sexta-feira, 1 de maio de 2020

EAD CEDJA - FILOSOFIA Segundos anos (Prof. José Antônio Brazão.)



Secretaria de Educação do Estado de Goiás
Colégio Estadual Deputado José de Assis
Estudo Orientado EAD
SEGUNDOS ANOS DO ENSINO MÉDIO E EP2
NOTA
DISCIPLINA: FILOSOFIA.
DATA: _____/_____/2020.

PROFESSOR: JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
ALUNO(A):
SÉRIE:
TURMA:
BIMESTRE

Segunda.

PERÍODO: De 04 a 15 de maio de 2020.

ATIVIDADE
OBJETIVO: Compreender as principais ideias do filósofo moderno René Descartes, que viveu no século XVII, bem como seu racionalismo e as implicações posteriores de suas ideias a respeito do conhecimento.
INSTRUÇÕES QUE OS ALUNOS DEVERÃO SEGUIR:
1)      VÍDEO: SER OU NÃO SER – DESCARTES: PENSO, LOGO EXISTO. Em: https://www.youtube.com/watch?v=Tjl9sGHkKWU
2)      À caneta preta ou azul.
3)      No caderno. Uma página de resumo do vídeo.
4)      Valor: 10,0.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
TEORIA DO CONHECIMENTO
RENÉ DESCARTES.
VÍDEO: SER OU NÃO SER – DESCARTES: PENSO, LOGO EXISTO. Em: https://www.youtube.com/watch?v=Tjl9sGHkKWU
COMENTÁRIO DO PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
A Idade Moderna (séculos XV a XVIII, de acordo com o quadripartismo histórico – a divisão da História em quatro partes) foi um período da história humana, tomando como referência o que estava em curso na Europa, em que uma série de mudanças ocorreram. Entre essas mudanças:
(1)As Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Vários países europeus, tendo dificuldades no comércio com as Índias (na verdade, a Índia e partes da Ásia), por conta do domínio italiano e muçulmano do Mar Mediterrâneo, ousaram buscar novas rotas para aquela região, na busca comercial de especiarias (condimentos como canela, cravo, entre outros), além de outros produtos necessários e valorizados dentro da Europa, naquele tempo. Destaques para Portugal e Espanha. Mas nem tudo eram flores e belo comércio: houve escravidão, massacres de povos dominados e conquistados a ferro e fogo, entre outras barbaridades.
(2)O Renascimento Artístico e Cultural. Desde o século XV ou pouco antes, a arte medieval vinha, paulatinamente (pouco a pouco), dando espaço a uma arte que viria a pôr o ser humano no centro, fugindo do teocentrismo (colocação de Deus no centro) medieval. Dentre as características marcantes do Renascimento Artístico podem ser citadas: o antropocentrismo (colocação do homem no centro), ainda que houvesse marcas religiosas em muitas obras de arte, a nova arte passou a retratar mais intensamente o corpo humano e os seres humanos; o classicismo greco-romano: a busca de inspiração e de modelos na antiga arte dos gregos e romanos – um bom exemplo disto, na literatura, por exemplo: Os Lusíadas, de Camões, grandioso poema que une realidade histórica (a Viagem de Vasco da Gama, contornando o Cabo das Tormentas, no Sul da África e chegando às Índias após contornar a África, mais a ação dos deuses e das deusas de Grécia e Roma antigas); o naturalismo – a arte do Renascimento traça com muita naturalidade e precisão os traços dos seres apresentados nas obras de arte, principalmente da pintura e da escultura, uma precisão incrível, natural (daí naturalismo); a perspectiva, isto é, a percepção em profundidade, que marca muito bem a pintura – há uma imagem principal à frente e um fundo atrás dela (a pintura Monalisa, de Leonardo da Vinci, por exemplo, mostra bem o rosto da mulher retratada e, ao fundo, dois caminhos, além de outros detalhes).
(3)A Reforma Protestante, no século XVI em diante. Iniciada com o monge alemão Martinho Lutero, a Reforma provocou uma cisão (um racha, uma divisão) dentro da Igreja Católica, com o nascimento de novas igrejas cristãs, fundadas por diversos reformadores (por exemplo, além de Lutero, Calvino e outros), com novas visões a respeito da Bíblia e do cristianismo, um novo modo de cultuar o Deus cristão.
(4)A Revolução Científica Moderna. O mundo moderno (da Idade Moderna) viu o despertar profundo de novas ideias e descobertas a respeito do universo e da natureza, novas investigações e descobertas de leis naturais até então não conhecidas. Entre os pensadores e cientistas que a provocaram estão Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes (João) Kepler, o próprio Leonardo da Vinci, sem dúvida, entre outros, como, em sua culminância, Isaac Newton. Até então se acreditava que a Terra era o centro do universo (geocentrismo), teoria milenar, muito antiga. Copérnico, grande astrônomo e matemático, depois de muitas observações e muitos cálculos e recálculos, chegou à conclusão de que o centro do universo seria o Sol (heliocentrismo), teoria, depois defendida e comprovada, por meio de observações com o telescópio e também o uso aguçado do intelecto, por Galileu Galilei.
Pois bem, todas essas mudanças que vinham ocorrendo, além de outras que as antecederam e as seguiram, provocaram sérios questionamentos a respeito do CONHECIMENTO HUMANO. Até então, por séculos, fazia-se apelo à AUTORIDADE de grandes pensadores da antiguidade, do mundo medieval e da Igreja Católica – o filósofo tal disse, causa acabada, não se discute; a Bíblia disse, causa acabada, não se discute; o santo tal disse, causa acabada, não se discute ou não se nega. Ora, as mudanças em curso, nos séculos XV em diante, provocaram a necessidade de um novo modo de encarar o conhecimento. Em que consiste o conhecimento? De onde provém o conhecimento: da razão ou da experiência sensível (sensorial, dos cinco sentidos)? Além de outras questões sobre as quais vários filósofos se debruçaram, na busca de entender e explicar a capacidade humana de conhecer o mundo e a realidade.
Entre os filósofos que se destacaram nesses séculos encontram-se, por exemplo: RENÉ DESCARTES (francês), JOHN LOCKE (inglês), DAVID HUME (escocês) e outros tantos, culminando, no século XVIII, com o alemão IMMANUEL KANT. Mas vamos falar agora, ainda que brevemente, de RENÉ DESCARTES.
Você já deve ter estudado, lá na Matemática, as COORDENADAS CARTESIANAS, com muita certeza, deve ter estudado gráficos que as levam. Pois é, elas foram inventadas pelo filósofo e matemático RENÉ DESCARTES – o nome de Descartes, em latim, é RENATO CARTESIUS, daí cartesiano(a)! Descartes foi um grande matemático. E, como filósofo, defendeu o RACIONALISMO. Como assim? O Racionalismo diz que a origem dos conhecimentos verdadeiros dos seres humanos encontra-se na RAZÃO (ratio, em latim). E o que é a razão? É a capacidade humana de formar ideias, de pensar, de refletir, de duvidar, de investigar, de fazer interações (ligações) mentais, de calcular, etc. É, em resumo, o intelecto humano. Sem a razão não haveriam pensamentos, filosofia, ciência, conhecimentos precisos, nem reflexões!
Você já deve ter ouvido a expressão PENSO, LOGO EXISTO. Ela é de Descartes. Descartes escreveu diversos livros filosóficos em que estabelece a relação entre a capacidade humana de pensar (a razão) e a certeza da existência. É claro, com a razão, a capacidade de pensar, o ser humano é capaz de ir muito além do que apresentam os cinco sentidos – o olfato, o tato, a audição, a visão e o paladar. Estes nos mostram o mundo diretamente – basta abrir os olhos e podemos ver o mundo ao nosso redor. Mas é a razão que é capaz de ir muito além, de descobrir segredos e leis da natureza, de criar matemática, astronomia, além de outros tantos tipos de conhecimentos. A razão é a fonte principal dos conhecimentos (racionalismo, como dito).
No latim, “Penso, logo existo” é “Cogito ergo sum”. E o que tem o latim haver com a filosofia e a ciência? É que, ainda no tempo de Descartes, século XVII, era comum se escrever livros em latim, antiga língua do Império Romano que foi assimilada, no mundo medieval, pela Igreja Católica, após a queda do império. Se bem que mudanças também vinham ocorrendo aí: escritores e cientistas, até mesmo filósofos, passando a escrever na própria língua (inglês, francês, italiano, espanhol, etc.). Uma curiosidade: com a Reforma Protestante, uma das preocupações dos líderes reformadores e das novas igrejas cristãs foi colocar a Bíblia nas mãos das pessoas comuns. Para tanto, é claro, traduções da Bíblia tiveram que ser feitas. Não é à toa que, hoje, a Bíblia é o livro mais vendido no mundo ou continua entre os primeiríssimos, traduzido para muitas línguas. Descartes escreveu também em francês, além do latim.
