quarta-feira, 26 de abril de 2023

SEGUNDO BIMESTRE - AULA 13 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS DOS SEGUNDOS ANOS: O ÊXODO RURAL E INTERESTADUAL EM GOIÁS – RESUMO E DESAFIOS (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica


SEGUNDO BIMESTRE

AULA 13 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS DOS SEGUNDOS ANOS:

O ÊXODO RURAL E INTERESTADUAL EM GOIÁS – RESUMO E DESAFIOS (Prof. José Antônio Brazão.)

De acordo com o IMB-Instituto Mauro Borges:

“A região Centro-Oeste é a segunda em termos de concentração urbana no país, onde 87,9% dos habitantes vivem em cidades. A urbanização dessa região é bastante recente, tendo sido impulsionada pela fundação de Brasília, em 1960, e pelas rodovias de integração nacional que interligaram a nova capital com o Sudeste, de um lado, e com a região Amazônica, de outro. Além disso, o desenvolvimento do setor do agronegócio impulsionou a urbanização do Centro-Oeste, cujas cidades apresentam atividades econômicas essencialmente de caráter agroindustrial.” (IMB. MOBILIDADE PENDULAR DA POPULAÇÃO EM GOIÁS. Disponível em: < https://www.imb.go.gov.br/files/docs/publicacoes/estudos/2012/mobilidade-pendular-da-populacao-em-goias.pdf > Acesso em 22/04/2023. P. 23.)

Hoje mais de noventa por cento da população de Goiás vive em cidades, tanto em pequenas quanto em maiores (Informação obtida do IMB. Op. cit., p.25). Só para lembrar, no século XIX, com a decadência do ouro, e parte do XX, a situação era diferente. Mas o que contribuiu para o êxodo (saída) de muita gente do campo? Os motivos são diversos e complementares.

O incremento do comércio, propiciado pelas vias férreas e, com o tempo, o aumento de vias terrestres (estradas e rodovias), sejam de terra, sejam asfaltadas, contribuiu para um maior contato com os centros urbanos do Estado e de outros lugares. Outro fator importante, o aumento de grandes fazendas, com a compra de sítios e chácaras e, pior, a expulsão de pessoas do campo. Com a formação de latifúndios, grandes fazendas controladas por poucas famílias, um considerável número de famílias, paulatinamente, começou a reforçar as cidades goianas.

De acordo com o IMB – Instituto Mauro Borges, mais uma vez:

“As migrações se constituíram em elemento importante para a ocupação da região, promovidas por projetos de colonização, principalmente no período de 1930-45, tendo se intensificado nas décadas de 1950/1960, com a atração promovida pela nova capital federal. Configurada até então pela baixa densidade de ocupação e grande disponibilidade de terras, no início da década de 1970 o Centro-Oeste brasileiro (região dos cerrados) e a região amazônica passaram a ser a nova fronteira agropecuária brasileira, com a migração de contingentes de camponeses expropriados de outras regiões e o investimento de capitais produtivos e especulativos. Ao final da década de 1960 o fluxo migratório tornou-se menos intenso, marcado pelo ingresso de novos imigrantes, com capital e experiência na atividade agrícola, e pelo deslocamento da população rural. A infraestrutura implantada nesse período e a expansão populacional estimularam diversas transformações na estrutura produtiva, conduzindo a região Centro-Oeste à modernização agropecuária dos anos de 1970 e 1980, desdobrada em um relevante complexo agroindustrial (IPEA, 2002, p. 170).” (IMB. MOBILIDADE PENDULAR DA POPULAÇÃO EM GOIÁS. Disponível em: < https://www.imb.go.gov.br/files/docs/publicacoes/estudos/2012/mobilidade-pendular-da-populacao-em-goias.pdf > Acessp e, 22/04/2023. P. 23.)

Dificuldades em manter-se na roça também contribuíram. O apelo pela comodidade das cidades: hospitais, trabalho, dinheiro, lazer, educação para filhos e filhas, educação superior, entre outros bens sociais reais e aparentes (que pareciam ser grandes bens). Uma parte dessa população rural, portanto, resolveu deixar a roça e ir para a cidade, vendo nesta possíveis oportunidades de uma vida melhor. E esse movimento em busca de melhoria, com aumento da população, veio também de imigrantes vindos de outros estados do Brasil, de acordo com Evelyn de Castro Cruvinel, seja no momento da construção de Goiânia, na década de 1930, seja com o decorrer das décadas. Assim expõe a pesquisadora:

“Para a construção de Goiânia houve uma campanha do Governo Federal visando arregimentar operários suficientes para a empreitada. Foram aproximadamente 4 mil trabalhadores vindos principalmente de Minas Gerais, São Paulo e do Nordeste. Com Goiânia edificada, mais imigrantes foram atraídos para a cidade, diminuindo a migração nas cidades vizinhas e na região do Mato Grosso de Goiás, onde fora instalado a colônia agrícola. Com isso, a migração ficou concentrada apenas na nova capital do estado, triplicando sua população entre 1940 e 1950. Um novo surto migratório ocorreu com a construção de Brasília, com trabalhadores advindos novamente de Minas Gerais e Nordeste, entretanto, muitos goianos também participaram dessa empreitada. No ano de fundação, Brasília já continha 150 mil habitantes e, ainda que a maioria dos imigrantes tenha origem nos estados nordestinos e de Minas Gerais, esses dois períodos de grande migração no estado atraíram também pessoas de todo território nacional.” (CRUVINEL, Evelyn de Castro. Migração em Goiás entre 2025 e 2015. Disponível em: < https://www.imb.go.gov.br/files/docs/publicacoes/estudos/2017/migracao-em-goias-entre-2005-2015.pdf > Acesso em 22/04/2023. P. 9.)

Claro que há pessoas possuidoras, ainda, de sítios e chácaras, porém mais para momentos de lazer e convívio familiar, nem tanto como moradias permanentes. Alguns (algumas) feirantes têm sítios de onde extraem parte do que comercializam em feiras, ainda que também comprem parte dos produtos de outros para revenda.

Outro elemento importante: nas últimas cinco a sete décadas, o aumento considerável de máquinas a substituir a mão de obra nas fazendas – hoje há colheitadeiras que têm até GPS (Global Positioning System – Sistema de Posicionamento Global) para que se possa fazer a colheita de grãos. Aliás, o uso de máquinas do começo ao fim da cultura agrícola e também a mecanização da pecuária.

Vale lembrar que todo crescimento populacional traz consigo desafios consideráveis, entre os quais os de ordem ambiental – mais gente morando, mais casas e outras habitações a construir, necessidade de mais terrenos tomados do meio ambiente, mais espaço necessário também para plantar, produzindo alimentos para essa população crescente, além de outras populações para as quais são vendidas as produções agrícolas e pecuárias goianas, inclusive para o exterior.

Além desse desafio, a necessidade de ampliar o número de escolas, de dar atendimento médico-hospitalar e outros de saúde, segurança, etc. Desafios que, com o avanço nos conhecimentos científicos e em ações políticas devidamente planejadas e discutidas coletivamente, são possíveis de serem enfrentados. O conhecimento, sem dúvida alguma, é um elemento de vital importância para a construção do Estado de Goiás, produzido em centros de estudos, universidades, institutos e outras instituições de ensino e pesquisa. Conhecimentos igualmente importantes são os que envolvem a agricultura e o meio ambiente, portanto, necessária uma parceria com órgãos do governo federal e do governo estadual que possam colaborar com o aprimoramento agrícola e pecuário diante do crescimento relativamente constante de Goiás.

REFERENCIAL BÁSICO:

CRUVINEL, Evelyn de Castro. Migração em Goiás entre 2025 e 2015. Disponível em: < https://www.imb.go.gov.br/files/docs/publicacoes/estudos/2017/migracao-em-goias-entre-2005-2015.pdf > Acesso em 22/04/2023. P. 9.

IMB – INSTITUTO MAURO BORGES. Mobilidade pendular da população em Goiás.  Disponível em: < https://www.imb.go.gov.br/files/docs/publicacoes/estudos/2012/mobilidade-pendular-da-populacao-em-goias.pdf > Acesso em 22/04/2023.

JÚNIOR, Ademir Rodrigues Silva; DO VALE, Najla Kauara Alves; WANDER, Alcido Elenor. Modernização agrícola e o êxodo rual entre 1960 e 2010 no Estado de Goiás. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1065659/modernizacao-agricola-e-o-exodo-rural-entre-1960-e-2010-no-estado-de-goias#:~:text=De%20acordo%20com%20o%20IBGE,na%20superpopula%C3%A7%C3%A3o%20dos%20centros%20urbanos. > Acesso em 22/04/2023.

ROMEIRO, Julieta et alii. Diálogo: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (Seis volumes) [Livros didáticos.]

 

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