domingo, 2 de maio de 2021

AULA ZOOM 13 DE FILOSOFIA – SEGUNDOS ANOS: FILOSOFIA MODERNA – EMPIRISMO: OBSERVAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO (PARTE 2) (Professor José Antônio Brazão.)

 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS

COORDENAÇÃO REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA

COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS

ENSINO MÉDIO – SEGUNDO ANO

FILOSOFIA – PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.

AULA ZOOM 13 DE FILOSOFIA – SEGUNDOS ANOS:

TEORIA DO CONHECIMENTO

FILOSOFIA MODERNA – EMPIRISMO: OBSERVAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO (PARTE 2)  (Professor José Antônio Brazão.)

PARTE 2: JOHN LOCKE:

Só para lembrar:

A palavra “empirismo” vem do termo empeiria ou empiria, que, no grego, significa experiência. Esta refere-se ao contato direto com o mundo por intermédio dos cinco sentidos – olfato, tato, paladar, visão e audição. Os cinco sentidos fornecem para a mente informações as mais diversas, tais como cheiros, sensações táteis (dureza, aspereza, suavidade, calor, etc.), sabores diferentes, sons de vozes, de músicas, dentre outras sensações. A partir daí, de acordo com os empiristas, a mente trabalha as informações recebidas pelos sentidos, forma ideias e elabora conhecimento acerca da realidade. Portanto, para os empiristas não existem quaisquer ideias inatas, como acreditava Descartes.

IMAGENS (OS CINCO SENTIDOS HUMANOS):

https://www.google.com/search?q=cinco+sentidos+do+corpo+humano&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjSiPO3lavwAhWjqpUCHT_4DSMQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Hoje vamos estudar um outro importante pensador do empirismo: JOHN LOCKE, inglês que viveu entre o século XVII e início do XVIII. Havendo tempo, falaremos também de DAVID HUME, empirista escocês do século XVIII.

Para John Locke (1632-1704), filósofo inglês, não existem ideias inatas, como acreditava Descartes. As ideias são fruto daquilo que é captado pelos sentidos. Para ele, a mente é como um papel em branco (tabula rasa, expressão em latim usada por Locke), no qual nada está escrito inicialmente, ou seja, no qual não há idéias pre-existentes ao nascimento. As informações vão sendo colocadas (“escritas”) na mente a partir do contato com o mundo ao redor, por meio dos cinco sentidos. A respeito disto, a Encarta comenta: “Seu pensamento filosófico, desenvolvido em Ensaio sobre o entendimento humano (1690), destacou o papel dos sentidos na busca do conhecimento. Locke afirmava que a mente, no momento do nascimento, é como uma folha em branco sobre a qual a experiência imprime o conhecimento.” (Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation.).

IMAGENS – EXPERIÊNCIA SENSÍVEL (DOS CINCO SENTIDOS):

Paladar:

https://www.google.com/search?q=paladar&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiBwqnylavwAhXKqZUCHdJsCfEQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Tato:

https://www.google.com/search?q=tato&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiIlOq-lqvwAhULr5UCHV8jA8AQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Olfato:

https://www.google.com/search?q=olfato&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjds6nelqvwAhV0qpUCHWo3DK4Q_AUoAnoECAEQBA&biw=1242&bih=597

Audição:

https://www.google.com/search?q=audi%C3%A7%C3%A3o&bih=597&biw=1242&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiH5bz0lqvwAhUrppUCHYXMCP0Q_AUoAXoECAEQAw

Visão:

https://www.google.com/search?q=vis%C3%A3o&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwi0qsOcl6vwAhXjK7kGHZqDBRcQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Para Locke existem dois tipos de ideias, surgidas a partir com contato empírico com o mundo: as ideias simples e as ideias compostas. Ideias simples são ideias que se referem a um ser específico, particular, como, por exemplo, cavalo. Cavalo, na mente humana, refere-se a um animal concretamente existente na natureza, perceptível pela visão e por outros sentidos, como o tato – pode-se, de fato, tocar um cavalo.

IMAGENS (IDEIAS SIMPLES):

Ideias simples de acordo com Locke:

https://www.google.com/search?q=ideias+simples+de+locke&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj01-Lcl6vwAhXAK7kGHWtnAUkQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Cavalo (ideia simples de cavalo):

https://www.google.com/search?q=cavalo&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjgmfWTmKvwAhVgr5UCHWvNAMEQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Pessoa/ser humano/homem:

https://www.google.com/search?q=pessoa&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjHrvK9mKvwAhUqqpUCHX8uDWYQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Touro:

https://www.google.com/search?q=touro&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiO7OfemKvwAhX3qJUCHUdjBqkQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

As ideias compostas, por sua vez, como o próprio nome diz, resultam da composição de uma ou mais ideias simples, como, por exemplo, minotauro: um ser da mitologia grega que tinha corpo humano e cabeça de touro e que vivia num labirinto. Na ideia de minotauro fundem-se as ideias  simples de homem e de touro, formando uma ideia composta.

IMAGENS (IDEIAS COMPOSTAS):

Centauro (ideia simples de homem unida à ideia simples de cavalo):

https://www.google.com/search?q=centauro+mitologia&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiP9dWomavwAhU3qZUCHT-WAKYQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Minotauro (ideia simples de homem unida à ideia simples de touro):

https://www.google.com/search?q=minotauro+mitologia&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiv8fzRmavwAhVVqpUCHa7KBIYQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

A partir das ideias, tanto simples quanto compostas, surgidas do contato empírico com o mundo, o conhecimento humano é elaborado. Curiosamente, Locke conhecia os textos de Newton e, juntamente com ele e Robert Boyle, foram “membros fundadores e iniciais da Sociedade Real Inglesa [English Royal Society]” (http://plato.stanford.edu/entries/locke/ ) , dedicada a estudos e discussões no campo das ciências. Como se pode ver, as conclusões a que Locke chega a respeito do conhecimento humano, defendendo como base primeira deste a experiência sensorial, são fruto também de estudos científicos de seu tempo, os quais aliavam, como foi acima dito, a observação, a experimentação, a matemática e o uso dos instrumentos, aliados ao trabalho da razão, que compõe e recompõe continuamente ideias a respeito do mundo, com base no material enviado à mente pelos sentidos humanos. Aqui pode-se ver claramente o quanto filosofia e ciência vão andar juntas.

Revolução Científica Moderna (séculos XV/XVI – XVIII...):

https://www.google.com/search?q=revolu%C3%A7%C3%A3o+cient%C3%ADfica+moderna&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjN5qGOmqvwAhUXqpUCHa6qBbgQ_AUoAnoECAEQBA&biw=1242&bih=597

PARTE 3: DAVID HUME:

Mas como é possível elaborar leis universais com base na experiência sensorial, sendo que esta é imediata, direta e cujos objetos percebidos, captados, estão em constante fluxo? Outro filósofo, um escocês, chamado David Hume (1711-1776), buscou a resposta para essa questão e concluiu, em seu livro Investigação sobre o entendimento humano, de 1748, que o que possibilita a elaboração de leis universais, científicas, como as leis de Newton e outra, é o HÁBITO. De tanto perceber as coisas ocorrendo sempre da mesma maneira na natureza, uma vez, duas vezes, três, repetidamente, de forma habitual, cotidiana, os seres humanos aprenderam a formular leis naturais gerais, acreditando que os fenômenos naturais que ocorrem hoje, neste momento, ocorreram no passado e ocorrerão no futuro. No entanto, o hábito não fornece certezas absolutas. Pode haver a possibilidade que amanhã um fenômeno ocorra de outra forma, no entanto o hábito nos faz acreditar que ocorrerá como foi hoje e como foi ontem. O conhecimento humano, incluindo-se nele o conhecimento científico, é fruto do hábito, sendo as experiências sensoriais repetidas, sem dúvida, fundamentais.

IMAGENS:

Fenômenos naturais (vistos e revistos, via hábito):

https://www.google.com/search?q=fen%C3%B4menos+naturais&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjSi63lm6vwAhWTH7kGHbU_Dp4Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Leis de Newton (que viveu um pouco antes de Hume), frutos de observações constantes, costumeiras, e do trabalho contínuo da razão (pensamento, reflexão, análise dos fenômenos, uso da matemática, cálculos...):

https://www.google.com/search?q=leis+de+newton&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwi8rKy9nKvwAhXVILkGHSltC2IQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Desenhos de Leonardo da Vinci (fruto do aprendizado e do treino em desenhos e das muitas observações da natureza do mundo e do ser humano, além da capacidade de inventar a partir do aprendido):

https://www.google.com/search?q=desenhos+de+leonardo+da+vinci&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiP89SOnavwAhUiIbkGHdw7AlgQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Leis de Kepler a respeito do movimento dos planetas:

https://www.google.com/search?q=leis+de+kepler&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwie_eKGnqvwAhV2rJUCHWacBcQQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

https://www.google.com/search?q=leis+de+kepler+no+universo&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwinhZTznavwAhU3qZUCHT-WAKYQ_AUoAnoECAEQBA&cshid=1619966746827797&biw=1242&bih=597

David Hume renega a metafísica (de modo simples: ciência que estuda os fenômenos para além da explicação física; estudo abstrato, ideal...) idealista, a qual trabalha com puros entes ideais, sendo uma de suas bases a crença nas ideias inatas, lidando, portanto, puramente com conceitos abstratos. Ao desprezar o trabalho da experiência e ao colocar como engano aquilo que é fornecido pelos sentidos, a metafísica cai em ilusões, servindo suas conclusões para uma única coisa: que sejam postas no fogo, como Hume conclui ao final da Investigação, supracitada.  

IMAGENS:

Metafísica:

https://www.google.com/search?q=metaf%C3%ADsica&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjh9YeWn6vwAhXTpJUCHUCsCf4Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Imagens metafísicas:

https://www.google.com/search?q=imagens+metaf%C3%ADsicas&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiozLD2n6vwAhVeFLkGHWr7DegQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Hume contra a metafísica:

https://www.google.com/search?q=hume+contra+a+metaf%C3%ADsica&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjfu-TfnqvwAhXyrJUCHQh3A2wQ_AUoA3oECAEQBQ&biw=1242&bih=597

Fogueira (pôr fogo nas ilusões da metafísica, segundo Hume):

https://www.google.com/search?q=fogueira&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj6it-3oKvwAhVlA9QKHRCjBW0Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Das pesquisas e dos estudos dos empiristas é importante ressaltar o valor da experiência. O uso da experiência para o conhecimento do mundo tem sua base primária no dia a dia, no qual os sentidos são aplicados, a todo momento, na percepção do mundo e na extração de conclusões sobre os fenômenos que nele aparecem. No campo da ciência, o uso da experiência vai além do que dá o dia a dia. Se tem esta como ponto de partida, a ciência usa instrumentos variados que permitem ampliar o uso e a percepção daqueles sentidos e de partes do corpo humano.

Alguns exemplos: o microscópio possibilita a observação de seres minúsculos e de características ínfimas na matéria, para além do que conseguem ver os olhos sozinhos; o telescópio estende a visão para longas distâncias do universo; o laser torna possível fazer furos e cortes pequeninos na matéria, que não seriam possíveis pelas mãos sozinhas; o béquer torna possível misturar líquidos que, juntos ou separados, não poderiam ser contidos pelas mãos ou que poderiam fazer sério mal a estas; etc.

IMAGENS:

Crianças usando o microscópio:

https://www.google.com/search?q=crian%C3%A7as+olhando+o+microsc%C3%B3pio&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiJ7uGXoqvwAhXfHLkGHYwLBaEQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Descobertas com o telescópio:

https://www.google.com/search?q=descobertas+com+o+telesc%C3%B3pio&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiz0Ie6oqvwAhWXK7kGHTnJBEoQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597

Cientista estudando as plantas (uso da experiência sensorial, do hábito e da razão, do intelecto):

https://www.google.com/search?q=cientista+estudando+as+plantas&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjTy4vto6vwAhVWpZUCHRmDDCsQ_AUoA3oECAEQBQ&biw=1242&bih=597

Para mais informações, consulte (com uso do Google Tradutor):

Em inglês:

http://plato.stanford.edu/entries/locke/

http://plato.stanford.edu/entries/hume/

http://oregonstate.edu/instruct/phl302/texts/bacon/atlantis.html

 

REFERÊNCIAS BÁSICAS:

ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS, Maria H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo, Ática, 2017.

GOOGLE. Google Imagens. Disponível em: < https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR > Acessos ao longo de abril e maio de 2021.

STANTFORD ENCYCLOPEDIA OF PHILOSOPHY. John Locke. Disponível em: < http://plato.stanford.edu/entries/locke/ > Acesso entre abril e maio de 2021.

STANFORD ENCLYCLOPEDIA OF PHILOSOPHY. David Hume. Disponível em: < http://plato.stanford.edu/entries/hume/ > Acesso entre abril e maio de 2021.

WIKIPÉDIA. Verbetes: Empirismo, Francis Bacon, John Locke, David Hume. Disponíveis em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso em abril/maio de 2021.

YOUTUBE. Como eram feitos os manuscritos medievais. Disponível em: <

https://www.youtube.com/watch?v=6lT2cSIl9Ek > Acesso em 14 de março de 2021.

YOUTUBE. Iluminuras Medievais. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=9GotZ1M-ug4 > Acesso em 14 de março de 2021.

*OBSERVAÇÃO: Comparar o medieval com o moderno.

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