sábado, 15 de junho de 2024

SEGUNDO BIMESTRE - RECUPERAÇÃO SEMESTRAL 1. AULA 22 DE SOCIOLOGIA DO SEGUNDO ANO: JEAN-JACQUES ROUSSEAU (SÉCULO XVIII) (Prof. José A. Brazão.):

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica


SEGUNDO BIMESTRE

AULA 22 DE SOCIOLOGIA DO SEGUNDO ANO:

1)     Professor, ler e explicar o texto em sala de aula.

2)     Apresentar o trabalho e explicar como deve ser feito.

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO

(1)   Circular todos os substantivos (nomes próprios e comuns...) presentes em todos os parágrafos do texto abaixo.

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (SÉCULO XVIII) (Prof. José A. Brazão.):

Jean-Jacques Rousseau, por sua vez, dizia que, no estado primordial de natureza, o ser humano era bom, porém a sociedade viria a corrompe-lo.  Como surgiu a sociedade? Segundo Rousseau, a sociedade nasceu a partir do momento em que alguém cercou um pedaço considerável de terras e disse que era dele, não havendo ninguém para contestá-lo. Ou seja, a sociedade nasceu com a propriedade privada. O primeiro contrato formador da sociedade foi, inclusive, imposto pelos mais fortes, tendo todos os outros que aceita-lo. Veja-se no livro O Contrato Social, de Rousseau.

Eis o que o próprio Rousseau diz:

“O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: ‘Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém!’”. (ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Nova Cultural, 1999. P. 87) (grifos meus)

*Para Rousseau, na natureza os seres humanos eram bons, porém a sociedade os corrompeu e corrompe. Mas Rousseau propõe um novo contrato, um contrato social, livre. Veja o texto

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712 – 1778):

DO PACTO SOCIAL (Trechos de O Contrato Social, de Jean-Jacques Rousseau):

“Suponhamos os homens chegando àquele ponto em que os obstáculos prejudiciais à sua conservação no estado de natureza sobrepujam, pela sua resistência, as forças de que cada indivíduo dispõe para manter-se nesse estado. Então, esse estado primitivo já não pode subsistir, e o gênero humano, se não mudasse de modo de vida, pereceria.

Ora, como os homens não podem engendrar novas forças, mas somente unir e orientar as já existentes, não têm eles outro meio de conservar-se senão formando, por agregação, um conjunto de forças, que possa sobrepujar a resistência, impelindo-as para um só móvel, levando-as a operar em concerto [acordo].

Essa soma de forças só pode nascer do concurso [união/reunião/participação] de muitos, sendo, porém, a força e a liberdade de cada indivíduo os instrumentos primordiais de sua conservação, como poderia ele [o indivíduo] empenhá-los sem prejudicar e sem negligenciar os cuidados que a si mesmo deve? Essa dificuldade, reconduzindo ao meu assunto, poderá ser enunciada como segue:

‘Encontrar uma forma de associação  que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes.’ Esse o problema fundamental cuja solução o contrato social oferece.

As cláusulas [cada parte] desse contrato são de tal modo determinadas pela natureza do ato, que a menor modificação as tornaria vãs e de nenhum efeito, de modo que, embora talvez jamais enunciadas de manteria formal, são as mesmas em toda parte, e tacitamente [imediatamente] mantidas e reconhecidas em todos os lugares, até quando, violando-se o pacto social, cada um volta a seus primeiros direitos e retoma sua liberdade natural, perdendo a liberdade convencional pela qual renunciara àquela.

Essas cláusulas, quando bem compreendidas, reduzem-se todas a uma só: a alienação [no caso, doação, entrega...] total de cada associado, com todos os seus direitos, à comunidade toda, porque, em primeiro lugar, cada um dando-se completamente, a condição é igual para todos, e, sendo a condição igual par todos, ninguém se interessa por torná-la onerosa [cara...] para os demais.

Ademais, fazendo-se a alienação sem reservas [alienação total – no caso: doação ou entrega total dos bens], a união é tão perfeita quanto possa ser e a nenhum associado restará algo mais a reclamar, pois, se restassem alguns direitos aos particulares, como hão haveria nesse caso um superior comum que pudesse decidir entre eles e o público, cada qual, sendo de certo modo seu próprio juiz, logo pretenderia sê-lo de todos; o estado de natureza subsistiria, e a associação se tornaria necessariamente tirânica ou vã.

Enfim, cada um dando-se a todos não se dá a ninguém e, não existindo um associado sobre o qual não se adquira o mesmo direito que se lhe cede sobre si mesmo, ganha-se o equivalente de tudo que se perde, e maior força para conservar o que se tem.

