COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
QUARTO BIMESTRE
AULA 34 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS
O HELENISMO E NÓS (Prof. José Antônio Brazão.)
O helenismo varre um
período de tempo de, pelo menos, oito a nove séculos, que vão aproximadamente
do século IV (4) antes de Cristo ao V (5) da era cristã. Vai da dominação da
Grécia e de outras partes do mundo antigo pela Macedônia, com a formação do Império
Macedônico, até o Império Romano e sua queda, talvez um pouco mais. Nesse
tempo, a influência da cultura grega (helênica vem de helenos, os gregos
antigos) se estendeu a vastas regiões dos impérios macedônico e romano.
Adentrou, inclusive, profundamente, na língua latina (latim era a língua do
Império Romano) e desta nas línguas neolatinas posteriores, ou seja, aquelas
línguas originadas do latim: português, francês, romeno, italiano, espanhol,
catalão e outras, inclusive em parte do inglês).
Muitas palavras usadas
hoje derivam do grego: quilo (kilo, gr. = mil) [quilograma = mil gramas],
quilômetro (mil metros), grama (unidade de peso), metro, biologia (estudo da
vida – bíos + logia), lógica (do grego logos = palavra, discurso, razão),
física (physis é comumente traduzida por natureza, sendo física o estudo da
natureza), geologia (estudo da terra), geomorfologia (estudo das formas da
Terra), morfologia (lit.: estudo das formas), otorrinolaringologia (estudo e
medicina referente ao ouvido, nariz e garganta), ortopédico, ortopedia,
ortografia, caligrafia, gráfico (literalmente: aquilo que é escrito),
espermatozoide (lit.: o que tem forma [oide, eidos] de semente [esperma]),
energia, filosofia, astronomia, além de muitas outras palavras que, verificadas
em dicionários, gramáticas e/ou na internet, poderão ser encontradas e
descobertas. Vale a pena fazer um levantamento maior.
Além disto, as ciências
atuais fazem uso frequente da língua grega e da língua latina, com suas raízes
na antiguidade greco-romana. Muitos termos da Filosofia, da Biologia, da
Química, da Física, da Medicina e de outras ciências têm suas origens naquelas
línguas, especialmente no grego.
Em termos religiosos, a
religião predominante no mundo ocidental é o cristianismo. Curiosamente, todos
os textos do Novo Testamento foram escritos em grego! Com certeza, porque muita
gente convertida e pertencente às comunidades cristãs, no Império Romano,
falava grego. O cristianismo marcou e marca a cultura ocidental.
Vasculhando um dicionário
de filosofia, poder-se-á encontrar muitos termos advindos do grego antigo, dos
períodos pré-socrático, clássico e, especialmente, do helenístico: logos,
lógica, átomo, utopia, microcosmos, cosmos, além de muitos outros.
A mitologia grega, que
antecede em muito o período helenístico, também faz sua presença em filmes e
outros programas, na televisão e no cinema, com muitos filmes a elas
relacionados. Essa mesma mitologia está presente até na psicologia: Sigmund
Freud e C. G. Jung fizeram uso de termos gregos e da própria mitologia. No caso
de Freud, uma citação breve ao complexo de Édipo.
Os islamitas, a partir
dos séculos VI e VII e, especialmente, do VIII, com o movimento de tradução,
contribuíram para o ressurgimento e a preservação de uma série de textos da
antiguidade. Influenciaram fortemente o pensamento posterior, na Europa cristã,
por conta de contatos pacíficos (ex.: comércio) ou não pacíficos (ex.: as
Cruzadas de cristãos contra islamitas). Uma vez na Europa medieval, com as
escolas catedrais e as universidades (séc. XII, XIII em diante.
O átomo dos
pré-socráticos Leucipo e Demócrito (as homeomerias de Anaxágoras, enquanto
partículas formadoras da matéria, também podem ser citadas), por
volta dos séculos VI e V a.C., e do helenístico Epicuro de Samos (341 a 270
a.C., aproximadamente) antecede as descobertas posteriores da Química e da
Física contemporâneas em torno da estrutura da matéria. Vale dizer que
acreditavam na existência dos átomos e do vazio!
Com tudo isto pode-se ver
que a ligação entre este tempo (século XXI) e a antiguidade, o passado
histórico, é muito mais profunda do que se poderia pensar. Ao estudar a
antiguidade resgatamos também muito de nossa história e podemos ver o quanto
ela está presente, direta e indiretamente, na vida das pessoas.
ATIVIDADES POSSÍVEIS, COMPLEMENTARES:
1) Turmas: levantamento maior de termos,
prefixos e sufixos gregos na língua portuguesa. Isto possibilita um trabalho
interdisciplinar com a Língua Portuguesa.
2) Também: levantamento maior de termos,
prefixos e sufixos gregos utilizáveis comumente pela filosofia ocidental.
3) Dividir em grupos e cada qual apresentará
para a turma toda o seu trabalho.
4) Turmas: comparação entre o atomismo antigo
e as teorias atômicas contemporâneas. Trabalho interdisciplinar com a Física e
a Química.
5) Levantamento, com as turmas, da influência
do neoplatonismo no pensamento cristão. Curiosidade: Amônio e Plotino e o
neoplatonismo antigo falam do Uno, ora, o Deus cristão é Trino e Uno!
6) Turmas: Levantamento de termos gregos
(e até latinos, se for o caso) usados nos livros didáticos de Biologia, Física
e Química. Comparem com os da Filosofia.
7) Outras atividades poderão ser possíveis.
Trazer também para a sala de aula.
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