COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
SEGUNDO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO SEMESTRAL 1:
AULA 22 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS
PARTE 1: LIVRO
DIDÁTICO, CAPÍTULO 7: ORIGENS DA FILOSOFIA OCIDENTAL (parte do capítulo que
trata de Platão).
PARTE 2: MITO
(ALEGORIA) DA CAVERNA – DESENHO NO QUADRO
E
PARTE 3: A
EXPLICAÇÃO DO MITO DA CAVERNA PELO
PRÓPRIO SÓCRATES (TEXTO ABAIXO):
PLATÃO (c. 428 – 348 a.C. [A.E.C.] ou séc. V/IV a.C. [A.E.C.])(Prof.
José Antônio Brazão.)
Obs.: A.E.C. = Antes da Era Comum. Terminologia utilizada em muitos
livros de história atualmente.
*Nome: ARÍSTOCLES. Apelido: PLATÃO (“O de
ombros largos” ou, segundo a Wikipédia, “amplo”). Uma comparação para entender
o nome PLATÃO: o osso omoplata, que contém “platus” em sua formação.
*Segundo
o Dicionário Etimológico, OMOPLATA: “Omoplata:
No grego, omoplate vem da junção de duas palavras: omos e platus. Omos significa
coisas unidas ou iguais ou algo que dois ou mais patilham em comum. Em
português, o prefixo homo-, que significa igual, vem de omos. Platus significa
plano, largo ou espaçado. Por exemplo, uma planície seria descrita como platus.
Assim, omoplate significa literalmente ‘o osso largo e
plano que une, ou que é igual ao outro’.” (DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO. Omoplata (Origem da palavra
omoplata). Disponível em: < https://www.dicionarioetimologico.com.br/omoplata/#:~:text=A%20palavra%20omoplata%20vem%20do,ou%20mais%20patilham%20em%20comum. > Acesso em 15/06/2024.) [Os grifos são do site.]
*Filósofo grego, da cidade de ATENAS.
*De família nobre.
*Ainda jovem, Platão conheceu Sócrates, vindo
a tornar-se seu discípulo.
*Após a morte de Sócrates, Platão viajou por
vários lugares (Ver Carta VII, escrita por ele).
*Esteve na Magna Grécia (Sul da Itália). Aí
teve contato com filósofos pitagóricos.
*Tendo tido problemas com o rei de Siracusa,
Platão acabou sendo posto no mercado de escravos.
*Amigos seus pagaram pela liberdade de Platão.
*Platão, então, voltou a Atenas, onde fundou a
ACADEMIA, uma escola superior de Filosofia, em homenagem a Academus (Academo),
herói grego.
*Valorizava muito a Matemática e acreditava na
reencarnação (ver mito de Er, no Livro X de A República), influenciado pelo
pensamento pitagórico e por crenças de seu tempo.
*Na Academia tratou de filosofia, ética,
política, matemática, entre outros temas que viriam a aparecer em seus livros.
*Platão escreveu muitas obras, entre as quais
várias ainda permanecem até hoje, como: A República, Apologia (Defesa) de
Sócrates, Críton, Fédon, Leis, Mênon, O Banquete e outras, além da Carta
VII.
* Platão defrontou-se com o dilema (problema,
impasse, desafio) que se punha entre os pensamentos de Heráclito de Éfeso e
Parmênides de Eleia, ambos pré-socráticos.
*Heráclito de Éfeso dizia que tudo se encontra
em DEVIR (vir a ser, mudança, movimento, transformação, alteração).
*Parmênides de Eleia dizia que o devir é
ilusão, engano dos sentidos. O SER é eterno, permanente, pleno (completo),
esférico e perfeito, imutável.
*Platão propõe a existência de DOIS MUNDOS.