Se separar-se, pois, do pacto social aquilo que não pertence à sua essência, ver-se-á que ele se reduz aos seguintes termos: ‘Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo’.

Imediatamente, esse ato de associação produz, em lugar da pessoa particular de cada contratante, um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia, e que, por esse mesmo ato, ganha sua unidade, seu eu comum, sua vida e sua vontade. Essa pessoa pública, que se forma, desse modo,  pela união de todas as outras, tomava antigamente o nome de cidade, e, hoje, o de república ou de corpo político, o qual é chamado por seus membros de Estado quando passivo, soberano quando ativo, e potência quando comparado aos seus semelhantes. Quanto aos associados, recebem eles, coletivamente, o nome de povo e se chamam, em particular, cidadãos, enquanto partícipes da autoridade soberana [a autoridade que detém o poder supremo, maior], e súditos enquanto submetidos às leis do Estado. Esses termos, no entanto, confundem-se frequentemente e são usados indistintamente; basta saber distingui-los quando são empregados com inteira precisão.

(O Contrato Social, livro I, cap. VI, São Paulo, Abril S.A. Cultural, 1973.)”

O texto acima, e Jean-Jacques Rousseau, encontra-se em:

NASCIMENTO, Milton Meira. Filosofia Política. IN: CHAUÍ, Marilena et alii. Filosofia Primeira: Lições Introdutórias. 7.ed. São Paulo, Brasiliense, 1987.

OBS.: Os colchetes e os grifos são meus. Usei-os com o fim de melhor esclarecimento dos termos e para facilitar a exposição do assunto. (Prof. José Antônio.)

 

OBSERVAÇÃO: A ação de circular palavras determinadas no texto têm sua razão na LEITURA ATENTA AOS DETALHES.

SEGUNDO BIMESTRE - RECUPERAÇÃO SEMESTRAL 1. AULA 22 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS. ÉMILE DURKHEIM (Prof. José Antônio Brazão.)

 

  

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SEGUNDO BIMESTRE – AULA 22 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS.

RECUPERAÇÃO 1. ÉMILE DURKHEIM (Prof. José Antônio Brazão.)

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO SOCIOLOGIA – 1ºs ANOS:

1)      LEIA O TEXTO INTEGRALMENTE. Foi escrito pelo Professor Eric Malczewski.

2)     Circule todos os SUBSTANTIVOS (nomes próprios e comuns...) presentes em todos os parágrafos do texto. (TEXTO ENCURTADO, COM CORTES.)

Durkheim, Émile (1858–1917)

ERIC MALCZEWSKI

Harvard University, USA

David Émile Durkheim foi um progenitor da sociologia e continua a ser (ao lado de Karl Marx e Max Weber) uma das figuras centrais fundadoras das ciências sociais. Além de ser autor de vários estudos importantes, Durkheim editou a influente revista Année sociologique. Ele ocupou a primeira cátedra de sociologia na França, na Universidade de Paris. Ele nasceu em 15 de abril de 1858 em Épinal, França. Ele morreu em Paris em 15 de novembro de 1917.

Um dos objetivos centrais de Durkheim era construir a ciência da sociedade – tratar os fatos da vida social de acordo com os métodos das ciências empíricas. A afirmação orientadora de Durkheim é que a sociedade é uma realidade sui generis que molda e condiciona o ator individual. Durkheim argumenta que as explicações relativas aos tipos ou modos de ação individual localizam a origem causal da ação na sociedade e, ainda assim, esses tipos ou modos são concomitantemente transportados e realizados por atores individuais.

Embora Durkheim nunca tenha conduzido um estudo sobre o nacionalismo, é bastante claro o que tal estudo teria implicado para ele: estaria centralmente preocupado em definir a forma específica de consciência colectiva, ou a totalidade de crenças e sentimentos comuns ao homem médio dentro de uma sociedade. a suposta unidade nacional; teria um tema central, composto essencialmente por fatos sociais e por entidades teóricas baseadas nesses fatos; e seria genealógico na sua abordagem, dividindo a unidade nacional nas suas partes componentes, mostrando como essas partes se desenvolveram ao longo da história e identificando as condições e causas do surgimento da unidade.

