sábado, 3 de setembro de 2022

TERCEIRO BIMESTRE - TERCEIRO ANO – AULA 6 DE ATUALIDADES POLÍTICAS, ECONÔMICAS E SOCIAIS DO SEGUNDO SEMESTRE: A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL EM 07 DE SETEMBRO DE 2022 – APONTAMENTOS CENTRAIS (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

 

TERCEIRO ANO – AULA 6 DE ATUALIDADES POLÍTICAS, ECONÔMICAS E SOCIAIS DO SEGUNDO SEMESTRE:

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL EM 07 DE SETEMBRO DE 2022 – APONTAMENTOS CENTRAIS (Prof. José Antônio Brazão.):

 

1)    INTRODUÇÃO (Na primeira parte do Hino Nacional Brasileiro: menção à Independência do Brasil.).

HINO NACIONAL BRASILEIRO

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante

E o sol da liberdade, em raios fúlgidos

Brilhou no céu da pátria nesse instante

 

Se o penhor dessa igualdade

Conseguimos conquistar com braço forte

Em teu seio, ó liberdade

Desafia o nosso peito a própria morte!

 

Ó pátria amada

Idolatrada

Salve! Salve!

 

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido

De amor e de esperança à terra desce

Se em teu formoso céu, risonho e límpido

A imagem do cruzeiro resplandece

 

Gigante pela própria natureza

És belo, és forte, impávido colosso

E o teu futuro espelha essa grandeza

 

Terra adorada

Entre outras mil

És tu, Brasil

Ó pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil

Pátria amada

Brasil!

 

II

 

Deitado eternamente em berço esplêndido

Ao som do mar e à luz do céu profundo

Fulguras, ó Brasil, florão da América

Iluminado ao sol do novo mundo!

 

Do que a terra mais garrida

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores

"Nossos bosques têm mais vida"

"Nossa vida" no teu seio "mais amores"

 

Ó pátria amada

Idolatrada

Salve! Salve!

 

Brasil, de amor eterno seja símbolo

O lábaro que ostentas estrelado

E diga o verde-louro dessa flâmula

Paz no futuro e glória no passado

 

Mas, se ergues da justiça a clava forte

Verás que um filho teu não foge à luta

Nem teme, quem te adora, a própria morte

 

Terra adorada

Entre outras mil

És tu, Brasil

Ó pátria amada!

 

Dos filhos deste solo és mãe gentil

Pátria amada

Brasil!

(ESTRADA, Joaquim Osório Duque & SILVA, Francisco Manuel da. HINO NACIONAL. Disponível em: < https://4rm.eb.mil.br/index.php/hino-nacional > Acesso em 03 de setembro de 2022.)

 

2)    07/09/1822: Declaração da Independência por Dom Pedro I. Ruptura inicial. No Riacho do Ipiranga, em São Paulo, ao receber cartas. Vale lembrar que os documentos foram do Rio de Janeiro, capital, então, do Brasil, para São Paulo. Daí a demora em chegar. Vejamos os textos:

CARTA DA PRINCESA LEOPOLDINA (Leopoldina Teresa Francisca Carolina Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga, da família real da Áustria):

IMAGEM (Princesa Leopoldina):

https://www.google.com/search?q=princesa+leopoldina&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiZ9aXp6vn5AhVTrZUCHZ4pDjkQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=dxC7zvKdyNX3lM

"29 de agosto de 1822

Meu querido e muito amado esposo, mando-lhe o Paulo; é preciso que volte com a maior brevidade, esteja persuadido que não só amor, amizade que me faz desejar mais que nunca sua pronta presença, mas sim às crítica circunstâncias em que se acha o amado Brasil, só a sua presença, muita energia e rigor podem salvá-lo da ruína.

As notícias de Lisboa são péssimas: 14 batalhões vão embarcar nas três naus, mandou-se imprimir suas cartas e o povo lisboense tem-se permitido toda a qualidade de expressões indignas contra sua pessoa, na Bahia entraram 600 homens e duas ou três embarcações de guerra.

Os ministros de Estado lhe escrevem esta carta, aqui inclusa, e assentou-se não mandar os navios para o sul (...); a sua vinda decidirá depois se sempre quer mandá-las.

Todos aqui estão bons e Maria já sai e o Manuel Bernardes a curou muito bem.

Receba mil abraços e saudades muito ternas desta sua amante esposa

 

Leopoldina"

IMAGENS (JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA)

https://www.google.com/search?q=JOSE+BONIF%C3%81CIO+DE+ANDRADA&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj4m4WB7Pn5AhU7q5UCHQwqBZMQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=hL865Q-L481THM

 

CARTA DE JOSÉ BONIFACIO

 

"Senhor, as Cortes ordenaram minha prisão, por minha obediência a Vossa Alteza.

E, no seu ódio imenso de perseguição, atingiram também aquele que se preza em o servir com a lealdade a dedicação do mais fiel amigo e súdito. O momento não comporta mais delongas ou condescendências.

A revolução já está preparada para o dia de sua partida. Se parte, temos a revolução do Brasil contra Portugal, e Portugal, atualmente, não tem recursos para subjugar um levante, que é preparado ocultamente, para não dizer quase visivelmente. Se fica, tem, Vossa Alteza, contra si, o povo de Portugal, a vingança das Cortes, que direi?! até a deserdação, que dizem já estar combinada. Ministro fiel que arrisquei tudo por minha Pátria e pelo meu Príncipe, servo obedientíssimo do Senhor D. João VI, que as Cortes têm na mais detestável coação, eu, como Ministro, aconselho a Vossa Alteza que fique e faça do Brasil um reino feliz, separado de Portugal, que é hoje escravo das Cortes despóticas.

Senhor, ninguém mais do que sua esposa deseja sua felicidade e ela lhe diz em carta, que com esta será entregue, que Vossa Alteza deve ficar e fazer a felicidade do povo brasileiro, que o deseja como seu soberano, sem ligações e obediências às despóticas Cortes portuguesas, que querem a escravidão do Brasil e a humilhação do seu adorado Príncipe Regente.

Fique, é o que todos pedem ao Magnânimo Príncipe, que é Vossa Alteza, para orgulho e felicidade do Brasil.

E, se não ficar, correrão rios de sangue, nesta grande e nobre terra, tão querida do seu Real Pai, que já não governa em Portugal, pela opressão das Cortes; nesta terra que tanto estima Vossa Alteza e a quem tanto Vossa Alteza estima.

 

José Bonifácio de Andrada e Silva".

(Referência: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Acompanhe a viagem de D. Pedro até as margens do Ipiranga em 7 de setembro de 1822. Disponível em: < https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=285344 > Acesso em 03 de setembro de 2022.)

IMAGENS:

Conjunto 1 (a imagem ideal criada, com os cavaleiros chamados dragões – depois chamados Dragões da Independência):

https://www.google.com/search?q=dom+pedro+no+riacho+ipiranga&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj13cy67fn5AhXXvJUCHdfxCPkQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=jbewAjdIGS4S0M

 

Conjunto 2 (a realidade):  Dom Pedro I estava com desatino estomacal e precisou parar diante do riacho para “obrar” e usar a água para limpeza. Recebeu os documentos, os leu e decidiu firmemente pela independência do Brasil. Foi um gesto, sem dúvida, de muita coragem, juntamente com os atos futuros. Antes, vale lembrar também, que Dom Pedro não estava em cavalo, mas numa mula.

Imagens:

https://www.google.com/search?q=dom+pedro+com+dor+de+barriga&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiysoOH7_n5AhUAIbkGHYqQA1YQ_AUoAnoECAEQBA&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=FfqIqdAv7WGhHM

 

Conjunto 3 (Riacho Ipiranga, em São Paulo):

https://pt.wikipedia.org/wiki/Riacho_do_Ipiranga#/media/Ficheiro:Parque_Independ%C3%AAncia_-_Riacho_do_Ipiranga_1.JPG

 

Conjunto 4 (Riacho Ipiranga, em São Paulo):

https://www.google.com/search?q=riacho+ipiranga&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwif1pH57_n5AhVXppUCHX5uB3MQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=TIzqaDMjd7DjdM

 

3)    Antecedente importante: dia 09/01/1822: Dia do Fico, de Dom Pedro I. Com  abaixo assinado, com grande número de assinaturas, da elite brasileira. Mesmo tendo sido convocado, Dom Pedro I decide não voltar a Portugal, fica no Brasil. Passo fundamental para o que viria a ocorrer anos depois.

IMAGENS:

https://www.google.com/search?q=dia+do+fico&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiZuqus8fn5AhV8r5UCHWw1AzcQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=tl5nyP663g_wIM

 

4)    Portugal não reconheceu a Independência do Brasil. A Inglaterra, de início, também não.

