Secretaria
de Educação do Estado de Goiás
Colégio
Estadual Deputado José de Assis
Estudo
Orientado EAD
SEGUNDOS
ANOS DO ENSINO MÉDIO E EP2
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NOTA
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DISCIPLINA: FILOSOFIA.
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DATA: _____/_____/2020.
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PROFESSOR: JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
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ALUNO(A):
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SÉRIE:
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TURMA:
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BIMESTRE
2º
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Segunda.
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PERÍODO:
De 04 a 15 de maio de 2020.
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ATIVIDADE
OBJETIVO:
Compreender
as principais ideias do filósofo moderno René Descartes, que viveu no século
XVII, bem como seu racionalismo e as implicações posteriores de suas ideias a
respeito do conhecimento.
INSTRUÇÕES
QUE OS ALUNOS DEVERÃO SEGUIR:
1) VÍDEO:
SER OU NÃO SER – DESCARTES: PENSO, LOGO EXISTO. Em: https://www.youtube.com/watch?v=Tjl9sGHkKWU
2) À
caneta preta ou azul.
3) No
caderno. Uma página de resumo do vídeo.
4) Valor:
10,0.
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO:
TEORIA
DO CONHECIMENTO
RENÉ
DESCARTES.
VÍDEO: SER OU
NÃO SER – DESCARTES: PENSO, LOGO EXISTO. Em: https://www.youtube.com/watch?v=Tjl9sGHkKWU
COMENTÁRIO DO PROF.
JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
A
Idade Moderna (séculos XV a XVIII, de acordo com o quadripartismo histórico – a
divisão da História em quatro partes) foi um período da história humana,
tomando como referência o que estava em curso na Europa, em que uma série de
mudanças ocorreram. Entre essas mudanças:
(1)As Grandes Navegações e Descobertas
Marítimas. Vários países europeus, tendo dificuldades no comércio com as
Índias (na verdade, a Índia e partes da Ásia), por conta do domínio italiano e
muçulmano do Mar Mediterrâneo, ousaram buscar novas rotas para aquela região,
na busca comercial de especiarias (condimentos como canela, cravo, entre
outros), além de outros produtos necessários e valorizados dentro da Europa,
naquele tempo. Destaques para Portugal e Espanha. Mas nem tudo eram flores e
belo comércio: houve escravidão, massacres de povos dominados e conquistados a
ferro e fogo, entre outras barbaridades.
(2)O Renascimento Artístico e Cultural.
Desde o século XV ou pouco antes, a arte medieval vinha, paulatinamente (pouco
a pouco), dando espaço a uma arte que viria a pôr o ser humano no centro,
fugindo do teocentrismo (colocação de Deus no centro) medieval. Dentre as
características marcantes do Renascimento Artístico podem ser citadas: o
antropocentrismo (colocação do homem no centro), ainda que houvesse marcas
religiosas em muitas obras de arte, a nova arte passou a retratar mais
intensamente o corpo humano e os seres humanos; o classicismo greco-romano: a
busca de inspiração e de modelos na antiga arte dos gregos e romanos – um bom
exemplo disto, na literatura, por exemplo: Os
Lusíadas, de Camões, grandioso poema que une realidade histórica (a Viagem
de Vasco da Gama, contornando o Cabo das Tormentas, no Sul da África e chegando
às Índias após contornar a África, mais a ação dos deuses e das deusas de
Grécia e Roma antigas); o naturalismo – a arte do Renascimento traça com muita
naturalidade e precisão os traços dos seres apresentados nas obras de arte,
principalmente da pintura e da escultura, uma precisão incrível, natural (daí
naturalismo); a perspectiva, isto é, a percepção em profundidade, que marca
muito bem a pintura – há uma imagem principal à frente e um fundo atrás dela (a
pintura Monalisa, de Leonardo da Vinci, por exemplo, mostra bem o rosto da
mulher retratada e, ao fundo, dois caminhos, além de outros detalhes).
(3)A Reforma Protestante, no século XVI em
diante. Iniciada com o monge alemão Martinho Lutero, a Reforma provocou uma
cisão (um racha, uma divisão) dentro da Igreja Católica, com o nascimento de
novas igrejas cristãs, fundadas por diversos reformadores (por exemplo, além de
Lutero, Calvino e outros), com novas visões a respeito da Bíblia e do
cristianismo, um novo modo de cultuar o Deus cristão.