O conceito de consciência coletiva de Durkheim refere-se à base da solidariedade social (ou seja, o processo básico pelo qual as unidades sociais se unem), que pode ser atribuída à conformidade de cada consciência individual com um tipo coletivo; e um tipo coletivo é constituído pelo total de semelhanças sociais ou pela soma de crenças e sentimentos comuns aos membros médios de uma sociedade. Para a explicação sociológica, o estado de consciência pessoal de um indivíduo não é visto como o elemento decisivo que determina o seu comportamento; pelo contrário, é a consciência colectiva – isto é, o aspecto da consciência total do indivíduo que é partilhado com os membros do grupo do qual o indivíduo faz parte. A semelhança das consciências individuais com o tipo coletivo é a característica que marca a pertença ao grupo e fornece o fator explicativo deste tipo de coesão social.

O conjunto básico de fatos que Durkheim delineou foi constituído por fatos sociais, que consistem em modos de agir, pensar e sentir que são externos ao indivíduo e são dotados de um poder de coerção em virtude do qual se impõem a ele ( Durkheim 1937: 5). O conjunto mais amplo de factos capturados pelo conceito de instituições de Durkheim – nomeadamente todas as crenças e todos os modos de comportamento instituídos pela coletividade (1937: xxii) – compõe tanto os factos sociais como as entidades teóricas (por exemplo, representações coletivas) que se baseiam nas análises desses formulários. “Representações coletivas” refere-se a uma categoria de entidades teóricas que explicam as funções cognitivas básicas de atores individuais; ambos definem e explicam os processos centrais responsáveis ​​pela criação dos fatos sociais. Assim, Durkheim referiu-se à sociologia como a ciência das instituições, da sua génese e do seu funcionamento.

Ele argumenta que somente através do estudo cuidadoso do passado podemos compreender o presente e antecipar o futuro. O estudo do nacionalismo implicaria, portanto, para ele, uma investigação histórica genealógica. Para compreender a natureza do nacionalismo em geral (ou de uma nação em particular), é necessário descobrir as qualidades características que definem esta forma de consciência coletiva; e, para fazer isso, é preciso estudar o passado. Todas as instituições humanas estão enraizadas na história, por isso as explicações de Durkheim enfatizam a procura de uma compreensão da sua génese, bem como da função que desempenham no seu contexto histórico.

Ele refere-se ao Estado como “o povo despertado para a consciência de si mesmo, das suas necessidades e das suas aspirações” (Durkheim 1915: 27).

REFERÊNCIAS

(A Enciclopédia Wiley Blackwell de Raça, Etnia e Nacionalismo, Primeira Edição. Editado por John Stone, Rutledge M. Dennis, Polly S. Rizova, Anthony D. Smith e Xiaoshuo Hou. © 2016 John Wiley & Sons, Ltd. Publicado em 2016 por John Wiley & Sons, Ltd. DOI: 10.1002/9781118663202.wberen023)

OBSERVAÇÃO: A ação de circular palavras determinadas no texto têm sua razão na LEITURA ATENTA AOS DETALHES E O DIÁLOGO INTERDISCIPLINAR COM A LÍNGUA PORTUGUESA.

SEGUNDO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO SEMESTRAL 1: AULA 22 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS. PLATÃO (c. 428 – 348 a.C. [A.E.C.] ou séc. V/IV a.C. [A.E.C.])(Prof. José Antônio Brazão.)

  

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SEGUNDO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO SEMESTRAL 1:

AULA 22 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS

PARTE 1: LIVRO DIDÁTICO, CAPÍTULO 7: ORIGENS DA FILOSOFIA OCIDENTAL (parte do capítulo que trata de Platão).

PARTE 2: MITO (ALEGORIA) DA CAVERNA – DESENHO NO QUADRO

E

PARTE 3: A EXPLICAÇÃO DO MITO DA CAVERNA PELO  PRÓPRIO SÓCRATES (TEXTO ABAIXO):

PLATÃO (c. 428 – 348 a.C. [A.E.C.] ou séc. V/IV a.C. [A.E.C.])(Prof. José Antônio Brazão.)

Obs.: A.E.C. = Antes da Era Comum. Terminologia utilizada em muitos livros de história atualmente.

*Nome: ARÍSTOCLES. Apelido: PLATÃO (“O de ombros largos” ou, segundo a Wikipédia, “amplo”). Uma comparação para entender o nome PLATÃO: o osso omoplata, que contém “platus” em sua formação.

*Segundo o Dicionário Etimológico, OMOPLATA: “Omoplata: No grego, omoplate vem da junção de duas palavras: omos e platusOmos significa coisas unidas ou iguais ou algo que dois ou mais patilham em comum. Em português, o prefixo homo-, que significa igual, vem de omosPlatus significa plano, largo ou espaçado. Por exemplo, uma planície seria descrita como platus. Assim, omoplate significa literalmente ‘o osso largo e plano que une, ou que é igual ao outro’.” (DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO. Omoplata (Origem da palavra omoplata). Disponível em: < https://www.dicionarioetimologico.com.br/omoplata/#:~:text=A%20palavra%20omoplata%20vem%20do,ou%20mais%20patilham%20em%20comum. > Acesso em 15/06/2024.) [Os grifos são do site.]

