SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GOIÁS
COORDENAÇÃO REGIONAL METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO DE
GOIÂNIA
COLÉGIO ESTADUAL DEPUTADO JOSÉ DE ASSIS
ENSINO MÉDIO – SEGUNDO ANOS E EP2
AULA EaD 2020. SOCIOLOGIA – Prof. JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO.
DATA: 22 DE OUTUBRO DE 2020.
MUNDO DO TRABALHO E DESIGUALDADE SOCIAL:
ESTRATIFICAÇÃO E DESIGUALDADES SOCIAIS
DESIGUALDADES
SOCIAIS NÃO SÃO NATURAIS, SÃO HISTÓRICAS (Prof. José Antônio Brazão.)
As
desigualdades sociais são marcantes e visíveis no mundo atual. Por exemplo,
pode-se ver:
(1)Na estrutura
das cidades, com uma região central e regiões periféricas.
(2)Em favelas.
(3)Pessoas morando
embaixo das pontes e dos viadutos.
(4)Pedintes nas
ruas.
(5)Vendedores
ambulantes desempregados. Em tempos de doenças coletivas, mais ainda.
(6)No pouco acesso
ao sistema de saúde por parte de muitas pessoas.
(7)No pouco acesso
a níveis mais elevados de escolaridade por parte de muitas pessoas.
(8)No
analfabetismo que, infelizmente, ainda existe até mesmo no Brasil e próximo de
nós, presente entre muita gente pobre.
(9)No
analfabetismo digital.
(10)Em
acampamentos ao longo de estradas.
(11)No número
maior de pessoas de classes populares que morreram e têm morrido na pandemia de
2020.
(12)Em notícias de
TV sobre a África, a Índia e outros lugares do mundo.
(13)Na acumulação
da maior parte da riqueza do mundo nas mãos de um por cento dos mais ricos do
mundo, em detrimento de uma maioria imensa que não tem sequer o que comer
direito. (Informações de jornais e livros didáticos, por exemplo.)
(14)No quase
nenhum acesso a tecnologias de ponta por parte de muitas pessoas.
(15)Na corrupção,
noticiada todos os dias por via dos meios de comunicação social. De fato, a
corrupção tira de todas as pessoas e, principalmente das mais pobres, uma série
de direitos, como o direito aos bens básicos da vida.
(16)Na péssima
infraestrutura de esgoto, de água e de outros serviços básicos em muitos
bairros de periferia e em favelas. Fruto da má gestão do dinheiro público e,
principalmente, da corrupção, além da divisão social propriamente dita.
(17)Etc. Se se
observar, poder-se-á ver, às claras, muitas outras formas de manifestação da
desigualdade social. Muitas vezes, basta sair às ruas.
Mas
a desigualdade social (divisão entre ricos e pobres) não é natural nem fruto da
visão religiosa acerca do pecado ou da graça. Ela é fruto, sobretudo, da
ACUMULAÇÃO DE RIQUEZAS NAS MÃOS DE POUCOS, fruto, por sua vez, muitas vezes, da
EXPLORAÇÃO DO TRABALHO ALHEIO, além da corrupção. Nos últimos séculos, por
exemplo, podem ser citados os FATOS REAIS e HISTÓRICOS a evidenciar esses fatos:
(1)Final do século
XV em diante (até hoje): A matança de tribos e povos na África, na Ásia, na
América Latina e do Norte, etc., em busca de terras, ouro e riquezas. Por
exemplo: conquistadores de diferentes países em nome de governos desses países
e de companhias (por ex.: Companhias das Índias Orientais e Ocidentais).
(2)A matança de
outras tribos e outros povos de lugares já citados também por meio de doenças,
no intuito de apropriação de suas riquezas e terras.
(3)Escravidão de
índios e negros (destes, a grande maioria), empregados em enormes fazendas de
produção de açúcar (ciclo da cana de açúcar), depois nas minas, no ciclo do
café e em outros lugares onde o trabalho pesado e escravo era necessário.
(4)A exploração
terrível na época da Revolução Industrial, com a formação de bairros
paupérrimos em vários cantos da Europa e do mundo. Os livros de Sociologia e de
História bem mostram esse fato real e histórico.
