sexta-feira, 1 de maio de 2020

EAD CEDJA - FILOSOFIA TERCEIROS ANOS (Prof. José Antônio Brazão.)



Secretaria de Educação do Estado de Goiás
Colégio Estadual Deputado José de Assis
Estudo Orientado EAD
TERCEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO E EP3
NOTA
DISCIPLINA: FILOSOFIA.
DATA: _____/_____/2020.

PROFESSOR: JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
ALUNO(A):
SÉRIE:
TURMA:
BIMESTRE

Terceira.

PERÍODO: De 04 a 17 de maio de 2020.

ATIVIDADE
OBJETIVO: Analisar e avaliar diferentes teorias políticas que apareceram no mundo moderno (Idade Moderna), a saber, de Nicolau Maquiavel, John Locke, Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau, compreender suas diferenças e similitudes, bem como sua influência posterior, até no mundo atual (século XXI).
INSTRUÇÕES QUE OS ALUNOS DEVERÃO SEGUIR:
1)      Assistir o vídeo-documentário O PRÍNCIPE, DE NICOLAU MAQUIAVEL. Em: https://www.youtube.com/watch?v=SCZQzThIXBE
2)      À caneta preta ou azul.
3)      No caderno. Uma página de resumo do vídeo.
4)      Valor: 10,0.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
POLÍTICA
Assistir o vídeo-documentário O PRÍNCIPE, DE NICOLAU MAQUIAVEL. Em: https://www.youtube.com/watch?v=SCZQzThIXBE
COMENTÁRIO DO PROFESSOR JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO:
O foco do segundo bimestre, conforme o programa proposto pela Secretaria de Educação de Goiás para Filosofia, é a POLÍTICA. De fato, entre os temas analisados pela Filosofia, além da Ciência e da Ética, como pôde ser percebido no primeiro bimestre, encontra-se também a POLÍTICA, que será estudada neste segundo bimestre. Política é a arte de governar, é o uso do poder na direção de uma sociedade, bem como a habilidade de governar. A palavra política vem de PÓLIS, que vem do grego e significa CIDADE (no caso, cidade-Estado, pois cada cidade grega antiga era independente e tinha seu próprio governo). Política, portanto, era o governo da pólis. Políticos eram os responsáveis pelo governo e a direção da pólis.
Só para lembrar da influência da cultura grega: AnáPOLIS, GoianáPOLIS, TerezóPOLIS, PirenóPOLIS, IndianáPOLIS, FlorianóPOLIS, entre outras tantas cidades (pólis/póleis) do Brasil e do mundo, levam o nome pólis na constituição de seus respectivos nomes. A língua portuguesa está embebida de grego, de latim, além de um punhado de outras línguas! Pegue uma gramática e um dicionário comum e você verá quantos termos, sufixos, prefixos e outras palavras do grego (e outras línguas) estão no português. Feito isto, voltemos ao tema.
Dos antigos gregos até os tempos atuais a história foi longa. Nesse caminho, a palavra POLÍTICA tomou uma dimensão muito maior. Hoje se fala de política da saúde, política econômica, política brasileira, política mundial, e os políticos vão desde vereadores, passando por prefeitos, que dirigem uma cidade, até deputados, senadores e o(a) Presidente da República, o primeiro-ministro (por exemplo, na Grã-Bretanha), etc.
Curiosamente, desde a antiguidade, filósofos também se interessaram por entender a política. Podem ser citados nomes, aqui, como: os sofistas, Sócrates, Platão que escreveu A República, Aristóteles que escreveu a Política, o romano Cícero, entre outros tantos. Na Idade Média, Aurélio Agostinho (ou Santo Agostinho) escreveu A Cidade de Deus! Além deste, no mundo medieval, (São) Tomás de Aquino, Guilherme de Ockham (ou Occam) e Marcílio Ficino, incluindo Dante Alighieri (o escritor de A Divina Comédia), se interessaram pelas relações de poder (pela política).
Pois bem, na Idade Moderna também! Entre os filósofos de destaque no mundo moderno podem ser citados Nicolau Maquiavel, que escreveu O Príncipe, Thomas Hobbes, que escreveu o Leviatã, John Locke, que escreveu Dois Tratados Sobre o Governo Civil, e Jean-Jacques Rousseau, que escreveu O Contrato Social.
Neste primeiro momento, focaremos o pensador (filósofo) Maquiavel.
Nicolau Maquiavel, que viveu bem no auge do Renascimento, na Itália, viu esta toda dividida em pequenos reinos, cada qual com seu governante, e desejava vê-la unificada. Uma Itália que sofria, inclusive, interferências e invasões de governos estrangeiros europeus, como a França. Sendo diplomata da República Florentina (de Florença ou Firenze), além de filósofo, Maquiavel, entendido nos nas relações de poder e sendo grande observador e leitor (gostava muito de ler os clássicos da antiguidade e de seu tempo), acabou escrevendo uma obra que se tornou obra-prima da política, inclusive mundial, chamada O PRÍNCIPE. Neste livro, Nicolau Maquiavel não trata a política de forma idealizada, não propõe um governo ideal como fez Platão em A República, nem de uma cidade ideal cristã como o fez Santo Agostinho.
Muito pelo contrário, Maquiavel escreveu de forma objetiva, buscando mostrar as razões de governos terem caído e governos terem se mantido ao longo da história (Maquiavel a conhecia bem, além da história de seu tempo), bem como apontou caminhos para governantes poderem conquistar e manter-se no poder.
