SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS
COORDENAÇÃO
REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA
COLÉGIO
ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS
ENSINO
MÉDIO – SEGUNDO ANO
FILOSOFIA
– PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
AULA
ZOOM 12 DE FILOSOFIA – SEGUNDOS ANOS:
Obs.: Na segunda
aula: concluir introdução e adentrar no estudo de Descartes.
TEORIA DO CONHECIMENTO
FILOSOFIA MODERNA
– EMPIRISMO: OBSERVAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO
(Professor José Antônio Brazão.)
PARTE
1:
A
palavra “empirismo” vem do termo empeiria ou empiria, que, no grego, significa
experiência. Esta refere-se ao contato direto com o mundo por intermédio dos
cinco sentidos – olfato, tato, paladar, visão e audição. Os cinco sentidos
fornecem para a mente informações as mais diversas, tais como cheiros,
sensações táteis (dureza, aspereza, suavidade, calor, etc.), sabores
diferentes, sons de vozes, de músicas, dentre outras sensações. A partir daí,
de acordo com os empiristas, a mente trabalha as informações recebidas pelos
sentidos, forma ideias e elabora conhecimento acerca da realidade. Portanto,
para os empiristas não existem quaisquer ideias inatas, como acreditava
Descartes.
PALADAR (clique no link e
observe, depois vá passando as imagens):
https://en.wikipedia.org/wiki/Food#/media/File:Good_Food_Display_-_NCI_Visuals_Online.jpg
TATO (clique no link e
observe, depois vá passando as imagens):
OLFATO (clique no link e
observe, depois vá passando as imagens):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Flor#/media/Ficheiro:Bluete-Schema.svg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Perfume#/media/Ficheiro:Perfumes.jpg
AUDIÇÃO (clique no link e
observe, depois vá passando as imagens):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Audi%C3%A7%C3%A3o
VISÃO (clique no link e
observe, depois vá passando as imagens):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Natureza#/media/Ficheiro:Top_of_Atmosphere.jpg
No
mundo moderno, o empirismo corre passo a passo com as descobertas científicas,
que fizeram grande uso da observação, da experimentação e do contínuo trabalho
da razão, elaborando e reelaborando ideias, tirando conclusões e construindo
novas teorias. A observação, aliada à experimentação, foi fundamental para as
descobertas de Copérnico, Galileu Galilei, Johannes Kepler, Isaac Newton, os
desenhos anatômicos e de engenharia de Leonardo da Vinci, dentre outros. A verdade
não é fruto de ideias inatas, mas de todo um trabalho da razão com base nos
materiais fornecidos pelos sentidos: sensações, formas, cheiros, cores, etc.
(ver imagens acima.)
IMAGENS (Ciência
Moderna, no Google Imagens):
IMAGENS (Descobertas de Isaac
Newton, no Google Imagens):
À observação e à experimentação, Galileu Galilei soube aliar a matemática, a
ponto de vir a dizer que os caracteres nos quais o universo está escrito são
círculos, triângulos e outras figuras matemáticas, geométricas, além de
números. Os números permitem calcular distâncias, ângulos, posições de objetos
e astros, a velocidade, dentre outros cálculos fundamentais às ciências,
possibilitando embasar rigorosamente as descobertas feitas. Para calcular
distâncias é também preciso o uso da visão, que permite ver o quanto um corpo
dista de outro.
Além
disto, o uso de instrumentos no trabalho empírico. Os instrumentos, com efeito,
são uma extensão dos sentidos e do próprio corpo, permitindo a este realizar
tarefas que sozinho não conseguiria, como, por exemplo, usando o telescópio,
ver crateras na Lua e luas
Dentre
os principais filósofos empiristas modernos destacam-se Francis Bacon, John
Locke e David Hume. Para Francis
Bacon (1561 – 1626), a experiência é um traço fundamental do
conhecimento humano e da pesquisa científica. Homem muito culto e grande
escritor, escreveu, dentre outros, o livro Nova
Atlântida, no qual fala de uma sociedade ideal, que cultivaria a paz, a
concórdia e a boa convivência, caracterizada pela busca constante de
aprimoramento, de crescimento
educacional e tecnológico, fruto da pesquisa e do empenho de cada um no
aprendizado do mundo circundante, da natureza e do universo.
IMAGENS (Francis Bancon, Wikipédia):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Bacon_(fil%C3%B3sofo) (Principal)
Conjunto 1 de slides:
Conjunto 2 de slides:
https://de.wikipedia.org/wiki/Francis_Bacon#/media/Datei:Somer_Francis_Bacon.jpg
Conjunto 3 de slides:
https://en.wikipedia.org/wiki/Francis_Bacon#/media/File:Somer_Francis_Bacon.jpg
Bacon
dava grande importância ao estudo da natureza e à busca de compreensão das leis
que a regem, sendo, para ele, de grande valor a experiência. É curioso perceber
que, ainda que fuja do idealismo platônico, sofre influência de Platão no que
concerne à sua sociedade ideal, para Bacon dedicada ao progresso das ciências e
da humanidade. Bacon escreveu também o Novo
Órganon, um livro em que apresenta claramente sua tendência empirista e
que procura adequar o pensamento lógico aos tempos modernos em que ele estava
vivendo e, enquanto filósofo, empenhando-se por compreender e dar sua
contribuição. O nome desta obra faz referência ao Órganon do filósofo grego Aristóteles (séc. IV a.C.), no qual este
descreve e expõe sua lógica formal. Bacon procura fugir da rigidez dos
raciocínios da lógica formal e dá uma ênfase especial ao uso do raciocínio
indutivo, isto é, um tipo de raciocínio que vai das observações ou informações
particulares e, do conjunto delas, tira uma conclusão geral, que sirva de lei
comum a elas. O raciocínio indutivo não tem a rigidez do raciocínio dedutivo,
que aparece no Órganon. A dedução vai
da lei geral ao particular. O particular participa, necessariamente, do geral.
No raciocínio indutivo não há essa rigidez extrema, tendo em vista que não é
possível, muitas vezes, partir de todos os casos particulares, mas de muitos
deles, para se chegar a uma conclusão ou lei geral. O raciocínio indutivo é
muito valioso no campo das ciências, que, partindo da observação e do estudo de
casos particulares observáveis na natureza e/ou em laboratório, tira conclusões
ou leis gerais. Bacon não desmerece o raciocínio dedutivo, mas para a ciência o
indutivo é de grande utilidade, valor e significado.
PARTE
2:
Para
John Locke (1632-1704),
filósofo inglês, não existem ideias inatas, como acreditava Descartes. As
ideias são fruto daquilo que é captado pelos sentidos. Para ele, a mente é como
um papel em branco (tabula rasa,
expressão em latim usada por Locke), no qual nada está escrito inicialmente, ou
seja, no qual não há idéias pre-existentes ao nascimento. As informações vão
sendo colocadas (“escritas”) na mente a partir do contato com o mundo ao redor,
por meio dos cinco sentidos. A respeito disto, a Encarta comenta: “Seu
pensamento filosófico, desenvolvido em Ensaio
sobre o entendimento humano (1690), destacou o papel dos sentidos na busca
do conhecimento. Locke afirmava que a mente, no momento do nascimento, é como
uma folha em branco sobre a qual a experiência imprime o conhecimento.”
(Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation.).
Para
Locke existem dois tipos de ideias, surgidas a partir com contato empírico com
o mundo: as ideias simples e as ideias compostas. Ideias simples são ideias que
se referem a um ser específico, particular, como, por exemplo, cavalo. Cavalo,
na mente humana, refere-se a um animal concretamente existente na natureza,
perceptível pela visão e por outros sentidos, como o tato – pode-se, de fato,
tocar um cavalo. As ideias compostas, por sua vez, como o próprio nome diz,
resultam da composição de uma ou mais ideias simples, como, por exemplo,
minotauro: um ser da mitologia grega que tinha corpo humano e cabeça de touro e
que vivia num labirinto. Na ideia de minotauro fundem-se as ideias simples de homem e de touro, formando uma
ideia composta.
A
partir das ideias, tanto simples quanto compostas, surgidas do contato empírico
com o mundo, o conhecimento humano é elaborado. Curiosamente, Locke conhecia os
textos de Newton e, juntamente com ele e Robert Boyle, foram “membros
fundadores e iniciais da Sociedade Real Inglesa [English Royal Society]” (http://plato.stanford.edu/entries/locke/
) , dedicada a estudos e discussões no campo das ciências. Como se pode ver, as
conclusões a que Locke chega a respeito do conhecimento humano, defendendo como
base primeira deste a experiência sensorial, são fruto também de estudos
científicos de seu tempo, os quais aliavam, como foi acima dito, a observação,
a experimentação, a matemática e o uso dos instrumentos, aliados ao trabalho da
razão, que compõe e recompõe continuamente ideias a respeito do mundo, com base
no material enviado à mente pelos sentidos humanos. Aqui pode-se ver claramente
o quanto filosofia e ciência vão andar juntas.
Mas
como é possível elaborar leis universais com base na experiência sensorial,
sendo que esta é imediata, direta e cujos objetos percebidos, captados, estão
em constante fluxo? Outro filósofo, um escocês, chamado David Hume (1711-1776), buscou a resposta para essa questão
e concluiu, em seu livro Investigação
sobre o entendimento humano, de 1748, que o que possibilita a elaboração de
leis universais, científicas, como as leis de Newton e outra, é o HÁBITO. De
tanto perceber as coisas ocorrendo sempre da mesma maneira na natureza, uma
vez, duas vezes, três, repetidamente, de forma habitual, cotidiana, os seres
humanos aprenderam a formular leis naturais gerais, acreditando que os
fenômenos naturais que ocorrem hoje, neste momento, ocorreram no passado e
ocorrerão no futuro. No entanto, o hábito não fornece certezas absolutas. Pode
haver a possibilidade que amanhã um fenômeno ocorra de outra forma, no entanto
o hábito nos faz acreditar que ocorrerá como foi hoje e como foi ontem. O
conhecimento humano, incluindo-se nele o conhecimento científico, é fruto do
hábito, sendo as experiências sensoriais repetidas, sem dúvida, fundamentais.
David
Hume renega a metafísica idealista, a qual trabalha com puros entes ideais,
sendo uma de suas bases a crença nas ideias inatas, lidando, portanto,
puramente com conceitos abstratos. Ao desprezar o trabalho da experiência e ao
colocar como engano aquilo que é fornecido pelos sentidos, a metafísica cai em
ilusões, servindo suas conclusões para uma única coisa: que sejam postas no
fogo, como Hume conclui ao final da Investigação,
supracitada.
Das
pesquisas e dos estudos dos empiristas é importante ressaltar o valor da
experiência. O uso da experiência para o conhecimento do mundo tem sua base
primária no dia a dia, no qual os sentidos são aplicados, a todo momento, na
percepção do mundo e na extração de conclusões sobre os fenômenos que nele
aparecem. No campo da ciência, o uso da experiência vai além do que dá o dia a
dia. Se tem esta como ponto de partida, a ciência usa instrumentos variados que
permitem ampliar o uso e a percepção daqueles sentidos e de partes do corpo
humano. Alguns exemplos: o microscópio possibilita a observação de seres
minúsculos e de características ínfimas na matéria, para além do que conseguem
ver os olhos sozinhos; o telescópio estende a visão para longas distâncias do
universo; o laser torna possível fazer furos e cortes pequeninos na matéria,
que não seriam possíveis pelas mãos sozinhas; o béquer torna possível misturar
líquidos que, juntos ou separados, não poderiam ser contidos pelas mãos ou que
poderiam fazer sério mal a estas; etc.
Para mais informações, consulte:
Enciclopédia Microsoft® Encarta®. ©
1993-2001 Microsoft Corporation.
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Locke
http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Hume
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Bacon_(fil%C3%B3sofo)
Em inglês:
http://plato.stanford.edu/entries/locke/
http://plato.stanford.edu/entries/hume/
http://oregonstate.edu/instruct/phl302/texts/bacon/atlantis.html
REFERÊNCIAS
BÁSICAS:
ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS,
Maria H. P. Filosofando: Introdução à
Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 3.ed. São Paulo,
Ática, 2017.
WIKIPÉDIA. Verbetes: . Disponíveis
em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
> Acesso em 05 de abril de 2021.
YOUTUBE. Como eram feitos os manuscritos medievais. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=6lT2cSIl9Ek > Acesso em 14
de março de 2021.
YOUTUBE. Iluminuras Medievais.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=9GotZ1M-ug4
> Acesso em 14 de março de 2021.
*OBSERVAÇÃO: Comparar o medieval
com o moderno.
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