SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS
COORDENAÇÃO
REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA
COLÉGIO
ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS
ENSINO
MÉDIO – SEGUNDO ANO
FILOSOFIA
– PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
AULA
ZOOM 13 DE FILOSOFIA – SEGUNDOS ANOS:
TEORIA DO CONHECIMENTO
FILOSOFIA MODERNA
– EMPIRISMO: OBSERVAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO (PARTE 2) (Professor José Antônio Brazão.)
PARTE
2: JOHN LOCKE:
Só
para lembrar:
A
palavra “empirismo” vem do termo empeiria
ou empiria, que, no grego, significa
experiência. Esta refere-se ao contato direto com o mundo por intermédio dos
cinco sentidos – olfato, tato, paladar, visão e audição. Os cinco sentidos
fornecem para a mente informações as mais diversas, tais como cheiros,
sensações táteis (dureza, aspereza, suavidade, calor, etc.), sabores
diferentes, sons de vozes, de músicas, dentre outras sensações. A partir daí,
de acordo com os empiristas, a mente trabalha as informações recebidas pelos
sentidos, forma ideias e elabora conhecimento acerca da realidade. Portanto,
para os empiristas não existem quaisquer ideias inatas, como acreditava
Descartes.
IMAGENS (OS CINCO
SENTIDOS HUMANOS):
Hoje
vamos estudar um outro importante pensador do empirismo: JOHN LOCKE, inglês que
viveu entre o século XVII e início do XVIII. Havendo tempo, falaremos também de
DAVID HUME, empirista escocês do século XVIII.
Para
John Locke (1632-1704),
filósofo inglês, não existem ideias inatas, como acreditava Descartes. As
ideias são fruto daquilo que é captado pelos sentidos. Para ele, a mente é como
um papel em branco (tabula rasa,
expressão em latim usada por Locke), no qual nada está escrito inicialmente, ou
seja, no qual não há idéias pre-existentes ao nascimento. As informações vão
sendo colocadas (“escritas”) na mente a partir do contato com o mundo ao redor,
por meio dos cinco sentidos. A respeito disto, a Encarta comenta: “Seu
pensamento filosófico, desenvolvido em Ensaio
sobre o entendimento humano (1690), destacou o papel dos sentidos na busca
do conhecimento. Locke afirmava que a mente, no momento do nascimento, é como
uma folha em branco sobre a qual a experiência imprime o conhecimento.”
(Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation.).
IMAGENS – EXPERIÊNCIA
SENSÍVEL (DOS CINCO SENTIDOS):
Paladar:
Tato:
Olfato:
Audição:
Visão:
Para
Locke existem dois tipos de ideias, surgidas a partir com contato empírico com
o mundo: as ideias simples e as ideias compostas. Ideias simples são ideias que
se referem a um ser específico, particular, como, por exemplo, cavalo. Cavalo,
na mente humana, refere-se a um animal concretamente existente na natureza,
perceptível pela visão e por outros sentidos, como o tato – pode-se, de fato,
tocar um cavalo.
IMAGENS (IDEIAS
SIMPLES):
Ideias simples de acordo com Locke:
Cavalo (ideia simples de cavalo):
Pessoa/ser humano/homem:
Touro:
As
ideias compostas, por sua vez, como o próprio nome diz, resultam da composição
de uma ou mais ideias simples, como, por exemplo, minotauro: um ser da
mitologia grega que tinha corpo humano e cabeça de touro e que vivia num
labirinto. Na ideia de minotauro fundem-se as ideias simples de homem e de touro, formando uma
ideia composta.
IMAGENS (IDEIAS
COMPOSTAS):
Centauro (ideia simples de homem
unida à ideia simples de cavalo):
Minotauro (ideia simples de homem
unida à ideia simples de touro):
A
partir das ideias, tanto simples quanto compostas, surgidas do contato empírico
com o mundo, o conhecimento humano é elaborado. Curiosamente, Locke conhecia os
textos de Newton e, juntamente com ele e Robert Boyle, foram “membros
fundadores e iniciais da Sociedade Real Inglesa [English Royal Society]” (http://plato.stanford.edu/entries/locke/
) , dedicada a estudos e discussões no campo das ciências. Como se pode ver, as
conclusões a que Locke chega a respeito do conhecimento humano, defendendo como
base primeira deste a experiência sensorial, são fruto também de estudos
científicos de seu tempo, os quais aliavam, como foi acima dito, a observação,
a experimentação, a matemática e o uso dos instrumentos, aliados ao trabalho da
razão, que compõe e recompõe continuamente ideias a respeito do mundo, com base
no material enviado à mente pelos sentidos humanos. Aqui pode-se ver claramente
o quanto filosofia e ciência vão andar juntas.
