sexta-feira, 1 de maio de 2020

EAD CEDJA - FILOSOFIA Segundos anos (Prof. José Antônio Brazão.)



Secretaria de Educação do Estado de Goiás
Colégio Estadual Deputado José de Assis
Estudo Orientado EAD
SEGUNDOS ANOS DO ENSINO MÉDIO E EP2
NOTA
DISCIPLINA: FILOSOFIA.
DATA: _____/_____/2020.

PROFESSOR: JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
ALUNO(A):
SÉRIE:
TURMA:
BIMESTRE

Segunda.

PERÍODO: De 04 a 15 de maio de 2020.

ATIVIDADE
OBJETIVO: Compreender as principais ideias do filósofo moderno René Descartes, que viveu no século XVII, bem como seu racionalismo e as implicações posteriores de suas ideias a respeito do conhecimento.
INSTRUÇÕES QUE OS ALUNOS DEVERÃO SEGUIR:
1)      VÍDEO: SER OU NÃO SER – DESCARTES: PENSO, LOGO EXISTO. Em: https://www.youtube.com/watch?v=Tjl9sGHkKWU
2)      À caneta preta ou azul.
3)      No caderno. Uma página de resumo do vídeo.
4)      Valor: 10,0.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
TEORIA DO CONHECIMENTO
RENÉ DESCARTES.
VÍDEO: SER OU NÃO SER – DESCARTES: PENSO, LOGO EXISTO. Em: https://www.youtube.com/watch?v=Tjl9sGHkKWU
COMENTÁRIO DO PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
A Idade Moderna (séculos XV a XVIII, de acordo com o quadripartismo histórico – a divisão da História em quatro partes) foi um período da história humana, tomando como referência o que estava em curso na Europa, em que uma série de mudanças ocorreram. Entre essas mudanças:
(1)As Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Vários países europeus, tendo dificuldades no comércio com as Índias (na verdade, a Índia e partes da Ásia), por conta do domínio italiano e muçulmano do Mar Mediterrâneo, ousaram buscar novas rotas para aquela região, na busca comercial de especiarias (condimentos como canela, cravo, entre outros), além de outros produtos necessários e valorizados dentro da Europa, naquele tempo. Destaques para Portugal e Espanha. Mas nem tudo eram flores e belo comércio: houve escravidão, massacres de povos dominados e conquistados a ferro e fogo, entre outras barbaridades.
(2)O Renascimento Artístico e Cultural. Desde o século XV ou pouco antes, a arte medieval vinha, paulatinamente (pouco a pouco), dando espaço a uma arte que viria a pôr o ser humano no centro, fugindo do teocentrismo (colocação de Deus no centro) medieval. Dentre as características marcantes do Renascimento Artístico podem ser citadas: o antropocentrismo (colocação do homem no centro), ainda que houvesse marcas religiosas em muitas obras de arte, a nova arte passou a retratar mais intensamente o corpo humano e os seres humanos; o classicismo greco-romano: a busca de inspiração e de modelos na antiga arte dos gregos e romanos – um bom exemplo disto, na literatura, por exemplo: Os Lusíadas, de Camões, grandioso poema que une realidade histórica (a Viagem de Vasco da Gama, contornando o Cabo das Tormentas, no Sul da África e chegando às Índias após contornar a África, mais a ação dos deuses e das deusas de Grécia e Roma antigas); o naturalismo – a arte do Renascimento traça com muita naturalidade e precisão os traços dos seres apresentados nas obras de arte, principalmente da pintura e da escultura, uma precisão incrível, natural (daí naturalismo); a perspectiva, isto é, a percepção em profundidade, que marca muito bem a pintura – há uma imagem principal à frente e um fundo atrás dela (a pintura Monalisa, de Leonardo da Vinci, por exemplo, mostra bem o rosto da mulher retratada e, ao fundo, dois caminhos, além de outros detalhes).
(3)A Reforma Protestante, no século XVI em diante. Iniciada com o monge alemão Martinho Lutero, a Reforma provocou uma cisão (um racha, uma divisão) dentro da Igreja Católica, com o nascimento de novas igrejas cristãs, fundadas por diversos reformadores (por exemplo, além de Lutero, Calvino e outros), com novas visões a respeito da Bíblia e do cristianismo, um novo modo de cultuar o Deus cristão.
(4)A Revolução Científica Moderna. O mundo moderno (da Idade Moderna) viu o despertar profundo de novas ideias e descobertas a respeito do universo e da natureza, novas investigações e descobertas de leis naturais até então não conhecidas. Entre os pensadores e cientistas que a provocaram estão Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes (João) Kepler, o próprio Leonardo da Vinci, sem dúvida, entre outros, como, em sua culminância, Isaac Newton. Até então se acreditava que a Terra era o centro do universo (geocentrismo), teoria milenar, muito antiga. Copérnico, grande astrônomo e matemático, depois de muitas observações e muitos cálculos e recálculos, chegou à conclusão de que o centro do universo seria o Sol (heliocentrismo), teoria, depois defendida e comprovada, por meio de observações com o telescópio e também o uso aguçado do intelecto, por Galileu Galilei.
Pois bem, todas essas mudanças que vinham ocorrendo, além de outras que as antecederam e as seguiram, provocaram sérios questionamentos a respeito do CONHECIMENTO HUMANO. Até então, por séculos, fazia-se apelo à AUTORIDADE de grandes pensadores da antiguidade, do mundo medieval e da Igreja Católica – o filósofo tal disse, causa acabada, não se discute; a Bíblia disse, causa acabada, não se discute; o santo tal disse, causa acabada, não se discute ou não se nega. Ora, as mudanças em curso, nos séculos XV em diante, provocaram a necessidade de um novo modo de encarar o conhecimento. Em que consiste o conhecimento? De onde provém o conhecimento: da razão ou da experiência sensível (sensorial, dos cinco sentidos)? Além de outras questões sobre as quais vários filósofos se debruçaram, na busca de entender e explicar a capacidade humana de conhecer o mundo e a realidade.
Entre os filósofos que se destacaram nesses séculos encontram-se, por exemplo: RENÉ DESCARTES (francês), JOHN LOCKE (inglês), DAVID HUME (escocês) e outros tantos, culminando, no século XVIII, com o alemão IMMANUEL KANT. Mas vamos falar agora, ainda que brevemente, de RENÉ DESCARTES.
Você já deve ter estudado, lá na Matemática, as COORDENADAS CARTESIANAS, com muita certeza, deve ter estudado gráficos que as levam. Pois é, elas foram inventadas pelo filósofo e matemático RENÉ DESCARTES – o nome de Descartes, em latim, é RENATO CARTESIUS, daí cartesiano(a)! Descartes foi um grande matemático. E, como filósofo, defendeu o RACIONALISMO. Como assim? O Racionalismo diz que a origem dos conhecimentos verdadeiros dos seres humanos encontra-se na RAZÃO (ratio, em latim). E o que é a razão? É a capacidade humana de formar ideias, de pensar, de refletir, de duvidar, de investigar, de fazer interações (ligações) mentais, de calcular, etc. É, em resumo, o intelecto humano. Sem a razão não haveriam pensamentos, filosofia, ciência, conhecimentos precisos, nem reflexões!
Você já deve ter ouvido a expressão PENSO, LOGO EXISTO. Ela é de Descartes. Descartes escreveu diversos livros filosóficos em que estabelece a relação entre a capacidade humana de pensar (a razão) e a certeza da existência. É claro, com a razão, a capacidade de pensar, o ser humano é capaz de ir muito além do que apresentam os cinco sentidos – o olfato, o tato, a audição, a visão e o paladar. Estes nos mostram o mundo diretamente – basta abrir os olhos e podemos ver o mundo ao nosso redor. Mas é a razão que é capaz de ir muito além, de descobrir segredos e leis da natureza, de criar matemática, astronomia, além de outros tantos tipos de conhecimentos. A razão é a fonte principal dos conhecimentos (racionalismo, como dito).
No latim, “Penso, logo existo” é “Cogito ergo sum”. E o que tem o latim haver com a filosofia e a ciência? É que, ainda no tempo de Descartes, século XVII, era comum se escrever livros em latim, antiga língua do Império Romano que foi assimilada, no mundo medieval, pela Igreja Católica, após a queda do império. Se bem que mudanças também vinham ocorrendo aí: escritores e cientistas, até mesmo filósofos, passando a escrever na própria língua (inglês, francês, italiano, espanhol, etc.). Uma curiosidade: com a Reforma Protestante, uma das preocupações dos líderes reformadores e das novas igrejas cristãs foi colocar a Bíblia nas mãos das pessoas comuns. Para tanto, é claro, traduções da Bíblia tiveram que ser feitas. Não é à toa que, hoje, a Bíblia é o livro mais vendido no mundo ou continua entre os primeiríssimos, traduzido para muitas línguas. Descartes escreveu também em francês, além do latim.
Mas como surgiu o COGITO, o PENSO? Descartes escreveu um opúsculo (obra pequena) chamado MEDITAÇÕES SOBRE A FILOSOFIA PRIMEIRA, ou, simplesmente, MEDITAÇÕES. Aí diz que, certo dia, estava deitado (geralmente estudava assim por motivos de saúde), observando o quarto e o escritório de estudos, o ambiente ao redor. Então, perguntou-se se aquilo não poderia ser um sonho. Ora, no sonho há coisas que vemos que parecem coisas muito reais, muito verdadeiras. Ele diz que poderia, portanto, estar sonhando. Além disto, os cinco sentidos humanos são enganosos – há coisas que vemos e percebemos que, quando fazemos uma observação mais apurada, não correspondem bem àquilo que acreditávamos ser (um barulho, uma imagem ao longe, etc.). Não dá para confiar cegamente nos sentidos!
O que fazer então, a fim de poder ter certeza da realidade? Descartes se propôs a si mesmo, naquele momento, o uso da DÚVIDA como um caminho a ser percorrido. Duvidar não é necessariamente negar. É não aceitar o que se crê como certezas de modo imediato. Duvidou do que estava ao seu redor (realidade), do corpo, da matemática (um gênio enganador o poderia estar ludibriando!), até de Deus (não o negou, pôs em dúvida), até que chegou ao fundo do poço de sua mente e aí, finalmente, encontrou uma verdade primeira, que não poderia ser contestada (negada): EU PENSO (COGITO). Eu sou um ser que pensa, que duvida, que reflete, que usa a razão. Ora, portanto, existo! Como ser pensante, sou existente. Eis a primeira certeza! Em minha mente há também uma ideia de um Ser criador, perfeito, eterno, etc., uma ideia que ninguém a pode ter colocado aí senão o próprio DEUS. Portanto, Deus existe! A ideia de Deus é uma IDEIA INATA, isto é, que nasce com o ser humano. A partir dessas duas certezas, a do COGITO (Eu penso) e a de Deus, Descartes pôde, enfim, acreditar na certeza da Matemática (Deus não deixaria um gênio enganador ludibria-lo, enganá-lo) e até mesmo estar certo do mundo e da realidade ao seu redor.
A dúvida usada por Descartes é chamada de DÚVIDA METÓDICA ou DÚVIDA HIPERBÓLICA. Por quê? Metódica, por ser um caminho (palavra advinda do grego, método é caminho), o caminho que levou Descartes até o Cogito e o trouxe de volta à realidade externa a ele (o mundo ao seu redor), às certezas. Hiperbólica, por ter sido uma dúvida radical, EXAGERADA! Hipérbole, na Língua Portuguesa, por exemplo, é uma imagem exagerada: Corri o mundo para te ver! Fulano comeu até estourar! A dúvida de Descartes foi exagerada, aprofundando-se cada vez mais, chegando a duvidar de quase tudo, até chegar à verdade primeira do COGITO. Daí também ser chamada de dúvida hiperbólica.
Curiosamente, tempos depois, John Locke, o filósofo inglês, defendendo uma outra visão, dirá que não existem ideias inatas! Mas isto ficará para outro dia.
Descartes, preocupado com um método (caminho) para as ciências, escreveu DISCURSO DO MÉTODO. Aí propõe quatro regras fundamentais para as ciências, no intuito de poder se ter certeza do conhecimento produzido e das descobertas feitas. Segundo o Wattpad (em: https://www.wattpad.com/102352229-filosofia-4-regras-do-m%C3%A9todo-de-descartes ), são elas:
“4 Regras do Método de Descartes:
(1)regra da evidência - aceitar apenas as ideias e os raciocínios que sejam claros e distintos.
(2)regra da análise - dividir um problema em muitas partes, de forma a estudá-las uma a uma.
(3)regra da síntese - elevar-se do múltiplo ao uno, do mais simples ao mais complexo no conhecimento.
(4)regra da enumeração – fazer a revisão e enumerar a totalidade de elementos ou das conclusões a que se chegou.”
E você, como encara as ideias de Descartes? Ainda valem?
VEJA O VÍDEO DA PROFESSORA VIVIANE MOSÉ SOBRE DESCARTES. REVEJA E APRECIE.
CARO(A) ESTUDANTE: Qualquer dúvida que você tiver a respeito desta atividade ou da matéria, peça esclarecimentos LOGO ABAIXO DESTE TEXTO, em POSTAR UM COMENTÁRIO. Poste aí suas dúvidas e pedidos de esclarecimentos. Terei grande satisfação em responder. Canal de contato com o Professor José Antônio e mais uma ferramenta de estudos EaD (Educação à Distância) que o Colégio Estadual Deputado José de Assis, de Goiânia, a serviço da Secretaria de Educação de Goiás, disponibiliza para você.



EAD CEDJA 2020 FILOSOFIA - PRIMEIROS ANOS (Prof. José Antônio Brazão.)



Secretaria de Educação do Estado de Goiás
Colégio Estadual Deputado José de Assis
Estudo Orientado EAD
PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO
NOTA
DISCIPLINA: FILOSOFIA.
DATA: _____/_____/2020.

PROFESSOR: JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
ALUNO(A):
SÉRIE:
TURMA:
BIMESTRE

Primeira.

PERÍODO: De 04 a 15 de maio de 2020.

ATIVIDADE
OBJETIVO: Compreender e avaliar as ideias e os discursos dos filósofos chamados sofistas, da Grécia antiga, por volta dos séculos V e IV antes de Cristo, bem como a atualidade dos sofismas (raciocínios enganosos com aparência de verdade) no mundo de hoje, século XXI. E compreender as críticas desfechadas contra eles pelos grandes filósofos do período antropológico do pensamento grego antigo: Sócrates, Platão e Aristóteles. Ainda: entender a importância dos sofistas para o seu tempo e para a posteridade, até o presente.
INSTRUÇÕES QUE OS ALUNOS DEVERÃO SEGUIR:
1)      Assistir o vídeo FILOSOFIA – OS SOFISTAS, O DISCURSO E A VIRTUDE. No YOUTUBE. Em: https://www.youtube.com/watch?v=btLZN6MdrQE
2)      À caneta preta ou azul.
3)      No caderno. Uma página de resumo do vídeo.
4)      Valor: 10,0.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
FILOSOFIA GREGA – OS SOFISTAS
Vídeo FILOSOFIA – OS SOFISTAS, O DISCURSO E A VIRTUDE. No YOUTUBE. Em: https://www.youtube.com/watch?v=btLZN6MdrQE
COMENTÁRIO DO PROFESSOR JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO:
A preocupação com o uso da linguagem, de forma precisa, de modo a convencer as pessoas, é muito comum entre advogados, políticos, oradores, entre outras pessoas que fazem uso daquela em seu dia a dia. Hoje, além da linguagem, são usados equipamentos midiáticos (aparelhos e recursos de comunicação social) que reforçam o uso da linguagem oral propriamente dita, em um Brasil e em um mundo em que as pessoas recebem comunicações o tempo todo.
Um(a) advogado(a), além de um bom conhecimento das leis, precisa saber se comunicar com o juiz e o júri, em um julgamento no qual seu(sua) cliente encontra-se como réu (ré). Para provar a inocência deste(a), o(a) profissional necessita reunir provas, apresentar casos, citar leis, entre outras informações, em cada momento do julgamento, além de saber muito bem rebater as acusações apresentadas por testemunhas e pelo(a) promotor(a). Precisa ter boas testemunhas a favor, saber fazer as perguntas certas, questionar, interrogar, pôr em dúvida, entre outras ações, todas voltadas para a defesa do(a) cliente. Então, como se vê, sem o domínio da linguagem e de recursos que a reforcem e auxiliem, não pode haver bom(boa) advogado(a)! Nem promotor(a), nem juiz(a)! Não haveriam nem políticos!
Ora, na Grécia antiga, por volta dos séculos V e IV antes de Cristo, as cidades-Estados estavam crescendo muito. Junto com o crescimento, a necessidade de homens capazes de atuar na política – governo da pólis, que vem do grego e significa cidade ou cidade-Estado. Só para lembrar: AnáPOLIS, PirenóPOLIS, TerezóPOLIS, GoianáPOLIS, além de um punhado de outras cidades de nosso Estado de Goiás e do Brasil, têm PÓLIS, indicando cidade – e você achou que isto era coisa daquele tempo? A língua grega continua viva na nossa também! Ou você achava que só na Grécia o povo fala grego? Falamos grego sem saber, misturado com palavras de outras línguas a formar nossa belíssima Língua Portuguesa! Mais abaixo, também aparece o latim (observe).
Muitos dos participantes da política (governo da pólis ou das póleis), interessados em aprender o uso das técnicas de persuasão (convencimento) e de uso da linguagem, começaram a procurar os SOFISTAS, que eram filósofos-professores itinerantes (que iam de um lugar a outro, de uma cidade a outra, na Grécia) a vender seus conhecimentos das artes da Retórica (arte de falar em público com maestria) e da Dialética (arte de debater, de saber usar bem a linguagem nas discussões), principalmente. Os sofistas foram espertos, sabiam que havia gente que precisaria de suas aulas e cobravam caro por elas. Quem podia pagar pagava. Entre os sofistas, de acordo com O Mundo Educação UOL: “Os mais conhecidos sofistas foram Protágoras de Abdera (c. 490-421 a.C.), Górgias de Leontinos (c. 487-380 a.C.), Hípias de Élis, Isócrates de Atenas, Licofron, Pródicos e Trasímaco.” (In: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/sofistas.htm ).
Uma curiosidade: na Grécia antiga, só os homens, cidadãos nascidos de cada cidade (pólis), podia participar da política. Mulheres, crianças e escravos não podiam participar! Isto vendo que os gregos antigos tinham deusas, como Atenas, Afrodite, Hera, entre outras (que contradição, não?). O modo de produção na Grécia antiga, como depois na Roma antiga, era o modo de produção escravista. Quem produzia os bens eram escravos e escravas.
A palavra SOFISTA quer dizer “sábio”. Era assim que se consideravam aqueles filósofos-professores. É claro, houve sofistas que, de fato, foram homens de grande conhecimento e extremamente habilidosos em sua arte. Ensinavam o uso de argumentos. De acordo com o site Origem da Palavra, a origem da palavra argumento vem do latim: “Argumento vem do Latim ARGUMENTUM, “prova, evidência, apoio fático [apoio com fatos; apoio direto, preciso]”, de ARGUERE, ‘provar, acusar, asseverar’.” (In: https://origemdapalavra.com.br/pergunta/etimologia-da-palavra-argumento/). Mas também ensinavam raciocínios (sequências de ideias que vão se interligando) enganadores. Pois é! Imagine só! Ensinavam até a usar raciocínios sem fundo de verdade, mas que serviriam para convencer as pessoas. Aristóteles, depois, chamará esses raciocínios SOFISMAS, raciocínios enganadores com aparência de verdade. Tudo para convencer as assembleias e outras pessoas, de um modo geral, até mesmo os jurados em julgamentos.
E por falar em convencer jurados em julgamentos, o livreto A Defesa de Sócrates, de Platão (séculos V/IV a.C.), mostra como eram os julgamentos naquele tempo, em Atenas, no caso. Inimigos de Sócrates, sabendo usar bem os sofismas, enganaram a maioria dos jurados da assembleia votante para votarem contra Sócrates! E este acabou condenado à morte, coitado. Não sendo sofista, o filósofo Aristóteles, discípulo de Platão, por exemplo, dando grande importância à linguagem e a seu uso, inclusive discutindo argumentos sofísticos, além de muitos outros, escreveu, entre outros: Órganon (uma obra que reúne várias pequenas obras de Aristóteles sobre Lógica), Retórica e Poética.
Górgias de Leontini, que foi sofista mesmo, escreveu Defesa de Helena, uma obra pequena que faz a defesa da grega Helena, que aparece na história da Guerra de Troia, no livro ILÍADA, de Homero. Ela era mal vista pelo povo grego, por ter sido levada, raptada, para Troia, o que deu origem à guerra. Casada com um rei grego. Górgias faz o papel do advogado de defesa, usando toda uma argumentação (ação de usar argumentos) para a defender.
CARO(A) ESTUDANTE: Qualquer dúvida que você tiver a respeito desta atividade ou da matéria, peça esclarecimentos LOGO ABAIXO DESTE TEXTO, em POSTAR UM COMENTÁRIO. Poste aí suas dúvidas e pedidos de esclarecimentos. Terei grande satisfação em responder. Canal de contato com o Professor José Antônio e mais uma ferramenta de estudos EaD (Educação à Distância) que o Colégio Estadual Deputado José de Assis, de Goiânia, a serviço da Secretaria de Educação de Goiás, disponibiliza para você..

quinta-feira, 23 de abril de 2020

EaD - Educação à Distância CEDJA - FILOSOFIA e SOCIOLOGIA (Prof. José Antônio Brazão.)

Caros Estudantes do Colégio Estadual Deputado José de Assis,
Este blog será mais um instrumento de aprendizagem, tanto de Filosofia quanto de Sociologia, para todos os anos do Ensino Médio e Educação Profissionalizante do colégio.
Os planos de trabalho (atividades) de Filosofia e Sociologia já se encontram no site já disponibilizado, com muita dedicação, pelo Grupo Gestor e Pessoal Técnico do Laboratório de Informática. 
Aqui vocês poderão tirar quaisquer dúvidas que já tenham tido ou venham a ter a respeito dos conteúdos apresentados nas atividades solicitadas.
Como? 
Veja, logo abaixo desta postagem, COMENTÁRIO(S). 
Clique em COMENTÁRIO(S) e anote suas dúvidas, bem como suas sugestões.
Este blog leva o nome do Colégio Estadual Deputado José de Assis e da Secretaria de Educação de nosso Estado de Goiás. Faço dele um instrumento de divulgação de ideias e propostas de ensino. Agora, como meio de EaD - Educação à Distância.
Nos comentários, por favor, evite críticas e comentários indevidos, tendo em vista ser um instrumento valioso de aprendizado escolar, neste momento em que o mundo vive uma pandemia.
Todos os dias lerei os comentários, verificarei dúvidas e publicarei as respostas neste blog também. De um dia para outro. 
A pandemia vai passar e logo, com a graça de Deus, voltaremos todos à sala de aula.

Mui atenciosamente,

Professor José Antônio Brazão.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

VÍDEO-DOCUMENTÁRIO COSMOS EPISÓDIO 7: A ESPINHA DORSAL DA NOITE, DE CARL SAGAN (Prof. José Antônio Brazão.)


