SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS
SEGUNDAS SÉRIES DO ENSINO MÉDIO
FILOSOFIA –
PROFESSOR JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
AULA
ZOOM 35 DE FILOSOFIA DOS SEGUNDOS ANOS:
TEMA: ÉTICA.
TRECHO DE FILOSOFANDO: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA (P.214):
Ética kantiana:
O
filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804)
é
a máxima expressão do pensamento iluminista.
Na
obra Crítica da razão pura, concluíra não ser
possível
conhecer as coisas como são em si mesmas.
Em
outras palavras, as realidades metafísicas (por
exemplo,
a existência de Deus, a imortalidade da
alma,
a liberdade humana) não são cognoscíveis.
VISUALIZAÇÃO:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant#/media/Ficheiro:Kant_foto.jpg
Em
outra obra, Crítica da razão prática, Kant
analisou
o mundo ético e recuperou – então como
postulados
– aqueles conceitos que rejeitara, ou seja,
como
pressupostos que permitem explicar a lei moral
e
seu exercício. Dizendo de outra maneira, enquanto
a
razão pura se ocupa apenas das ideias, a razão
prática
volta-se para a ação moral, que decorre da
capacidade
humana de agir mediante ato de vontade
e
autodeterminação. Assim Kant se justificou: “Tive
de
suprimir o saber para encontrar lugar para a fé”.
VISUALIZAÇÃO:
https://fr.wikipedia.org/wiki/K%C3%B6nigsberg#/media/Fichier:Coat_of_Arms_of_K%C3%B6nigsberg.svg
O
conceito de fé tem diversos sentidos e geralmente
prevalece
o de crença religiosa. No entanto,
para
Kant trata-se de fé filosófica, baseada na convicção
subjetiva,
que, embora não forneça garantia
teórica,
dá suporte à vida moral.
VISUALIZAÇÃO:
Formalismo
moral
Entre
os seres vivos, apenas o ser humano é
capaz
de vida moral, porque seus atos resultam do
exercício
de sua vontade e são avaliados por ele
mesmo
como “bons” ou “maus”. O que caracteriza
uma
“vontade boa” é que ela aparece como um
mandamento,
um imperativo.
VISUALIZAÇÃO:
Para
agir racionalmente, o ser humano precisa
de
princípios, que são dados pela “consciência moral”.
VISUALIZAÇÃO:
Analisando
esses princípios, Kant recorreu ao
conceito
de imperativo. Na linguagem comum, um
imperativo
pode ser entendido como um mandamento,
uma
ordem qualquer: “Faça!”, “Retire-se!”. Ou,
então,
como algo que se impõe, um dever: “Respeitar
as
pessoas é um imperativo para mim”.
Para
Kant, o conceito de imperativo significa um
enunciado
que declara o que deve ser e o especifica
sob
dois aspectos:
VISUALIZAÇÃO:
•
Imperativo hipotético. Ordena uma ação como
meio
de alcançar qualquer outra coisa que se
queira,
ou seja, a ação é boa porque possibilita
alcançar
outra coisa além dela. Trata-se de agir
tendo
em vista benefícios como sentir prazer,
adquirir
coisas, alcançar a felicidade, ter sucesso
etc.
Por exemplo: “Seja bom, se quiser ser amado”;
“Não
roube, se não quiser ir para a prisão”; “Não
minta,
para não perder a credibilidade”.
VISUALIZAÇÃO:
•
Imperativo categórico. Visa a uma ação necessária
por
si mesma, ou seja, a ação é boa em si, e não
por
ter como objetivo outra coisa. Portanto, é
assim
chamado por ser incondicionado, absoluto,
voltado
para a realização da ação tendo em vista
o
dever. Por exemplo: “Seja bom!”; “Não roube!”;
“Não
minta!”.
VISUALIZAÇÃO:
Para
Kant, a vontade humana é verdadeiramente
moral
apenas quando regida por imperativos categóricos.
Vamos
exemplificar retomando a norma
moral
“Não roube!”. Para Kant, ela se enraíza na
própria
natureza da razão. Se aceitarmos o roubo
e
se elevarmos essa máxima pessoal ao nível universal,
haverá
uma contradição, porque, se todos
podem
roubar, não há como manter a posse do que
foi
furtado.
Em
outras palavras, as concepções éticas que
norteiam
a ação moral não se baseiam em condicionantes
–
imperativos hipotéticos –, como
alcançar
o céu, ser feliz ou evitar a dor, a prisão, ou
em
qualquer interesse. Pelo imperativo categórico,
o
agir moralmente se funda com exclusividade na
razão.
Não se trata, contudo, de descoberta subjetiva,
porque
visa à universalidade. Nas palavras
de
Kant:
Age apenas segundo
uma máxima tal que
possas ao mesmo
tempo querer que ela se torne
lei universal.
KANT, Immanuel. Fundamentação
da metafísica
dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
p. 129. (Coleção Os
Pensadores)
Desse
modo, os valores morais não estão “fora
de
nós”, porque somos portadores de uma vontade
livre
e
cabe a cada um reconhecer seu dever. Nesse
aspecto,
apesar de pessoalmente ter convicções
religiosas,
Kant rejeita as instâncias externas dos
mandamentos
religiosos, das leis ou das convenções
sociais
ao afirmar nossa autonomia.
(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS,
Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à Filosofia. 6.ed. São Paulo, Moderna, 2016. P. 214.)
Lembre-se:
APRENDA SEMPRE. LEIA SEMPRE. CONHEÇA MAIS!
E
TORNE-SE UMA PESSOA CADA VEZ MELHOR!
REFERÊNCIAS:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e
MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à Filosofia. 6.ed. São Paulo, Moderna, 2016. P. 209.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco.
Disponível em: < http://www.faberj.edu.br/cfb-2015/downloads/biblioteca/etica/Etica%20a%20Nicomaco%20-%20Aristoteles.pdf > Acesso em 10/11/2020.
PLATÃO. Apologia de Sócrates, Críton ou do Dever e outras obras de domínio
público disponíveis em: < http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action&co_autor=173
> Acesso em 10/11/2020.
WIKIPÉDIA. Aristóteles. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica_das_virtudes
> Acesso em 10/11/2020.
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