5)    Os Estados Unidos da América viriam a ser os primeiros a reconhecer a independência do Brasil. Um pequeno comentário ajuda a entender:

“Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a Independência do Brasil, em 1824. A Doutrina Monroe, criada pelo presidente James Monroe em 1823, muito contribuiu para isso. Sintetizada na frase "A América para os americanos", defendia o direito à soberania das nações e era contrária a qualquer intervenção europeia no continente americano. No entanto, por trás dessa doutrina de não intervenção e de não colonização, havia o interesse em diminuir a influência inglesa e em obter, com o reconhecimento, vantagens comerciais para os Estados Unidos.” (MULTIRIO. O reconhecimento político da Independência do Brasil no exterior. Disponível em: < http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/historia-do-brasil/brasil-monarquico/8889-o-reconhecimento-da-independ%C3%AAncia-do-brasil-no-exterior#:~:text=Os%20Estados%20Unidos%20foram%20o,1823%2C%20muito%20contribuiu%20para%20isso. > Acesso em 03 de setembro de 2022.)

 

6)    Um acordo foi exigido por Portugal para que a independência pudesse ocorrer. Acordo intermediado pela Inglaterra, que exigiu cem mil libras para mediar, também o fim da escravidão negra (que viria a ser driblada pela elite agrícola enriquecida, monocultora e escravagista) e que o Brasil ficasse quarenta anos sem indústrias (evitar competição e manter fregueses!).

7)    O nome do acordo: Tratado de Paz, Amizade, Aliança, de 29 de agosto de 1825.

8)    Portugal exigia a seu favor, como cobrança: seiscentas mil libras esterlinas para pagar gastos com o Brasil; dois milhões de libras esterlinas, como pagamento da dívida externa de Portugal para com a Inglaterra. Imensa quantidade de dinheiro!

9)    Grandes latifundiários escravagistas: interessados em manter a escravidão. E viriam a conseguir adiamento da escravidão, de fato, por mais de dez anos.

10)                    Felisberto Caldeira Abrantes (rico proprietário): negociação do tratado. Homem extremamente rico. Usineiro em Salvador.

11)                    Felisberto viria a conseguir o dinheiro para pagar os compromissos arcados pelo tratado mencionado. Valor conseguido: três milhões e seiscentas e duas mil libras esterlinas.

12)                    O endividamento do Brasil foi condição básica para a Independência.

13)                    Em 12 de outubro de 1822, Dom Pedro I viria a ser aclamado Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil. E coroado, junto com Dona Leopoldina, no dia primeiro de dezembro de 1822.

14)                  Há o HINO DA INDEPENDÊNCIA também. Musicalizado pelo próprio Dom Pedro I  !!! Letra: Evaristo Ferreira da Veiga (jornalista e político), em 1822. Música: D. Pedro I (Imperador), em 1824. Vejamos e ouçamo-lo:

Letra:

https://www.eb.mil.br/documents/10138/7278234/FOLDER+CONCERTO+INDEPENDENCIA.pdf/b46abcf2-1349-4411-8069-ef4ca9d3aa0d

 

LETRA E MÚSICA:

https://www.3gpte.eb.mil.br/index.php/cancoes/item/17-hino-a-independencia-do-brasil

 

REFERÊNCIAS BÁSICAS:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Acompanhe a viagem de D. Pedro até as margens do Ipiranga em 7 de setembro de 1822. Disponível em: < https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=285344 > Acesso em 03 de setembro de 2022.)

FARAONI, Alexandre e outros. História do Brasil. São Paulo, Moderna, 2008. (Enciclopédia do Estudante, 16)

MULTIRIO. O reconhecimento político da Independência do Brasil no exterior. Disponível em: < http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/historia-do-brasil/brasil-monarquico/8889-o-reconhecimento-da-independ%C3%AAncia-do-brasil-no-exterior#:~:text=Os%20Estados%20Unidos%20foram%20o,1823%2C%20muito%20contribuiu%20para%20isso. > Acesso em 03 de setembro de 2022.

ROMEIRO, Julieta et alii. Diálogo: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (Seis volumes.) [Aqui utilizado o volume 6. Livro didático.]

UOL EDUCAÇÃO. Raízes do Café no Brasil. Disponível em: < https://brasilescola.uol.com.br/historia/o-cafe-no-brasil-suas-origens.htm  > Acesso em 28 de agosto de 2022.

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