COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
QUARTO BIMESTRE
AULA 33 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS:
ESTRATIFICAÇÃO E DESIGUALDADES
SOCIAIS - GÊNERO/RAÇA (Prof. José
Antônio Brazão.):
INTRODUÇÃO (Prof. José Antônio.)
A desigualdade social, além daquela fundada na
separação de classes sociais, impacta também em termos de gênero – gêneros
masculino e feminino, homens e mulheres – e também de raças (branca, negra,
amarela), com as diferentes tonalidades de peles. Como?
No Brasil, o patriarcalismo (o domínio do homem
sobre a mulher) se fez presente durante muito tempo. Basta lembrar dos senhores
de engenhos que detinham um controle patriarcal (como patriarcas) sobre suas
famílias e sobre os seus subordinados e subordinadas. O lugar da mulher era
dentro de casa, cuidando do bom funcionamento desta. Basta lembrar também que o
voto feminino e a participação direta de mulheres na política se deu, no
Brasil, somente no século XX!
Mulheres nas escolas? Era coisa inimaginável nos
tempos coloniais, no Brasil. Mulheres advogadas, médicas e em outras profissões
fora de casa? No mundo colonial brasileiro? Nem pensar! Claro, podia haver
alguma exceção. Essas e outras conquistas levaram tempo e muitas lutas
femininas.
Atente para algo simples: quantas escritoras das
quais você já ouviu dizer presentes nos tempos coloniais? Pense.
No campo da desigualdade racial, a ESCRAVIDÃO
marcou profundamente a sociedade brasileira, tão intensamente que há marcas
presentes até hoje! Negros e negras têm se empenhado, há décadas, para
conquistar posições dentro da sociedade brasileira. A maioria dos enriquecidos
são brancos, para dar um exemplo. Pastores e padres negros? Poucos. Se bem que
aumentando. Médicos(as) negros(as)? Poucos. Engenheiros(as) negros(as)? Também
poucos(as). E assim por diante.
A maioria esmagadora dos grandes agricultores e
pecuaristas é branca, com alguma exceção possível.
O texto a seguir nos ajudará a entender um pouco
mais.
TEXTO DO LIVRO SOCIOLOGIA
EM MOVIMENTO:
As
desigualdades de gênero
[masculino/feminino] e de raça no Brasil
“No conjunto de
ideias e conceitos com base em crenças e tradições compartilhadas que
denominamos imaginário coletivo, há um modelo de indivíduo e de
sociedade no qual as diferenças culturais
e biológicas têm função hierarquizadora em espaços distintos da vida social. É assim, por exemplo, que a mulher é
percebida como “naturalmente inferior” ao
homem. Essa concepção, base da discriminação presente nas relações de gênero, coloca a mulher em
desvantagem nas diversas maneiras de relação social.
VISUALIZAÇÃO:
A desvantagem se
intensifica se associada a outro modo de desigualdade, como classe ou raça. No mundo do trabalho, por
exemplo, de acordo com a Pesquisa Mensal de
Emprego (PME) realizada pelo IBGE, em 2011 as mulheres ganharam, em média, até 28% menos do que os homens para desempenhar
as mesmas funções.
VISUALIZAÇÃO:
https://nosmulheresdaperiferia.com.br/negras-no-mercado-de-trabalho/
Apesar de a
legislação determinar que não haja diferenças salariais entre os sexos, tanto
na Constituição quanto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pesquisas
(como as da empresa Catho, líder em recrutamento on-line) demonstram que
de 2002 para cá, em algumas regiões metropolitanas brasileiras, as mulheres
aumentaram sua participação no mercado de trabalho (na liderança das empresas,
por exemplo, o crescimento foi de cerca de 109%) e melhoraram o grau de
instrução em relação aos homens, mas
continuam recebendo menos do que eles. Quando se trata de mulheres negras, tal
diferença supera os 170%.
VISUALIZAÇÃO:
https://nosmulheresdaperiferia.com.br/negras-no-mercado-de-trabalho/
VISUALIZAÇÃO:
Essa relação
desigual aparece também fora do mundo do trabalho. Boa parte das mulheres
exercem dupla jornada, no emprego e em casa. E, ainda que tenham ocorrido
avanços nessa relação, os casos de exploração, violência e discriminação são
comuns.