Mas como surgiu o COGITO, o PENSO? Descartes escreveu um opúsculo (obra pequena) chamado MEDITAÇÕES SOBRE A FILOSOFIA PRIMEIRA, ou, simplesmente, MEDITAÇÕES. Aí diz que, certo dia, estava deitado (geralmente estudava assim por motivos de saúde), observando o quarto e o escritório de estudos, o ambiente ao redor. Então, perguntou-se se aquilo não poderia ser um sonho. Ora, no sonho há coisas que vemos que parecem coisas muito reais, muito verdadeiras. Ele diz que poderia, portanto, estar sonhando. Além disto, os cinco sentidos humanos são enganosos – há coisas que vemos e percebemos que, quando fazemos uma observação mais apurada, não correspondem bem àquilo que acreditávamos ser (um barulho, uma imagem ao longe, etc.). Não dá para confiar cegamente nos sentidos!
O que fazer então, a fim de poder ter certeza da realidade? Descartes se propôs a si mesmo, naquele momento, o uso da DÚVIDA como um caminho a ser percorrido. Duvidar não é necessariamente negar. É não aceitar o que se crê como certezas de modo imediato. Duvidou do que estava ao seu redor (realidade), do corpo, da matemática (um gênio enganador o poderia estar ludibriando!), até de Deus (não o negou, pôs em dúvida), até que chegou ao fundo do poço de sua mente e aí, finalmente, encontrou uma verdade primeira, que não poderia ser contestada (negada): EU PENSO (COGITO). Eu sou um ser que pensa, que duvida, que reflete, que usa a razão. Ora, portanto, existo! Como ser pensante, sou existente. Eis a primeira certeza! Em minha mente há também uma ideia de um Ser criador, perfeito, eterno, etc., uma ideia que ninguém a pode ter colocado aí senão o próprio DEUS. Portanto, Deus existe! A ideia de Deus é uma IDEIA INATA, isto é, que nasce com o ser humano. A partir dessas duas certezas, a do COGITO (Eu penso) e a de Deus, Descartes pôde, enfim, acreditar na certeza da Matemática (Deus não deixaria um gênio enganador ludibria-lo, enganá-lo) e até mesmo estar certo do mundo e da realidade ao seu redor.
A dúvida usada por Descartes é chamada de DÚVIDA METÓDICA ou DÚVIDA HIPERBÓLICA. Por quê? Metódica, por ser um caminho (palavra advinda do grego, método é caminho), o caminho que levou Descartes até o Cogito e o trouxe de volta à realidade externa a ele (o mundo ao seu redor), às certezas. Hiperbólica, por ter sido uma dúvida radical, EXAGERADA! Hipérbole, na Língua Portuguesa, por exemplo, é uma imagem exagerada: Corri o mundo para te ver! Fulano comeu até estourar! A dúvida de Descartes foi exagerada, aprofundando-se cada vez mais, chegando a duvidar de quase tudo, até chegar à verdade primeira do COGITO. Daí também ser chamada de dúvida hiperbólica.
Curiosamente, tempos depois, John Locke, o filósofo inglês, defendendo uma outra visão, dirá que não existem ideias inatas! Mas isto ficará para outro dia.
Descartes, preocupado com um método (caminho) para as ciências, escreveu DISCURSO DO MÉTODO. Aí propõe quatro regras fundamentais para as ciências, no intuito de poder se ter certeza do conhecimento produzido e das descobertas feitas. Segundo o Wattpad (em: https://www.wattpad.com/102352229-filosofia-4-regras-do-m%C3%A9todo-de-descartes ), são elas:
“4 Regras do Método de Descartes:
(1)regra da evidência - aceitar apenas as ideias e os raciocínios que sejam claros e distintos.
(2)regra da análise - dividir um problema em muitas partes, de forma a estudá-las uma a uma.
(3)regra da síntese - elevar-se do múltiplo ao uno, do mais simples ao mais complexo no conhecimento.
(4)regra da enumeração – fazer a revisão e enumerar a totalidade de elementos ou das conclusões a que se chegou.”
E você, como encara as ideias de Descartes? Ainda valem?
VEJA O VÍDEO DA PROFESSORA VIVIANE MOSÉ SOBRE DESCARTES. REVEJA E APRECIE.
CARO(A) ESTUDANTE: Qualquer dúvida que você tiver a respeito desta atividade ou da matéria, peça esclarecimentos LOGO ABAIXO DESTE TEXTO, em POSTAR UM COMENTÁRIO. Poste aí suas dúvidas e pedidos de esclarecimentos. Terei grande satisfação em responder. Canal de contato com o Professor José Antônio e mais uma ferramenta de estudos EaD (Educação à Distância) que o Colégio Estadual Deputado José de Assis, de Goiânia, a serviço da Secretaria de Educação de Goiás, disponibiliza para você.



Nenhum comentário: