segunda-feira, 1 de maio de 2023

SEGUNDO BIMESTRE - AULA 14 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS DOS PRIMEIROS ANOS: AS MINAS E O CONTRABANDO (Prof. José Antônio Brazão.)

                                              SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

SEGUNDO BIMESTRE

AULA 14 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS DOS PRIMEIROS ANOS:

TEXTO DO COMANDO DE ENSINO DA POLÍCIA MILITAR:

Aula 6

Conteúdo: As minas e o contrabando

Habilidade: (EM13CHS301)

Objetivo de Aprendizagem: (EM13CHS301) Analisar e avaliar os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escala de análise, considerando ao modo de vida das populações locais e o compromisso com a sustentabilidade.

Sugestão de estratégia: O texto a seguir pode ser usado como um ponto de partida.

1.1  As minas e o contrabando

O território de Goiás até o ano de 1749, pertenceu à capitania de São Paulo. Devido ao seu crescimento populacional e também sua importância econômica, a coroa portuguesa decidiu elevar Goiás à categoria de capitania, portanto tornou-o independente de São Paulo. Neste mesmo ano o primeiro governador de Goiás, Conde dos Arcos, chegou a Vila Boa. O governador era a autoridade principal das capitanias: “responsável pela administração e pela aplicação de leis. Comandava o exército, composto de soldados e profissionais de cavalaria – os famosos dragões – e pedestres” (PALACÍN; MORAES, 2006, p. 30). Inaugurado assim, a estrutura administrativa da capitania de Goiás.

Segundo (PALACIN MORAES, 2006), de acordo com o direito português, todos os produtos minerais encontrados nas possessões portuguesas, eram considerados propriedade do rei. No entanto, como o rei não intencionava realizar a exploração, mediante o pagamento do quinto, um imposto correspondente à quinta parte da produção liquida dos minerais.

Nesse sentido, sempre que o rei concedia permissão para que as bandeiras procurassem metais preciosos (como foi o caso da permissão concedida ao bandeirante paulista Bartolomeu Bueno da Silva, a filho). exigia que o quinto fosse pago. Esse direito não era discutido por ninguém. Entretanto, muitos mineradores acreditavam burlavam tal direito, mediante o contrabando.

O contrabando era a retirada do ouro para outras capitanias, ou mesmo para outros países, sem o pagamento do quinto. Mesmo não sendo possível precisar a quantidade de ouro contrabandeado na capitania de Goiás, é sabido que ele foi muito alto: "Em Goiás, parece que foi mais praticado no norte que no sul, possivelmente por ser menor a vigilância naquelas regiões afastadas" (PALACIN: MORAES, 2006, p. 21).

 Para evitar o contrabando, o imposto em relação ao ouro em Goiás, entre os anos de 1736-1751, foi cobrado através da capitação. Pensando que poderia ser mais fácil controlar o número de escravos que cada minerador possuía do que o ouro extraído por eles, a Coroa portuguesa determinou que o imposto seria pago por cabeça de escravos. O que significava que o minerador pagava um imposto fixo de acordo com o número de escravos que tivesse, independente da ocupação do escravo ou mesmo do que ele conseguia produzir nas minas:

Depois foi abolido, pois os mineiros reclamavam que era injusto que todos pagassem o mesmo: o dono de uma lavra muito rica, em que o rendimento do escravo era alto, e o que trabalhava em uma "data" pobre ou melo esgotada, que mal dava para pagar o custo do escravo (PALACIN; MORAES, 2006, p. 21).

Segundo (PALACIN; MORAES, 2006), quando o sistema de capitação foi abolido, o quinto propriamente dito voltou a ser cobrado. O ouro em pó era pesado em pequenas balanças. E esse ouro em pó funcionava como moeda na capitania de Goiás. Praticamente tudo na capitania era comprado e vendido com ouro em pó. Para levar o ouro para fora da capitania, o mineiro deveria levar o ouro para a casa de fundição. Havia duas casas de fundição: uma em Vila Boa e outra em São Felix. Lá o ouro era fundido, transformado em barras. Cada barra recebia um selo real. A parte que correspondia ao quinto era retirada e a outra parte era devolvida ao proprietário.

Devido à grande quantidade de ouro contrabandeado, e também a falta de dados mais precisos a respeito do quinto, é impossível precisar a quantidade de ouro extraída do território de Goiás: "Mas suprindo os anos que faltam pelos dados conhecidos, podemos afirmar que o quinto, nos 100 anos que vão até a Independência, subiu aproximadamente a 20.000 kg, sendo portanto, a produção declarada de 100.000 kg (PALACIN: MORAES, 2006, p. 22). Pode se dizer produção de ouro foi subindo desde da descoberta dos velos auríferos até 1753, que foi o ano mais elevado. A partir de então, a produção foi entrando em decadência até quase desaparecer no ano de 1822.

Conforme podemos observar a partir dos dados apresentados acima, a capitania de Goiás foi considerada a segunda malar produtora de ouro do Brasil colonial, apesar de ficar bem atrás da capitania de Minas Gerais, sua produção foi um pouco superior à capitania de Mato Grosso.

 

REFERÊNCIAS:

COMANDO DE ENSINO DA POLÍTICA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. APOSTILA DE CULTURA GOIANA. [Década de 2010.] Documento impresso.

LEITE, Ubajara Berocan & STEINBERGER, Marília. A NOVA REGIÃO MINERADORA DE GOIÁS: UMA PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO. Disponível em: < https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5169617 > Acesso em 07/04/2023. Pp. 307-308.

ROMEIRO, Julieta et alii. Diálogo: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (Seis volumes) [Livros didáticos.]

 

 

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