segunda-feira, 1 de maio de 2023

SEGUNDO BIMESTRE - AULA 14 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS: SÓCRATES (Prof. José Antônio Brazão.)

                 SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

SEGUNDO BIMESTRE

AULA 14 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS:

SÓCRATES (Prof. José Antônio Brazão.)

Sócrates foi um filósofo ateniense, que viveu entre c. 470 e 399 a.C. Seu modo de filosofar inaugurou um novo modo de tratar das questões filosóficas, principalmente das questões humanas propriamente ditas. Sócrates gostava de sair pelas ruas da cidade de Atenas e, aí ou em outros lugares públicos, discutir sobre questões diversas, enfatizando as ligadas à ética e à vida política e social. Essa ida pelas ruas nasceu, conforme conta no texto Apologia de Sócrates, de Platão, a partir do dia em que um de seus amigos lhe havia dito, após uma consulta ao Oráculo de Delfos, que este lhe dissera ser Sócrates o homem mais sábio do mundo. Intrigado com o dito do Oráculo, Sócrates pôs-se a conversar com as pessoas, acreditando cumprir uma missão dada pelo deus Apolo, cultuado em Delfos. Apolo (Hélios, em grego) era o deus responsável pelo Sol, portanto deus da luz.

IMAGENS (Oráculo de Delfos):

Conjunto 1 de slides:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Or%C3%A1culo_de_Delfos#/media/Ficheiro:Eug%C3%A8ne_Delacroix_-_Lycurgus_Consulting_the_Pythia_-_Google_Art_Project.jpg

Conjunto 2 de slides:

https://es.wikipedia.org/wiki/Or%C3%A1culo_de_Delfos#/media/Archivo:Map_greek_sanctuaries-es.svg

Conjunto 3 de slides:

https://eu.wikipedia.org/wiki/Delfosko_orakulua#/media/Fitxategi:Delphi_location.svg

Conversava com jovens, adultos, políticos e quaisquer pessoas que cruzassem seu caminho. Gostava mais de conversar com aqueles pelo fato de terem uma mente mais aberta. Por sua vez, com o passar do tempo, viu-se rodeado por vários discípulos, boa parte dos quais eram jovens. Dentre eles encontraram-se Platão e Xenofonte, que legaram para a posteridade relatos a respeito de seu mestre. Graças a esses textos e aos de Aristófanes, um teatrólogo grego do período clássico, que escreveu as Nuvens, peça teatral em que critica Sócrates, pode-se ter uma ideia a respeito de quem foi Sócrates e o que ensinava.

IMAGENS (Sócrates, na Wikipédia):

Conjunto 1 de slides:

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Ficheiro:%CE%A3%CF%89%CE%BA%CF%81%CE%AC%CF%84%CE%B7%CF%82,_%CE%91%CE%BA%CE%B1%CE%B4%CE%B7%CE%BC%CE%AF%CE%B1_%CE%91%CE%B8%CE%B7%CE%BD%CF%8E%CE%BD_6616.jpg

Conjunto 2 de slides (mais completo):

https://it.wikipedia.org/wiki/Socrate#/media/File:Socrate_du_Louvre.jpg

Conjunto 3 de slides:

https://es.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Archivo:Socrate_du_Louvre.jpg

Conjunto 4 de slides:

https://www.google.co.uk/search?q=s%C3%B3crates+em+frances&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiwx7yY4ZnwAhVlppUCHeswDXkQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1366&bih=657

A forma de diálogo de Sócrates tinha duas partes ou etapas básicas: a ironia e a maiêutica. A ironia era uma sequência de questões elaboradas com o fim de desarmar seu interlocutor, levando-o a reconhecer sua ignorância. A seguir, a maiêutica, ou melhor, arte de partejar (significado dessa palavra grega), ou seja, o partejar de ideias que, dizia Sócrates, encontravam-se no interior das pessoas. Com seu estilo de debate, criou amigos e inimigos. Estes, por sua vez, não deixaram passar em branco a oportunidade de acusar Sócrates e levá-lo a julgamento e, deste, à morte, vindo a ter que beber cicuta, um veneno extraído de uma planta de mesmo nome, mortal.

IMAGENS (HELIEIA, na Wikipédia):

https://en.wikipedia.org/wiki/Heliaia (Principal)

Imagem 1:

https://en.wikipedia.org/wiki/Heliaia#/media/File:Recinto_de_la_Heliea._Stoa_de_Atalo_al_fondo._%C3%81gora_de_Atenas.JPG

Conjunto 1 de slides:

https://es.wikipedia.org/wiki/Heliea#/media/Archivo:Recinto_de_la_Heliea._Stoa_de_Atalo_al_fondo._%C3%81gora_de_Atenas.JPG

Conjunto 2 de slides:

https://www.google.co.uk/search?q=helieia&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwig3vLm4pnwAhUrqJUCHc6BDUIQ_AUoBHoECAEQBg&biw=1366&bih=657

As acusações impetradas contra Sócrates foram, basicamente, duas: a de desviar a juventude, através de seus ensinamentos, ensinando-lhe o caminho mais fraco (expressão que aparece na Apologia de Sócrates, de Platão), e a de não adorar os deuses da cidade. Com relação a esta segunda acusação, os inimigos aproveitaram-se de que Sócrates vivia falando da voz interior, de um deus, que demandava-lhe sair ensinando as pessoas pelas ruas, como um impulso forte, vindo do interior. Há duas apologias (defesas), escritas, respectivamente, por Platão e por Xenofonte. Os inimigos de Sócrates sabiam que, na assembleia que o julgaria e viria a condenar por uma margem não muito grande de votos, havia o medo, por muitos, do desencaminhamento de seus filhos. Ademais, havia o temor dos deuses. Atenas vinha passando por uma série de dificuldades, desde a guerra do Peloponeso, que perdera para sua rival Esparta, e, mais proximamente no tempo, sofrera com a Tirania dos Trinta, uma verdadeira ditadura. Aproveitando-se daquelas preocupações, os inimigos criaram uma visão negativa de Sócrates na cabeça de muitos, fazendo uso de falácias, raciocínios que têm por finalidade enganar as pessoas, obtendo algo da parte delas (neste caso, uma votação favorável à condenação do acusado).

IMAGENS (Sócrates, na Wikipédia):

Conjunto 1 de slides:

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Ficheiro:%CE%A3%CF%89%CE%BA%CF%81%CE%AC%CF%84%CE%B7%CF%82,_%CE%91%CE%BA%CE%B1%CE%B4%CE%B7%CE%BC%CE%AF%CE%B1_%CE%91%CE%B8%CE%B7%CE%BD%CF%8E%CE%BD_6616.jpg

Conjunto 2 de slides (mais completo):

https://it.wikipedia.org/wiki/Socrate#/media/File:Socrate_du_Louvre.jpg

Conjunto 3 de slides:

https://es.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Archivo:Socrate_du_Louvre.jpg

Conjunto 4 de slides:

https://www.google.co.uk/search?q=s%C3%B3crates+em+frances&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiwx7yY4ZnwAhVlppUCHeswDXkQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1366&bih=657

O livro Críton, de Platão, mostra-o na cadeia, aguardando o tempo até chegar o dia em que iria cumprir, definitivamente, a condenação. Críton, amigo e discípulo de Sócrates, como outros, diz-lhe que tudo estava pronto para uma possível fuga: já haviam subornado os guardas, o caminho estaria livre para que pudesse passar, contanto que se disfarçasse (neste caso, o texto indica um disfarce de mulher), devendo ir até o porto, onde um barco já o aguardava para a fuga para outro lugar. Sócrates, muito justo e não querendo desobedecer as leis da cidade de Atenas, às quais respeitava desde criança, nem desobedecer às leis divinas, das quais, segundo o seu próprio dizer no texto, derivavam aquelas, manteve-se firme no propósito de continuar na cadeia e cumprir o seu destino. Críton acabou-se convencido.

IMAGENS (Sócrates na prisão, no Google Imagens):

https://www.google.co.uk/search?q=the+philosopher+socrates+imprisoned&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiawarE5JnwAhUQHrkGHXa_AxYQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1366&bih=657

O livro Fédon, também de Platão, tem como subtema a questão da imortalidade da alma. Descreve os últimos momentos, enfocando o último dia, de Sócrates, antes do desenlace de sua vida. Platão, que não pudera estar presente naquele dia, ouviu comentários de um dos que acompanharam Sócrates. Conta que este passou as suas últimas horas defendendo a crença na imortalidade da alma e exortando seus discípulos a se manterem firmes no caminho da justiça e da verdade, esperando a recompensa final. Ao final, assim que a cicuta que havia tomado começa a fazer efeito, solicita a um amigo que ofereça ao deus Asclépios um galo, em oferenda, pois se lembrara de que não tivera e nem teria, ele mesmo, tempo para fazer tal sacrifício.

Após sua morte, seus discípulos ficaram desconsolados, sem dúvida. Platão e Xenofonte, dentre eles, tiveram, como foi dito, o cuidado de registrar informações sobre ele. Ambos mostram a imagem de um homem justo, que empenhou-se para ajudar outras pessoas a encontrarem, através do diálogo e da humildade, o caminho da verdade.

Os diálogos de Sócrates, na forma de ironia e maiêutica, oferecem ideia de é preciso rigor na definição dos conceitos e segurança na compreensão e exposição dos mesmos. Ensinam também que ninguém pode querer colocar-se numa posição de dono da verdade, derrubando, portanto, o dogmatismo, que, radicalizado, pode chegar ao auge de não aceitar qualquer oposição ou contestação. A ironia socrática desmascarara aqueles que eram tidos como referências políticas e até culturais, daí o surgimento de inimizades, que se oporiam radicalmente a Sócrates. Vários dos jovens que eram seus discípulos, inclusive começaram a aplicar o método socrático, no debate com outras pessoas, fato citado na Apologia escrita por Platão.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO:

1)    Como o dogmatismo encontra-se ainda presente no mundo atual?

2)    As pessoas, hoje, têm liberdade efetiva (não só jurídica) de expor suas ideias?

3)    Quem controla o fluxo de ideias na sociedade em que vivemos? Por quê?

4)    A aceitação de que não sabemos tudo pode nos abrir para a busca do conhecimento do mundo e das coisas ou pode nos acomodar, ou ambos? Como? Por quê?

5)    Que importância tem o conhecimento para a vida, no mundo de hoje, tanto para o trabalho quanto para a vida em geral?

6)    A busca do conhecimento, aliada a uma humildade simples e verdadeira, pode ajudar a ampliar a visão de mundo das pessoas que o buscam? Por quê?

7)    O que é ser humilde? E simples? Explique e dê um exemplo de cada.

8)    Sócrates manteve-se firme, até o fim, não se importando com as consequências que viriam, e de fato vieram, para manter-se firme no cumprimento do dever. O que é dever? Por que as pessoas, independentemente da classe social ou da riqueza que possuem, devem cumpri-lo?

9)    Cite quatro exemplos de cumprimento do dever, partindo do seu dia a dia. Comente um deles.

10)                   Cite quatro exemplos de consequências graves do descumprimento do dever, na sociedade em que vivemos, hoje, tanto da parte dos cidadãos comuns quanto das autoridades.

11)                   Como a mentira e a falsa argumentação podem enganar as pessoas, ainda hoje? Isso acontece no dia a dia? Você conhece exemplos? Cite dois ou três destes, se conhecer. A mentira é (foi) usada com que propósitos, nesses casos? Como?

·       Solicitar a todos que respondam as questões no caderno, em casa ou, se possível, começando em sala de aula, a fim de assegurar-se de que serão respondidas.

·       Verificar, no caderno de cada um, se essa primeira etapa da atividade (tarefa inicial) foi cumprida.

·       Respondidas as questões, proceder a um DEBATE (em forma de GV/GO ou em círculo único) com todos os estudantes, aproveitando as respostas contidas no caderno.

OBS.: Fazer uma ponte entre o passado e o presente pode ser muito enriquecedor no aprendizado da filosofia, mostrando sua vivacidade e atualidade!

REFERÊNCIAS:

ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS, Maria H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo, Ática, 2017.

WIKIPÉDIA. Página Principal. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso em 07 de março de 2021.

WIKIPÉDIA. Helena (mitologia). Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_(mitologia) > Acesso em 11 de abril de 2021.

 

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