VISUALIZAÇÃO:
O Global Gender
Gap Report é um relatório do Fórum Econômico Mundial que considera índices
obtidos nas áreas da educação, saúde, economia e na possibilidade de acesso a
cargos políticos para aferir as desigualdades de gênero no mundo. De acordo com
a edição de 2014, mais de 80% dos países melhoraram alguns de seus indicadores
em matéria de igualdade de gênero, mas, em outros itens, como a igualdade
social, a situação piorou.
VISUALIZAÇÃO:
No ranking da
igualdade social, o Brasil encontra-se na 84a posição, último colocado da
América do Sul (Cuba está em 1o lugar na região e em 20o no
mundo). Um dos
problemas mais graves em nosso país, de acordo com o relatório, é a disparidade
salarial entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo.
VISUALIZAÇÃO:
Relatora da ONU que
tem se debruçado sobre o direito das mulheres à moradia e à terra, a urbanista
e professora Raquel Rolnik (1956-) faz um alerta para um aspecto dramático
dessa questão: a violência doméstica. De acordo com a estudiosa, muitas
mulheres não conseguem romper o ciclo da violência porque não possuem
alternativas economicamente viáveis de moradia. Os salários mais baixos para a
mesma atividade também impactam a dependência financeira que elas têm dos
companheiros ou familiares e, portanto, limitam sua autonomia.
VISUALIZAÇÃO:
Por conta da
desigualdade de gênero, as mulheres “recebem” menos que os homens no mercado de
trabalho, mesmo quando possuem a mesma qualificação e exercem as mesmas
funções.
VISUALIZAÇÃO:
Outra manifestação
recorrente da desigualdade social no Brasil é aquela sofrida por negros,
indígenas e seus descendentes desde o período colonial. O fim da escravidão não
significou para os negros sua inserção em condições de igualdade na sociedade
brasileira.
VISUALIZAÇÃO:
https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2673%3Acatid%3D28
VISUALIZAÇÃO:
Para o sociólogo
paulista Octavio Ianni, o que ocorreu foi a transformação do negro de escravo
em mão de obra livre e subalterna. O processo de privação material e de
dominação ideológica empreendido desde então exemplifica o tratamento desigual
dispensado aos negros na sociedade brasileira.”
Conteúdo do
capítulo 10 do livro SOCIOLOGIA EM
MOVIMENTO.
https://pt.calameo.com/read/0028993270bf48599a68e?authid=XBPlbB734l1t
CONCLUSÃO (Prof. José Antônio.):
As desigualdades entre homens e mulheres e entre
pessoas de raças diferentes têm diminuído, sem dúvida, mas há um caminho longo
a ser seguido, dadas as implicações sociais e econômicas aí presentes, de
cunhos histórico e classista – quem detém o poder econômico em suas mãos quer o
status quo, isto é, a manutenção da situação como aí está, mantenedora de
privilégios e interesses dos detentores dos poderes econômico e político.
Hoje as mulheres, desde meninas, têm tido maior
acesso à educação. Há mulheres, inclusive, professoras, médicas, engenheiras,
políticas, entre outras em diversificadas funções, para além do ambiente do
lar. No entanto, a caminhada precisa continuar: lutas e conquistas.
Quanto aos negros e pessoas de pele parda e escura,
os governos federais, há décadas, têm se empenhado por garantir o acesso dessas
pessoas a nível de universidades, concursos, serviço público, entre outros
benefícios sociais. Entretanto, como no caso das mulheres, o caminho é longo e
as conquistas lentas, mas que precisam ocorrer.
REFERÊNCIAS BÁSICAS:
GOOGLE IMAGENS. Disponível em: < https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&ogbl > Acessos em outubro de 2024.
ROMEIRO, Julieta et alii. Diálogo – Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (Seis volumes.) (Livros didáticos.)
SILVA, Afrânio et
alii. Trabalho e Sociedade. In: __________. Sociologia
em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016. (Cap. 9 e 10) (Livro
didático.)
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