COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
SEGUNDO BIMESTRE
AULA 14 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS
SÓCRATES (Prof. José Antônio Brazão.)
Sócrates foi um filósofo ateniense,
que viveu entre c. 470 e
IMAGENS (Oráculo de Delfos):
Conjunto 1
de slides:
Conjunto 2
de slides:
https://es.wikipedia.org/wiki/Or%C3%A1culo_de_Delfos#/media/Archivo:Map_greek_sanctuaries-es.svg
Conjunto 3
de slides:
https://eu.wikipedia.org/wiki/Delfosko_orakulua#/media/Fitxategi:Delphi_location.svg
Conversava com jovens, adultos,
políticos e quaisquer pessoas que cruzassem seu caminho. Gostava mais de
conversar com aqueles pelo fato de terem uma mente mais aberta. Por sua vez,
com o passar do tempo, viu-se rodeado por vários discípulos, boa parte dos
quais eram jovens. Dentre eles encontraram-se Platão e Xenofonte, que legaram
para a posteridade relatos a respeito de seu mestre. Graças a esses textos e
aos de Aristófanes, um teatrólogo grego do período clássico, que escreveu as
Nuvens, peça teatral em que critica Sócrates, pode-se ter uma ideia a respeito
de quem foi Sócrates e o que ensinava.
IMAGENS (Sócrates, na Wikipédia):
Conjunto 1
de slides:
Conjunto 2
de slides (mais completo):
https://it.wikipedia.org/wiki/Socrate#/media/File:Socrate_du_Louvre.jpg
Conjunto 3
de slides:
https://es.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Archivo:Socrate_du_Louvre.jpg
Conjunto 4
de slides:
A forma de diálogo de Sócrates tinha
duas partes ou etapas básicas: a ironia e a maiêutica. A ironia era uma
sequência de questões elaboradas com o fim de desarmar seu interlocutor,
levando-o a reconhecer sua ignorância. A seguir, a maiêutica, ou melhor, arte
de partejar (significado dessa palavra grega), ou seja, o partejar de ideias
que, dizia Sócrates, encontravam-se no interior das pessoas. Com seu estilo de
debate, criou amigos e inimigos. Estes, por sua vez, não deixaram passar em
branco a oportunidade de acusar Sócrates e levá-lo a julgamento e, deste, à
morte, vindo a ter que beber cicuta, um veneno extraído de uma planta de mesmo
nome, mortal.
IMAGENS (HELIEIA, na Wikipédia):
https://en.wikipedia.org/wiki/Heliaia (Principal)
Imagem 1:
Conjunto 1
de slides:
Conjunto 2
de slides:
As acusações impetradas contra
Sócrates foram, basicamente, duas: a de desviar a juventude, através de seus
ensinamentos, ensinando-lhe o caminho mais fraco (expressão que aparece na
Apologia de Sócrates, de Platão), e a de não adorar os deuses da cidade. Com
relação a esta segunda acusação, os inimigos aproveitaram-se de que Sócrates
vivia falando da voz interior, de um deus, que demandava-lhe sair ensinando as
pessoas pelas ruas, como um impulso forte, vindo do interior. Há duas apologias
(defesas), escritas, respectivamente, por Platão e por Xenofonte. Os inimigos
de Sócrates sabiam que, na assembleia que o julgaria e viria a condenar por uma
margem não muito grande de votos, havia o medo, por muitos, do
desencaminhamento de seus filhos. Ademais, havia o temor dos deuses. Atenas
vinha passando por uma série de dificuldades, desde a guerra do Peloponeso, que
perdera para sua rival Esparta, e, mais proximamente no tempo, sofrera com a
Tirania dos Trinta, uma verdadeira ditadura. Aproveitando-se daquelas preocupações,
os inimigos criaram uma visão negativa de Sócrates na cabeça de muitos, fazendo
uso de falácias, raciocínios que têm por finalidade enganar as pessoas, obtendo
algo da parte delas (neste caso, uma votação favorável à condenação do
acusado).
IMAGENS (Sócrates, na Wikipédia):
Conjunto 1
de slides:
Conjunto 2
de slides (mais completo):
https://it.wikipedia.org/wiki/Socrate#/media/File:Socrate_du_Louvre.jpg
Conjunto 3
de slides:
https://es.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Archivo:Socrate_du_Louvre.jpg
Conjunto 4
de slides:
O livro Críton, de Platão, mostra-o na cadeia, aguardando o tempo
até chegar o dia em que iria cumprir, definitivamente, a condenação. Críton,
amigo e discípulo de Sócrates, como outros, diz-lhe que tudo estava pronto para
uma possível fuga: já haviam subornado os guardas, o caminho estaria livre para
que pudesse passar, contanto que se disfarçasse (neste caso, o texto indica um
disfarce de mulher), devendo ir até o porto, onde um barco já o aguardava para
a fuga para outro lugar. Sócrates, muito justo e não querendo desobedecer as
leis da cidade de Atenas, às quais respeitava desde criança, nem desobedecer às
leis divinas, das quais, segundo o seu próprio dizer no texto, derivavam
aquelas, manteve-se firme no propósito de continuar na cadeia e cumprir o seu
destino. Críton acabou-se convencido.
IMAGENS (Sócrates na prisão, no Google Imagens):
O livro Fédon, também de Platão, tem como subtema a questão da
imortalidade da alma. Descreve os últimos momentos, enfocando o último dia, de
Sócrates, antes do desenlace de sua vida. Platão, que não pudera estar presente
naquele dia, ouviu comentários de um dos que acompanharam Sócrates. Conta que
este passou as suas últimas horas defendendo a crença na imortalidade da alma e
exortando seus discípulos a se manterem firmes no caminho da justiça e da
verdade, esperando a recompensa final. Ao final, assim que a cicuta que havia
tomado começa a fazer efeito, solicita a um amigo que ofereça ao deus Asclépios
um galo, em oferenda, pois se lembrara de que não tivera e nem teria, ele
mesmo, tempo para fazer tal sacrifício.
Após sua morte, seus discípulos
ficaram desconsolados, sem dúvida. Platão e Xenofonte, dentre eles, tiveram,
como foi dito, o cuidado de registrar informações sobre ele. Ambos mostram a
imagem de um homem justo, que empenhou-se para ajudar outras pessoas a
encontrarem, através do diálogo e da humildade, o caminho da verdade.
Os diálogos de Sócrates, na forma de
ironia e maiêutica, oferecem ideia de é preciso rigor na definição dos
conceitos e segurança na compreensão e exposição dos mesmos. Ensinam também que
ninguém pode querer colocar-se numa posição de dono da verdade, derrubando,
portanto, o dogmatismo, que, radicalizado, pode chegar ao auge de não aceitar
qualquer oposição ou contestação. A ironia socrática desmascarara aqueles que
eram tidos como referências políticas e até culturais, daí o surgimento de
inimizades, que se oporiam radicalmente a Sócrates. Vários dos jovens que eram
seus discípulos, inclusive começaram a aplicar o método socrático, no debate
com outras pessoas, fato citado na Apologia escrita por Platão.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO:
1)
Como o dogmatismo
encontra-se ainda presente no mundo atual?
2)
As pessoas, hoje,
têm liberdade efetiva (não só jurídica) de expor suas ideias?
3)
Quem controla o
fluxo de ideias na sociedade em que vivemos? Por quê?
4)
A aceitação de
que não sabemos tudo pode nos abrir para a busca do conhecimento do mundo e das
coisas ou pode nos acomodar, ou ambos? Como? Por quê?
5)
Que importância
tem o conhecimento para a vida, no mundo de hoje, tanto para o trabalho quanto
para a vida em geral?
6)
A busca do
conhecimento, aliada a uma humildade simples e verdadeira, pode ajudar a
ampliar a visão de mundo das pessoas que o buscam? Por quê?
7)
O que é ser
humilde? E simples? Explique e dê um exemplo de cada.
8)
Sócrates
manteve-se firme, até o fim, não se importando com as consequências que viriam,
e de fato vieram, para manter-se firme no cumprimento do dever. O que é dever?
Por que as pessoas, independentemente da classe social ou da riqueza que
possuem, devem cumpri-lo?
9)
Cite quatro
exemplos de cumprimento do dever, partindo do seu dia a dia. Comente um deles.
10)
Cite quatro
exemplos de consequências graves do descumprimento do dever, na sociedade em
que vivemos, hoje, tanto da parte dos cidadãos comuns quanto das autoridades.
11)
Como a mentira e
a falsa argumentação podem enganar as pessoas, ainda hoje? Isso acontece no dia
a dia? Você conhece exemplos? Cite dois ou três destes, se conhecer. A mentira
é (foi) usada com que propósitos, nesses casos? Como?
·
Solicitar a todos
que respondam as questões no caderno, em casa ou, se possível, começando em
sala de aula, a fim de assegurar-se de que serão respondidas.
·
Verificar, no
caderno de cada um, se essa primeira etapa da atividade (tarefa inicial) foi
cumprida.
·
Respondidas as
questões, proceder a um DEBATE (em forma de GV/GO ou em círculo único) com
todos os estudantes, aproveitando as respostas contidas no caderno.
OBS.: Fazer uma ponte
entre o passado e o presente pode ser muito enriquecedor no aprendizado da
filosofia, mostrando sua vivacidade e atualidade!
REFERÊNCIAS:
ARANHA,
Maria L. de A. e MARTINS, Maria H. P. Filosofando:
Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação
à Filosofia. 3.ed. São Paulo, Ática, 2017.
WIKIPÉDIA. Página Principal. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso em 19/04/2024
WIKIPÉDIA. Helena (mitologia). Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_(mitologia) > Acesso em 19/04/2024.
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