domingo, 21 de maio de 2023

SEGUNDO BIMESTRE - AULA 17 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS DOS PRIMEIROS ANOS - REVISÃO (Prof. José Antônio Brazão.)

 SEGUNDO BIMESTRE

AULA 17 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS DOS PRIMEIROS ANOS:

 

REVISÃO (Prof. José Antônio Brazão.)

*Resumir e esquematizar mais dois capítulos da Apostila de Cultura Goiana do Comando de Ensino – Segundo Bimestre.

*No quadro.

*Revisar – explicar.

ESTADO DE GOIÁS

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

 

 

 

TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS

CULTURA GOIANA

Primeira Série do Ensino Médio

Segundo Bimestre

 

Tenente Marcus Vinícius Jorge Batista

Coordenador – Comando de Ensino

 

Amélia Cardoso de Almeida

CEPMG Hugo de Carvalho Ramos

 

Gisélia Santos Pereira Carmo

CEPMG Arlindo Costa

 

João Guilherme da Trindade Curado

CEPMG Comendador Christóvam de Oliveira

 

Lúbia Lafaete Rodrigues da Silva

CEPMG Nader Alves dos Santos

 

Margareth Catima de Queiroz

CEPMG Hugo de Carvalho Ramos

 

Sheila Clarisa Gonzaga

CEPMG Dr. César Toledo

 

Tânia Maria de Oliveira

CEPMG Dr. Cesar Toledo

 

MATERIAL DE REFERÊNCIA

CULTURA GOIANA – ENSINO MÉDIO

 

Prezadas Professoras,

Prezados Professores,

A Comissão Cultura Goiana, designada pelo Comando de Ensino dos Colégios Estaduais da Polícia Militar de Goiás ( CEPMG ), apresenta, de maneira geral, as temáticas e os conteúdos e a serem abordados no componente curricular Cultura Goiana, que compõe os itinerários formativos da Matriz Curricular do Ensino Médio dos CEPMG. Dentre os objetivos destacam-se: a) possibilitar aos estudantes maior contato com as várias manifestações culturais de Goiás, ressaltando aspectos sociais, políticos e econômicos de cada um dos momentos de estudo e integrar os discentes ao contexto em que vivem, incentivando o protagonismo juvenil mediante os conhecimentos sobre o Estado em que moram.

Por ser Cultura Goiana um componente em construção, o Comando de Ensino sentiu a necessidade de disponibilizar, além do Plano de Ensino, uma diretriz com as temáticas e os conteúdos a serem ministrados, a cada bimestre em cada série do Ensino Médio, no intuito de proporcionar a manutenção do padrão de qualidade do Ensino nas Unidades do CPMG. O material, ora em estruturação, é destinado a ser um suporte aos docentes Para tanto, recorremos a autores e obras bastante conhecidos, assim como artigos dissertações, teses, documentos e documentários disponíveis em meio virtual, que possibilitam mais fácil acesso no atual contexto, mas que traz aos docentes a necessidade de melhor adaptação didática para o Ensino Médio, nossa área de atuação. Trata-se de um material referencial, ainda em elaboração. Portanto, um ponto de partida para que num futuro próximo tenhamos um material consistente, teórico e metodologicamente, voltado também para as alunas e os alunos de todas as nossas Unidades do CEPMG.

 

Comissão Cultura Goiana

 

Disciplina: Cultura de Goiás

Carga horária semanal: 1 hora/aula

Carga horária bimestral: 10/horas aula

Série:

Eixo técnico: Goiás Colônia

Objetivos:

·       Identificar como ocorreu a ocupação de Goiás

·       Conhecer o roteiro da viagem do Anhanguera

·       Analisar o processo de povoamento do território goiano pelas Bandeiras

·       Analisar as manifestações culturais goianas no âmbito da formação de identidade cultural do sertão goiano

