SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS
COORDENAÇÃO
REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE GOIÂNIA
COLÉGIO
ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS
PRIMEIRA
SÉRIE DO ENSINO MÉDIO E EP1
FILOSOFIA
– PROF. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
AULA ZOOM 12 DE FILOSOFIA 2021
SÓCRATES
(Prof. José Antônio Brazão.)
Sócrates
foi um filósofo ateniense, que viveu entre c. 470 e
IMAGENS (Oráculo
de Delfos):
Conjunto 1 de slides:
Conjunto 2 de slides:
https://es.wikipedia.org/wiki/Or%C3%A1culo_de_Delfos#/media/Archivo:Map_greek_sanctuaries-es.svg
Conjunto 3 de slides:
https://eu.wikipedia.org/wiki/Delfosko_orakulua#/media/Fitxategi:Delphi_location.svg
Conversava
com jovens, adultos, políticos e quaisquer pessoas que cruzassem seu caminho.
Gostava mais de conversar com aqueles pelo fato de terem uma mente mais aberta.
Por sua vez, com o passar do tempo, viu-se rodeado por vários discípulos, boa
parte dos quais eram jovens. Dentre eles encontraram-se Platão e Xenofonte, que
legaram para a posteridade relatos a respeito de seu mestre. Graças a esses
textos e aos de Aristófanes, um teatrólogo grego do período clássico, que
escreveu as Nuvens, peça teatral em que critica Sócrates, pode-se ter uma ideia
a respeito de quem foi Sócrates e o que ensinava.
IMAGENS (Sócrates,
na Wikipédia):
Conjunto 1 de slides:
Conjunto 2 de slides (mais
completo):
https://it.wikipedia.org/wiki/Socrate#/media/File:Socrate_du_Louvre.jpg
Conjunto 3 de slides:
https://es.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Archivo:Socrate_du_Louvre.jpg
Conjunto 4 de slides:
A
forma de diálogo de Sócrates tinha duas partes ou etapas básicas: a ironia e a
maiêutica. A ironia era uma sequência de questões elaboradas com o fim de
desarmar seu interlocutor, levando-o a reconhecer sua ignorância. A seguir, a
maiêutica, ou melhor, arte de partejar (significado dessa palavra grega), ou
seja, o partejar de ideias que, dizia Sócrates, encontravam-se no interior das
pessoas. Com seu estilo de debate, criou amigos e inimigos. Estes, por sua vez,
não deixaram passar em branco a oportunidade de acusar Sócrates e levá-lo a
julgamento e, deste, à morte, vindo a ter que beber cicuta, um veneno extraído
de uma planta de mesmo nome, mortal.
IMAGENS (HELIEIA,
na Wikipédia):
https://en.wikipedia.org/wiki/Heliaia
(Principal)
Imagem 1:
Conjunto 1 de slides:
Conjunto 2 de slides:
As
acusações impetradas contra Sócrates foram, basicamente, duas: a de desviar a
juventude, através de seus ensinamentos, ensinando-lhe o caminho mais fraco
(expressão que aparece na Apologia de Sócrates, de Platão), e a de não adorar
os deuses da cidade. Com relação a esta segunda acusação, os inimigos
aproveitaram-se de que Sócrates vivia falando da voz interior, de um deus, que
demandava-lhe sair ensinando as pessoas pelas ruas, como um impulso forte,
vindo do interior. Há duas apologias (defesas), escritas, respectivamente, por
Platão e por Xenofonte. Os inimigos de Sócrates sabiam que, na assembleia que o
julgaria e viria a condenar por uma margem não muito grande de votos, havia o
medo, por muitos, do desencaminhamento de seus filhos. Ademais, havia o temor
dos deuses. Atenas vinha passando por uma série de dificuldades, desde a guerra
do Peloponeso, que perdera para sua rival Esparta, e, mais proximamente no
tempo, sofrera com a Tirania dos Trinta, uma verdadeira ditadura.
Aproveitando-se daquelas preocupações, os inimigos criaram uma visão negativa
de Sócrates na cabeça de muitos, fazendo uso de falácias, raciocínios que têm
por finalidade enganar as pessoas, obtendo algo da parte delas (neste caso, uma
votação favorável à condenação do acusado).
IMAGENS (Sócrates,
na Wikipédia):
Conjunto 1 de slides:
Conjunto 2 de slides (mais completo):
https://it.wikipedia.org/wiki/Socrate#/media/File:Socrate_du_Louvre.jpg
Conjunto 3 de slides:
https://es.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates#/media/Archivo:Socrate_du_Louvre.jpg
Conjunto 4 de slides:
O
livro Críton, de Platão,
mostra-o na cadeia, aguardando o tempo até chegar o dia em que iria cumprir,
definitivamente, a condenação. Críton, amigo e discípulo de Sócrates, como
outros, diz-lhe que tudo estava pronto para uma possível fuga: já haviam
subornado os guardas, o caminho estaria livre para que pudesse passar, contanto
que se disfarçasse (neste caso, o texto indica um disfarce de mulher), devendo
ir até o porto, onde um barco já o aguardava para a fuga para outro lugar.
Sócrates, muito justo e não querendo desobedecer as leis da cidade de Atenas,
às quais respeitava desde criança, nem desobedecer às leis divinas, das quais,
segundo o seu próprio dizer no texto, derivavam aquelas, manteve-se firme no
propósito de continuar na cadeia e cumprir o seu destino. Críton acabou-se
convencido.
IMAGENS (Sócrates
na prisão, no Google Imagens):
O
livro Fédon, também de Platão,
tem como subtema a questão da imortalidade da alma. Descreve os últimos
momentos, enfocando o último dia, de Sócrates, antes do desenlace de sua vida.
Platão, que não pudera estar presente naquele dia, ouviu comentários de um dos
que acompanharam Sócrates. Conta que este passou as suas últimas horas
defendendo a crença na imortalidade da alma e exortando seus discípulos a se
manterem firmes no caminho da justiça e da verdade, esperando a recompensa
final. Ao final, assim que a cicuta que havia tomado começa a fazer efeito,
solicita a um amigo que ofereça ao deus Asclépios um galo, em oferenda, pois se
lembrara de que não tivera e nem teria, ele mesmo, tempo para fazer tal
sacrifício.
Após
sua morte, seus discípulos ficaram desconsolados, sem dúvida. Platão e
Xenofonte, dentre eles, tiveram, como foi dito, o cuidado de registrar
informações sobre ele. Ambos mostram a imagem de um homem justo, que
empenhou-se para ajudar outras pessoas a encontrarem, através do diálogo e da
humildade, o caminho da verdade.
Os
diálogos de Sócrates, na forma de ironia e maiêutica, oferecem ideia de é
preciso rigor na definição dos conceitos e segurança na compreensão e exposição
dos mesmos. Ensinam também que ninguém pode querer colocar-se numa posição de
dono da verdade, derrubando, portanto, o dogmatismo, que, radicalizado, pode
chegar ao auge de não aceitar qualquer oposição ou contestação. A ironia
socrática desmascarara aqueles que eram tidos como referências políticas e até
culturais, daí o surgimento de inimizades, que se oporiam radicalmente a
Sócrates. Vários dos jovens que eram seus discípulos, inclusive começaram a
aplicar o método socrático, no debate com outras pessoas, fato citado na
Apologia escrita por Platão.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO:
1) Como
o dogmatismo encontra-se ainda presente no mundo atual?
2) As
pessoas, hoje, têm liberdade efetiva (não só jurídica) de expor suas ideias?
3) Quem
controla o fluxo de ideias na sociedade em que vivemos? Por quê?
4) A
aceitação de que não sabemos tudo pode nos abrir para a busca do conhecimento
do mundo e das coisas ou pode nos acomodar, ou ambos? Como? Por quê?
5) Que
importância tem o conhecimento para a vida, no mundo de hoje, tanto para o
trabalho quanto para a vida em geral?
6) A
busca do conhecimento, aliada a uma humildade simples e verdadeira, pode ajudar
a ampliar a visão de mundo das pessoas que o buscam? Por quê?
7) O
que é ser humilde? E simples? Explique e dê um exemplo de cada.
8) Sócrates
manteve-se firme, até o fim, não se importando com as consequências que viriam,
e de fato vieram, para manter-se firme no cumprimento do dever. O que é dever?
Por que as pessoas, independentemente da classe social ou da riqueza que
possuem, devem cumpri-lo?
9) Cite
quatro exemplos de cumprimento do dever, partindo do seu dia a dia. Comente um
deles.
10)Cite
quatro exemplos de consequências graves do descumprimento do dever, na
sociedade em que vivemos, hoje, tanto da parte dos cidadãos comuns quanto das
autoridades.
11)Como
a mentira e a falsa argumentação podem enganar as pessoas, ainda hoje? Isso
acontece no dia a dia? Você conhece exemplos? Cite dois ou três destes, se
conhecer. A mentira é (foi) usada com que propósitos, nesses casos? Como?
·
Solicitar a todos que respondam as
questões no caderno, em casa ou, se possível, começando em sala de aula, a fim
de assegurar-se de que serão respondidas.
·
Verificar, no caderno de cada um, se essa
primeira etapa da atividade (tarefa inicial) foi cumprida.
·
Respondidas as questões, proceder a um
DEBATE (em forma de GV/GO ou em círculo único) com todos os estudantes,
aproveitando as respostas contidas no caderno.
OBS.:
Fazer uma ponte entre o passado e o presente pode ser muito enriquecedor no
aprendizado da filosofia, mostrando sua vivacidade e atualidade!
REFERÊNCIAS:
ARANHA, Maria L. de A. e MARTINS,
Maria H. P. Filosofando: Introdução à
Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.
CHAUÍ,
Marilena. Iniciação à Filosofia.
3.ed. São Paulo, Ática, 2017.
WIKIPÉDIA. Página Principal. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
> Acesso em 07 de março de 2021.
WIKIPÉDIA. Helena (mitologia). Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_(mitologia)
> Acesso em 11 de abril de 2021.
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