COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
SEGUNDO BIMESTRE
AULA 15 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS DOS
PRIMEIROS ANOS:
TEXTO DA APOSTILA DE CULTURA GOIANA DO
COMANDO DE ENSINO DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS:
Aula 7
Habilidade: (EM13CHS301)
Objetivo de aprendizagem: (EM13CHS301) Analisar e avaliar os impactos econômicos e
socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais
e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escala de análise,
considerando ao modo de vida das populações locais e o compromisso com a
sustentabilidade.
Sugestão estratégica: O texto a seguir poderá ser usado como ponto de
partida.
1.1 O povoamento de Goiás e a decadência
da mineração
Com a crise na produção aurífera nas últimas décadas do século XVIII, a
população goiana diminuiu e também ruralizou-se. As importações e exportações
diminuíram, afetando assim o comércio. A população que migrou para a zona
rural, passou a dedicar-se à criação de gado ou a agricultura: "Nascia uma
economia agrária, fechada, de subsistência, produzindo apenas algum excedente
para aquisição de gêneros essenciais, como o sal, ferramentas, etc"
(PALACIN; MORAES, 2006, p.79). Um cenário marcado pela pobreza da sociedade
goiana e que não altera-se com a independência politica e jurídica do Brasil e
a transformação da capitania em província.
Assim sendo, nas últimas décadas do século XVIII e
inicio do século XIX, podemos observar que a população goiana diminui e ruraliza-se
com o esgotamento dos velos auríferos no final do século XVIII: de uma
população radicada quase exclusivamente em centros urbanos-por pequenas que
estas povoações fossem-, passa-se a dispersão atomizada da população pelos
campos (PALACIN, 1994, p.150). Devido ao desenvolvimento da agropecuária já nas
primeiras décadas do século XIX, a população volta a crescer. Crescimento que
acompanhado da diminuição do número de pessoas escravizadas:
Paralelamente à decadência da mineração, ocorreu o
esfacelamento da instituição escrava. Nos primeiros tempos de povoamento,
pode-se avaliar uma relação de três escravos para um homem livre,
considerando-se como livres os mulatos e os forros. O censo de 1804 indicou que
3/5 da população goiana era constituída de homens livres. Note-se que neste
período, registrava-se a fase de transição da economia aurífera para a
agropecuária. (Palacin Moraes, 2006 p. 79)
Além da própria
crise aurífera, contribuir para a diminuição
do número de escravizados e da população goiana como um todo, a partir das
últimas décadas do século XVIII, (PALACIN; MORAES, 2006) ressaltam que a
diminuição do número de escravizados na sociedade goiana, pode ser explicado
também pela própria conjuntura nacional brasileira. A partir das primeiras
décadas do século XIX, devido a pressões da Inglaterra pelo fim da escravidão
no Brasil, os preços dos escravos passaram a ser muito elevados. Diante desta
alta dos preços, os fazendeiros foram percebendo que contratar um trabalhador
livre pagando baixos salários seria mais lucrativo. Em paralelo a este cenário,
surgiu também na sociedade goiana pessoas com sentimentos humanitários de
libertação dos negros escravizados: "As causas desta diminuição foram morte
natural, não aquisição de novos escravos, exportação de mão-de-obra para as
províncias vizinhas e ainda a ação libertaria do fundo emancipatório goiano e
das sociedades abolicionistas goianas" (PALACIN; MORAES, 2006, p.80).
NOTAS DE RODAPÉ:
1.Batéia: Objeto parecido com uma bacia,
utilizada para separar o ouro do cascalho.
2.Gupiara: Trata-se de um cascalho mais
ralo, encontrado nas cristas dos morros.
Tabuleiro [taboleiro]:
“[Brasil] Planaltos quase no mesmo nível mas separados por escarpas.”
(DICIO – Dicionário Online de Português. Verbete: Tabuleiro. In: < https://www.dicio.com.br/tabuleiro/ > Acesso em 01/03/2023.)
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
ARRAIS, Cristiano Alencar; OLIVEIRA,
Eliezer Cardoso de. História de Goiás, 4º ou 5º ano do Ensino
Fundamental. São Paulo: Scipione, 2011.
FREITAS, Lázara Alzira de. História de
Goiás – do povoamento aos trilhos do progresso. Goiânia: Kelps, 2010.
GARCIA, Leônidas Franco; MENEZES, Sônia
Maria dos Santos. História de Goiás, 4º ano ou 5º ano: Ensino
Fundamental. São Paulo, Scipione, 2008.
MENEZES, Marco Antônio de. Goyaz urbano
na primeira metade do século XIX: imagens dos viajantes. In: Anais do XXIX
Simpósio Nacional de História, 2017.
MORAES, Maria Augusta de Sant’Anna;
PALACIN, Luís. História de Goiás. 6.ed. Goiânia: Ed. da UCG, 2006.
PALACÍN, Luís. O século do ouro em
Goiás: 1722-1822, estrutura e conjuntura numa capitania de minas. 4.ed.
Goiânia Ed. da UCG, 1994.
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