domingo, 3 de dezembro de 2023

QUARTO BIMESTRE - AULA 33 DE TCH DOS SEGUNDOS ANOS: GASTRONOMIA GOIANA (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

QUARTO BIMESTRE

AULA 33 DE TCH DOS SEGUNDOS ANOS:

GASTRONOMIA GOIANA (Prof. José Antônio Brazão.)

A alimentação faz parte da história e, inclusive, contribuiu para a evolução humana, ao longo de milhares de anos. Com o decorrer da história, pessoas as mais diversas aprenderam a preparar melhor os alimentos, inclusive misturando especiarias (temperos) à comida principal, seja esta de origem vegetal ou animal. Com o tempo, inclusive, foi nascendo e se aprimorando a arte de preparar alimentos, a gastronomia. Povos diferentes, gastronomias diferentes.

Muitos alimentos da gastronomia de diferentes povos, com as trocas e os encontros, vieram a se tornar comuns a tais povos. Foi o caso do Brasil e, especialmente, Goiás: a gastronomia portuguesa encontrou-se com a gastronomia indígena e a gastronomia africana vinda com escravas e escravos negros.

Segundo Christiane Ayumi Kuwae, Estelamaris Tronco Monego e Joana Aparecida Fernandes:

“A formação alimentar tradicional goiana deu-se nos séculos XVIII e XIX a partir da fusão das técnicas culinárias dos índios que aqui viviam, dos bandeirantes e tropeiros que chegaram em busca de ouro e dos escravos trazidos por estes (Naves et al., 2002).

Em Goiás, no século XVIII, havia cerca de 30.000 índios descendentes do tronco do Macro-Jê, da Família Jê e da Família Tupi-Guarani. Esses índios plantavam mandioca, milho, cará, banana, amendoim, batata doce, abacaxi, abóbora, fumo e feijão; além disso, coletavam pequi, bacaba, castanha, buriti, macaúba, mangaba, inajá, murici, pinhão, guariroba, pupunha, mel e açaí; caçavam porco, catitu, macaco, anta, tatu, veado, cutia, paca, tamanduá, jabuti e onça, além da pesca de peixes e tartarugas (Rocha, 1998).

A alimentação dos tropeiros durante as Bandeiras baseava-se na sua conservação e incluía farinhas, carnes salgadas, brotos e cachaça complementada com as caças e alguns alimentos colhidos de pequenas plantações (Péclat, 2003).

Com os bandeirantes vieram os escravos negros, a maioria provenientes de Angola, Congo, Moçambique, Guiné. Cascudo (1983) descreve a alimentação desses escravos composta de angu de milho, toucinho e carne uma vez por semana, além de ocasionais produtos da pesca e caça. A alimentação era complementada com a coleta de frutos, principalmente o caju. Entre as preparações mais comuns, estavam os doces com frutas e melaço de cana, mané pelado, cuscuz, mingau, curau, canjica e outras preparações com farinhas, preferencialmente de milho (Baiocchi, 1983).

Estas foram as influências iniciais que caracterizavam os hábitos alimentares dos goianos durante o período da mineração, composta basicamente por feijão, toucinho, arroz, derivados do milho, frutos do cerrado e eventualmente galinha, porco, gado ou caça (Souza, 2000). De uma maneira geral, pode-se afirmar que a alimentação goiana neste período era bastante simples, composta de preparações cozidas e uma pequena diversidade de alimentos. Péclat (2003) considera que angu, frango com quiabo, feijão cozido e tutu de feijão eram as comidas cotidianas, e que pratos assados, tais como lombo, leitoa e frango eram comidas festivas, assim como empadão goiano. Destaca ainda que na cozinha goiana o jantar era considerado a principal refeição, por indicar a finalização das tarefas diárias, exceto nos finais de semana, em que o almoço era a refeição mais valorizada.

No século XIX, a partir do estabelecimento da corte no Rio de Janeiro e da abertura dos Portos às nações amigas, iniciou-se a importação de produtos europeus, como azeitonas, queijos, farinha de trigo, vinho, entre outros, que tornaram possível a produção de pratos mais elaborados, como bolos, pães, pastéis e empadas, típicos da culinária portuguesa (Callefi, 2003).

Sendo assim, as culinárias indígena, africana e portuguesa resultaram na miscigenação de alimentos e técnicas culinárias que difundiram o consumo de guariroba, mandioca, milho, banana, amendoim, abóbora, e também na elaboração de pastéis, doces açucarados, bolos, pirão, canjica, pamonha, pão de queijo e outros pratos que se tornaram símbolos da cultura goiana.

Alguns destes pratos também estão presentes na culinária de outros estados, principalmente Minas Gerais e Mato Grosso, como a carne de lata, a pamonha, o arroz Maria-Izabel (arroz com carne seca) e a galinhada, que são preparações típicas da cultura caipira, comuns a estas regiões e que tiveram, inicialmente, as mesmas influências (Fisberg; Wehba; Cozzolino, 2002).

Apesar disso, pode-se afirmar que existe uma culinária goiana que se desenvolveu com a integração de alimentos característicos do cerrado e um modo de fazer peculiar, podendo assim se diferenciar da culinária de outros locais. Um exemplo simbólico é o alfenim, um doce típico e exclusivo da cidade de Goiás, preparado com açúcar e polvilho e modelado na forma de flores, animais e símbolos religiosos. Doce de origem portuguesa, o alfenim teve seu preparo modificado, com incorporação do polvilho e a exclusão do mel à receita tradicional, dando ao doce características diferenciadas do original português (Naves et al., 2002; Cascudo, 1983).

Outra característica peculiar destacável na culinária goiana é a vasta utilização de pequi, guariroba, araticum, caju, baru, jatobá, cagaita, murici e buriti, que são alimentos de espécies vegetais típicas do cerrado amplamente difundidas na preparação de pratos típicos, sucos, licores e doces (Naves et al., 2002), sendo que o pequi e a guariroba são tidos como alimentos símbolos da culinária goiana.” (KUWAE, Ayumi, MONEGO, Estelamaris Tronco & FERNANDES, Joana Aparecida. (Trans)Formações de Hábitos Alimentares dos Goianos. Disponível em: < https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/ceres/article/download/1864/1459 > Acesso em 04/11/2023.)

*ESQUEMATIZAR O TEXTO INTEIRO NO QUADRO, DE FORMA BEM RESUMIDA.

*FAZER UM DEBATE COM OS ESTUDANTES A RESPEITO DO TEXTO.

*ANOTAR A TEMPESTADE DE IDEIAS NO QUADRO.

*NO QUADRO, AINDA, FAZER UMA TABELA CONTENDO:

ALIMENTOS DA CULINÁRIA GOIANA DE ORIGEM AFRO-BRASILEIRA APONTADOS NO TEXTO:

ALIMENTOS DA CULINÁRIA GOIANA DE ORIGEM INDÍGENA APONTADOS NO TEXTO:

ALIMENTOS DA CULINÁRIA GOIANA DE ORIGEM  PORTUGUESA APONTADOS NO TEXTO:

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