domingo, 7 de maio de 2023

SEGUNDO BIMESTRE - AULA 15 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS DOS PRIMEIROS ANOS: O povoamento de Goiás e a decadência da mineração (Prof. José Antônio Brazão.)

 

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica


SEGUNDO BIMESTRE

AULA 15 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS DOS PRIMEIROS ANOS:

TEXTO DA APOSTILA DE CULTURA GOIANA DO COMANDO DE ENSINO DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS:

Aula 7

Habilidade: (EM13CHS301)

Objetivo de aprendizagem: (EM13CHS301) Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escala de análise, considerando ao modo de vida das populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.

Sugestão estratégica: O texto a seguir poderá ser usado como ponto de partida.

1.1  O povoamento de Goiás e a decadência da mineração

Com a crise na produção aurífera nas últimas décadas do século XVIII, a população goiana diminuiu e também ruralizou-se. As importações e exportações diminuíram, afetando assim o comércio. A população que migrou para a zona rural, passou a dedicar-se à criação de gado ou a agricultura: "Nascia uma economia agrária, fechada, de subsistência, produzindo apenas algum excedente para aquisição de gêneros essenciais, como o sal, ferramentas, etc" (PALACIN; MORAES, 2006, p.79). Um cenário marcado pela pobreza da sociedade goiana e que não altera-se com a independência politica e jurídica do Brasil e a transformação da capitania em província.

Assim sendo, nas últimas décadas do século XVIII e inicio do século XIX, podemos observar que a população goiana diminui e ruraliza-se com o esgotamento dos velos auríferos no final do século XVIII: de uma população radicada quase exclusivamente em centros urbanos-por pequenas que estas povoações fossem-, passa-se a dispersão atomizada da população pelos campos (PALACIN, 1994, p.150). Devido ao desenvolvimento da agropecuária já nas primeiras décadas do século XIX, a população volta a crescer. Crescimento que acompanhado da diminuição do número de pessoas escravizadas:

Paralelamente à decadência da mineração, ocorreu o esfacelamento da instituição escrava. Nos primeiros tempos de povoamento, pode-se avaliar uma relação de três escravos para um homem livre, considerando-se como livres os mulatos e os forros. O censo de 1804 indicou que 3/5 da população goiana era constituída de homens livres. Note-se que neste período, registrava-se a fase de transição da economia aurífera para a agropecuária. (Palacin Moraes, 2006 p. 79)

Além da própria crise aurífera, contribuir para a diminuição do número de escravizados e da população goiana como um todo, a partir das últimas décadas do século XVIII, (PALACIN; MORAES, 2006) ressaltam que a diminuição do número de escravizados na sociedade goiana, pode ser explicado também pela própria conjuntura nacional brasileira. A partir das primeiras décadas do século XIX, devido a pressões da Inglaterra pelo fim da escravidão no Brasil, os preços dos escravos passaram a ser muito elevados. Diante desta alta dos preços, os fazendeiros foram percebendo que contratar um trabalhador livre pagando baixos salários seria mais lucrativo. Em paralelo a este cenário, surgiu também na sociedade goiana pessoas com sentimentos humanitários de libertação dos negros escravizados: "As causas desta diminuição foram morte natural, não aquisição de novos escravos, exportação de mão-de-obra para as províncias vizinhas e ainda a ação libertaria do fundo emancipatório goiano e das sociedades abolicionistas goianas" (PALACIN; MORAES, 2006, p.80).

NOTAS DE RODAPÉ:

1.Batéia: Objeto parecido com uma bacia, utilizada para separar o ouro do cascalho.

2.Gupiara: Trata-se de um cascalho mais ralo, encontrado nas cristas dos morros.

Tabuleiro [taboleiro]: “[Brasil] Planaltos quase no mesmo nível mas separados por escarpas.” (DICIO – Dicionário Online de Português. Verbete: Tabuleiro. In: < https://www.dicio.com.br/tabuleiro/ > Acesso em 01/03/2023.)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ARRAIS, Cristiano Alencar; OLIVEIRA, Eliezer Cardoso de. História de Goiás, 4º ou 5º ano do Ensino Fundamental. São Paulo: Scipione, 2011.

FREITAS, Lázara Alzira de. História de Goiás – do povoamento aos trilhos do progresso. Goiânia: Kelps, 2010.

GARCIA, Leônidas Franco; MENEZES, Sônia Maria dos Santos. História de Goiás, 4º ano ou 5º ano: Ensino Fundamental. São Paulo, Scipione, 2008.

MENEZES, Marco Antônio de. Goyaz urbano na primeira metade do século XIX: imagens dos viajantes. In: Anais do XXIX Simpósio Nacional de História, 2017.

MORAES, Maria Augusta de Sant’Anna; PALACIN, Luís. História de Goiás. 6.ed. Goiânia: Ed. da UCG, 2006.

PALACÍN, Luís. O século do ouro em Goiás: 1722-1822, estrutura e conjuntura numa capitania de minas. 4.ed. Goiânia Ed. da UCG, 1994.

 

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