. (M. Chauí). (3) Iniciação
à Filosofia. (M. Chauí)
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