COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
SEGUNDO BIMESTRE - AULA 8 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS
DOS PRIMEIROS ANOS:
COM O
USO DO QUADRO: PASSAR E EXPLICAR. Usar mapas mundi e do Brasil.
COM O
USO DA INTERNET: CONECTAR IMAGENS DO GOOGLE IMAGENS E DA WIKIPÉDIA, ALÉM DE OUTROS
SITES POSSÍVEIS.
TEXTO DA APOSTILA DA APOSTILA DE CULTURA
GOIANA DO COMANDO DE ENSINO DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS:
Aula 1 [segundo bimestre]:
Conteúdo: Povoamento de Goiás
Habilidade: (EM13CHS301)
Objetivo de aprendizagem: (EM13CHS301) Analisar e avaliar os impactos econômicos e
socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais
e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escala de análise,
considerando ao modo de vida das populações locais e o compromisso com a
sustentabilidade.
Sugestão de estratégia: o texto a seguir poderá ser usado como um ponto de
partida.
1. Povoamento de Goiás
Sabemos que o processo de colonização e
ocupação do território brasileiro, se deu a partir do ano de 1532 com o início
da atividade canavieira. Sendo assim, os portugueses se ocuparam inicialmente
com a ocupação do nordeste, região que concentrava o plantio de cana voltado
para a fabricação e exportação de açúcar para o mercado europeu. Outras regiões
do Brasil como o centro-sul, sudeste e norte, ainda não tinham grande
importância econômica para os colonizadores. No caso da região sudeste a
principal atividade desenvolvida com o objetivo de obtenção de lucros era o
apresamento e escravização de indígenas.
Nesse sentido, segundo ( PALACÍM ; MORAES ,
2006 ), o território de Goiás já era percorrido pelas bandeiras quase que desde
os primeiros tempos de colonização. Entretanto , o povoamento das terras
goianas , está relacionado ao desenvolvimento da atividade mineradora ,
iniciada na colônia brasileira a partir das últimas décadas do século XVIII :
"É costume dizer que o descobridor de Goiás foi Anhanguera. Isto não
significa que ele fosse o primeiro a chegar a Goiás, mas sim que ele foi o
primeiro a vir a Goiás com a intenção de se fixar aqui" ( PALACÍM ; MORAES
, 2006 , p . 9 ). Não somente Goiás , mas também outras regiões , entre as
quais se destaca Minas Gerais e Mato Grosso, cujo povoamento também está
vinculado a exploração das atividades mineradoras.
COMENTÁRIO DO
PROFESSOR JOSÉ ANTÔNIO:
O açúcar no
nordeste brasileiro. O açúcar foi um produto de exportação de muito valor,
usado em muitas receitas daquele tempo, como, com certeza, é usado ainda mais
hoje. O açúcar fornece, além da doçura, também energia ao corpo. Pelo prazer
que oferece, foi e ainda é muito procurado naqueles tempos e hoje. Portanto,
podia-se fazer fortuna com a venda de açúcar e derivados da cana de açúcar,
como o melado e a cachaça. No que diz respeito à cana de açúcar e à cachaça
especificamente, a Wikipédia fornece a seguinte informação:
“A primeira
plantação de cana-de-açúcar de que se tem notícia no Brasil foi feita em 1504 por Fernão de Noronha na ilha que leva o seu nome. E há referências de que o primeiro engenho de açúcar foi construído em 1516, na Feitoria de Itamaracá, criada pelo rei
Dom Manuel I de Portugal no litoral do atual estado de Pernambuco e confiada
ao administrador colonial Pero Capico — primeiro
"Governador das Partes do Brasil". Na década de 1530, os primeiros donatários portugueses iniciaram empreendimentos nas terras
da América Portuguesa, especialmente nas capitanias de Pernambuco e São Vicente, implementando engenhos de açúcar. Assim,
surgem, na nova colônia portuguesa, os primeiros núcleos de povoamento e
agricultura. Apesar de não haver um registro preciso sobre o verdadeiro local
onde a primeira destilação da cachaça tenha sido iniciada, pode-se afirmar que
ela se deu no território brasileiro, em algum engenho do litoral, entre os anos
de 1516 e 1532, sendo, portanto, o primeiro destilado da América Latina.[6]” (WIKIPÉDIA. Verbete
Cachaça. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Cacha%C3%A7a > Acesso em
18/03/2023.)
Como se pode ver, a venda do açúcar e da cachaça
interligam-se desde os primórdios da colonização do Brasil pelos portugueses.
Em Goiás, futuramente, veremos o caso de Fazenda Babilônia, onde houve
plantação também de cana de açúcar e produção de seus derivados, o que será
exposto no tempo devido.