*Filósofo grego, da cidade de ATENAS.

*De família nobre.

*Ainda jovem, Platão conheceu Sócrates, vindo a tornar-se seu discípulo.

*Após a morte de Sócrates, Platão viajou por vários lugares (Ver Carta VII, escrita por ele).

*Esteve na Magna Grécia (Sul da Itália). Aí teve contato com filósofos pitagóricos.

*Tendo tido problemas com o rei de Siracusa, Platão acabou sendo posto no mercado de escravos.

*Amigos seus pagaram pela liberdade de Platão.

*Platão, então, voltou a Atenas, onde fundou a ACADEMIA, uma escola superior de Filosofia, em homenagem a Academus (Academo), herói grego.

*Valorizava muito a Matemática e acreditava na reencarnação (ver mito de Er, no Livro X de A República), influenciado pelo pensamento pitagórico e por crenças de seu tempo.

*Na Academia tratou de filosofia, ética, política, matemática, entre outros temas que viriam a aparecer em seus livros.

*Platão escreveu muitas obras, entre as quais várias ainda permanecem até hoje, como: A República, Apologia (Defesa) de Sócrates, Críton, Fédon, Leis, Mênon, O Banquete e outras, além da Carta VII.

* Platão defrontou-se com o dilema (problema, impasse, desafio) que se punha entre os pensamentos de Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eleia, ambos pré-socráticos.

*Heráclito de Éfeso dizia que tudo se encontra em DEVIR (vir a ser, mudança, movimento, transformação, alteração).

*Parmênides de Eleia dizia que o devir é ilusão, engano dos sentidos. O SER é eterno, permanente, pleno (completo), esférico e perfeito, imutável.

*Platão propõe a existência de DOIS MUNDOS. Veja o quadro:

BEM: ideia mais elevada.

Alma: já passou por este mundo e o contemplou.

Ideias: perfeitas, imutáveis, modelos perfeitos.

IDEIAS: FORMAS perfeitas de tudo que existe.

Mundo das Ideias (ou Inteligível)

Assimilação e adaptação do pensar de Parmênides.

Mundo Sensível (dos sentidos)

SERES: cópias imperfeitas das ideias, feitas pelo Demiurgo, nos primórdios do universo.

Seres: mutáveis, sujeitos ao devir (vir a ser), mutáveis, cópias.

Corpo: prisão da alma.

SOL: ser luminoso, razão do mundo material.

Os cinco sentidos são enganosos.

Assimilação e adaptação do pensar de Heráclito.

Obs.: Inteligível, porque alcançável pelo pensamento.

*Para facilitar o entendimento da separação dos dois mundos, Platão, no Livro VII de A República, através de Sócrates (personagem que conversa com Glauco, sobrinho de Platão), conta o Mito da Caverna. (Desenhar no quadro e explicar. Usar cores diferentes.)

*HOJE se usa ainda, no mundo todo, praticamente, o termo ACADEMIA, para definir instituições (Academia de Polícia, de Letras, de Ciências, universidades, etc.). O nome ACADÊMICO, para se referir a estudantes universitários, também é muito comum. Em ambos casos, as raízes estão na filosofia de Platão.

*Em A República, livro de Platão, este propõe uma cidade ideal, assim composta:

GOVERNO

FILÓSOFOS e FILÓSOFAS.

Tirados dos melhores guardiões(ãs).

Sujeitos a um tempo maior de aprendizado intelectual, além do já tido como guardiões(ãs), até os cinquenta anos, para poderem bem governar.

PROTEÇÃO

GUARDIÕES e GUARDIÃS.

Preparados(as) militar e intelectualmente, por vários anos.

MANUTENÇÃO

AGRICULTORES.

ARTESÃOS.

COMERCIANTES.

Dispondo de condições para seu trabalho, cada qual conforme seus conhecimentos práticos.

Platão mantém certa rigidez nas classes da cidade, mas abre uma exceção: os filhos e as filhas de agricultores, artesãos e comerciantes podem subir à classe de guardiões(ãs) e até de filósofos(as), dependendo de suas capacidades intelectuais, além de corporais. Igualmente, filhos(as) de filósofos(as) e guardiões(ãs), se não mostrarem as condições exigidas, devem ser rebaixados(as) para a classe mantenedora (produtora).

