quinta-feira, 27 de julho de 2017

FILOSOFIA EM POESIA: BARUCH SPINOZA (ESPINOSA). (Prof. José Antônio Brazão.)

FILOSOFIA EM POESIA: BARUCH SPINOZA (ESPINOSA):
(Prof. José Antônio Brazão.)

Jovem filósofo e religioso judeu
De portuguesa família
Na mente e nos valores dotado de excelência,
Na Holanda nasceu e viveu.

Desde pequeno, teve preparação
Para vir a tornar-se rabino
O inteligente menino,
Mantendo familiar judaica tradição.

Da língua sagrada tinha conhecimento,
Do latim e de outras tantas,
Para bem interpretar as Escrituras
E transmitir à comunidade o divino ensinamento.

Extremamente culto homem se tornou:
Com ideias religiosas e teológicas,
Mas também filosóficas e científicas
O jovem se defrontou.

De René Descartes ao pensar
Veio a ter acesso,
Leituras e reflexões fez com sucesso
E muito alto resolveu voar.

Voou na compreensão do mundo,
Do qual muita descoberta e invenção,
Com a científica moderna revolução,
Vinha-se, há algum tempo, se fazendo.

Copérnico descobriu um mundo heliocêntrico,
Galileu usou o telescópio e nesse cosmos
Similitudes grandes entre os Céus e a Terra viu com os olhos,
Comprovando pitagórico universo matemático.

Descartes meditou e acabou assumindo
Dois elementos básicos da realidade:
Pensamento e materialidade. [Res Cogitans e Res Extensa]
Por Espinosa, porém, um foi definindo.

Espinosa em Deus e na Natureza viu uma unidade,
O que veio ante a Sinagoga trazer-lhe problemas,
Pois ao fugir da tradição em seus sagrados temas,
Acabou expulso da judaica holandesa comunidade.

Pois separado de sua criação seria Deus
Como ensinava a hebraica Bíblia,
Mas, como na natura o divino mesclado insistia,
Logo foi Espinosa chamado de ateu.

Não podendo mais ser da sinagoga membro,
Pois desta fora excomungado,
Como polidor de lentes foi empregado,
Jamais deixando a busca do vero conhecimento.

Mas Espinosa não foi o único no religioso condenar.
Antes dele, Galileu, por contestação das antigas crenças
De Aristóteles, Ptolomeu e da medieval ciência,
Fora posto em prisão perpétua domiciliar.

Uma grande Ética havia escrito,
Demonstrada à Maneira dos Geômetras
Imitando dos Elementos de Euclides
A ciência, a estrutura e o espírito.

O rigor matemático na exposição,
Cientificamente a alegria e a universalidade
Dos juízos éticos procurou repensar a verdade,
Jamais uma rigorosa imposição.

Ética que tem a alegria por base,
Superando do mal a tristeza e a desarmonia,
Alegria capaz de fazer com que do cosmos à harmonia
Cada ser humano, a ética vivendo, se integrasse.

Como em cada lente por ele polida,
Que tinha o poder de ampliar a visão,
As pessoas deveriam melhorar a compreensão
Do universo, dos humanos valores e da vida.

A visão, por ideologias acobertada,
Pela ignorância e a intolerância,
Por conta de princípios e escusos interesses a observância,
Precisa ser pela lente da verdade ser libertada.

A ÉTICA carrega consigo as positivas energias,
De contagiante e profunda alegria,
Das virtudes e da boa convivência,
Tão necessárias também em nossos dias.

A verdadeira ética traz humanização,
Ajuda a superar a injustiça desigual.
Opondo-se à violência e sendo universal,
Rompe com o radicalismo e a desumanização.


*Baruch Spinoza ou Benedito Espinosa viveu entre 1632 e 1677 (século 17 [XVII]). Além da Ética Demonstrada à Maneira dos Geômetras, escreveu também Tratado Teológico-Político, Princípios da Filosofia Cartesiana, entre outras obras.

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