(5)A escravização
de pessoas, hoje ainda, em fazendas, empresas de tecelagem e outros lugares,
denunciada pela Justiça Trabalhista e atacada, dentro do possível, pela Polícia
Federal do Brasil.
(6)Guerras
localizadas e mundiais, frutos claramente de interesses coloniais e
neocoloniais (neocolonialismo do século XIX, por exemplo, que veio a provocar a
Primeira Guerra Mundial e, a seguir, a Segunda, no século XX) em que muitas
pessoas morreram, ficaram desabrigadas e sem recursos, aumentando seu
empobrecimento. Com as guerras, os setores ricos de países vencedores
enriqueceram mais ainda: indústria de armas, de veículos, bancos, de construção
(e reconstrução) [empreiteiras], além de outras tantas, enquanto uma maioria
empobreceu ou morreu em tais guerras. Fato visível em livros de História e de
Sociologia.
(7)Quando os
negros foram libertos no Brasil, no final do século XIX, foram libertos sem
quaisquer direitos, simplesmente despedidos, vindo, muitos deles(as) a exercer
trabalhos pesados dos mais diversos tipos para sobreviver e sujeitar-se a
condições desumanas de vida. Onde muitos encontraram abrigos? No que viriam a
ser as favelas, em morros principalmente. Até hoje, por exemplo, o racismo é
real e até frequente, fruto da história e da desigualdade social.
(8)O desemprego de
vastos setores da população brasileira (e mundial), em tempos de crises e,
particularmente, fora destes. Maioria imensa: pobres. (Nos últimos anos,
variando entre 12 e 14 milhões de desempregados e desempregadas, conforme
noticiários e outros meios de comunicação social.)
(9)CORRUPÇÃO parte
de setores diversos da sociedade, principalmente envolvendo setores da
política. Impostos não pagos por certas grandes empresas, por exemplo,
igualmente fazem falta para muita gente. Em tempos de pandemia, por exemplo, jornais de TV falam frequentemente de
empresas, ligadas a políticos, que superfaturam os valores de produtos
farmacológicos e de atendimento médico, como respiradores, remédios e outros.
Fato. Nos tempos do “Petrolão” (denunciado na Operação Lava-Jato), um bom
número de empreiteiras envolvidas e que se enriqueciam com obras superfaturadas
e outros artifícios, com vários empresários presos naquela operação da Justiça
Federal com a Polícia Federal. O Caso das Empreiteiras, na década de 1990,
outro exemplo histórico. No Rio de Janeiro... A corrupção prejudica muitíssimos
setores das sociedades do Brasil e do mundo, além dos empobrecidos propriamente
ditos.
(10)Etc.
Todos
esses casos evidenciam a acumulação do capital que teve e tem, como
contrapartida, o empobrecimento e o sofrimento de muitas pessoas, de grupos e
até mesmo povos quase inteiros, destituídos de tudo ou quase tudo, gerando a
desigualdade social.
REFERÊNCIAS:
CAMPOS, Flávio de e CLARO, Regina. A Escrita da História (Manual do
Professor). São Paulo, Escala Educacional, 2010. (Três volumes.)
MODERNA. História do Brasil. São Paulo, Moderna, 2006. (ENCICLOPÉDIA DO
ESTUDANTE, Vol. 16)
ESTADÃO. Empreiteira da Lava Jato afirma que cartel atuou na década de 90.
Disponível em: < https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,empreiteira-da-lava-jato-afirma-que-cartel-atuou-na-decada-de-90,1654892
> Acesso em 20 de outubro de 2020.
JUS.COM.BR. Uma visão do combate ao trabalho escravo contemporâneo
no Brasil pela ótica dos direitos humanos. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/66171/uma-visao-do-combate-ao-trabalho-escravo-contemporaneo-no-brasil-pela-otica-dos-direitos-humanos > Acesso em 19
de outubro de 2020.
R7. Escravos bolivianos são resgatados na zona leste de SP. Disponível
em: < https://noticias.r7.com/sao-paulo/escravos-bolivianos-sao-resgatados-na-zona-leste-de-sp-13102014
> Acesso em 20 de outubro de 2020.
SILVA,
Afrânio et alii. Mundo do trabalho e
desigualdade social. In: _________________. Sociologia
em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016/2017. (Unidade 4)
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