*A Justiça, na pólis (cidade-estado) ideal platônica, está em cada um realizar sua atividade de modo bem realizado, em prol da coletividade. (Ver A República.)

* Platão não era contra a escravidão, vendo-a como normal. (Veja o vídeo Cosmos, episódio 7, de Carl Sagan: A Espinha Dorsal da Noite. Na parte final há um comentário sobre Platão e Aristóteles e a escravidão. Abaixo, após o texto do trabalho.)

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO (Compactado.)

1)     LEIA O TEXTO INTEGRALMENTE.

2)     AO LADO DE CADA PARÁGRAFO COLOQUE UM TÍTULO QUE RESUMA AS IDEIAS CONTIDAS EM CADA UM. EM TODOS OS PARÁGRAFOS.

3)     Circule todos os SUBSTANTIVOS (nomes próprios e comuns...) presentes em todos os parágrafos do texto.

FILOSOFIA GREGA – PLATÃO:

A CIDADE (PÓLIS) IDEAL DE PLATÃO (Prof. José Antônio Brazão.):

A República, livro de Platão, fala de uma cidade (pólis) ideal, governada por filósofos e filósofas (grupo dirigente), protegida por guardiões e guardiãs (grupo protetor) e sustentada por agricultores, artesãos e comerciantes (grupo produtivo, mantenedor). Cada grupo mantendo sua função para que a realize de modo bem feito (Trecho do Livro II de A República, de Platão):

“Sócrates — Mas nós negamos ao sapateiro o direito de exercer ao mesmo tempo o oficio de lavrador, tecelão ou pedreiro; obrigamo-lo a ser apenas sapateiro, para que os trabalhos de sapataria sejam bem executados; da mesma forma, atribuímos a cada um dos outros artesãos um único ofício, aquele para o qual está habilitado por natureza, se quer tirar proveito das oportunidades a desempenhar bem a sua tarefa. Mas não é importante que o oficio da guerra seja bem executado? Ou é fácil que um lavrador, um sapateiro ou qualquer outro artesão possa, ao mesmo tempo, ser guerreiro, quando não se pode ser bom jogador de gamão ou de dados, se não se praticarem estes jogos desde a infância, e não apenas nas horas livres? Bastará prover-se de um escudo ou de qualquer outra arma para se tornar, de um dia para o outro, bom guerreiro, ao passo que os instrumentos das outras artes, tomados nas mãos, nunca darão origem a um artesão nem a um atleta e serão inúteis a quem não tiver adquirido o seu conhecimento e não se tiver treinado suficientemente? Glauco — Se assim fosse os instrumentos teriam um enorme valor! Sócrates — Portanto, quanto mais importante é a função de guardião do Estado, mais tempo livre exige e também mais arte e aplicação.” (Trecho do Livro II de A República, de Platão. Disponível em: < http://www.eniopadilha.com.br/documentos/Platao_A_Republica.pdf > Acesso em 13 de junho de 2021. Páginas 78-79.)

Os filósofos e as filósofas seriam tirados(as) dos melhores guardiões e guardiãs, aqueles que tivessem melhores qualidades intelectuais para um preparo mais aprofundado no intuito de virem a dirigir a cidade. Tanto guardiões/guardiãs quanto governantes (filósofos/filósofas) teriam um tempo longo de preparo – no caso dos primeiros, até se tornarem militares bem preparados(as) para a proteção da cidade e a guerra (se necessária); no caso dos segundos(as), após esse preparo militar, mais alguns anos de estudos e muita dedicação ao aprendizado teórico e político.

 

Cada classe ou grupo da cidade (pólis) ideal carrega em sua alma um metal: bronze nas almas de agricultores, artesãos e comerciantes (mantenedores); prata nas almas de guardiões e guardiãs (protetores e protetoras); ouro nas almas de filósofos e filósofas (magistrados, governantes). As classes ou grupos seriam mantidos como são. Mas se houver algum filho ou filha de comerciante, agricultor e artesão que tenha ouro em sua alma? De acordo com Platão, deve ser elevado(a) à devida dignidade, vindo a preparar-se para se tornar, futuramente, um(a) magistrado(a), governante.

Cada metal representa algo que faz parte da ação dos respectivos membros da cidade (pólis) ideal: o bronze da alma de agricultores, artesãos e comerciantes representa a resistência que é necessária ao trabalho duro diário; a prata da alma de guardiões e guardiãs representa a força e a dignidade do trabalho de quem protege, de quem deve estar preparado para a luta e a guerra se necessário, protegendo as pessoas que fazem parte da cidade; o ouro da alma de filósofos e filósofas (governantes) representa aquilo que há de mais rico e de valor, isto é, o conhecimento do BEM e das Ideias, além de outros conhecimentos tão necessários à excelente condução da cidade-estado (pólis).

REFERÊNCIAS:

ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS, Maria H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo, Ática, 2017.

PLATÃO. Críton ou Do Dever. Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000015.pdf > Acesso em 02 de maio de 2021.

PLATÃO. Críton ou Do Dever. Em audiobook (áudio-livro). Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=zEV56ncVeKM > Acesso em 02 de maio de 2021.

PLATÃO. Fédon ou da Imortalidade da Alma. Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000031.pdf > Acesso em 09 de maio de 2021.

WIKIPÉDIA. Página Principal. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso em 07 de março de 2021.

WIKIPÉDIA. Helena (mitologia). Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_(mitologia) > Acesso em 11 de abril de 2021.

VÍDEO: COSMOS, DE CARL SAGAN, EPISÓDIO 7: A ESPINHA DORSAL DA NOITE.

https://www.youtube.com/watch?v=Q2Z8cFw6aEA

 

domingo, 9 de junho de 2024

SEGUNDO BIMESTRE - RECUPERAÇÃO SEMESTRAL. AULA 21 DE SOCIOLOGIA DO SEGUNDO ANO: JEAN-JACQUES ROUSSEAU (SÉCULO XVIII) (Prof. José Antônio Brazão.)

  

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SEGUNDO BIMESTRE

AULA 21 DE SOCIOLOGIA DO SEGUNDO ANO:

1)    Professor, ler e explicar o texto em sala de aula.

2)    Apresentar o trabalho e explicar como deve ser feito.

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO

(1) Ao lado de cada parágrafo faça um resumo das ideias centrais nele contidas.

(2) Circular todos os substantivos (nomes próprios e comuns...) presentes em todos os parágrafos do texto abaixo.

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (SÉCULO XVIII) (Prof. José A. Brazão.):

Além de Maquiavel e Thomas Hobbes, o pensador suíço-francês Jean-Jacques Rousseau também se propôs estudar e analisar as ORIGENS DAS SOCIEDADES. Thomas Hobbes dizia que, no estado de natureza, o ser humano não tinha nada de inocente, havendo conflito (guerra) de todos conta todos, a ponto de ter sido estabelecido um acordo, definindo um governante absoluto sobre todos, comparado ao Leviatã, monstro fabuloso que aparece no Livro de Jó, no Antigo Testamento da Bíblia cristã, cujo poder era incomparável, podendo ser dominado tão somente por Deus.

Jean-Jacques Rousseau, por sua vez, dizia que, no estado primordial de natureza, o ser humano era bom, porém a sociedade viria a corrompe-lo.  Como surgiu a sociedade? Segundo Rousseau, a sociedade nasceu a partir do momento em que alguém cercou um pedaço considerável de terras e disse que era dele, não havendo ninguém para contestá-lo. Ou seja, a sociedade nasceu com a propriedade privada. O primeiro contrato formador da sociedade foi, inclusive, imposto pelos mais fortes, tendo todos os outros que aceita-lo. Veja-se no livro O Contrato Social, de Rousseau.

Não é mais possível voltar ao estado de natureza (veja-se, por exemplo, que isto acontece na literatura brasileira, no final de O Guarani, de José de Alencar, livro inspirado pelas ideias de Rousseau), mas é possível um reaprendizado em convivência com a natureza, a fim de se poder resgatar algo da bondade humana primitiva. Em Emílio ou Da Educação, Rousseau propõe a educação em contato com o mundo natural.

A crença de Rousseau no homem bom no estado de natureza veio a impactar a literatura indianista, no Brasil, entre fins do século XVIII e século XIX: José de Alencar (o citado O Guarani, também Ubirajara e Iracema, por exemplo), Gonçalves Dias (I-Juca-Pirama) e outros – o índio (selvagem, em contato direto com a natureza e junto dela nascido), forte e valoroso.

Outras informações sobre Rousseau:

*Filósofo suíço de língua francesa. Viveu na França um bom tempo.

*Perdeu a mãe muito cedo.

De acordo com a Wikipédia:

“Jean-Jacques Rousseau não conheceu a mãe, pois ela morreu de infeção puerperal [infecção bacteriana pós-parto] nove dias depois do parto, acontecimento que seria por ele descrito como "a primeira das minhas desventuras".[3] Foi criado pelo pai, Isaac Rousseau, um relojoeiro calvinista [protestante/evangélico calvinista], cujo avô fora um huguenote [protestante/evangélico] fugido da França. Aos 10 anos teve de afastar-se do pai, mas continuaram mantendo contato.