·       Entender Goiás no Sistema Colonial: Capitania

·       Interpretar as funções da igreja no período

·       Conhecer o processo da mineração e administração em Goiás no século XVII

·       Entender a política fiscal nas minas: o Quinto e o contrabando

·       Investigar e conhecer a Procissão do Fogaréu

 

Conteúdos:

1.    Povoamento de Goiás

1.1.        Bandeiras auríferas

1.2.        O Anhanguera (filho)

2.    Economia do ouro em Goiás

2.1.        A mineração goiana

2.2.        As minas e o contrabando


Aula 1:

Conteúdo: Povoamento de Goiás

Habilidade: (EM13CHS301)

Objetivo de aprendizagem: (EM13CHS301) Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escala de análise, considerando ao modo de vida das populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.

Sugestão de estratégia: o texto a seguir poderá ser usado como um ponto de partida.

1.    Povoamento de Goiás

    Sabemos que o processo de colonização e ocupação do território brasileiro, se deu a partir do ano de 1532 com o início da atividade canavieira. Sendo assim, os portugueses se ocuparam inicialmente com a ocupação do nordeste, região que concentrava o plantio de cana voltado para a fabricação e exportação de açúcar para o mercado europeu. Outras regiões do Brasil como o centro-sul, sudeste e norte, ainda não tinham grande importância econômica para os colonizadores. No caso da região sudeste a principal atividade desenvolvida com o objetivo de obtenção de lucros era o apresamento e escravização de indígenas.

   Nesse sentido, segundo ( PALACÍM ; MORAES , 2006 ), o território de Goiás já era percorrido pelas bandeiras quase que desde os primeiros tempos de colonização. Entretanto , o povoamento das terras goianas , está relacionado ao desenvolvimento da atividade mineradora , iniciada na colônia brasileira a partir das últimas décadas do século XVIII : " É costume dizer que o descobridor de Goiás foi Anhanguera. Isto não significa que ele fosse o primeiro a chegar a Goiás, mas sim que ele foi o primeiro a vir a Goiás com a intenção de se fixar aqui " ( PALACÍM ; MORAES , 2006 , p . 9 ). Não somente Goiás , mas também outras regiões , entre as quais se destaca Minas Gerais e Mato Grosso, cujo povoamento também está vinculado a exploração das atividades mineradoras.

 

 

Aula 2:

Conteúdo: Bandeiras auríferas

Habilidade: (EM13CHS301)

Objetivo de aprendizagem: (EM13CHS301) Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escala de análise, considerando ao modo de vida das populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.

Sugestão de estratégia: o texto a seguir poderá ser usado como um ponto de partida.

1.1  bandeiras auríferas

   A atividade mineradora passou a ser desenvolvida a partir das expedições exploradoras, conhecidas como entradas e bandeiras. As entradas eram expedições organizadas pelas autoridades portuguesas, cujo objetivo era explorar o interior do Brasil, procurar minas e apresar indígenas e escraviza-los. As bandeiras eram expedições organizadas por particulares, oriundos principalmente de São Paulo. Tais expedições poderiam sair em busca de indígenas, as chamadas bandeiras de apresamento. Outras, as bandeiras de sertanismo de contrato, tinham o objetivo de combater indígenas, considerados hostis aos colonizadores também destruir os quilombos. E as bandeiras de prospecção, que objetivavam procurar pedras preciosas:

Em 1690 descobriram-se as minas de ouro de Minas Gerais. Aquele território até então povoado só por índios, assim como Goiás, começou a cobrir-se de arraiais e de vilas: Vila Rica, Vila do Carmo, entre outras. Em 1718, foram descobertas, muito mais para o interior, as minas de Cuiabá, iniciando-se também o povoamento de Mato Grosso. Foi então que o Anhanguera, paulista que tinha vivido em Minas Gerais, juntamente com outros dois parentes, pediu licença ao rei para organizar uma bandeira que viesse a Goiás buscar minas de ouro ( PALACÍM ; MORAES , 2006 , p . 9 ).

O Anhanguera mencionado acima, é Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, que quando adolescente acompanhou seu pai, o também Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera pai, numa expedição as terras goianas. A expedição do Anhanguera pai, saiu de São Paulo no ano de 1682, chegando até o território de Goiás, em busca de ouro, o que não foi encontrado pela bandeira comandada por ele.

Aula 3:

Conteúdo: O Anhanguera(filho)

Habilidade: (EM13CHS301)

Objetivo de aprendizagem: (EM13CHS301) Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escala de análise, considerando ao modo de vida das populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.

Sugestão de estratégia: o texto a seguir poderá ser usado como um ponto de partida.

1.2. O Anhanguera(filho)

Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, nasceu no ano de 1672, em Parnaíba, São Paulo. Faleceu no ano de 1740, na então Vila de Goiás. Segundo ( GARCIA ; MENEZES , 2008 ), entre as várias bandeiras que chegaram até o território goiano, a bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, foi a mais importante. Devido ao fato dele ter acompanhado seu pai em uma expedição que teria encontrado pistas sobre a existência de ouro em solo goiano. Aos 50 anos de idade, na ocasião em que solicitou junto as autoridades portuguesas permissão para formar uma bandeira e retornar ao território goiano. Seu objetivo era seguir a mesma rota feita pelo seu pai no passado.

A bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, partiu em direção ao sertão no dia 3 de julho de 1722:

Essa bandeira passou três anos no sertão de Goiás sem dar notícias ao governador da capitania de São Paulo.  Em alguns momentos e você perdeu: às vezes se distancia muito do roteiro anterior, outras vezes seus componentes se desentendiam sobre as rotas que tinham que seguir. O fato é que demoraram muito tempo para encontrar o ouro.  Entretanto, finalmente o encontrou para notícias de suas descobertas, e Bartolomeu, em outubro de 1725, chegou de volta a São Paulo (GARCIA; MENEZES, 2008, p. 63).

Assim sendo, Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, conseguiu alcançar êxito. Era um bandeirante que dizia que preferia morrer do que voltar à São Paulo fracassado. Após três anos, desde o início de sua expedição, no dia 21 de outubro de 1725, voltou triunfante à capitania de São Paulo. Informando que tinha descoberto cinco veios auríferos, nas cabeceiras do rio Vermelho, futura cidade de Goiás. Considerados tão ricos como os que existiam em Cuiabá, no Mato Grosso: " Poucos meses depois da volta da bandeira, organizou-se em São Paulo, uma nova expedição para explorar as minas. Bartolomeu Bueno, voltava com o título de superintendente das minas " ( PALACÍM ; MORAES , 2006 , p . 11 ).

Nesse sentido, o processo de ocupação e povoamento de Goiás iniciou-se a partir atividade mineradora. Com a bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, que como dissemos acima foi a mais importante devido ao seu êxito no que diz respeito a descoberta do ouro nas terras goianas: " Sob o signo do ouro iniciava-se a incorporação de Goiás na História " ( PALACÍN , 2001 , p.22 ).

Aula 4:

Conteúdo: Economia do ouro em Goiás

Habilidade: (EM13CHS301)

Objetivo de aprendizagem: (EM13CHS301) Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escala de análise, considerando ao modo de vida das populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.

Sugestão de estratégia: O texto a seguir poderá ser usado como um ponto de partida.

2.    Economia de ouro em Goiás

Como é sabido, quando a notícia sobre a descoberta de ouro em Goiás se espalhou, pessoas oriundas de diversas regiões, inclusive da Europa vieram para o sertão goiano em busca de ouro.

Em poucos anos ocorreram grandes mudanças no território goiano. Nas proximidades das minas surgiram os primeiros arraais e os povoados. Santana, Barra, Ferreiro, Anta, Ouro Fino, Santa Rita, Meia Ponte, Crixás, Pilar, Santa Luzia e Natividade foram os primeiros: " Logo surgiram os primeiros caminhos, que se transformaram em estradas, unindo os arraais e também ligando Goiás às Capitanias da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso " ( GARCIA ; MENEZES , 2008 , p . 69 ). Era a conhecida corrida do ouro não somente em Goiás, mas também em Minas Gerais e Mato Grosso.

No que diz respeito ao povoamento determinado pela mineração de ouro, foi irregular, instável e sem nenhum planejamento. Nos lugares onde era descoberto o ouro, surgia uma povoação e muitas vezes quando o ouro daquele lugar se esgotava, os mineiros se mudavam para outros lugares e logo o povoado desaparecia:

Nos vinte primeiros anos de mineração, quase todo o território de Goiás foi percorrido e vasculhado pelas bandeiras que, durante o tempo da seca, procuravam novos " descobertos " de ouro. Mas só surgiram arraiais e se fixavam populações lá onde foi achado ouro ( PALACIN ; MORAES , 2006 , p. 12 ).

Em diálogo com ( PALACÍN ; MORAES, 2006 ) e ( FREITAS, 2010 ), podemos dizer que a mineração foi a responsável pelo povoamento do território goiano. E quando ocorre a exaustão dos veios auríferos, portanto a decadência da atividade mineradora, a população goiana decresceu.

Aula 5:

Conteúdo: A mineração goiana

Habilidade: (EM13CHS301)

Objetivo de aprendizagem: (EM13CHS301) Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escala de análise, considerando ao modo de vida das populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.

2.1  A mineração goiana

O tipo de mineração praticada em Goiás foi a mais simples e rudimentar. Não foram contratados profissionais técnicos para o exercício da mineração. No período colonial a forma como o ouro deveria ser explorado era determinado de acordo com a localização do mesmo. Podiam ser encontrados nos morros, nos leitos de rios e nos córregos:

Os morros eram perfurados,  abrindo-se túneis, até chegar ao metal. Nos rios e córregos, retirava-se o cascalho, que era levado com uma betéia¹ [bateia] [Notas de rodapé: na página final] para, só assim extrair o ouro. Esse método ficou conhecido como mineração de cascalho – o mais usado em Goiás (ARRAIAS; OLIVEIRA, 2011,p.55).

A mineração de cascalho, segundo ( PALACÍN , 2001 ), poderia ser de veio de rio, de taboleiros ou de gupiara² . A mineração de veio de rio, era a mais simples, a primeira que foi praticada no território goiano, nos leitos de córregos e em pequenos rios. Como o cascalho era pouco profundo, conhecido também como " cascalho virgem ", possuindo assim muitos sedimentos de ouro: " bastava lavá-lo, agitando-o na bateia, para que o ouro, mais pesado, ficasse sedimentado " ( 2001 , p.63 ). Em casos mais extremos, a correnteza dos rios poderia ser desviada com a ajuda de barragens.

Os taboleiros ou gupiara, eram terrenos planos, localizados às margens dos rios. Possuíam cascalhos mais ralos, com pouca espessura: " Na história das minas, sua exploração foi conhecida e praticada pouco depois da do leito dos rios. Faziam-se " catas ", perfurações cônicas, às vezes profundas para extrair o cascalho " ( PALACÍN , 2001 , p.64 ).

Segundo ( PALACIN , 2001 ), a mineração de morro, era muito mais dispendiosa do que as outras modalidades de mineração, pois era necessários conhecimentos técnicos a respeito da mineração. Esta modalidade de mineração quase não foi praticada no território de Goiás. Sendo portanto, a exploração superficial, conhecida como mineração de cascalho a mais empregada no território de Goiás.

 O ciclo do ouro em Goiás foi intenso, porém breve. Cerca de 50 anos após a descoberta do ouro em Goiás, passou-se a verificar a sua decadência.

 A mineração em Goiás, não diferente de outras atividades econômicas desenvolvidas no Brasil colonial e imperial, foi realizada com mão de obra escrava.

 No inicio da mineração, os indígenas eram capturados e escravizados para trabalhar nas minas. Tempos depois o trabalho passou a ser realizado por africanos escravizados: “Os escravos pretos importados nesta qualidade da África, e seus descendentes constituíram de início a maior parte da população das minas” (PALACÍN; MORAES, 2006, P. 31). Tanto é que, ser rico, um minerador poderoso da capitania de Goiás, era prerrogativa daqueles que tinham no mínimo 250 pessoas escravizadas. E muitos mineiros possuíam até mais de 250 escravizados.

 

Aula 6

Conteúdo: As minas e o contrabando

Habilidade: (EM13CHS301)

Objetivo de Aprendizagem: (EM13CHS301) Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escala de análise, considerando ao modo de vida das populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.

Sugestão de estratégia: O texto a seguir pode ser usado como um ponto de partida.

2.2  As minas e o contrabando

O território de Goiás até o ano de 1749, pertenceu à capitania de São Paulo. Devido ao seu crescimento populacional e também sua importância econômica, a coroa portuguesa decidiu elevar Goiás à categoria de capitania, portanto tornou-o independente de São Paulo. Neste mesmo ano o primeiro governador de Goiás, Conde dos Arcos, chegou a Vila Boa. O governador era a autoridade principal das capitanias: “responsável pela administração e pela aplicação de leis. Comandava o exército, composto de soldados e profissionais de cavalaria – os famosos dragões – e pedestres” (PALACÍN; MORAES, 2006, p. 30). Inaugurado assim, a estrutura administrativa da capitania de Goiás.

Segundo (PALACIN MORAES, 2006), de acordo com o direito português, todos os produtos minerais encontrados nas possessões portuguesas, eram considerados propriedade do rei. No entanto, como o rei não intencionava realizar a exploração, mediante o pagamento do quinto, um imposto correspondente à quinta parte da produção liquida dos minerais.

Nesse sentido, sempre que o rei concedia permissão para que as bandeiras procurassem metais preciosos (como foi o caso da permissão concedida ao bandeirante paulista Bartolomeu Bueno da Silva, a filho). exigia que o quinto fosse pago. Esse direito não era discutido por ninguém. Entretanto, muitos mineradores acreditavam burlavam tal direito, mediante o contrabando.

O contrabando era a retirada do ouro para outras capitanias, ou mesmo para outros países, sem o pagamento do quinto. Mesmo não sendo possível precisar a quantidade de ouro contrabandeado na capitania de Goiás, é sabido que ele foi muito alto: "Em Goiás, parece que foi mais praticado no norte que no sul, possivelmente por ser menor a vigilância naquelas regiões afastadas" (PALACIN: MORAES, 2006, p. 21).

 Para evitar o contrabando, o imposto em relação ao ouro em Goiás, entre os anos de 1736-1751, foi cobrado através da capitação. Pensando que poderia ser mais fácil controlar o número de escravos que cada minerador possuía do que o ouro extraído por eles, a Coroa portuguesa determinou que o imposto seria pago por cabeça de escravos. O que significava que o minerador pagava um imposto fixo de acordo com o número de escravos que tivesse, independente da ocupação do escravo ou mesmo do que ele conseguia produzir nas minas:

Depois foi abolido, pois os mineiros reclamavam que era injusto que todos pagassem o mesmo: o dono de uma lavra muito rica, em que o rendimento do escravo era alto, e o que trabalhava em uma "data" pobre ou melo esgotada, que mal dava para pagar o custo do escravo (PALACIN; MORAES, 2006, p. 21).

Segundo (PALACIN; MORAES, 2006), quando o sistema de capitação foi abolido, o quinto propriamente dito voltou a ser cobrado. O ouro em pó era pesado em pequenas balanças. E esse ouro em pó funcionava como moeda na capitania de Goiás. Praticamente tudo na capitania era comprado e vendido com ouro em pó. Para levar o ouro para fora da capitania, o mineiro deveria levar o ouro para a casa de fundição. Havia duas casas de fundição: uma em Vila Boa e outra em São Felix. Lá o ouro era fundido, transformado em barras. Cada barra recebia um selo real. A parte que correspondia ao quinto era retirada e a outra parte era devolvida ao proprietário.

Devido à grande quantidade de ouro contrabandeado, e também a falta de dados mais precisos a respeito do quinto, é impossível precisar a quantidade de ouro extraída do território de Goiás: "Mas suprindo os anos que faltam pelos dados conhecidos, podemos afirmar que o quinto, nos 100 anos que vão até a Independência, subiu aproximadamente a 20.000 kg, sendo portanto, a produção declarada de 100.000 kg (PALACIN: MORAES, 2006, p. 22). Pode se dizer produção de ouro foi subindo desde da descoberta dos velos auríferos até 1753, que foi o ano mais elevado. A partir de então, a produção foi entrando em decadência até quase desaparecer no ano de 1822.

Conforme podemos observar a partir dos dados apresentados acima, a capitania de Goiás foi considerada a segunda malar produtora de ouro do Brasil colonial, apesar de ficar bem atrás da capitania de Minas Gerais, sua produção foi um pouco superior à capitania de Mato Grosso.

Aula 7

Habilidade: (EM13CHS301)

Objetivo de aprendizagem: (EM13CHS301) Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escala de análise, considerando ao modo de vida das populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.

Sugestão estratégica: O texto a seguir poderá ser usado como ponto de partida.

2.3  O povoamento de Goiás e a decadência da mineração

Com a crise na produção aurífera nas últimas décadas do século XVIII, a população goiana diminuiu e também ruralizou-se. As importações e exportações diminuíram, afetando assim o comércio. A população que migrou para a zona rural, passou a dedicar-se à criação de gado ou a agricultura: "Nascia uma economia agrária, fechada, de subsistência, produzindo apenas algum excedente para aquisição de gêneros essenciais, como o sal, ferramentas, etc" (PALACIN; MORAES, 2006, p.79). Um cenário marcado pela pobreza da sociedade goiana e que não altera-se com a independência politica e jurídica do Brasil e a transformação da capitania em província.

Assim sendo, nas últimas décadas do século XVIII e inicio do século XIX, podemos observar que a população goiana diminui e ruraliza-se com o esgotamento dos velos auríferos no final do século XVIII: de uma população radicada quase exclusivamente em centros urbanos-por pequenas que estas povoações fossem-, passa-se a dispersão atomizada da população pelos campos (PALACIN, 1994, p.150). Devido ao desenvolvimento da agropecuária já nas primeiras décadas do século XIX, a população volta a crescer. Crescimento que acompanhado da diminuição do número de pessoas escravizadas:

Paralelamente à decadência da mineração, ocorreu o esfacelamento da instituição escrava. Nos primeiros tempos de povoamento, pode-se avaliar uma relação de três escravos para um homem livre, considerando-se como livres os mulatos e os forros. O censo de 1804 indicou que 3/5 da população goiana era constituída de homens livres. Note-se que neste período, registrava-se a fase de transição da economia aurífera para a agropecuária. (Palacin Moraes, 2006 p. 79)

Além da própria crise aurífera, contribuir para a diminuição do número de escravizados e da população goiana como um todo, a partir das últimas décadas do século XVIII, (PALACIN; MORAES, 2006) ressaltam que a diminuição do número de escravizados na sociedade goiana, pode ser explicado também pela própria conjuntura nacional brasileira. A partir das primeiras décadas do século XIX, devido a pressões da Inglaterra pelo fim da escravidão no Brasil, os preços dos escravos passaram a ser muito elevados. Diante desta alta dos preços, os fazendeiros foram percebendo que contratar um trabalhador livre pagando baixos salários seria mais lucrativo. Em paralelo a este cenário, surgiu também na sociedade goiana pessoas com sentimentos humanitários de libertação dos negros escravizados: "As causas desta diminuição foram morte natural, não aquisição de novos escravos, exportação de mão-de-obra para as províncias vizinhas e ainda a ação libertaria do fundo emancipatório goiano e das sociedades abolicionistas goianas" (PALACIN; MORAES, 2006, p.80).

NOTAS DE RODAPÉ:

1.Batéia: Objeto parecido com uma bacia, utilizada para separar o ouro do cascalho.

2.Gupiara: Trata-se de um cascalho mais ralo, encontrado nas cristas dos morros.

Tabuleiro [taboleiro]: “[Brasil] Planaltos quase no mesmo nível mas separados por escarpas.” (DICIO – Dicionário Online de Português. Verbete: Tabuleiro. In: < https://www.dicio.com.br/tabuleiro/ > Acesso em 01/03/2023.)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ARRAIS, Cristiano Alencar; OLIVEIRA, Eliezer Cardoso de. História de Goiás, 4º ou 5º ano do Ensino Fundamental. São Paulo: Scipione, 2011.

FREITAS, Lázara Alzira de. História de Goiás – do povoamento aos trilhos do progresso. Goiânia: Kelps, 2010.

GARCIA, Leônidas Franco; MENEZES, Sônia Maria dos Santos. História de Goiás, 4º ano ou 5º ano: Ensino Fundamental. São Paulo, Scipione, 2008.

MENEZES, Marco Antônio de. Goyaz urbano na primeira metade do século XIX: imagens dos viajantes. In: Anais do XXIX Simpósio Nacional de História, 2017.

MORAES, Maria Augusta de Sant’Anna; PALACIN, Luís. História de Goiás. 6.ed. Goiânia: Ed. da UCG, 2006.

PALACÍN, Luís. O século do ouro em Goiás: 1722-1822, estrutura e conjuntura numa capitania de minas. 4.ed. Goiânia Ed. da UCG, 1994.

INDICAÇÕES COMPLEMENTARES:

A MINERAÇÃO EM GOIÁS E O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO, 2010. In: < http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2014-01/a-mineracao-em-goias-e-o-desenvolvimento-do-estado.pdf > Acesso em [década de 2010].

A PROCISSÃO DO FOGARÉU NA CIDADE DE GOIÁS – IDENTIDADE, CULTURA E TERRITÓRIO: O TURISMO E AS NOVAS TENDÊNCIAS, 2009. In: < https://revistas.ufg.br/bgg/article/view/18960/11177 > Acesso (novo) em 01 de março de 2023.

AS MULHERES OU OS SILÊNCIOS DA PROCISSÃO DO FOGARÉU, 2011. In: < file:///C:Users/User/Downloads/13395-Texto%20do%20artigo-62456-1-10-20110902.pdf > Acesso em [década de 2010].

CASTRO, José Luiz de. A Organização da Igreja Católica na Capitania de Goiás (1726-1824). Goiânia-GO, UCG, 2006. In: < https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/113/o/CASTRO__Jos__Luiz_de._1998.pdf > Acesso (novo) em 01 de março de 2023.

POLONIAL, Juscelino. Terra do Anhanguera – História de Goiás. 3.ed. Goiânia: Kelps/Leart, 2006.

SOUZA, Cibele de; CARNEIRO, Maria Esperança F. Retrospectiva Histórica de Goiás – da colônia à atualidade. Goiânia: Cultura Goiana, 1996.

SILVA E SOUZA, Luiz Antônio da. O descobrimento da capitania de Goyaz. Goiânia: Editora da UFG, 1967.

SALES, Gika V. F. Economia e Escravidão na capitania de Goiás. Goiânia: Editora da UFG, 1992.

POLONIAL, Juscelino. Terra do Anhanguera – História de Goiás. 3.ed. Goiânia: Kelps/Leart, 2006.

 

 

 

 

 

COMISSÃO CULTURA GOIANA

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Contato:

cepmgculturagoiana@gmail.com

 

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