COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR CEPMG
- VASCO DOS REIS Divisão
de Ensino / Coordenação Pedagógica |
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SÉRIE/ANO: SEGUNDO |
TURMA(S): A,B,C,D,E,F,G,H,I. |
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA - MATEMATICIDADES |
DATA:
/ / 202_____ |
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PROFESSOR (A/ES): JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO. |
TEMA: SOCIEDADE, DEMOCRACIA E POLÍTICA – OS PENSADORES E A POLÍTICA. (RESUMIDO) |
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ALUNO (A): ___________________________________________________________________N°
|
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ASPECTOS |
NICOLAU
MAQUIAVEL (SÉC. XV\XVI) |
THOMAS MORE (SÉC. XVI) |
THOMAS HOBBES (SÉC. XVII) |
JEAN-JACQUES
ROUSSEAU (SÉC. XVIII) |
||||
LIVRO |
O PRÍNCIPE. |
UTOPIA. |
LEVIATÃ. |
O CONTRATO
SOCIAL. |
||||
CONTEXTO
HISTÓRICO (REALIDADE) |
*Itália
renascentista cheia de reinos, conflitos e tomadas de poder. *Destaque para
César Bórgia, um grande comandante. *Família Médici
firmando-se no poder. Banqueiros. (cf. More e
parte de Hobbes) |
*Grandes
navegações. *Riquezas de uma
minoria. *Pobreza,
sofrimento e miséria de muitos. *Escravidão. *Inflação alta. *Manufaturas de
lã à expulsões de
agricultores à criação de
ovelhas. (cf. Hobbes) |
*Inglaterra
monárquica. *Renascimento
há, pelo menos, dois séculos. *Reforma
Protestante: em expansão. *Burguesia
fortalecendo-se mais. (Cf. More.) |
*Revolução
Industrial. *Exploração cada
vez maior dos trabalhadores nas fábricas. *Pobreza. *Educação
tradicional e rígida. *Poucos
privilegiados. *Iluminismo (as
luzes da razão). |
||||
SOCIEDADE
(REALIDADE E CONCEPÇÃO) |
*As pessoas não
são confiáveis. *As pessoas são mesquinhas
(fracas e volúveis). *Golpes e
tomadas de poder. *Realismo
político. |
*More imagina
uma sociedade ideal na ilha de Utopia, justa, sem miséria e onde todos
trabalham. *O governo de
Utopia é justo e íntegro. *Em Utopia:
educação, ciência e tecnologia avançadas. |
*Antes da
sociedade: estado natural. Na natureza: conflitos constantes. *O homem é o
lobo do homem. *Pacto coletivo
na formação da sociedade. |
*Antes da
sociedade: estado natural. Na natureza: bondade humana intrínseca. Todos eram
bons. *Tomada de
terras por alguns à contrato
imposto àsociedade. *Proposta de
novo contrato (o contrato social): pacto social + vontade geral. |
||||
GOVERNO E PODER |
*O príncipe
(governante) deve desconfiar de todos e impor o temor. *O poder se
mantém pela força, o temor e a astúcia do príncipe. *O príncipe deve
meter medo até nos nobres e próximos, mas evitar o ódio. *Males: de uma
vez. O bem: fazer aos poucos. |
*Governo de
Utopia: a serviço de todos. *Influência
teórica de Platão (A República) e da Bíblia (a Jerusalém celeste, no
Apocalipse 22). *Outra
influência: Agostinho (A Cidade de Deus). |
*Evitar mortes e
garantir propriedade à eleição comum
de um governante absoluto. (Pacto.) *Poder ilimitado
do governante, incluindo sobre a vida. *O governante:
comparável ao Leviatã (monstro bíblico do mar). *Poder militar,
político e religioso do governante Leviatã. |
*Contrato Social
proposto: não imposto, livre. *Pacto social:
cada um abdica do excesso de riquezas em favor da coletividade. *Vontade geral:
vontade da maioria. *Emílio ou Da Educação: educação
natural. Certo retorno à natureza. Oposição à educação tradicional. *O bom selvagem à literatura. |
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PÁGINA 1.
TEMA: SOCIEDADE, DEMOCRACIA E
POLÍTICA – OS PENSADORES E A POLÍTICA. (Prof. José Antônio Brazão.)
ASPECTOS |
NICOLAU
MAQUIAVEL (SÉC. XV\XVI) |
THOMAS MORE (SÉC. XVI) |
THOMAS HOBBES (SÉC. XVII) |
JEAN-JACQUES
ROUSSEAU (SÉC. XVIII) |
LIVRO |
O PRÍNCIPE. |
UTOPIA. |
LEVIATÃ. |
O CONTRATO
SOCIAL. |
CONTEXTO
HISTÓRICO (REALIDADE) |
Os homens são
ingratos, inconstantes e não confiáveis. Maquiavel não idealiza as pessoas,
parte da realidade e dos conhecimentos de casos históricos que conhecia.
Maquiavel era um leitor assíduo dos antigos. “(...)quanto ao exercício do
pensamento, o príncipe dever ler histórias de países e considerar as ações
dos grandes homens, observar como se conduziram nas guerras, examinar as
razões de suas vitórias e derrotas, para poder fugir destas e imitar
aquelas.” (Maquiavel, trecho de O Príncipe, citado no livro Filosofando, ed.
1994: p. 208). |
A sociedade
europeia de seu século manifestava, ao mesmo tempo, a euforia da riqueza
advinda das grandes navegações, mas também os cercamentos para produção de lã
e o empobrecimento de muita gente, em parte expulsa do campo por conta desses
cercamentos. More vê a realidade
injusta da sociedade europeia de seu tempo (miséria, pobreza, conflitos) e
sobre isto reflete bem. Tendo um olhar racional e cristão (era católico
praticante). |
No estado de
natureza os homens são verdadeiros lobos uns dos outros (Homo homini lupus
= O homem é o lobo do homem). O conflito é constante e põem em risco a
vida das pessoas. “As paixões que fazem os homens tender para a paz são o
medo da morte, o desejo daquelas coisas que são necessárias para a vida
confortável e a esperança de consegui-las através do trabalho. E a razão sugere
adequadas normas de paz, em torno das quais os homens podem chegar a acordo.
Essas normas são aquelas que (...) se chamam leis da natureza” (Hobbes)
(Ibidem, p.214). |
No estado de
natureza os homens são bons, carregando consigo a bondade. Mas nem tudo é
perfeito, como se poderá ver na imposição do primeiro contrato sobre os mais
fracos. “O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo
cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas
suficientemente simples para acredita-lo” (Rousseau) (Idem ibidem, p. 228).
No EMÍLIO, por exemplo, propõe um retorno à natureza. |
SOCIEDADE |
A sociedade não é
confiável, cabendo ao governante buscar mais ser temido que amado: “(...)é
muito mais seguro ser temido que amado, quando se tenha que falhar numa das
duas” (Maquiavel, idem). |
More imagina uma
sociedade ideal, que habita na ilha de Utopia, justa e íntegra, em que os
bens sociais são postos a serviço de todos. Nela também a ciência é
desenvolvida e está a serviço de todos. |
A sociedade
formou-se a partir do momento em que as pessoas abdicaram do poder sobre si
mesmas, em favor de um governante, cujos poderes seriam absolutos e
incontestáveis. |
A sociedade
formou-se a partir do momento em que os mais poderosos tomaram terras e bens
antes coletivos e impuseram um contrato injusto que todos deveriam aceitar. |
GOVERNANTE |
Maquiavel
apresenta em seu livro um comentário sobre o poder, sem idealização, o poder
real e os meios de consegui-lo e mantê-lo. O príncipe (governante) deve ser poderoso,
temível e astuto: “(...)cada príncipe deve desejar ser tido como piedoso e
não como cruel” (Maquiavel, id.ibid.p.208), mas usar de forma conveniente tal
piedade. |
O governo de
Utopia é justo, não se deixando levar pela corrupção, mas preocupado com o
bem da coletividade. Modelo: o governo que aparece na República, de Platão, e
seguramente as comunidades cristãs primitivas (More conhecia bem o pensamento
cristão). |
O governante pode
ser um rei ou uma assembleia, dispondo de poder absoluto, inclusive sobre a
vida e a morte dos súditos em nome do bem do Estado e da sociedade. Nele
unem-se o poder civil e religioso. Deve ser astuto, conservando o poder que
lhe foi dado pelos súditos. |
Um novo CONTRATO
SOCIAL é necessário, onde o governante seja representante da maioria, a
partir do pacto social e da vontade geral. A soberania, de fato, não é “senão
o exercício da vontade geral. (...) O poder pode transmitir-se; não, porém, a
vontade.” (J.J. Rousseau) (Ide. Ibid., p. 229) |
PODER |
O príncipe
(governante) não deve dividir o poder, mas cuidar para que ele permaneça em
suas mãos. E é necessário que ele “aprenda a poder ser mal e que se valha ou
deixe de valer-se disso segundo a necessidade” (Maquiavel) (p. 209) |
O poder, em
Utopia, é posto a serviço, efetivamente, de toda a sociedade, do bem comum. |
O poder do
governante é absoluto, incontestável e indivisível, tendo em vista a entrega
do poder que cada tinha um sobre si para ele. E tem também o poder de punir
quem quer que conteste seu poder. |
O poder, com o novo
contrato social, deve emanar do pacto social e da vontade geral (vontade da
maioria). A vontade geral, isto é, da maioria dos cidadãos, é inalienável e
deve ser respeitada pelo governante. |
AÇÕES |
O príncipe não
pode confiar nas pessoas cegamente, deve buscar efetivamente ser temido, mas
não é um mero ditador, devendo cuidar da vida e do bem dos súditos, sabendo
fazer o bem e até o mal a estes, nos momentos certos e das maneiras devidas,
para assegurar sua aceitação (apoio) e seu poder. |
As ações dos governantes
e da sociedade de Utopia dirigem-se ao bem coletivo, usando o desenvolvimento
técnico e científico a favor de todos. Todo mundo deve trabalhar em prol da
coletividade. |
O governante
poderoso deve zelar pela propriedade e pela vida das pessoas: “o pacto visa
garantir os interesses dos indivíduos, sua conservação e sua propriedade”
(Filosofando, 1994: p. 212). |
O novo contrato,
o CONTRATO SOCIAL, dever ser aceito livremente por todos, cujas bases devem
ser o pacto social (pacto ou acordo em que todos o que o aceitam deverão
abdicar de riquezas em benefício da coletividade) e a vontade geral (vontade
da maioria). |
PÁGINA 2.
TEMA:
SOCIEDADE E POLÍTICA – OS PENSADORES E A POLÍTICA. (RESUMIDO) (Prof. José
Antônio Brazão.)
ASPECTOS |
NICOLAU
MAQUIAVEL (SÉC.
XV\XVI) |
THOMAS
MORE (SÉC.
XVI) |
THOMAS
HOBBES (SÉC.
XVII) |
JEAN-JACQUES
ROUSSEAU (SÉC.
XVIII) |
LIVRO |
O
PRÍNCIPE. |
UTOPIA. |
LEVIATÃ. |
O
CONTRATO SOCIAL. |
CONTEXTO
HISTÓRICO (REALIDADE) |
Os
homens são ingratos, inconstantes e não confiáveis. Maquiavel não idealiza as
pessoas, parte da realidade e dos conhecimentos de casos históricos que
conhecia. Maquiavel era um leitor assíduo dos antigos. “(...)quanto ao
exercício do pensamento, o príncipe dever ler histórias de países e
considerar as ações dos grandes homens, observar como se conduziram nas
guerras, examinar as razões de suas vitórias e derrotas, para poder fugir
destas e imitar aquelas.” (Maquiavel, trecho de O Príncipe, citado no livro
Filosofando, ed. 1994: p. 208). |
A
sociedade europeia de seu século manifestava, ao mesmo tempo, a euforia da
riqueza advinda das grandes navegações, mas também os cercamentos para
produção de lã e o empobrecimento de muita gente, em parte expulsa do campo
por conta desses cercamentos. More vê
a realidade injusta da sociedade europeia de seu tempo (miséria,
pobreza, conflitos) e sobre isto reflete bem. Tendo um olhar racional e
cristão (era católico praticante). |
No
estado de natureza os homens são verdadeiros lobos uns dos outros (Homo
homini lupus = O homem é o lobo do homem). O conflito é constante e põem
em risco a vida das pessoas. “As paixões que fazem os homens tender para a
paz são o medo da morte, o desejo daquelas coisas que são necessárias para a
vida confortável e a esperança de consegui-las através do trabalho. E a razão
sugere adequadas normas de paz, em torno das quais os homens podem chegar a
acordo. Essas normas são aquelas que (...) se chamam leis da natureza”
(Hobbes) (Ibidem, p.214). |
No
estado de natureza os homens são bons, carregando consigo a bondade. Mas nem
tudo é perfeito, como se poderá ver na imposição do primeiro contrato sobre
os mais fracos. “O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que,
tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas
suficientemente simples para acredita-lo” (Rousseau) (Idem ibidem, p. 228).
No EMÍLIO, por exemplo, propõe um retorno à natureza. |
SOCIEDADE
|
A
sociedade não é confiável, cabendo ao governante buscar mais ser temido que
amado: “(...)é muito mais seguro ser temido que amado, quando se tenha que
falhar numa das duas” (Maquiavel, idem). |
More
imagina uma sociedade ideal, que habita na ilha de Utopia, justa e íntegra,
em que os bens sociais são postos a serviço de todos. Nela também a ciência é
desenvolvida e está a serviço de todos. |
A
sociedade formou-se a partir do momento em que as pessoas abdicaram do poder
sobre si mesmas, em favor de um governante, cujos poderes seriam absolutos e
incontestáveis. |
A
sociedade formou-se a partir do momento em que os mais poderosos tomaram
terras e bens antes coletivos e impuseram um contrato injusto que todos
deveriam aceitar. |
GOVERNANTE |
Maquiavel
apresenta em seu livro um comentário sobre o poder, sem idealização, o poder
real e os meios de consegui-lo e mantê-lo. O príncipe (governante) deve ser
poderoso, temível e astuto: “(...)cada príncipe deve desejar ser tido como
piedoso e não como cruel” (Maquiavel, id.ibid.p.208), mas usar de forma
conveniente tal piedade. |
O
governo de Utopia é justo, não se deixando levar pela corrupção, mas
preocupado com o bem da coletividade. Modelo: o governo que aparece na
República, de Platão, e seguramente as comunidades cristãs primitivas (More
conhecia bem o pensamento cristão). |
O
governante pode ser um rei ou uma assembleia, dispondo de poder absoluto,
inclusive sobre a vida e a morte dos súditos em nome do bem do Estado e da
sociedade. Nele unem-se o poder civil e religioso. Deve ser astuto,
conservando o poder que lhe foi dado pelos súditos. |
Um
novo CONTRATO SOCIAL é necessário, onde o governante seja representante da
maioria, a partir do pacto social e da vontade geral. A soberania, de fato,
não é “senão o exercício da vontade geral. (...) O poder pode transmitir-se;
não, porém, a vontade.” (J.J. Rousseau) (Ide. Ibid., p. 229) |
PODER |
O
príncipe (governante) não deve dividir o poder, mas cuidar para que ele
permaneça em suas mãos. E é necessário que ele “aprenda a poder ser mal e que
se valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade” (Maquiavel) (p. 209) |
O
poder, em Utopia, é posto a serviço, efetivamente, de toda a sociedade, do
bem comum. |
O
poder do governante é absoluto, incontestável e indivisível, tendo em vista a
entrega do poder que cada tinha um sobre si para ele. E tem também o poder de
punir quem quer que conteste seu poder. |
O
poder, com o novo contrato social, deve emanar do pacto social e da vontade
geral (vontade da maioria). A vontade geral, isto é, da maioria dos cidadãos,
é inalienável e deve ser respeitada pelo governante. |
AÇÕES |
O
príncipe deve ser dotado de VIRTÙ: conjunto de “qualidades necessárias para
manter seu estado e conseguir grandes coisas” (Cary Nederman [CN]). Também a
FORTUNA: acaso, sorte, favorável ou desfavorável, força cega da natureza,
fonte primária da violência. A virtù “provê a habilidade de responder à
fortuna a qualquer tempo e de qualquer forma que seja necessária” (CN). |
As
ações dos governantes e da sociedade de Utopia dirigem-se ao bem coletivo,
usando o desenvolvimento técnico e científico a favor de todos. Todo mundo
deve trabalhar em prol da coletividade. |
O
governante poderoso deve zelar pela propriedade e pela vida das pessoas: “o
pacto visa garantir os interesses dos indivíduos, sua conservação e sua
propriedade” (Filosofando, 1994: p. 212). |
O
novo contrato, o CONTRATO SOCIAL, dever ser aceito livremente por todos,
cujas bases devem ser o pacto social (pacto ou acordo em que todos o que o
aceitam deverão abdicar de riquezas em benefício da coletividade) e a vontade
geral (vontade da maioria). |
(REFERÊNCIAS
SIMPLES: Filosofando (Ed. de 1994); Stanford Encyclopedia of
Philosophy (verbete Niccolò Machiavelli [CN]); Diálogo Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas.)
[Nederman,
Cary, "Niccolò Machiavelli", The Stanford Encyclopedia of Philosophy
(Summer 2022 Edition), Edward N. Zalta (ed.), URL =
<https://plato.stanford.edu/archives/sum2022/entries/machiavelli/>. ]
REFERÊNCIAS:
GOOGLE. Google Imagens. Disponível em: < https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR > Acessos em abril e maio de 2021.
ROMEIRO, Julieta et alii. Diálogo Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (Seis volumes) (Livros didáticos.)
SILVA, Afrânio et alii. Sociologia em Movimento. (Manual do Professor) 2.ed. São Paulo, Moderna, 2017.
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