COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
SEGUNDO BIMESTRE
AULA 19 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS
PLATÃO – OS DOIS MUNDOS (Prof. José Antônio
Brazão.):
P |
BEM – Ideia (FORMA) superior,
a mais perfeita. |
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A |
6) Ser. |
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R |
5) Verdade. |
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M |
4)Perfeição, eternidade,
permanência, imutabilidade. |
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Ê |
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N |
3) Ideias: formas (modelos)
perfeitas(os) de tudo que existe. Ex.: cavalo, pessoa, AMOR, etc. |
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I |
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D |
2) Ideia: do grego idea, eidos
= FORMA. |
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E |
1)
Apreendido
pela RAZÃO (pensamento). Parmênides dizia: “Pensar e
ser são o mesmo.” O ser parmenídico: esférico, completo, pleno, perfeito,
imutável. |
Alma (visão das Ideias, das
Formas perfeitas) |
S |
||
de |
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ELEIA |
||
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MUNDO INTELIGÍVEL ou DAS
IDEIAS |
|
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MUNDO SENSÍVEL ou DOS SENTIDOS |
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Elevação da alma até o Inteligível, por meio da contemplação e do
aprendizado (aprender é recordar, é reminiscência, lembrança do que a alma,
outrora, contemplou no Mundo das Ideias). Desprendimento do apego às coisas
materiais, libertação do corpo. Em caso de apego: retorno. Como o liberto da caverna, no
livro VII de A República. |
SOL
– Fonte maior da luz no mundo sensível. |
Corpo: prisão da alma. |
H |
1)
Apreendido
pelos SENTIDOS (olfato, tato, paladar, audição, visão). |
Nos primórdios: o Demiurgo
(ser divino, artesão do universo) transformou a matéria caótica (caos)
primordial em cosmos, fazendo cópias imperfeitas do que contemplara no Mundo
das Ideias. |
E |
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R |
2)
Matéria
perceptível pelos sentidos. |
|
Á |
3)
Seres
sensíveis: cópias imperfeitas das Ideias presentes no mundo das Ideias. |
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C |
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L |
4)
Imperfeição,
temporalidade, impermanência, mutabilidade (devir ou vir a ser). |
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I |
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T |
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O |
||
d |
5)
Ilusão/Sombras. |
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E |
6)
Devir
(vir a ser). |
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É |
Devir: a)
Vir a ser. b)
Mudança. c)
Movimento. d)
Alteração. e)
Deslocamento. f)
Transformação. |
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F |
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E |
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S |
||
O |
Ver comentário do próprio Platão no final do
Mito da Caverna.
Ver texto a seguir, sobre o Amor Platônico.
O AMOR PLATÔNICO (Prof. José Antônio Brazão.):
Amor platônico é uma
expressão que aparece, comumente, em conversas. Mas o que é amor platônico?
Platão, filósofo da antiguidade grega, que viveu entre os séculos V e IV antes
da Era Comum, dizia que o amor, enquanto Ideia, habita no Mundo das Ideias, das
formas (modelos) perfeitas(os) de tudo que existe. O amor ideal!
Platão também fala do
amor que leva a alma a elevar-se até a eternidade, ao Mundo Inteligível ou das
Ideias, no empenho de alcançar a Ideia maior: o Bem. Este também é suma beleza.
O amor que busca o que está elevado. Essa elevação até a beleza ideal
encontra-se no seguinte texto de O Banquete (Simpósio), de Platão:
“Aquele que for guiado até este ponto nos passos do
amor, ao contemplar em sequência e corretamente as coisas belas, já atingindo o
fim supremo do amor, subitamente avistará algo maravilhosamente belo por
natureza, aquilo, Sócrates, em vista de que se deram todos os esforços
anteriores, primeiro sempre sendo, sem nascer nem morrer, sem crescer nem
decrescer, e além disso, nem belo aqui e feio ali, nem agora sim e depois não, nem
em relação a isso belo e em relação àquilo feio, nem belo aqui e feio alhures,
como se para uns fosse belo e para outros feio. E o belo não lhe aparecerá como
um rosto, nem como mãos, nem como nada de que o corpo participe, tampouco como
um argumento, nem como uma ciência, nem sendo de algum modo em alguma outra
coisa, como, por exemplo, em um ser vivo, seja na terra, seja no céu, seja em
qualquer outro lugar; ao contrário, ele lhe aparecerá ele mesmo, por si mesmo,
consigo mesmo, sendo eternamente onímodo [que envolve tudo, todas as maneiras,
os modos de ser; de todos os modos], e todas as outras coisas belas dele
participam de tal modo que, enquanto
tudo o mais nasce e morre, ele nem cresce nem diminui, nem nada sofre. (O
Banquete 210e-211b)” (PLATÃO. Trecho de O Banquete. Disponível em: < http://www.editora.puc-rio.br/media/Pr%C3%A9via%20O%20Banquete.pdf > Acesso em 10/06/2023.) O que está entre
chaves é complemento meu, obtido de Oxford Languages-Google, significado de
onímodo.
Há ainda o mito do
andrógino, no mesmo livro O Banquete (Simpósio), de Platão. Segundo ele, nos primórdios
havia seres ligados aos seus pares – um casal cada, como se fossem siameses.
Temendo a força deles juntos, os deuses os separaram. Desde então, cada metade
busca a metade que a completa. O amor está nessa busca.
Enfim, o amor platônico é
o AMOR IDEALIZADO, o amor ideal. Luis Vaz de Camões, no Soneto 5, bem o
reflete. Segundo Camões:
Amor é
fogo que arde sem se ver (Luís Vaz de Camões):
“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”
Em seus sonetos de amor,
Camões trata, exatamente, de um amor ideal ou idealizado. Amor que leva a pessoa
a imaginar e a desejar, bem como a idealizar, a pessoa amada.
O grupo Legião Urbana,
uma banda de música brasileira, certa vez, uniu o poema de Camões ao texto do
Capítulo 13 da Primeira Carta aos Coríntios, de Paulo, na música Monte Castelo,
o que mostra que o amor platônico ainda tem expressão, inclusive, na arte
contemporânea.
Veja-se a letra da
música:
Monte
castelo
Canção de Legião Urbana
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada
seria
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse a língua do homens
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada
seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter a quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada
seria
(Compositor: Renato Russo.)
(RENATO RUSSO [e LEGIÃO URBANA]. Monte Castelo.
Disponível em: < https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/22490/ > Acesso em 10 de junho de 2023.)
OBSERVAÇÃO: Neste link há, inclusive, a opção
ouvir, o que vale muito a pena, dada a beleza tanto da letra quanto da música
em si cantada.
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