O Nascimento da Filosofia na Grécia Antiga.
Vídeo COSMOS, episódio 7: A Espinha Dorsal da Noite [O Esqueleto da Noite], de Carl Sagan, no YouTube. Site: https://www.youtube.com/watch?v=V2B0ofcckIc
RESUMO-COMENTÁRIO COMPLEMENTAR DO PROFESSOR JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO:
Dando continuidade ao estudo do vídeo-documentário COSMOS, episódio 7: A Espinha Dorsal da Noite [ou O Esqueleto da Noite], do astrônomo norte-americano Carl Sagan (1934 – 1996), pode-se ver que o cientista (astrônomo) propõe-se buscar as origens da ciência ocidental. Curiosamente, tais origens, são, exatamente, as da filosofia.
Carl Sagan toma como ponto de partida, inicialmente, o bairro em que viveu em Nova Iorque. Sagan fala de seu interesse científico desde a infância. Exemplifica esse interesse com uma pergunta que fez a adultos: “O que são as estrelas?”. Descontente com as respostas simples dadas pelas pessoas, que lhe diziam serem as estrelas luzes no céu, resolveu investigar por conta própria e se dirigiu a uma biblioteca não muito distante do local onde morava. Ali encontrou um livro que lhe disse que elas são sóis, porém estando muito distantes. O Sol seria, pois, uma estrela próxima.
A seguir, para demonstrar como a curiosidade é inerente às crianças, foi até a escola em que estudou naquele bairro e visitou a turma que, naquele ano, ocupava uma sala de aula em que ele mesmo havia estudado. Sagan conversou com as crianças a respeito da astronomia e da ciência, tendo-lhes dado inclusive fotos tiradas pelas naves Voyager, referentes a planetas, à Via Láctea e ao Sistema Solar. Tirou dúvidas das crianças – “O que é a Via Láctea?”, “Por que a Terra é redonda e não de outra forma?”, etc. A Via láctea, esclareceu, é uma galáxia onde se encontram milhões e milhões de estrelas. A Terra é redonda por causa da força da gravidade, que puxa tudo para o centro.
Sagan elogia os pais e os professores que teve, os quais o incentivaram e instigaram sua curiosidade. A respeito da curiosidade das crianças, Sagan afirma que elas têm um grande senso de curiosidade e uma mente aberta.
Na cena seguinte, Sagan aparece em um ancoradouro junto ao mar, onde, através da fala, faz uma volta ao passado da história humana, até sociedades tribais. Segundo ele, no passado distante, pessoas devem ter-se perguntado acerca do que seriam aquelas luzes no céu. Para uma tribo de caçadores, por exemplo, poderiam ter sido consideradas fogueiras no céu, mantidas por seres que deveriam ter, portanto, imensos poderes. Com isto, Sagan faz uma consideração a respeito da origem de deuses e mitos (relatos sagrados a respeito de deuses, deusas e outros seres divinos e/ou semi-divinos).
Continuando, Sagan cita o exemplo de uma tribo africana para a qual a Via Láctea era considerada a espinha dorsal dos céus noturnos. Daí o nome do episódio deste documentário. Por sua vez, para os gregos antigos, ela seria o leite derramado da deusa Hera. Isto demonstra que os mitos e as religiões são formas explicativas da realidade. Ambos nasceram a partir de perguntas como aquela a respeito das estrelas, fruto da curiosidade humana. Acreditando na existência de seres celestiais, cujos poderes seriam enormes, relatos foram sendo criados, frutos da imaginação. Deuses e deusas foram surgindo, bem como a necessidade de cultuá-los. Com isto, também sacerdotes, mediadores do culto.
Na Ilha de Samos, no Mar Mediterrâneo, próxima à Turquia (Ásia Menor, na antiguidade), Sagan mostra ruínas de um antigo templo dedicado à deusa Hera, feito com uma simetria e uma precisão muito grandes. Sagan fala de cultos sangrentos e de outros que, por sua vez, eram simples e suaves.
Sagan adentra na origem da ciência – e, com ela, da filosofia ocidental – e diz que ela surgiu nas “remotas ilhas do Mar Egeu”. Mas por que ali? Justamente porque ali houve liberdade de pensar suficiente para o surgimento de novas ideias. Aquelas ilhas não eram sedes de grandes impérios, nem de estados em que a religião já havia se cristalizado e nos quais tinha poder. Além disto, aquela foi uma região em que aportavam mercadores e marinheiros de diversos lugares dos mares próximos, do Mediterrâneo (e mares adjacentes). Havia ali também pescadores. O comércio incrementou o movimento e os contatos entre culturas e ideias diferentes. A soma desses fatores tornou possível o livre pensar e o viajar da mente em busca de outras respostas para as perguntas acerca das coisas e do mundo, de acordo com Sagan.
Dois deuses ou mais reivindicando a origem: um deles deve estar certo e o outro errado. “Por que não os dois?” Dúvidas surgiram e com elas a busca de respostas, não mais partindo da religião e dos mitos, mas da própria natureza.
Sagan informa que a Ilha de Samos, séculos antes de Cristo, foi governada por Polícrates, um ditador que fez construir uma extensa muralha e um canal subterrâneo de água que levou cerca de quinze anos para ser construído, projeto do arquiteto Teodoro, fruto do uso brilhante da mente. Diz Sagan que, segundo relatos antigos, Teodoro teria também sido o criador da chave, da régua e do esquadro. E se pergunta por que não há um monumento a esse homem.
Nesse contexto histórico e cultural, por volta de 600 e 500 antes de Cristo, surgiram os primeiros cientistas – os primeiros filósofos do Ocidente, gregos – em Mileto, junto ao Mar Egeu: Tales, Anaximandro e Anaxímenes. Apareceram também, em outras cidades, Empédocles, Pitágoras, Demócrito, além de outros.
Sagan fala, então, de Tales de Mileto, que acreditava ser a água o elemento primordial de tudo que existe. Mas como explicar a terra seca? De acordo com o mito babilônico, o deus Marduk teria lançado um manto sobre as águas e com ele fez a terra seca. Tales, não admitindo as explicações míticas, deve ter partido de informações de que as águas do rio Nilo, na África, durante as inundações, depositavam sedimentos sobre as terras. Conforme Sagan, para Tales, nos princípios, a formação da terra seca deve ter seguido um processo similar.
Sagan refere-se, a seguir, a Anaximandro, conterrâneo de Tales, que aprendeu a fazer uso de um bastão para medir o tempo, por meio da sombra (relógio solar), servindo-lhe inclusive para medir as estações do ano. Sagan diz, então, que, durante séculos, os seres humanos usaram bastões para ferir, machucar. Anaximandro aprendeu a utilizá-lo para medir o tempo.
Na sequência, Sagan fala de Anaxímenes, que fez uma descoberta impressionante: a de que o ar é uma matéria extremamente fina. Um raciocínio desse tipo viria a permitir, posteriormente, o lampejar daquilo que Demócrito afirmaria ser o átomo.
Na linha de Anaxímenes, Empédocles de Agrigento [no Sul da Itália – Magna Grécia] fez uma experiência interessante – retomada por Sagan: colocou em um balde de água um instrumento de cozinha chamado “ladrão de água”, composto de uma esfera metálica perfurada contendo um gargalo com um furo que dá para o exterior. Ao colocá-lo na água, ele se enchia. Tapando com o dedo o orifício do gargalo era possível retirar água do balde e despejá-la em outro utensílio ou mesmo no balde. Colocando esse instrumento com o gargalo fechado, não havia possibilidade de entrada de água. O que isto queria dizer? Que havia algo que bloqueava a entrada. O quê? Empédocles identificou-o com o ar. Estudando-o, percebeu sua finura, de modo até mesmo a permitir ver através dele. O caminho para o levantamento daquela hipótese do átomo estava assim aberto.
Sagan aparece em meio a um grupo de pessoas que estavam festejando, ali na ilha. Fala, então, de Demócrito, que afirmava que na escala do muito pequeno existe uma partícula diminuta e não cortável, indivisível, à qual deu o nome de átomo. Os átomos seriam, segundo Demócrito, portanto, os elementos primordiais a comporem todas as coisas.  E por que Sagan aparece numa festa para falar de Demócrito? Uma razão é que ele menciona o fato deste antigo pensador ter dito que uma vida sem festas é comparável a um longo caminho sem hospedarias, demonstrando assim que Demócrito sabia aliar a ciência e o gosto pelas coisas boas da vida.
A longo dos séculos seguintes, as descobertas daqueles primeiros cientistas (FILÓSOFOS) foram avante? De acordo com Sagan, não. Por quê? Em razão do pensar científico-filosófico ter tomado um outro rumo: o do misticismo. A título de exemplo, Sagan cita um grupo de filósofos místicos que se reuniam, de acordo com a tradição, em uma caverna: os pitagóricos. Pitágoras e seus discípulos fizeram vários estudos matemáticos, tendo descoberto as propriedades de figuras matemáticas como o cubo, a pirâmide (tetraedro), o dodecaedro, o icosaedro e o octaedro. O cubo representando a terra. O tetraedro, o fogo. O icosaedro, a água. O octaedro, o ar. Por fim, o dodecaedro, o cosmos.
 Ao trabalhar com cálculos relacionados ao dodecaedro, os pitagóricos depararam-se com uma raiz quadrada de dois, cujo resultado era irracional. Ora, o irracional não seria admissível. Portanto, a raiz quadrada de dois e o dodecaedro deveriam ficar escondidos do público. Aliás, segundo Sagan, as próprias reuniões realizadas pelos pitagóricos eram secretas. Para eles o mundo material era passageiro e enganador. Caíram no misticismo.
O misticismo pitagórico entrou em cheio no pensamento de Platão, filósofo ateniense que viveu entre os séculos V e IV antes de Cristo. Platão radicalizou o idealismo pitagórico e suprimiu a pesquisa com experimentos, criticou e não retomou as ideias dos filósofos que o precederam, como as de Demócrito, por se voltarem em direção ao mundo material. (Uma curiosidade, os sólidos mencionados de Pitágoras, por Sagan, hoje são conhecidos como sólidos [ou poliedros] de Platão.)
Platão e seu discípulo Aristóteles, menciona Sagan, concordavam com a escravidão, dada a diversidade natural das pessoas, sendo que algumas nasceram para mandar e outras para obedecer.
Muitos séculos depois, na época moderna (séculos XV d.C. em diante), segundo Sagan, as ideias daqueles primeiros filósofos foram redescobertas, aparecendo no novo estilo de pesquisar e explicar o mundo, sem idealismo nem misticismo. Sagan cita como exemplo Christian Huygens, cientistas holandês do século XVII, que fez estudos sobre o universo e as estrelas. Para demonstrar as grandezas das estrelas, Huygens fez furos, com tamanhos diferentes, em um disco de metal. Por meio deles, Huygens estudou a intensidade do brilho de estrelas e pôde determinar a grandeza de muitas delas.
Sagan, enfim, conclui dizendo que, no passado, fomos navegantes – como aqueles marinheiros e pescadores das antigas colônias gregas – e assim continuamos a ser, sempre buscando o conhecimento do mundo que nos rodeia.
O vídeo-documentário de Sagan é muito rico. Ao tratar das origens da ciência – e, portanto, da filosofia – ocidental, traça um percurso que parte desde sua própria experiência pessoal, de sua curiosidade infantil, passando pela escola em que estudou, chegando à Grécia e voltando ao presente.


quinta-feira, 9 de abril de 2020

FILOSOFIA EM POESIA: ALCUÍNO DE IORQUE (YORK) (Prof. José Antônio Brazão.)


FILOSOFIA EM POESIA: ALCUÍNO DE IORQUE (YORK) (Prof. José Antônio Brazão.)

Nos tempos de Carlos Magno,
Rei do Império Franco,
Para cuidar da cultura
Alcuíno de Iorque foi chamado.
Para tamanho empreendimento,
Um homem à altura.

Organizou ele os estudos,
Bibliotecas e instituições.
Pelo currículo de Platão influenciado,
Contra a ignorância os escudos
Das sete artes liberais,
Criando mais homens letrados.

As sete Artes Liberais
Em dois conjuntos se dividiam:
Retórica, Dialética e Gramática
Formavam o Trivium (Três Vias).
O outro conjunto, o Quadrivium:
Geometria, Astronomia, Música e Aritmética.

O grupo da linguagem,
Necessário ao domínio da escrita e da fala,
Da boa expressão e da lógica.
O das ciências, diga-se de passagem,
Essencial à compreensão da natureza
E ao interpretar da realidade cósmica.

Para manter o grande império,
De reinos a dominação,
Carlos Magno bem sabia
Precisar de forte exército,
Mas também da instrução:
Força corporal e mentes sadias.

Cercando-se de bons generais,
Dispondo de muitos impostos,
Restava ainda ao Magno
Rodear-se de intelectuais,
Homens bem dispostos
Ao filosófico e científico trato.

Naquele tempo,
No oitavo século,
Da cultura a maior parte
Quem detinha o conhecimento
Eram os eclesiásticos
A dominar das ciências a arte.

Da Igreja Alcuíno era membro,
Mui dedicado a tudo
Que fazer lhe coubesse,
A qualquer empreendimento,
Da responsabilidade um senso agudo,
Sem exigir vãs benesses.

Cópias de densos textos
De filósofos, de religião,
De Astronomia e Matemática,
De inúmeras ciências, com apreço,
Alcuíno pôs em ação,
Traduções para o latim e da língua a gramática.

Dos melhores Alcuíno circundou-se,
Para alcançar a excelência no trabalho,
Dedicados e brilhantes professores.
A talentosos sábios apegou-se,
Na sapiência forjados
Copistas e tradutores.


Do classicismo greco-romano
Dispunha de excelente entendimento,
O domínio das artes e da ciência,
Preocupou-se, ano após ano,
Em oferecer grande conhecimento
Aos estudantes com grande frequência.

Na arte de escrever talhado,
À de escrever cartas,
Com grande maestria,
Sempre se punha ao trabalho.
E guardava informações detalhadas
De tudo quanto fazia.

Em uma Europa de estrutura feudal,
Na qual cidades e comércio floresciam,
A cultura, em grande parte, nas mãos da Igreja,
Uma sociedade de estrutura estamental
Os servos arduamente mantinham,
A trabalhar para os senhores, reis e clero.

Nesse mundo, o Renascimento Carolíngio,
Ao trazer certas mudanças e novidades,
Preparava do futuro os caminhos,
Com a ajuda do sábio Alcuíno,
Incluso o das posteriores universidades,
Que de ideias e transformações seriam ninhos.

VÍDEO-DOCUMENTÁRIO COSMOS, EPISÓDIO 7: A ESPINHA DORSAL DA NOITE, DE CARL SAGAN (Breve comentário do Prof. José Antônio Brazão.)

COSMOS, EPISÓDIO 7: A ESPINHA DORSAL DA NOITE, DE CARL SAGAN:
Vídeo COSMOS, episódio 7: A Espinha Dorsal da Noite [O Esqueleto da Noite], de Carl Sagan, no YouTube. Site: https://www.youtube.com/watch?v=V2B0ofcckIc
COMENTÁRIO DO PROFESSOR JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO:
O vídeo-documentário COSMOS, episódio 7: A Espinha Dorsal da Noite [ou O Esqueleto da Noite], do astrônomo norte-americano Carl Sagan (1934 – 1996), é um vídeo riquíssimo. Sagan busca as origens da ciência ocidental, indo até locais onde houve colônias gregas, com destaque para a ilha de Samos, na atual Turquia (esta era chamada, na antiguidade, de Ásia Menor). Na verdade, ao buscar as origens da ciência, aponta igualmente para as ORIGENS DA FILOSOFIA.
Mas o que é filosofia e o que tem ela haver com a Ásia Menor (atual Turquia)? A filosofia é a busca racional de entendimento do mundo, da realidade. Como assim? Racional porque é baseada na razão (em grego, logos; em latim, ratio – donde, passando para o português: RACIOnal). Logos, palavra grega, significa: palavra, discurso, razão.
LOGOS é PALAVRA através da qual as pessoas se comunicam umas com as outras. Um termo que também traduz LOGOS é VERBO (do latim, VERBUM) – Só para lembrar: Jesus é chamado de LOGOS de Deus que habitou entre nós, logo no início do Evangelho Segundo João (dê uma olhadinha na Bíblia). O Novo Testamento inteiro foi escrito em grego.
LOGOS é DISCURSO, ou seja, um conjunto de palavras encadeadas, reunidas, de forma existir transmissão de ideias entre as pessoas. Só para lembrar, lá na língua portuguesa temos o DISCURSO DIRETO e o DISCURSO INDIRETO! Ao pé da letra, discurso é o curso em várias direções, o caminho, que seguem as palavras, como o curso do rio que se movimenta por várias direções até chegar ao mar. Aliás, mar é o que havia e há naqueles lados da Ásia Menor (atual Turquia) e da Magna Grécia (Sul da Itália), onde houve colônias gregas, nas quais nasceram diferentes filósofos que refletiram sobre o mundo.
LOGOS é também RAZÃO! E o que é razão? É a capacidade humana de pensar, refletir, analisar, avaliar, compreender, investigar, etc. É a inteligência humana! Ora, a CIÊNCIA e a FILOSOFIA fazem largo uso da razão para investigar e compreender o universo e a realidade do dia a dia, bem como fazem uso da palavra e do discurso (direto, indireto, etc.) para transmitir para outras pessoas suas descobertas.
Veja o quanto devemos ao povo grego! Ao povo romano antigo também, que falava latim. Os romanos, que dominaram a Grécia, gostaram tanto da língua grega e da cultura desse povo que assimilaram parte de sua arquitetura, de seus deuses e deusas (com nomes um pouco diferentes), de sua arte e até de sua língua, além de outros elementos! O latim ficou carregado de palavras gregas! O latim, misturado com línguas de povos dominados, deu origem ao francês, ao espanhol, ao romeno, ao italiano, a parte do inglês, etc., e ao PORTUGUÊS! Pegue uma gramática e um dicionário e veja o montão de palavras, prefixos, sufixos e outros termos da língua portuguesa que têm sua origem grega!
Carl Sagan, no seu documentário, fala da passagem dos MITOS (explicações religiosas) ao pensamento científico (FILOSOFIA, ainda que ele não use esse termo). Sagan fala de PITÁGORAS, que usou o termo COSMOS (Pitágoras era grego) para definir o universo harmônico! E foi um grande matemático. Você se lembra do Teorema de Pitágoras? Ele não o criou, pois tem uma origem que remonta até os antigos babilônicos! Mas foi ele que fez CIÊNCIA matemática usando esse teorema. Sagan também mostra os sólidos dos pitagóricos que representam a terra (cubo), a água (icosaedro), o ar (octaedro) e o fogo (pirâmide) (os quatro elementos de Empédocles!) e o cosmos (dodecaedro).  São conhecidos, principalmente, como SÓLIDOS DE PLATÃO (no livro Timeu, de acordo com a Wikipédia). Veja que os gregos influenciaram também nossa Matemática! Além de outros, como Tales e Anaximandro de Mileto, Sagan menciona outro importante filósofo da natureza: DEMÓCRITO, o descobridor, junto com LEUCIPO, do átomo!
Vale lembrar que o ÁTOMO tem esse nome porque Leucipo e Demócrito acreditavam que era uma partícula minúscula, a menor da matéria, mas indivisível (átomos, em grego, indivisível, de acordo com o Google). A Química e a Física contemporâneas trataram de usar o termo átomo também, advindo de Leucipo e Demócrito, que passou para um filósofo posterior chamado Epicuro de Samos, foi registrado por escritores da antiguidade e chegou aos nossos dias. Mas a Química e a Física atuais sabem bem que o próprio átomo é composto de partículas menores, como os prótons, elétrons, nêutrons, quarks, entre um punhado de outras. Dê uma olhada nos livros de Química e Física que você verá! Livros científicos, internet ...
O vídeo de Sagan é riquíssimo! Veja e reveja-o e você descobrirá coisas m