Na adolescência, foi estudar numa rígida escola religiosa sendo aluno do pastor Lambercier. Gostava de passear pelos campos. Em certa ocasião, encontrando os portões da cidade fechados, quando voltava de uma de suas saídas, opta por vagar pelo mundo.” (WIKIPÉDIA. Verbete Jean-Jacques Rousseau. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau > Acesso em 24 de maio de 2021.)

*Na juventude, viajou pela França, tendo sido ajudado por várias pessoas, principalmente senhoras de famílias nobres.

IMAGENS:

Conjunto 1:

https://fr.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau#/media/Fichier:Jean-Jacques_Rousseau_(painted_portrait).jpg

Conjunto 2:

https://it.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau#/media/File:Jean-Jacques_Rousseau_(painted_portrait).jpg

Conjunto 3:

https://en.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau#/media/File:Jean-Jacques_Rousseau_(painted_portrait).jpg

*Muito dedicado aos estudos e à leitura, veio a se tornar um grande escritor e filósofo. Boa parte de seu aprendizado foi autodidata (por conta própria).

*Entre os livros que escreveu encontram-se: O Contrato SocialEmílio ou Da EducaçãoDiscurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os HomensConfissões.

*Rousseau, diferentemente de Thomas Hobbes, acreditava que no estado de natureza os seres humanos eram bons. Havia livre arbítrio (liberdade de escolha). A desigualdade entre os seres humanos surgiu a partir do momento em que, alguns homens, usando o livre arbítrio e a força, resolveram tomar para si uma parte das terras que antes eram de todos, afirmando serem deles aquelas propriedades e ninguém mais se opondo a isto.  Os mais fortes impuseram, então, um contrato, aquele que deu origem à primeira sociedade. Eis o que o próprio Rousseau diz:

“O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: ‘Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém!’”. (ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Nova Cultural, 1999. P. 87) (grifos meus)

*Para Rousseau, na natureza os seres humanos eram bons, porém a sociedade os corrompeu e corrompe.

IMAGENS:

https://www.google.com/search?q=estado+de+natureza+rousseau&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjNxZ3t--LwAhWoErkGHdVCB7sQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

*Para resgatar algo de bom e voltar a parte do convívio com a natureza, é preciso um novo contrato: o contrato social – contrato livre, não imposto, aceito por todos os que quiserem. O contrato social teria dois fundamentos: o pacto social, que exige a abdicação de bens a serviço do bem de todos, por parte de cada um dos que a ele aderir; a vontade geral, todas as decisões terão validade sob a votação da maioria (vontade geral), cujos resultados seriam aceitos por todos.

*NÃO é possível retornar ao estado de natureza original. Mas é possível um resgate desse estado de natureza por meio da educação, retratada, exatamente, no livro Emílio ou Da Educação, também de Rousseau.

*O texto que será estudado aqui encontra-se no livro O CONTRATO SOCIAL.

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712 – 1778):

DO PACTO SOCIAL (Trechos de O Contrato Social, de Jean-Jacques Rousseau):

“Suponhamos os homens chegando àquele ponto em que os obstáculos prejudiciais à sua conservação no estado de natureza sobrepujam, pela sua resistência, as forças de que cada indivíduo dispõe para manter-se nesse estado. Então, esse estado primitivo já não pode subsistir, e o gênero humano, se não mudasse de modo de vida, pereceria.

IMAGENS:

Indígenas:

https://www.google.com/search?q=ind%C3%ADgenas&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiMur_K7uTwAhW6r5UCHRufDEQQ_AUoAnoECAEQBA&biw=1242&bih=597

Sociedade desigual:

https://www.google.com/search?q=sociedade+desigual&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjQm4iw_uLwAhXCDrkGHTI4AuYQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597  

Ora, como os homens não podem engendrar novas forças, mas somente unir e orientar as já existentes, não têm eles outro meio de conservar-se senão formando, por agregação, um conjunto de forças, que possa sobrepujar a resistência, impelindo-as para um só móvel, levando-as a operar em concerto [acordo].

Essa soma de forças só pode nascer do concurso [união/reunião/participação] de muitos, sendo, porém, a força e a liberdade de cada indivíduo os instrumentos primordiais de sua conservação, como poderia ele [o indivíduo] empenhá-los sem prejudicar e sem negligenciar os cuidados que a si mesmo deve? Essa dificuldade, reconduzindo ao meu assunto, poderá ser enunciada como segue:

‘Encontrar uma forma de associação  que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes.’ Esse o problema fundamental cuja solução o contrato social oferece.