Para Maquiavel, além de um exército forte e pulso no comando, um governante (príncipe) que se preze e queira manter-se longamente no poder deve ter a virtude. Virtude moral? Esta também, mas principalmente a virtude como capacidade, como força, como sagacidade (esperteza), como visão e percepção do que está e de quem está ao seu redor.  Nesse sentido, precisa ser esperto como uma raposa. Tomar cuidado com os que estão longe dele e, particularmente, com os que estão perto, como, por exemplo, nobres, políticos e pessoas envolvidas com o governo. Até mesmo com relação à Igreja. Deve manter a rédea curta, não permitindo que interfiram severamente em seu poder ou o queiram tomar. Para tanto, Maquiavel vai dizer que é preferível mais ser temido que amado.
Sim, é mais preferível ser temido que amado, seja pelos que estão a seu redor, seja até mesmo pelo povo que dirige. Por quê? Porque o temor mete medo nas pessoas e as tira de ideia de quererem prejudicar ou tomar o poder do príncipe, do governante. E o amor? Não deve ter ou não deve ser desejado? Sem dúvida, ser amado ajuda e é importante. Mas se tiver que escolher entre ambos, entre o temor e o amor, o governante sagaz deve optar pelo temor. No passado, houve governantes amados que perderam o poder, na hora das dificuldades e das crises. Nestas horas as pessoas perdem o amor pelo governante e, portanto, tal amor de nada terá valido se perder o poder! Já o temor, não. Em qualquer tempo, um governante forte, que tem um exército forte e bem preparado, pode fazer uso da força se necessário for.
Mas o governante deve ser um tirano? Não. Por quê? Porque tiranos são odiados e não temidos. Temor e ódio têm uma pequena diferença: o temor incute sério respeito, o ódio incute vingança.
Por que Príncipe e não Rei? Maquiavel conhecia bem o latim. Príncipe, em latim, é primus inter pares, o primeiro entre os iguais. O governante deve ser o primeiro a ter prevalência sobre todos, com o uso da virtude (virtú, em italiano) sabendo tratar os membros da nobreza, da qual faz parte ou passa a fazer, os clérigos (membros da Igreja) e o povo de modo respeitável mas firme, com pulso. Ademais, o governante deve ser o primeiro e o principal interessado em consolidar-se e manter-se no poder!
E quanto à religião? O príncipe, mesmo não sendo muito religioso, deve parecer piedoso. Isto é importante para manter a Igreja e o povo de seu lado. Mas não deve deixar membros da Igreja interferirem nos assuntos do Estado, como ocorriam em certos reinos da Itália e da Europa.
Com relação ao bem e ao mal, o que fazer? O bem, de acordo com Maquiavel, deve ser feito aos poucos, de forma que todos vejam que algo está sendo feito pelo bem comum (e, de fato, o Príncipe deve preocupar-se com o bem comum). Quanto ao mal, se tiver que fazer, que o faça de uma vez. Não fique fazendo mal ao povo ou aos próximos de modo contínuo, como se fosse um tirano. Tem que aumentar os impostos? Aumente de modo a durarem um bom tempo, mas não os suba continuamente. Tem que debelar uma revolta? Faça de uma vez, a fim de manter o povo e seus pares sob o temor. Com o tempo, as pessoas se acostumam e podem até se esquecer do mal feito, sem perder o temor e o respeito pelo Príncipe.
Um cuidado que o Príncipe deve ter: não tomar propriedades dos súditos. Pois as pessoas esquecem certas ofensas, perdas de parentes, mas não se esquecem do bem perdido, usurpado (tomado à força). Deve cuidar do bem-estar dos súditos e de suas propriedades, mediante o temor devido de todos. Quanto ao exército, Maquiavel escreveu um outro livro, chamado A Arte da Guerra. Tanto neste livro quanto em O Príncipe, Maquiavel viu a importância de um exército bem preparado e sempre pronto para servir o governante.
Outra recomendação dada ao governante para conquistar e, principalmente, manter o poder: LER livros que contem histórias de governos, de guerras, de conquistas, de acontecimentos em outros reinos. Para quê? Para ver o que levou reinos a caírem e evitar que o seu reino caia, assim como ver o que houve de bom e de positivo para serem aproveitados em seu reinado, consolidando ainda mais seu poder. O próprio Maquiavel, como foi dito, eram um grande leitor, além de observador sagaz dos acontecimentos de seu tempo.
Quanto a você: VEJA E REVEJA O VÍDEO proposto, que está no YOUTUBE. E siga a dica abaixo:
CARO(A) ESTUDANTE: Qualquer dúvida que você tiver a respeito desta atividade ou da matéria, peça esclarecimentos LOGO ABAIXO DESTE TEXTO, em POSTAR UM COMENTÁRIO. Poste aí suas dúvidas e pedidos de esclarecimentos. Terei grande satisfação em responder. Canal de contato com o Professor José Antônio e mais uma ferramenta de estudos EaD (Educação à Distância) que o Colégio Estadual Deputado José de Assis, de Goiânia, a serviço da Secretaria de Educação de Goiás, disponibiliza para você..

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