Apresamento e escravização de índios na região
sudeste. Outro elemento importante do trabalho dos bandeirantes foi,
exatamente, o apresamento (a captura e prisão) de índios para se tornarem
escravos, que seriam vendidos. Isto também viria, posteriormente, acontecer em
Goiás. Por quê? Simples: escravos indígenas eram mais baratos que escravos
vindos da África. Além disto, estavam mais disponíveis.
O problema, como se verá no caso dos ataques a
missões jesuítas, é que muitos indígenas seriam convertidos ao cristianismo ou,
mais especificamente, ao catolicismo pelos padres jesuítas e outros,
tornando-se membros da Igreja Católica. Viriam, em alguns casos, como o das
missões jesuítas, até a formar comunidades! Com o tempo e para evitar
confrontos com a Igreja, o aumento do número de escravos negros, tanto no
Brasil quanto, dentro dele, em Goiás, seria ser considerável – posteriormente,
inclusive, isto contribuiu, decisivamente, para a formação étnica do povo
brasileiro, por meio da miscigenação.
Bandeiras percorrendo o território cujo nome, com o
passar do tempo, seria Goiás. Vejamos o texto abaixo, de Kanduka Oliveira.
De acordo com
Kanduka Oliveira:
“Bandeirantismo:
O bandeirantismo foi o conjunto de ações
empreendidas pelos habitantes da Capitania de São Vicente rumo ao interior. Os
bandeirantes eram habitantes da Vila de São Paulo de Piratininga, capital de
São Vicente, de onde partiam as expedições. Essa região era, desde os inícios
da colonização, uma região pobre, afastada das relações mercantilistas que
uniam a Metrópole e a colônia. Os habitantes da Capitania de São Vicente foram
os responsáveis pela exploração do interior do Brasil e contribuíram de forma
decisiva para o crescimento territorial do Brasil. A primeira bandeira
que, partindo de São Paulo, possivelmente chegou aos sertões de Goiás, no atual
leste do Tocantins foi a de Antônio Macedo e Domingos Luís Grau (1590-1593).
Diferença entre entrada e bandeira:
A principal diferença entre entrada e bandeira
é que as primeiras [entradas] tinham financiamento
público, eram organizadas pelo governo, geralmente procuravam respeitar os
limites de Tordesilhas e a maioria das expedições realizadas partiam da capital
do Brasil na época, Salvador, na Bahia ou até mesmo de Pernambuco. Bandeiras,
eram expedições particulares e não respeitavam os limites de Tordesilhas,
geralmente começavam a partir da Vila de São Paulo de Piratininga, na Capitania
de São Vicente (hoje São Paulo). Mas ambas tinham objetivos semelhantes. As
entradas se preocupavam mais com a prospecção [sondagem, investigação,
análise, busca, observação] do território e de metais preciosos, já as
bandeiras, além disso, se dedicavam também ao apresamento de índios
para escravização.” [grifos e negritados meus] (OLIVEIRA, Kanduka. Geo-História
de Goiás e Atualidades. P. 03. Disponível em: < https://www.institutogaleno.com.br/arquivos/apoio/aula/362/apostila-histaria-e-geografia-de-goias-3141020.pdf >
Acesso em: 18 de março de 2023.) [O que está entre colchetes é meu também.]
O povoamento de Goiás ligado ao ouro encontrado nos
primórdios do século XVIII. Como será visto em outras aulas, o povoamento de
Goiás tomou grande impulso com a descoberta de ouro. Outro fato importante,
comentado acima, com Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, além do ouro, uma
preocupação com a fixação de pessoas em Goiás – além de garimpeiros, gente
interessada em ter terras para plantar e criar animais, com destaque para a
pecuária (criação de bois). Isto seria importante por conta da formação,
paulatina (pouco a pouco) de vilarejos, vilas e até mesmo pequenas cidades que
cresceriam com o tempo. Consequentemente, o aumento populacional.
Muita gente, inclusive de fora do Brasil, como se
verá, veio de fora, em busca de riqueza, boa parte, no caso de portugueses, com
vontade de voltar à terra mãe (Portugal). Quanto aos brasileiros, dispor de
condições melhores de vida, seja para si, seja para a família, no caso de quem
a tinha ou viria a ter.
REFERÊNCIAS:
COMANDO DE ENSINO DA POLÍCIA MILITAR DE
GOIÁS. Apostila de Cultura Goiana. Goiás, [década de 2010].
OLIVEIRA, Kanduka. Geo-História de Goiás
e Atualidades. P. 03. Disponível em: < https://www.institutogaleno.com.br/arquivos/apoio/aula/362/apostila-histaria-e-geografia-de-goias-3141020.pdf >
Acesso em: 18 de março de 2023.
WIKIPÉDIA. Verbete Cachaça.
Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Cacha%C3%A7a > Acesso em 18/03/2023.
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