Revolução
Científica Moderna (séculos XV/XVI – XVIII...):
PARTE 3: DAVID
HUME:
Mas
como é possível elaborar leis universais com base na experiência sensorial,
sendo que esta é imediata, direta e cujos objetos percebidos, captados, estão
em constante fluxo? Outro filósofo, um escocês, chamado David Hume (1711-1776), buscou a resposta para essa questão
e concluiu, em seu livro Investigação
sobre o entendimento humano, de 1748, que o que possibilita a elaboração de
leis universais, científicas, como as leis de Newton e outra, é o HÁBITO. De
tanto perceber as coisas ocorrendo sempre da mesma maneira na natureza, uma
vez, duas vezes, três, repetidamente, de forma habitual, cotidiana, os seres
humanos aprenderam a formular leis naturais gerais, acreditando que os
fenômenos naturais que ocorrem hoje, neste momento, ocorreram no passado e ocorrerão
no futuro. No entanto, o hábito não fornece certezas absolutas. Pode haver a
possibilidade que amanhã um fenômeno ocorra de outra forma, no entanto o hábito
nos faz acreditar que ocorrerá como foi hoje e como foi ontem. O conhecimento
humano, incluindo-se nele o conhecimento científico, é fruto do hábito, sendo
as experiências sensoriais repetidas, sem dúvida, fundamentais.
IMAGENS:
Fenômenos naturais (vistos e
revistos, via hábito):
Leis de Newton (que viveu um pouco
antes de Hume), frutos de observações constantes, costumeiras, e do trabalho
contínuo da razão (pensamento, reflexão, análise dos fenômenos, uso da
matemática, cálculos...):
Desenhos de Leonardo da Vinci
(fruto do aprendizado e do treino em desenhos e das muitas observações da
natureza do mundo e do ser humano, além da capacidade de inventar a partir do
aprendido):
Leis de Kepler a
respeito do movimento dos planetas:
David
Hume renega a metafísica (de modo simples: ciência que estuda os fenômenos para
além da explicação física; estudo abstrato, ideal...) idealista, a qual
trabalha com puros entes ideais, sendo uma de suas bases a crença nas ideias
inatas, lidando, portanto, puramente com conceitos abstratos. Ao desprezar o
trabalho da experiência e ao colocar como engano aquilo que é fornecido pelos
sentidos, a metafísica cai em ilusões, servindo suas conclusões para uma única
coisa: que sejam postas no fogo, como Hume conclui ao final da Investigação, supracitada.
IMAGENS:
Metafísica:
Imagens metafísicas:
Hume contra a metafísica:
Fogueira (pôr fogo nas ilusões da
metafísica, segundo Hume):
Das
pesquisas e dos estudos dos empiristas é importante ressaltar o valor da
experiência. O uso da experiência para o conhecimento do mundo tem sua base
primária no dia a dia, no qual os sentidos são aplicados, a todo momento, na
percepção do mundo e na extração de conclusões sobre os fenômenos que nele
aparecem. No campo da ciência, o uso da experiência vai além do que dá o dia a
dia. Se tem esta como ponto de partida, a ciência usa instrumentos variados que
permitem ampliar o uso e a percepção daqueles sentidos e de partes do corpo
humano.
Alguns
exemplos: o microscópio possibilita a observação de seres minúsculos e de
características ínfimas na matéria, para além do que conseguem ver os olhos
sozinhos; o telescópio estende a visão para longas distâncias do universo; o
laser torna possível fazer furos e cortes pequeninos na matéria, que não seriam
possíveis pelas mãos sozinhas; o béquer torna possível misturar líquidos que,
juntos ou separados, não poderiam ser contidos pelas mãos ou que poderiam fazer
sério mal a estas; etc.
IMAGENS:
Crianças usando o microscópio:
Descobertas com o telescópio:
Cientista estudando as plantas (uso
da experiência sensorial, do hábito e da razão, do intelecto):
Para mais informações, consulte
(com uso do Google Tradutor):
Em inglês:
http://plato.stanford.edu/entries/locke/
http://plato.stanford.edu/entries/hume/
http://oregonstate.edu/instruct/phl302/texts/bacon/atlantis.html
REFERÊNCIAS
BÁSICAS:
ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS,
Maria H. P. Filosofando: Introdução à
Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo,
Ática, 2017.
GOOGLE. Google Imagens. Disponível
em: < https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR
> Acessos ao longo de abril e maio de 2021.
STANTFORD ENCYCLOPEDIA OF
PHILOSOPHY. John Locke. Disponível
em: < http://plato.stanford.edu/entries/locke/
> Acesso entre abril e maio de 2021.
STANFORD ENCLYCLOPEDIA OF
PHILOSOPHY. David Hume. Disponível
em: < http://plato.stanford.edu/entries/hume/
> Acesso entre abril e maio de 2021.
WIKIPÉDIA. Verbetes: Empirismo, Francis Bacon, John Locke, David
Hume. Disponíveis em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
> Acesso em abril/maio de 2021.
YOUTUBE. Como eram feitos os manuscritos medievais. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=6lT2cSIl9Ek > Acesso em 14
de março de 2021.
YOUTUBE. Iluminuras Medievais.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=9GotZ1M-ug4
> Acesso em 14 de março de 2021.
*OBSERVAÇÃO: Comparar o medieval
com o moderno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário