segunda-feira, 12 de junho de 2023

SEGUNDO BIMESTRE - AULA 19 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS A, B, C e D: THOMAS HOBBES (1588 – 1679) (continuação) (Professor José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica


SEGUNDO BIMESTRE

AULA 19 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS A, B, C e D:

THOMAS HOBBES (1588 – 1679) (Professor José Antônio Brazão.)

 (Usar MAPAS, LIVROS DE ARTE E BANNERS da biblioteca da escola. Complemento\exposição.)

Filósofo moderno inglês. Teve grande preocupação em entender as origens e os fundamentos do poder político. Em seu livroLeviatã ou a essência, forma e poder de uma comunidade eclesiástica e civil”, de 1651, diz que o Estado surgiu a partir de um pacto estabelecido entre as pessoas, no início da formação da sociedade. Quando viviam no estado de natureza, as pessoas encontravam-se em permanente conflito, numa luta de todos contra todos. Para não se aniquilarem mutuamente ficou resolvido que todos fariam um pacto, no qual cada um entregaria o poder sobre sua pessoa e sobre sua vida a um governante comum a todos e todos fariam o mesmo.

O governante escolhido teria, portanto, um poder absoluto sobre todos os cidadãos, inclusive de vida e morte, governando com mãos de ferro, porém com a missão de garantir a vida, a liberdade e a propriedade dos governados. O governante poderia ser um indivíduo ou uma assembleia escolhida. Além do poder político, militar, jurídico, também o poder religioso.

De acordo com Hobbes, o homem é o lobo do homem (homo homini lupus), ou seja, o ser humano carrega consigo uma agressividade natural, perigosa para a vida humana, mas que pode e deve ser controlada pelo Estado, através do poder do governante absoluto, que tem em suas mãos os meios para pôr ordem na sociedade e estabelecer a paz necessária ao progresso social em todos os seus sentidos – econômico, político, social, tecnológico, científico, etc. Ora, Hobbes estava vivendo numa época de grandes avanços na economia, nas ciências, nas técnicas e nas artes em geral – era o Renascimento artístico-científico-cultural.

Como se pode ver, Hobbes se mostra a favor do absolutismo. Curiosamente, na Inglaterra de seu tempo, o rei assumia o poder temporal e o poder religioso, este como chefe da Igreja Anglicana. Vale lembrar, porém, que o poder do parlamento inglês foi, aos poucos, se reforçando e ampliando. Em outros países europeus, reis e rainhas vinham tomando fortemente as rédeas do poder em suas mãos.

Para Hobbes, o poder absoluto do rei ou da assembleia é garantia de bem-estar e de organização sociais. Sabedor da natureza humana, Hobbes defende esse tipo de poder. Antes dele, o italiano Nicolau Maquiavel já havia dito aos príncipes (governantes) que não podiam confiar na bondade das pessoas, as quais poderiam mudar de lado em caso de contrariedade ou de interesses em jogo. Conforme Maquiavel, como foi visto no texto anterior, é preferível antes ser temido que amado. O temor imposto pela força militar e pela competência hábil e astuta em governar.

Pode-se ver que Hobbes e Maquiavel têm algo em comum, apesar de algumas diferenças: ambos defendem um poder estatal forte, centralizado nas mãos do governante. É claro, Maquiavel não se preocupou propriamente em entender a passagem de um estado natural para a sociedade, mas tinha, semelhante a Hobbes, uma ideia não muito boa da natureza humana – impulsos e forças existentes dentro do ser humano capazes de levar a complicações e que precisavam ser controlados caso os governantes quisessem manter o poder e levar a sucesso seus planos e projetos. Em Maquiavel, a manutenção do poder pela astúcia e pela força. Em Hobbes, através do pacto incondicional. Cabe ao governante também proteger a propriedade dos súditos.

É interessante notar que tanto Maquiavel quanto Hobbes tocam na relação entre Estado e religião. Para Maquiavel, o príncipe deve ser astuto a ponto de saber utilizar a religião a seu favor, na manutenção e extensão do poder, reduzindo e coibindo ardilosamente a interferência religiosa sobre o poder político. Para Hobbes, o poder do governante deve incorporar, em suas mãos, o poder religioso.

Mas por que ambos pensam em controle da religião? Porque a religião forma também a consciência das pessoas, adentrando em seu viver por meio de normas e mandamentos a serem seguidos, e porque a religião, em seu tempo, interferia frequentemente no poder de reis e rainhas. Sem dúvida, Maquiavel e Hobbes queriam reforçar a obediência dos súditos e, junto com a religião, os governantes precisavam ter boa força militar, infligindo o temor necessário a todos.

Mas por que razão o nome LEVIATÃ é dado à obra mais conhecida de Hobbes? Leviatã, de acordo com a Bíblia, era um monstro marinho poderoso, que dominava sobre os mares e sobre os animais nele existentes. É claro, protegia os peixinhos. O Leviatã só pôde ser dominado por Deus. E, de acordo com Hobbes, o governante deve ser como o Leviatã, poderoso, respeitado e temido por todos, tendo que prestar contas tão somente a Deus, já que o que forma seu corpo descomunal são os corpos de todos os cidadãos do Estado, que entregaram a ele, livremente, o poder de governo sobre eles e suas vidas.

Enfim, ao governante competiria instaurar a ordem social e mantê-la com o uso do poder absoluto, uma ordem que não havia no estado de natureza e cuja inexistência, por causa dos conflitos, impedia o desenvolvimento da propriedade, das técnicas, das ciências, da tecnologia e, consequentemente, da economia e da própria vida.

Uma outra característica importante do pensamento de Hobbes é seu materialismo. Para ele, como para outros antes e depois dele, o mundo, as leis científicas e a realidade só podem ser explicados mediante a matéria. Para além desta, nada existe. Opõe-se, portanto, ao idealismo. A realidade não é constituída por ideias, nem pelo pensamento abstrato puro e simples, mas pela realidade material concreta.

REFERÊNCIAS:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hobbes

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u395.jhtm

http://www.mundodosfilosofos.com.br/hobbes.htm

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2117

http://plato.stanford.edu/entries/hobbes/

http://plato.stanford.edu/entries/hobbes-moral/

 

TEXTO DE THOMAS HOBBES SOBRE O REI-LEVIATÃ:

“O acordo vigente entre essas criaturas (abelhas e formigas) é natural, ao passo que o dos homens surge apenas através de um pacto, isto é, artificialmente. Portanto não é de admirar que seja necessária alguma coisa mais, além de um pacto, para tornar constante e duradouro seu acordo: ou seja, um poder comum que os mantenha em respeito, e que dirija suas ações no sentido do benefício comum. A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de defendê-los das invasões dos estrangeiros e das injúrias uns dos outros, garantindo-lhes assim uma segurança suficiente para que, mediante seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentar -se e viver satisfeitos, é conferir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade. O que equivale a dizer: designar um homem ou uma assembleia de homens como representante de suas pessoas, considerando -se e reconhecendo-se cada um como autor de todos os atos que aquele que representa sua pessoa praticar ou levar a praticar, em tudo o que disser respeito à paz e segurança comuns; todos submetendo assim suas vontades à vontade do representante, e suas decisões à sua decisão. Isto é mais do que consentimento, ou concórdia, é uma verdadeira unidade de todos eles, numa só e mesma pessoa, realizada por um pacto de cada homem com todos os homens, de um modo que é como se cada homem dissesse a cada homem: Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a uma assembleia de homens, com a condiçã o de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas ações. Feito isto, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado, em latim civitas. É a geração daquele grande Leviatã, ou antes (para falar em termos mais reverentes) daquele Deus Mortal ao qual devemos, abaixo do Deus Imortal, nossa paz e defesa. Pois graças a esta autoridade que lhe é dada por cada indivíduo no Estado, é-lhe conferido o uso de tamanho poder e força que o terror assim inspirado o torna capaz de conformar as vontades de todos eles, no sentido da paz em seu próprio pais, e da ajuda mútua contra os inimigos estrangeiros. É nele que consiste a essência do Estado, a qual pode ser assim definida: Uma pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usar aforça e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum. Aquele que é portador dessa pessoa s e chama soberano, e dele se diz que possui poder soberano. Todos os restantes são súditos.” (HOBBES, Thomas. Trecho 3 do livro Leviatã. Disponível em: < https://www.faberj.edu.br/cfb-2015/downloads/biblioteca/filosofia/Filosofando.pdf > Acesso em 03/06/23.)

 

ATIVIDADE COMPLEMENTAR: CAÇA-PALAVRAS NA PÁGINA SEGUINTE.

TAREFA: Procure no dicionário e\ou na internet todas as palavras marcadas e anote os significados no caderno. Finalidade: ampliar seu vocabulário de língua portuguesa e entender ainda melhor o texto.

 

CAÇA-PALAVRAS: THOMAS HOBBES. (Prof. José Antônio Brazão.)

P

R

E

N

A

S

C

I

M

E

N

T

O

O

E

R

I

C

S

I

A

E

P

A

Z

A

E

S

U

D

I

T

O

S

M

W

O

V

O

N

C

A

G

R

E

S

S

I

V

I

D

A

D

E

E

J

D

M

C

G

T

Ç

A

I

R

E

T

A

M

A

V

I

D

A

D

U

O

I

I

L

O

A

C

L

U

V

O

C

I

T

I

L

O

P

R

R

E

L

E

A

I

O

C

W

T

O

R

D

E

M

D

I

A

O

O

I

D

I

D

T

N

Y

H

O

A

L

D

A

L

E

A

C

I

S

A

D

A

T

A

E

C

O

I

T

N

B

E

M

E

S

T

A

R

O

D

I

E

A

N

R

O

T

A

W

E

F

M

V

P

O

D

E

R

I

O

C

I

R

A

R

N

U

V

E

D

M

L

V

I

Y

D

T

E

L

I

O

R

E

M

A

D

L

A

S

O

O

I

I

C

A

S

A

M

E

N

D

P

L

U

O

I

O

I

T

D

D

A

D

T

N

T

O

T

R

G

U

O

I

H

D

C

S

M

U

A

A

Ç

A

O

O

D

A

D

S

L

T

R

G

A

A

I

B

O

D

T

H

O

M

A

S

H

O

B

B

E

S

P

I

Z

T

O

A

N

E

S

P

A

T

O

Q

Y

I

H

G

S

E

L

O

E

S

N

R

O

S

E

R

A

M

A

M

E

L

L

O

B

O

A

S

R

E

A

E

C

M

A

I

S

S

Y

A

S

B

C

O

M

I

R

O

U

W

L

D

E

A

V

W

R

Q

S

E

R

I

W

D

L

E

P

Y

T

L

G

O

V

E

R

N

A

N

T

E

E

B

T

B

O

A

M

M

A

E

A

P

L

W

S

E

R

R

A

D

M

L

I

U

R

E

I

Ç

N

V

R

E

A

D

U

W

O

E

A

B

I

B

L

A

L

Y

R

O

W

A

E

L

E

Z

E

F

M

D

W

Z

L

I

V

R

O

O

E

Y

N

I

B

O

B

E

D

I

E

N

C

I

A

N

U

E

F

R

S

I

A

U

A

R

E

A

D

W

O

U

D

I

V

I

D

N

I

A

A

B

Ç

Q

S

U

P

U

L

I

N

I

M

O

H

O

M

O

H

A

C

U

A

A

F

U

N

D

A

M

E

N

T

O

S

D

O

P

O

D

E

R

O

M

As palavras estão vertical, na horizontal e na diagonal, da direita para a esquerda e da esquerda para a direita.

Nenhum comentário: