COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
QUARTO BIMESTRE
AULA 33 DE TCH DOS SEGUNDOS ANOS:
GASTRONOMIA GOIANA (Prof.
José Antônio Brazão.)
A alimentação faz parte
da história e, inclusive, contribuiu para a evolução humana, ao longo de
milhares de anos. Com o decorrer da história, pessoas as mais diversas
aprenderam a preparar melhor os alimentos, inclusive misturando especiarias
(temperos) à comida principal, seja esta de origem vegetal ou animal. Com o
tempo, inclusive, foi nascendo e se aprimorando a arte de preparar alimentos, a
gastronomia. Povos diferentes, gastronomias diferentes.
Muitos alimentos da
gastronomia de diferentes povos, com as trocas e os encontros, vieram a se
tornar comuns a tais povos. Foi o caso do Brasil e, especialmente, Goiás: a
gastronomia portuguesa encontrou-se com a gastronomia indígena e a gastronomia
africana vinda com escravas e escravos negros.
Segundo Christiane Ayumi Kuwae, Estelamaris Tronco Monego e Joana Aparecida
Fernandes:
“A formação alimentar tradicional goiana deu-se nos
séculos XVIII e XIX a partir da fusão das técnicas culinárias dos índios que
aqui viviam, dos bandeirantes e tropeiros que chegaram em busca de ouro e dos
escravos trazidos por estes (Naves et al., 2002).
Em Goiás, no século XVIII, havia cerca de 30.000
índios descendentes do tronco do Macro-Jê, da Família Jê e da Família
Tupi-Guarani. Esses índios plantavam mandioca, milho, cará, banana, amendoim,
batata doce, abacaxi, abóbora, fumo e feijão; além disso, coletavam pequi,
bacaba, castanha, buriti, macaúba, mangaba, inajá, murici, pinhão, guariroba,
pupunha, mel e açaí; caçavam porco, catitu, macaco, anta, tatu, veado, cutia,
paca, tamanduá, jabuti e onça, além da pesca de peixes e tartarugas (Rocha,
1998).
A alimentação dos tropeiros durante as Bandeiras
baseava-se na sua conservação e incluía farinhas, carnes salgadas, brotos e
cachaça complementada com as caças e alguns alimentos colhidos de pequenas
plantações (Péclat, 2003).
Com os bandeirantes vieram os escravos negros, a
maioria provenientes de Angola, Congo, Moçambique, Guiné. Cascudo (1983)
descreve a alimentação desses escravos composta de angu de milho, toucinho e
carne uma vez por semana, além de ocasionais produtos da pesca e caça. A
alimentação era complementada com a coleta de frutos, principalmente o caju.
Entre as preparações mais comuns, estavam os doces com frutas e melaço de cana,
mané pelado, cuscuz, mingau, curau, canjica e outras preparações com farinhas, preferencialmente
de milho (Baiocchi, 1983).
Estas foram as influências iniciais que
caracterizavam os hábitos alimentares dos goianos durante o período da
mineração, composta basicamente por feijão, toucinho, arroz, derivados do
milho, frutos do cerrado e eventualmente galinha, porco, gado ou caça (Souza,
2000). De uma maneira geral, pode-se afirmar que a alimentação goiana neste
período era bastante simples, composta de preparações cozidas e uma pequena
diversidade de alimentos. Péclat (2003) considera que angu, frango com quiabo,
feijão cozido e tutu de feijão eram as comidas cotidianas, e que pratos
assados, tais como lombo, leitoa e frango eram comidas festivas, assim como
empadão goiano. Destaca ainda que na cozinha goiana o jantar era considerado a
principal refeição, por indicar a finalização das tarefas diárias, exceto nos
finais de semana, em que o almoço era a refeição mais valorizada.
No século XIX, a partir do estabelecimento da corte
no Rio de Janeiro e da abertura dos Portos às nações amigas, iniciou-se a
importação de produtos europeus, como azeitonas, queijos, farinha de trigo,
vinho, entre outros, que tornaram possível a produção de pratos mais
elaborados, como bolos, pães, pastéis e empadas, típicos da culinária
portuguesa (Callefi, 2003).
Sendo assim, as culinárias indígena, africana e
portuguesa resultaram na miscigenação de alimentos e técnicas culinárias que
difundiram o consumo de guariroba, mandioca, milho, banana, amendoim, abóbora,
e também na elaboração de pastéis, doces açucarados, bolos, pirão, canjica,
pamonha, pão de queijo e outros pratos que se tornaram símbolos da cultura
goiana.
Alguns destes pratos também estão presentes na culinária
de outros estados, principalmente Minas Gerais e Mato Grosso, como a carne de
lata, a pamonha, o arroz Maria-Izabel (arroz com carne seca) e a galinhada, que
são preparações típicas da cultura caipira, comuns a estas regiões e que
tiveram, inicialmente, as mesmas influências (Fisberg; Wehba; Cozzolino, 2002).
Apesar disso, pode-se afirmar que existe uma
culinária goiana que se desenvolveu com a integração de alimentos
característicos do cerrado e um modo de fazer peculiar, podendo assim se
diferenciar da culinária de outros locais. Um exemplo simbólico é o alfenim, um
doce típico e exclusivo da cidade de Goiás, preparado com açúcar e polvilho e
modelado na forma de flores, animais e símbolos religiosos. Doce de origem
portuguesa, o alfenim teve seu preparo modificado, com incorporação do polvilho
e a exclusão do mel à receita tradicional, dando ao doce características
diferenciadas do original português (Naves et al., 2002; Cascudo, 1983).
Outra característica peculiar destacável na
culinária goiana é a vasta utilização de pequi, guariroba, araticum, caju,
baru, jatobá, cagaita, murici e buriti, que são alimentos de espécies vegetais
típicas do cerrado amplamente difundidas na preparação de pratos típicos,
sucos, licores e doces (Naves et al., 2002), sendo que o pequi e a guariroba
são tidos como alimentos símbolos da culinária goiana.” (KUWAE, Ayumi, MONEGO, Estelamaris
Tronco & FERNANDES, Joana Aparecida. (Trans)Formações de Hábitos Alimentares dos Goianos. Disponível em: < https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/ceres/article/download/1864/1459 > Acesso em 04/11/2023.)
*ESQUEMATIZAR O TEXTO INTEIRO NO QUADRO, DE
FORMA BEM RESUMIDA.
*FAZER UM DEBATE COM OS ESTUDANTES A RESPEITO
DO TEXTO.
*ANOTAR A TEMPESTADE DE IDEIAS NO QUADRO.
*NO QUADRO, AINDA, FAZER UMA TABELA CONTENDO:
ALIMENTOS DA CULINÁRIA GOIANA DE ORIGEM AFRO-BRASILEIRA
APONTADOS NO TEXTO: |
ALIMENTOS DA CULINÁRIA GOIANA DE ORIGEM INDÍGENA
APONTADOS NO TEXTO: |
ALIMENTOS DA CULINÁRIA GOIANA DE ORIGEM PORTUGUESA APONTADOS NO TEXTO: |
* * * * * * * * .... |
* * * * * * * * .... |
* * * * * * * * .... |
Nenhum comentário:
Postar um comentário