quinta-feira, 10 de outubro de 2024

QUARTO BIMESTRE - AULA 32 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS. ESTRATIFICAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL – A POBREZA É ALGO NATURAL? (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

QUARTO BIMESTRE

AULA 32 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS:

ESTRATIFICAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL – A POBREZA É ALGO NATURAL? (Prof. José Antônio Brazão.)

A divisão de muitas sociedades em classes e a pobreza e parte significativa delas não são naturais, isto é, não foram impostas ou definidas pela natureza. Elas, na verdade, são frutos de condições históricas reais e efetivas, geradas ao longo de gerações anteriores e mantidas e/ou reforçadas hoje.

Como surgiram as classes sociais e a desigualdade? No início da humanidade, há muitos milhares de anos, os grupos humanos eram andarilhos (nômades) coletores e caçadores. À medida que os grupos foram crescendo, surgiram tribos, com divisões, chefes, guerreiros e outros. A divisão do trabalho masculino e do feminino, por sua vez, veio a se intensificar. Os seres humanos aprenderam a escravizar os derrotados em guerras e os capturados, fazendo surgir a escravidão.

Tribos nômades eram também criadoras de animais, dados o aprendizado, com o tempo, da domesticação destes e o seu uso para a produção de carne, leite, couro, lã e outros produtos: ovelhas, carneiros, cabras e outros animais, incluindo aves. Cães também foram domesticados a partir do contato com lobos mais mansos (ver Cosmos, de Neil de Grasse Tyson).

Com a agricultura, a divisão de terras e o domínio sobre elas nas mãos de poucos se firmaram e acentuaram, mais ainda, as diferenças sociais. Além das tribos, aldeias e, principalmente, cidades surgiram. Reis, exércitos, em cidades, agricultores, artesãos, escravos, pessoas pobres e ricas despontaram cada vez mais. Nada fruto da natureza, como se pode claramente ver.

Os generais dos exércitos e os ligados à administração tomaram terras, deslocaram limites de terrenos e se enriqueceram com a escravidão e a exploração dos mais pobres (ver Manifesto do Partido Comunista, de Marx e Engels). Além desses grupos, os sacerdotes, com funções específicas de culto, dispondo, inclusive, de terras próprias e até mesmo de escravos e escravas. Ligados fortemente ao Estado – um excelente exemplo disto é o Egito Antigo.

Na Grécia e na Roma antigas, ricos, pobres e escravos. Milhares de escravizados, sem direito algum.

Com o crescimento das cidades, intimamente ligadas ao campo (agricultura, pecuária e criação de outros animais), os donos de terras (latifundiários e grandes pecuaristas) e os líderes estabeleceram leis que, mesmo se apresentando como universais, resguardavam seus interesses, domínios e privilégios, o que pode ser bem visto, por exemplo, no Código de Hamurabi, antigo rei da Babilônia. E hoje? (Discussão. Para ajudar: imagens de uma aula anterior.)

IMAGENS:

http://filosofianodia-a-dia.blogspot.com/2024/09/terceiroquarto-bimestre-aula-30-de_8.html

Na Idade Média, os feudos, imensas extensões de terras dominadas por um senhor, sob cujo domínio estavam vassalos e, particularmente, muitos servos, camponeses e artesãos, os quais, mesmo sendo livres, por conta da religião e da organização social, tinham que trabalhar, alguns dias, para o senhor feudal, além de pagar-lhe tributos diversos.

Na Idade Média e até antes da Revolução Francesa, a divisão social punha, no topo, o rei e a Igreja Católica, com os senhores feudais; abaixo e mantendo a pirâmide social, os servos já mencionados. Havia também comerciantes e outros, especialmente nas cidades que ainda existiam e que, com o tempo, até a Revolução Francesa, iriam crescer muito.

Nos tempos da Revolução Industrial, a exploração de operários, muitos dos quais advindos do campo e seus descendentes nas cidades, chegou ao auge, incluindo o trabalho de mulheres e crianças nas indústrias.

O hoje tem raízes no passado. Basta ver como foi feita a colonização do Brasil, bem como os ciclos econômicos – ciclo do pau brasil, ciclo da cana de açúcar, ciclo do ouro, ciclo do café, e assim por diante. Na maioria do tempo, a escravidão imperou. Terras indígenas foram tomadas, tribos inteiras massacradas. Até índios foram escravizados (basta lembrar dos bandeirantes e a caça de índios), mas, sobretudo, a escravidão negra, deixando marcas profundas que repercutem na divisão social até hoje e no acesso aos bens fundamentais à vida e à cidadania.

No mundo atual, há favelas ao lado de palacetes (ver imagens de uma aula anterior), há lugares onde o esgoto corre a céu aberto e há aqueles onde se tem esgoto canalizado e tratado. Os mais pobres trabalham para sustentar grupos enriquecidos. São assalariados, serviçais e, infelizmente, escravizados(as), dependendo dos locais e das situações – basta dar uma olhada em noticiários.

REFERENCIAL:

MODERNA. História do Brasil. São Paulo, Moderna, 2006. (ENCICLOPÉDIA DO ESTUDANTE, Vol. 16)

JUS.COM.BR. Uma visão do combate ao trabalho escravo contemporâneo no Brasil pela ótica dos direitos humanos. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/66171/uma-visao-do-combate-ao-trabalho-escravo-contemporaneo-no-brasil-pela-otica-dos-direitos-humanos > Acesso em 20 de setembro de 2024.

R7. Escravos bolivianos são resgatados na zona leste de SP. Disponível em: < https://noticias.r7.com/sao-paulo/escravos-bolivianos-sao-resgatados-na-zona-leste-de-sp-13102014 > Acesso em 20 de setembro de 2024.

ROMEIRO, Julieta et alii. Diálogo – Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (Seis volumes.) (Livros didáticos.)

SILVA, Afrânio et alii. Mundo do trabalho e desigualdade social. In: _________________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016/2017. (Unidade 4)

 

 

 

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