As cláusulas [cada parte] desse contrato são de tal modo determinadas pela natureza do ato, que a menor modificação as tornaria vãs e de nenhum efeito, de modo que, embora talvez jamais enunciadas de manteria formal, são as mesmas em toda parte, e tacitamente [imediatamente] mantidas e reconhecidas em todos os lugares, até quando, violando-se o pacto social, cada um volta a seus primeiros direitos e retoma sua liberdade natural, perdendo a liberdade convencional pela qual renunciara àquela.

IMAGENS (Sociedade justa):

https://www.google.com/search?q=sociedade+justa&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjdkYb6_uLwAhUxqZUCHbRfCu4Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Essas cláusulas, quando bem compreendidas, reduzem-se todas a uma só: a alienação [no caso, doação, entrega...] total de cada associado, com todos os seus direitos, à comunidade toda, porque, em primeiro lugar, cada um dando-se completamente, a condição é igual para todos, e, sendo a condição igual par todos, ninguém se interessa por torná-la onerosa [cara...] para os demais.

IMAGENS (Primeiras comunidades cristãs, um possível exemplo em que Rousseau pode ter-se inspirado):

https://www.google.com/search?q=primeiras+comunidades+crist%C3%A3s&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwixi8C__-LwAhWcrZUCHUbXAbcQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Ademais, fazendo-se a alienação sem reservas [alienação total – no caso: doação ou entrega total dos bens], a união é tão perfeita quanto possa ser e a nenhum associado restará algo mais a reclamar, pois, se restassem alguns direitos aos particulares, como hão haveria nesse caso um superior comum que pudesse decidir entre eles e o público, cada qual, sendo de certo modo seu próprio juiz, logo pretenderia sê-lo de todos; o estado de natureza subsistiria, e a associação se tornaria necessariamente tirânica ou vã.

Enfim, cada um dando-se a todos não se dá a ninguém e, não existindo um associado sobre o qual não se adquira o mesmo direito que se lhe cede sobre si mesmo, ganha-se o equivalente de tudo que se perde, e maior força para conservar o que se tem.

Se separar-se, pois, do pacto social aquilo que não pertence à sua essência, ver-se-á que ele se reduz aos seguintes termos: ‘Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo’.

IMAGENS (União de todos.):

https://www.google.com/search?q=uni%C3%A3o+de+todos&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjDsv_ZgOPwAhUDFLkGHUeyDaoQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Imediatamente, esse ato de associação produz, em lugar da pessoa particular de cada contratante, um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia, e que, por esse mesmo ato, ganha sua unidade, seu eu comum, sua vida e sua vontade. Essa pessoa pública, que se forma, desse modo,  pela união de todas as outras, tomava antigamente o nome de cidade, e, hoje, o de república ou de corpo político, o qual é chamado por seus membros de Estado quando passivo, soberano quando ativo, e potência quando comparado aos seus semelhantes. Quanto aos associados, recebem eles, coletivamente, o nome de povo e se chamam, em particular, cidadãos, enquanto partícipes da autoridade soberana [a autoridade que detém o poder supremo, maior], e súditos enquanto submetidos às leis do Estado. Esses termos, no entanto, confundem-se frequentemente e são usados indistintamente; basta saber distingui-los quando são empregados com inteira precisão.

(O Contrato Social, livro I, cap. VI, São Paulo, Abril S.A. Cultural, 1973.)”

O texto acima, e Jean-Jacques Rousseau, encontra-se em:

NASCIMENTO, Milton Meira. Filosofia Política. IN: CHAUÍ, Marilena et alii. Filosofia Primeira: Lições Introdutórias. 7.ed. São Paulo, Brasiliense, 1987.

OBS.: Os colchetes e os grifos são meus. Usei-os com o fim de melhor esclarecimento dos termos e para facilitar a exposição do assunto. (Prof. José Antônio.)

REFERÊNCIAS:

ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS, Maria H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.

CHAUÍ, Marilena et alii. Filosofia Primeira: Lições Introdutórias. 7.ed. São Paulo, Brasiliense, 1987.

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. (Manual do Professor) 3.ed. São Paulo, Ática, 2017.

GOOGLE. Google Imagens. Disponível em: < https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR > Acesso em 17 de junho de 2023.

ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

WIKIPÉDIA. Página Principal. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acessos ao longo de junho de 2023.