COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
QUARTO BIMESTRE
AULA 28 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS:
TEMA: LÓGICA(Prof. José Antônio Brazão.)
LÓGICA (continuação) (Prof. José Antônio
Brazão.)
Raciocínios estão
presentes na matemática (contas e cálculos), na gramática, no dia a dia, em
muitos lugares. A lógica formal busca a precisão na expressão das ideias por
meio de raciocínios e argumentos. Entre os tipos de raciocínios podem ser
encontrados, por exemplo: a dedução, a indução, a analogia e o sofisma.
DEDUÇÃO: raciocínio que
parte de uma afirmação ou negação universal (premissa maior), de uma premissa
menor e de uma conclusão. Premissas são afirmações ou negações que se colocam
antes da conclusão. A dedução vai do universal ao particular. Veja:
Todo homem é mortal.
(Premissa maior.)
Sócrates é homem.
(Premissa menor.)
Logo, Sócrates é mortal.
(Conclusão.)
A DEDUÇÃO tem três termos
fundamentais: o termo maior (palavra de caráter universal, um gênero ou uma
espécie) – no caso acima: mortal; o termo médio (palavra de caráter mediador,
entre o universal e o sujeito – pode ser uma espécie) – no caso acima: homem;
termo menor (palavra de caráter particular, referindo-se a um indivíduo) – no
caso acima: Sócrates. Sócrates é um indivíduo da espécie homem, pertencente ao
gênero mortal.
INDUÇÃO: tipo de
raciocínio que parte de premissas particulares (premissas que contêm casos
particulares) e tira daí uma conclusão universal. Por exemplo: um litro de água
ferve a cem graus célsius, cinco litros também, dez litros igualmente, etc.,
portanto a água ferve a cem graus célsius.
ANALOGIA: tipo de
raciocínio indutivo que parte de premissas particulares (casos particulares) e
tira uma conclusão também particular. Analogia é uma comparação, pois compara
casos. Por exemplo: a vacina contra a COVID-19 já passou pelo teste com um grupo
pequeno de pessoas (primeira etapa), a seguir passando por um grupo maior
(centenas de pessoas, na segunda etapa), a seguir passará por um grupo ainda
maior (milhares de pessoas), depois de que se chegará a uma conclusão válida,
possivelmente, para todo mundo (indução e analogia juntas). Outro exemplo:
Manoel, tome um chá de limão que lhe fará bem para a gripe (caso particular),
pois minha irmã tomou e lhe fez bem contra esse problema (caso particular).
SOFISMA: tipo de
raciocínio (construção de argumentos) que tem por finalidade enganar as pessoas
com algum propósito. O nome foi criado por Aristóteles, por conta dos sofistas,
filósofos-professores ambulantes da Grécia, que faziam uso de raciocínios desse
tipo e ensinavam seu uso a seus discípulos-alunos. Exemplos: (Argumento de
força) Joaquim, faça agora seu trabalho, senão perderá seu emprego.
Meninos, parem de brincar na lama, caso contrário serão postos de castigo. / (Tautologia)
Este remédio é recomendado para todo mundo em razão de ser um remédio.
[Tautologia é repetição do mesmo (tautos, em grego). / (Argumento de apelo
sentimental) Votem no Manuel, pois ele é um pobre coitado que precisa do
apoio de todos, gosta de cachorros, de pessoas, é amigo de todos, etc. / Outro
sofisma comum na política: É preciso mudar a lei, os trabalhadores têm
direitos demais e isso atrapalha a vinda de empresas para o Brasil, para o
Estado, para o município... É preciso rever os direitos (= retirar muitos) para
que haja mais empregos no país. O que está, na verdade, escondido aqui? O fato
de que, ao tirar direitos trabalhistas torna-se possível o aumento dos lucros
capitalistas, frutos da exploração de classes.
A lógica também está
presente na gramática. Toda gramática é a lógica da língua de um povo. A
análise sintática, por exemplo, tem uma estrutura claramente lógica: mostra
como as partes de um discurso se reúnem para formar um todo, além de buscar
compreender cada elemento e seu funcionamento dentro das orações (afirmações e
negações ou perguntas) que compõem os períodos (cada oração ou mais de uma
oração concatenadas, ligadas) que formam os parágrafos (cada parte de um
texto).
A lógica está presente
igualmente na computação: lógica da programação. Sem as linhas de programação
não é possível que um computador funcione devidamente.
A lógica está presente no
dia a dia, por exemplo, quando se diz: É lógico! Ex. 1: - Márcia, você vai à
festa de aniversário do Jean no sábado?
- É lógico! Acha que vou perder essa festa? Ex. 2: É logicamente
possível que aquilo que todos desejamos possa ser conseguido. Dependerá do
empenho de cada um(a).
A LÓGICA também dispõe de
algumas leis, as quais vale aqui destacar:
“A lei da identidade: ∼(p ∧ ∼p)
·
A é A.
A = A.
·
Uma
coisa é e ela mesma.
·
Um
enunciado não pode permanecer o mesmo caso altere seu valor de verdade.
·
Exemplo:
por definição “um vegetariano não come carne; portanto, quem só come carne uma
vez por semana não é vegetariano”.
·
Parece
bobo, mas pelo princípio da identidade não se aplica atributos a quem ou àquilo
que não se identifica com algo específico.
A lei da
não contradição: p ∨ ∼p
·
NÃO (A
e não A).
·
Nada
pode existir e não existir ao mesmo tempo.
·
Nenhuma
afirmação é simultaneamente verdadeira e falsa.
·
Exemplo:
não é possível a proposição “Chove aqui e agora, mas também não chove aqui e
agora”.
·
Na
confusão entre crença e proposição muitos raciocinam ilogicamente (mas
eticamente válido em nome da tolerância): “A religião X é verdadeira para você,
mas para mim a religião Y é a verdadeira”.
A lei do
terceiro excluído: (∀x) [F(x) ⊃ F(x)]
·
Qualquer
(A ou não A).
·
Algo
existe ou não existe,
·
Todo
enunciado é ou verdadeiro ou falso. Não pode haver algo mais ou menos verdadeiro. [Exclui-se uma terceira
possibilidade, daí princípio ou lei do terceiro excluído.]
·
Exemplo:
“A Terra não pode ser ao mesmo tempo plana e esférica (geóide) para satisfazer
esses dois públicos”.
·
É um
erro comum de tentar chegar a um compromisso reconciliando posições
antitéticas. Não dá para satisfazer gregos e troianos.” (ENSAIOS E NOTAS
CULTURA GERAL. As três leis da lógica. Disponível em: < https://ensaiosenotas.com/2022/11/22/leis-da-logica/ > Acesso em 16/09/2023.)
Essas três leis da lógica
clássica (aristotélica) seriam linhas mestras para o pensamento, a fim de
evitar contradições que poderiam invalidar (tirar a validade) das afirmações e
das conclusões do pensamento humano. Assim sendo, pretender dar a este rigor
(precisão, segurança, grau maior de certeza).
No decorrer dos últimos
séculos, a contradição, entretanto, passou a ser vista como possível, podendo
ser verificada na evolução do Espírito, segundo Hegel (Georg Wilhelm Friedrich
Hegel), tendo tese (afirmação), antítese (negação ou oposição à tese) e síntese
(composição de elementos da tese e da antítese, num momento mais elevado do
espírito), de modo contínuo no decurso da história. Marx (Karl Marx) viria a
falar da contradição na história, mas com os pés bem no chão, vendo-a na luta
de classes, como bem resume, com Engels (Friedrich Engels), no Manifesto do
Partido Comunista. A contradição, portanto, engendra-se no interior da
história. Para entender esta é preciso entender a lógica (estrutura...) da
contradição.
REFERÊNCIAS:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria
Helena Pires. FILOSOFANDO: Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo,
Moderna, 2009.
BÍBLIA NVI. Atos 17:13-34 (NVI – Nova Versão
Internacional.) Disponível em: < https://www.bibliaonline.com.br/nvi/atos/17
> Acesso em 21/09/2020.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia.
2.ed. São Paulo, Ática, 2014.
COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos
de Filosofia. Disponível em: < https://www.academia.edu/37334864/Fundamentos_de_FILOSOFIA_GILBERTO_COTRIM_MIRNA_FERNANDES > Acesso em 21/09/2020.
EPICURO. Pensamentos. São Paulo, Martin
Claret, 2006. (Col. A Obra-Prima de Cada Autor.)
INTERNET ENCYCLOPEDIA OF FILOSOFIA. Verbete Epicurus.
Disponível em: < https://iep.utm.edu/epicur/ > Acessos de 2015 a 2020. [Em 2020: 21 de
setembro.]
WIKIPÉDIA. Verbetes: Helenismo, Zenão de
Cítio, Marco Aurélio, Sêneca e outros. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso: 21 de setembro de 2020.
Obs.: Epicuro, 2013 – Ver livro de COTRIM e
FERNANDES.
Para saber mais:
http://www.ime.unicamp.br/~calculo/history/arquimedes/arquimedes.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquimedes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Helenismo
http://plato.stanford.edu/entries/epicurus/ (em inglês) (Use tradutores online. São
bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/stoicism/ (em inglês) (Use tradutores online. São
bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/epictetus/ (em inglês) (Use tradutores online. São
bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/marcus-aurelius/ (em inglês) (Use tradutores online.)
http://plato.stanford.edu/entries/seneca/ (em inglês) (Use tradutores online. São
bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/skepticism-ancient/ (em inglês) (Use tradutores online.)
http://plato.stanford.edu/entries/ammonius/ (em inglês) (Use tradutores online. São
bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/plotinus/ (em inglês) (Use tradutores online. São
bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/cosmopolitanism/ (em inglês, contém informações também sobre
Diógenes de Sínope) (Use tradutores online. São bons.)
Obs.: Todas as páginas em inglês foram
traduzidas com uso do Google Tradutor ou outro(s) tradutor(es) online:
http://translate.google.com.br/
http://www.clubedoprofessor.com.br/traduz/
VÍDEO: TEM CIÊNCIA – O GRANDE PROBLEMA DA
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:
IN: https://www.youtube.com/watch?v=_xog6mO_vOA
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