COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
TERCEIRO ANO – AULA 6 DE
ATUALIDADES POLÍTICAS, ECONÔMICAS E SOCIAIS DO SEGUNDO SEMESTRE:
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL EM 07 DE
SETEMBRO DE 2022 – APONTAMENTOS CENTRAIS (Prof. José Antônio Brazão.):
1) INTRODUÇÃO (Na primeira parte do Hino Nacional
Brasileiro: menção à Independência do Brasil.).
HINO NACIONAL BRASILEIRO
Ouviram do Ipiranga as margens
plácidas
De um povo heroico o brado
retumbante
E o sol da liberdade, em raios
fúlgidos
Brilhou no céu da pátria nesse
instante
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço
forte
Em teu seio, ó liberdade
Desafia o nosso peito a própria
morte!
Ó pátria amada
Idolatrada
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio
vívido
De amor e de esperança à terra
desce
Se em teu formoso céu, risonho e
límpido
A imagem do cruzeiro resplandece
Gigante pela própria natureza
És belo, és forte, impávido colosso
E o teu futuro espelha essa
grandeza
Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada
Brasil!
II
Deitado eternamente em berço esplêndido
Ao som do mar e à luz do céu profundo
Fulguras, ó Brasil, florão da América
Iluminado ao sol do novo mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores
"Nossos bosques têm mais vida"
"Nossa vida" no teu seio "mais amores"
Ó pátria amada
Idolatrada
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado
E diga o verde-louro dessa flâmula
Paz no futuro e glória no passado
Mas, se ergues da justiça a clava forte
Verás que um filho teu não foge à luta
Nem teme, quem te adora, a própria morte
Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada
Brasil!
(ESTRADA,
Joaquim Osório Duque & SILVA, Francisco Manuel da. HINO NACIONAL. Disponível
em: < https://4rm.eb.mil.br/index.php/hino-nacional > Acesso em 03 de setembro de 2022.)
2) 07/09/1822: Declaração da Independência por Dom
Pedro I. Ruptura inicial. No Riacho do Ipiranga, em São Paulo, ao receber
cartas. Vale lembrar que os documentos foram do Rio de Janeiro, capital, então,
do Brasil, para São Paulo. Daí a demora em chegar. Vejamos os textos:
CARTA DA PRINCESA LEOPOLDINA (Leopoldina Teresa
Francisca Carolina Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga, da família real da
Áustria):
IMAGEM
(Princesa Leopoldina):
"29
de agosto de 1822
Meu
querido e muito amado esposo, mando-lhe o Paulo; é preciso que volte com a
maior brevidade, esteja persuadido que não só amor, amizade que me faz desejar
mais que nunca sua pronta presença, mas sim às crítica circunstâncias em que se
acha o amado Brasil, só a sua presença, muita energia e rigor podem salvá-lo da
ruína.
As
notícias de Lisboa são péssimas: 14 batalhões vão embarcar nas três naus,
mandou-se imprimir suas cartas e o povo lisboense tem-se permitido toda a
qualidade de expressões indignas contra sua pessoa, na Bahia entraram 600
homens e duas ou três embarcações de guerra.
Os
ministros de Estado lhe escrevem esta carta, aqui inclusa, e assentou-se não
mandar os navios para o sul (...); a sua vinda decidirá depois se sempre quer
mandá-las.
Todos
aqui estão bons e Maria já sai e o Manuel Bernardes a curou muito bem.
Receba
mil abraços e saudades muito ternas desta sua amante esposa
Leopoldina"
IMAGENS
(JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA)
CARTA DE
JOSÉ BONIFACIO
"Senhor,
as Cortes ordenaram minha prisão, por minha obediência a Vossa Alteza.
E, no seu
ódio imenso de perseguição, atingiram também aquele que se preza em o servir
com a lealdade a dedicação do mais fiel amigo e súdito. O momento não comporta
mais delongas ou condescendências.
A
revolução já está preparada para o dia de sua partida. Se parte, temos a
revolução do Brasil contra Portugal, e Portugal, atualmente, não tem recursos
para subjugar um levante, que é preparado ocultamente, para não dizer quase
visivelmente. Se fica, tem, Vossa Alteza, contra si, o povo de Portugal, a
vingança das Cortes, que direi?! até a deserdação, que dizem já estar
combinada. Ministro fiel que arrisquei tudo por minha Pátria e pelo meu
Príncipe, servo obedientíssimo do Senhor D. João VI, que as Cortes têm na mais
detestável coação, eu, como Ministro, aconselho a Vossa Alteza que fique e faça
do Brasil um reino feliz, separado de Portugal, que é hoje escravo das Cortes
despóticas.
Senhor,
ninguém mais do que sua esposa deseja sua felicidade e ela lhe diz em carta,
que com esta será entregue, que Vossa Alteza deve ficar e fazer a felicidade do
povo brasileiro, que o deseja como seu soberano, sem ligações e obediências às
despóticas Cortes portuguesas, que querem a escravidão do Brasil e a humilhação
do seu adorado Príncipe Regente.
Fique, é
o que todos pedem ao Magnânimo Príncipe, que é Vossa Alteza, para orgulho e
felicidade do Brasil.
E, se não
ficar, correrão rios de sangue, nesta grande e nobre terra, tão querida do seu
Real Pai, que já não governa em Portugal, pela opressão das Cortes; nesta terra
que tanto estima Vossa Alteza e a quem tanto Vossa Alteza estima.
José
Bonifácio de Andrada e Silva".
(Referência: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Acompanhe a viagem de D. Pedro até as margens do Ipiranga em 7 de setembro de
1822. Disponível em: < https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=285344 > Acesso em 03 de setembro de
2022.)
IMAGENS:
Conjunto 1 (a imagem ideal criada, com os cavaleiros
chamados dragões – depois chamados Dragões da Independência):
Conjunto
2 (a realidade): Dom Pedro I estava com
desatino estomacal e precisou parar diante do riacho para “obrar” e usar a água
para limpeza. Recebeu os documentos, os leu e decidiu firmemente pela
independência do Brasil. Foi um gesto, sem dúvida, de muita coragem, juntamente
com os atos futuros. Antes, vale lembrar também, que Dom Pedro não estava em
cavalo, mas numa mula.
Imagens:
Conjunto
3 (Riacho Ipiranga, em São Paulo):
Conjunto
4 (Riacho Ipiranga, em São Paulo):
3) Antecedente importante: dia 09/01/1822: Dia do Fico,
de Dom Pedro I. Com abaixo assinado, com
grande número de assinaturas, da elite brasileira. Mesmo tendo sido convocado, Dom
Pedro I decide não voltar a Portugal, fica no Brasil. Passo fundamental para o
que viria a ocorrer anos depois.
IMAGENS:
4) Portugal não reconheceu a Independência do Brasil. A
Inglaterra, de início, também não.
5) Os Estados Unidos da América viriam a ser os
primeiros a reconhecer a independência do Brasil. Um pequeno comentário ajuda a
entender:
“Os
Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a Independência do Brasil, em
1824. A Doutrina Monroe, criada pelo presidente James Monroe em 1823, muito
contribuiu para isso. Sintetizada na frase "A América para os
americanos", defendia o direito à soberania das nações e era contrária a
qualquer intervenção europeia no continente americano. No entanto, por trás
dessa doutrina de não intervenção e de não colonização, havia o interesse em
diminuir a influência inglesa e em obter, com o reconhecimento, vantagens
comerciais para os Estados Unidos.” (MULTIRIO. O reconhecimento político da Independência do
Brasil no exterior. Disponível em: < http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/historia-do-brasil/brasil-monarquico/8889-o-reconhecimento-da-independ%C3%AAncia-do-brasil-no-exterior#:~:text=Os%20Estados%20Unidos%20foram%20o,1823%2C%20muito%20contribuiu%20para%20isso. >
Acesso em 03 de setembro de 2022.)
6) Um acordo foi exigido por Portugal para que a
independência pudesse ocorrer. Acordo intermediado pela Inglaterra, que exigiu
cem mil libras para mediar, também o fim da escravidão negra (que viria a ser
driblada pela elite agrícola enriquecida, monocultora e escravagista) e que o
Brasil ficasse quarenta anos sem indústrias (evitar competição e manter
fregueses!).
7) O nome do acordo: Tratado de Paz, Amizade,
Aliança, de 29 de agosto de 1825.
8) Portugal exigia a seu favor, como cobrança:
seiscentas mil libras esterlinas para pagar gastos com o Brasil; dois milhões
de libras esterlinas, como pagamento da dívida externa de Portugal para com a
Inglaterra. Imensa quantidade de dinheiro!
9) Grandes latifundiários escravagistas: interessados
em manter a escravidão. E viriam a conseguir adiamento da escravidão, de fato,
por mais de dez anos.
10)
Felisberto
Caldeira Abrantes (rico proprietário): negociação do tratado. Homem
extremamente rico. Usineiro em Salvador.
11)
Felisberto
viria a conseguir o dinheiro para pagar os compromissos arcados pelo tratado
mencionado. Valor conseguido: três milhões e seiscentas e duas mil libras
esterlinas.
12)
O
endividamento do Brasil foi condição básica para a Independência.
13)
Em 12 de
outubro de 1822, Dom Pedro I viria a ser aclamado Imperador e Defensor Perpétuo
do Brasil. E coroado, junto com Dona Leopoldina, no dia primeiro de dezembro de
1822.
14)
Há o HINO
DA INDEPENDÊNCIA também. Musicalizado pelo próprio Dom Pedro I !!! Letra: Evaristo Ferreira da Veiga
(jornalista e político), em 1822. Música:
D. Pedro I (Imperador), em 1824. Vejamos e ouçamo-lo:
Letra:
LETRA E
MÚSICA:
https://www.3gpte.eb.mil.br/index.php/cancoes/item/17-hino-a-independencia-do-brasil
REFERÊNCIAS BÁSICAS:
ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Acompanhe a viagem de D. Pedro até as
margens do Ipiranga em 7 de setembro de 1822. Disponível em: < https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=285344 > Acesso em 03 de setembro de 2022.)
FARAONI,
Alexandre e outros. História do Brasil. São Paulo, Moderna, 2008. (Enciclopédia
do Estudante, 16)
MULTIRIO. O reconhecimento político da Independência do Brasil
no exterior.
Disponível em: < http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/historia-do-brasil/brasil-monarquico/8889-o-reconhecimento-da-independ%C3%AAncia-do-brasil-no-exterior#:~:text=Os%20Estados%20Unidos%20foram%20o,1823%2C%20muito%20contribuiu%20para%20isso. > Acesso em 03 de setembro de 2022.
ROMEIRO,
Julieta et alii. Diálogo: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo,
Moderna, 2020. (Seis volumes.) [Aqui utilizado o volume 6. Livro didático.]
UOL
EDUCAÇÃO. Raízes do Café no Brasil. Disponível em: < https://brasilescola.uol.com.br/historia/o-cafe-no-brasil-suas-origens.htm > Acesso em 28 de agosto de
2022.
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