Veja o quadro:
BEM: ideia mais elevada. Alma: já passou por este mundo e o contemplou. Ideias: perfeitas, imutáveis, modelos perfeitos. IDEIAS: FORMAS perfeitas de tudo que existe. Mundo das Ideias (ou
Inteligível) |
Assimilação e adaptação do pensar de Parmênides. |
Mundo Sensível (dos
sentidos) SERES: cópias imperfeitas das ideias, feitas pelo
Demiurgo, nos primórdios do universo. Seres: mutáveis, sujeitos ao devir (vir a ser),
mutáveis, cópias. Corpo: prisão da alma. SOL: ser luminoso, razão do mundo material. Os cinco sentidos são enganosos. |
Assimilação e adaptação do pensar de Heráclito. |
Obs.: Inteligível, porque alcançável pelo
pensamento.
*Para facilitar o entendimento da separação
dos dois mundos, Platão, no Livro VII de A República, através de Sócrates
(personagem que conversa com Glauco, sobrinho de Platão), conta o Mito da
Caverna. (Desenhar no quadro e explicar. Usar cores diferentes.)
*HOJE se usa ainda, no mundo todo,
praticamente, o termo ACADEMIA, para definir instituições (Academia de Polícia,
de Letras, de Ciências, universidades, etc.). O nome ACADÊMICO, para se referir
a estudantes universitários, também é muito comum. Em ambos casos, as raízes
estão na filosofia de Platão.
*Em A República, livro de Platão, este propõe
uma cidade ideal, assim composta:
GOVERNO |
FILÓSOFOS e FILÓSOFAS. |
Tirados dos melhores guardiões(ãs). Sujeitos a um tempo maior de aprendizado
intelectual, além do já tido como guardiões(ãs), até os cinquenta anos, para
poderem bem governar. |
PROTEÇÃO |
GUARDIÕES e GUARDIÃS. |
Preparados(as) militar e intelectualmente, por
vários anos. |
MANUTENÇÃO |
AGRICULTORES. ARTESÃOS. COMERCIANTES. |
Dispondo de condições para seu trabalho, cada
qual conforme seus conhecimentos práticos. |
Platão mantém certa rigidez nas classes da
cidade, mas abre uma exceção: os filhos e as filhas de agricultores, artesãos
e comerciantes podem subir à classe de guardiões(ãs) e até de filósofos(as),
dependendo de suas capacidades intelectuais, além de corporais. Igualmente,
filhos(as) de filósofos(as) e guardiões(ãs), se não mostrarem as condições
exigidas, devem ser rebaixados(as) para a classe mantenedora (produtora). |
*A Justiça, na pólis (cidade-estado) ideal
platônica, está em cada um realizar sua atividade de modo bem realizado, em
prol da coletividade. (Ver A República.)
* Platão não era contra a escravidão, vendo-a
como normal. (Veja o vídeo Cosmos, episódio 7, de Carl Sagan: A Espinha Dorsal da Noite. Na parte final há um
comentário sobre Platão e Aristóteles e a escravidão. Abaixo, após o texto do
trabalho.)
TRABALHO DE RECUPERAÇÃO (Compactado.)
1)
LEIA O TEXTO INTEGRALMENTE.
2)
AO LADO DE CADA PARÁGRAFO COLOQUE UM TÍTULO QUE
RESUMA AS IDEIAS CONTIDAS EM CADA UM. EM TODOS OS PARÁGRAFOS.
3)
Circule todos os SUBSTANTIVOS (nomes próprios e
comuns...) presentes em todos os parágrafos do texto.
FILOSOFIA
GREGA – PLATÃO:
A CIDADE (PÓLIS) IDEAL DE PLATÃO (Prof.