(4)A Revolução Científica Moderna. O mundo
moderno (da Idade Moderna) viu o despertar profundo de novas ideias e
descobertas a respeito do universo e da natureza, novas investigações e
descobertas de leis naturais até então não conhecidas. Entre os pensadores e
cientistas que a provocaram estão Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes
(João) Kepler, o próprio Leonardo da Vinci, sem dúvida, entre outros, como, em
sua culminância, Isaac Newton. Até então se acreditava que a Terra era o centro
do universo (geocentrismo), teoria milenar, muito antiga. Copérnico, grande
astrônomo e matemático, depois de muitas observações e muitos cálculos e
recálculos, chegou à conclusão de que o centro do universo seria o Sol
(heliocentrismo), teoria, depois defendida e comprovada, por meio de
observações com o telescópio e também o uso aguçado do intelecto, por Galileu
Galilei.
Pois
bem, todas essas mudanças que vinham ocorrendo, além de outras que as
antecederam e as seguiram, provocaram sérios questionamentos a respeito do
CONHECIMENTO HUMANO. Até então, por séculos, fazia-se apelo à AUTORIDADE de
grandes pensadores da antiguidade, do mundo medieval e da Igreja Católica – o
filósofo tal disse, causa acabada, não se discute; a Bíblia disse, causa
acabada, não se discute; o santo tal disse, causa acabada, não se discute ou
não se nega. Ora, as mudanças em curso, nos séculos XV em diante, provocaram a
necessidade de um novo modo de encarar o conhecimento. Em que consiste o
conhecimento? De onde provém o conhecimento: da razão ou da experiência
sensível (sensorial, dos cinco sentidos)? Além de outras questões sobre as
quais vários filósofos se debruçaram, na busca de entender e explicar a
capacidade humana de conhecer o mundo e a realidade.
Entre
os filósofos que se destacaram nesses séculos encontram-se, por exemplo: RENÉ
DESCARTES (francês), JOHN LOCKE (inglês), DAVID HUME (escocês) e outros tantos,
culminando, no século XVIII, com o alemão IMMANUEL KANT. Mas vamos falar agora,
ainda que brevemente, de RENÉ DESCARTES.
Você
já deve ter estudado, lá na Matemática, as COORDENADAS CARTESIANAS, com muita
certeza, deve ter estudado gráficos que as levam. Pois é, elas foram inventadas
pelo filósofo e matemático RENÉ DESCARTES – o nome de Descartes, em latim, é
RENATO CARTESIUS, daí cartesiano(a)! Descartes foi um grande matemático. E,
como filósofo, defendeu o RACIONALISMO. Como assim? O Racionalismo diz que a
origem dos conhecimentos verdadeiros dos seres humanos encontra-se na RAZÃO
(ratio, em latim). E o que é a razão? É a capacidade humana de formar ideias,
de pensar, de refletir, de duvidar, de investigar, de fazer interações
(ligações) mentais, de calcular, etc. É, em resumo, o intelecto humano. Sem a
razão não haveriam pensamentos, filosofia, ciência, conhecimentos precisos, nem
reflexões!
Você
já deve ter ouvido a expressão PENSO, LOGO EXISTO. Ela é de Descartes.
Descartes escreveu diversos livros filosóficos em que estabelece a relação
entre a capacidade humana de pensar (a razão) e a certeza da existência. É
claro, com a razão, a capacidade de pensar, o ser humano é capaz de ir muito
além do que apresentam os cinco sentidos – o olfato, o tato, a audição, a visão
e o paladar. Estes nos mostram o mundo diretamente – basta abrir os olhos e
podemos ver o mundo ao nosso redor. Mas é a razão que é capaz de ir muito além,
de descobrir segredos e leis da natureza, de criar matemática, astronomia, além
de outros tantos tipos de conhecimentos. A razão é a fonte principal dos
conhecimentos (racionalismo, como dito).
No
latim, “Penso, logo existo” é “Cogito
ergo sum”. E o que tem o latim haver com a filosofia e a ciência? É que,
ainda no tempo de Descartes, século XVII, era comum se escrever livros em latim,
antiga língua do Império Romano que foi assimilada, no mundo medieval, pela
Igreja Católica, após a queda do império. Se bem que mudanças também vinham
ocorrendo aí: escritores e cientistas, até mesmo filósofos, passando a escrever
na própria língua (inglês, francês, italiano, espanhol, etc.). Uma curiosidade:
com a Reforma Protestante, uma das preocupações dos líderes reformadores e das
novas igrejas cristãs foi colocar a Bíblia nas mãos das pessoas comuns. Para
tanto, é claro, traduções da Bíblia tiveram que ser feitas. Não é à toa que,
hoje, a Bíblia é o livro mais vendido no mundo ou continua entre os
primeiríssimos, traduzido para muitas línguas. Descartes escreveu também em
francês, além do latim.
Mas
como surgiu o COGITO, o PENSO?
Descartes escreveu um opúsculo (obra pequena) chamado MEDITAÇÕES SOBRE A FILOSOFIA PRIMEIRA, ou, simplesmente,
MEDITAÇÕES. Aí diz que, certo dia, estava deitado (geralmente estudava assim
por motivos de saúde), observando o quarto e o escritório de estudos, o
ambiente ao redor. Então, perguntou-se se aquilo não poderia ser um sonho. Ora,
no sonho há coisas que vemos que parecem coisas muito reais, muito verdadeiras.
Ele diz que poderia, portanto, estar sonhando. Além disto, os cinco sentidos
humanos são enganosos – há coisas que vemos e percebemos que, quando fazemos
uma observação mais apurada, não correspondem bem àquilo que acreditávamos ser
(um barulho, uma imagem ao longe, etc.). Não dá para confiar cegamente nos
sentidos!
O
que fazer então, a fim de poder ter certeza da realidade? Descartes se propôs a
si mesmo, naquele momento, o uso da DÚVIDA como um caminho a ser percorrido.
Duvidar não é necessariamente negar. É não aceitar o que se crê como certezas
de modo imediato. Duvidou do que estava ao seu redor (realidade), do corpo, da
matemática (um gênio enganador o poderia estar ludibriando!), até de Deus (não
o negou, pôs em dúvida), até que chegou ao fundo do poço de sua mente e aí,
finalmente, encontrou uma verdade primeira, que não poderia ser contestada
(negada): EU PENSO (COGITO). Eu sou um ser que pensa, que duvida, que reflete,
que usa a razão. Ora, portanto, existo! Como ser pensante, sou existente. Eis a
primeira certeza! Em minha mente há também uma ideia de um Ser criador,
perfeito, eterno, etc., uma ideia que ninguém a pode ter colocado aí senão o próprio
DEUS. Portanto, Deus existe! A ideia de Deus é uma IDEIA INATA, isto é, que
nasce com o ser humano. A partir dessas duas certezas, a do COGITO (Eu penso) e
a de Deus, Descartes pôde, enfim, acreditar na certeza da Matemática (Deus não
deixaria um gênio enganador ludibria-lo, enganá-lo) e até mesmo estar certo do
mundo e da realidade ao seu redor.
A
dúvida usada por Descartes é chamada de DÚVIDA METÓDICA ou DÚVIDA HIPERBÓLICA.
Por quê? Metódica, por ser um caminho (palavra advinda do grego, método é
caminho), o caminho que levou Descartes até o Cogito e o trouxe de volta à
realidade externa a ele (o mundo ao seu redor), às certezas. Hiperbólica, por
ter sido uma dúvida radical, EXAGERADA! Hipérbole, na Língua Portuguesa, por
exemplo, é uma imagem exagerada:
Corri o mundo para te ver! Fulano comeu até estourar! A dúvida de Descartes foi
exagerada, aprofundando-se cada vez mais, chegando a duvidar de quase tudo, até
chegar à verdade primeira do COGITO. Daí também ser chamada de dúvida
hiperbólica.
Curiosamente,
tempos depois, John Locke, o filósofo inglês, defendendo uma outra visão, dirá
que não existem ideias inatas! Mas isto ficará para outro dia.
Descartes,
preocupado com um método (caminho) para as ciências, escreveu DISCURSO DO
MÉTODO. Aí propõe quatro regras fundamentais para as ciências, no intuito de
poder se ter certeza do conhecimento produzido e das descobertas feitas.
Segundo o Wattpad (em: https://www.wattpad.com/102352229-filosofia-4-regras-do-m%C3%A9todo-de-descartes
), são elas:
“4 Regras do
Método de Descartes:
(1)regra da
evidência - aceitar apenas as ideias e os raciocínios que sejam claros e
distintos.
(2)regra da
análise - dividir um problema em muitas partes, de forma a estudá-las uma a
uma.
(3)regra da
síntese - elevar-se do múltiplo ao uno, do mais simples ao mais complexo no
conhecimento.
(4)regra da
enumeração – fazer a revisão e enumerar a totalidade de elementos ou das
conclusões a que se chegou.”
E
você, como encara as ideias de Descartes? Ainda valem?
VEJA
O VÍDEO DA PROFESSORA VIVIANE MOSÉ SOBRE DESCARTES. REVEJA E APRECIE.
CARO(A)
ESTUDANTE: Qualquer dúvida que você tiver a respeito desta atividade ou da
matéria, peça esclarecimentos LOGO ABAIXO DESTE TEXTO, em POSTAR UM COMENTÁRIO.
Poste aí suas dúvidas e pedidos de esclarecimentos. Terei grande satisfação em
responder. Canal de contato com o Professor José Antônio e mais uma
ferramenta de estudos EaD (Educação à Distância) que o Colégio Estadual
Deputado José de Assis, de Goiânia, a serviço da Secretaria de Educação de
Goiás, disponibiliza para você.
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