José Antônio Brazão.):
A República, livro de
Platão, fala de uma cidade (pólis) ideal, governada por filósofos e filósofas
(grupo dirigente), protegida por guardiões e guardiãs (grupo protetor) e
sustentada por agricultores, artesãos e comerciantes (grupo produtivo,
mantenedor). Cada grupo mantendo sua função para que a realize de modo bem
feito (Trecho do Livro II de A República,
de Platão):
“Sócrates —
Mas nós negamos ao sapateiro o direito de exercer ao mesmo tempo o oficio de
lavrador, tecelão ou pedreiro; obrigamo-lo a ser apenas sapateiro, para que os
trabalhos de sapataria sejam bem executados; da mesma forma, atribuímos a cada
um dos outros artesãos um único ofício, aquele para o qual está habilitado por
natureza, se quer tirar proveito das oportunidades a desempenhar bem a sua
tarefa. Mas não é importante que o oficio da guerra seja bem executado? Ou é
fácil que um lavrador, um sapateiro ou qualquer outro artesão possa, ao mesmo
tempo, ser guerreiro, quando não se pode ser bom jogador de gamão ou de dados,
se não se praticarem estes jogos desde a infância, e não apenas nas horas
livres? Bastará prover-se de um escudo ou de qualquer outra arma para se
tornar, de um dia para o outro, bom guerreiro, ao passo que os instrumentos das
outras artes, tomados nas mãos, nunca darão origem a um artesão nem a um atleta
e serão inúteis a quem não tiver adquirido o seu conhecimento e não se tiver treinado
suficientemente? Glauco — Se assim fosse os instrumentos teriam um enorme
valor! Sócrates — Portanto, quanto mais importante é a função de guardião do
Estado, mais tempo livre exige e também mais arte e aplicação.” (Trecho do
Livro II de A República, de Platão.
Disponível em: < http://www.eniopadilha.com.br/documentos/Platao_A_Republica.pdf > Acesso
em 13 de junho de 2021. Páginas 78-79.)
Os filósofos e as filósofas seriam tirados(as) dos
melhores guardiões e guardiãs, aqueles que tivessem melhores qualidades
intelectuais para um preparo mais aprofundado no intuito de virem a dirigir a
cidade. Tanto guardiões/guardiãs quanto governantes (filósofos/filósofas)
teriam um tempo longo de preparo – no caso dos primeiros, até se tornarem
militares bem preparados(as) para a proteção da cidade e a guerra (se
necessária); no caso dos segundos(as), após esse preparo militar, mais alguns
anos de estudos e muita dedicação ao aprendizado teórico e político.
Cada classe ou grupo da cidade (pólis) ideal
carrega em sua alma um metal: bronze nas almas de agricultores, artesãos e
comerciantes (mantenedores); prata nas almas de guardiões e guardiãs
(protetores e protetoras); ouro nas almas de filósofos e filósofas
(magistrados, governantes). As classes ou grupos seriam mantidos como são. Mas
se houver algum filho ou filha de comerciante, agricultor e artesão que tenha
ouro em sua alma? De acordo com Platão, deve ser elevado(a) à devida dignidade,
vindo a preparar-se para se tornar, futuramente, um(a) magistrado(a),
governante.
Cada metal representa algo que faz parte da ação
dos respectivos membros da cidade (pólis) ideal: o bronze da alma de
agricultores, artesãos e comerciantes representa a resistência que é necessária
ao trabalho duro diário; a prata da alma de guardiões e guardiãs representa a
força e a dignidade do trabalho de quem protege, de quem deve estar preparado
para a luta e a guerra se necessário, protegendo as pessoas que fazem parte da
cidade; o ouro da alma de filósofos e filósofas (governantes) representa aquilo
que há de mais rico e de valor, isto é, o conhecimento do BEM e das Ideias,
além de outros conhecimentos tão necessários à excelente condução da
cidade-estado (pólis).
REFERÊNCIAS:
ARANHA, Maria L. de
A. e MARTINS, Maria H. P. Filosofando:
Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo,
Ática, 2017.
PLATÃO. Críton ou Do Dever. Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000015.pdf > Acesso em 02 de maio de 2021.
PLATÃO. Críton ou Do Dever. Em audiobook
(áudio-livro). Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=zEV56ncVeKM > Acesso em 02 de maio de 2021.
PLATÃO. Fédon
ou da Imortalidade da Alma. Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000031.pdf > Acesso em 09 de maio de 2021.
WIKIPÉDIA. Página Principal. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso em 07 de março de 2021.
WIKIPÉDIA. Helena (mitologia). Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_(mitologia) > Acesso em 11 de abril de 2021.
VÍDEO: COSMOS, DE CARL SAGAN, EPISÓDIO 7: A ESPINHA DORSAL
DA NOITE.
https://www.youtube.com/watch?v=Q2Z8cFw6aEA
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