quinta-feira, 8 de setembro de 2016

FILOSOFIA EM POESIA: HELENISMO e PATRÍSTICA. (Prof. José Antônio Brazão.)

FILOSOFIA EM POESIA: FILÓSOFOS DO HELENISMO:

(Prof. José Antônio Brazão.)

Quatro séculos antes de Cristo passados

Macedônicos reis seu reino estenderam

E entre os povos dominados

Encontrou-se o povo grego.


Admirando da cultura da Grécia a beleza,

Alexandre Magno, de Aristóteles pupilo,

No império espalhou daquela a grandeza:

A arte, a língua, a filosofia e o arquitetônico estilo.


Neste contexto, com perda da cidadania antiga,

Não mais cidades livres, em seu conjunto,

Vinha surgindo cosmopolita perspectiva

E, no filosófico pensar, novo encarar do mundo.


Novas escolas, de socrática influência,

Nasceram em cada império,

Por alcançar da vida nova ciência

Puseram esforço dedicado e sério.


No caminho do saber racional,

Duvidar das verdades propunham os céticos.

Não havendo verdade universal,

Descrer da tradição seria certo.


Controle dos desejos, das paixões e dos desejos

Propunha a escola dos filósofos estoicos,

A fim de dominar daqueles a impulsividade,

Por muitos perigos esta registrar históricos.


Pelas humanas sociais convenções

Radicalizando o desprezo, em palavras e ações,

Os filósofos chamados cínicos

Foram por comparar-se aos caninos.


Controlavam os cínicos dos desejos as preocupações,

Entre eles estava Diógenes, ao morar em Atenas,

Negando as riquezas e humanas ilusórias atenções,

Em um simples barril morava apenas.


Pelo Grande Alexandre admirado,

Perguntado sobre o que o rei lhe poderia fazer,

Somente do Sol, por Diógenes tomado,

Da frente lhe daria grande favor poder sair.


Morto Alexandre, seus generais o sucederam

O macedônico império então dividiram

E em seus reinos a grega cultura mantiveram,

Afetados que estavam por alexandrina admiração.


Séculos seguiram e por novo império dominado

Foi o povo grego pelo romano, parte a parte,

Mas igualmente acabou este sujeitado

Pela cultura daquele e sua arte.


Fugindo do cínico radicalismo,

Devotaram ao prazer vital valor

Os seguidores do epicurismo

E, com equilíbrio, fugir da dor.


Epicuro, descrendo dos deuses a influência,

Deles havia ensinado a discípulos não terem medo,

Pois, sendo tudo por átomos feito,

Ao morrer, os seres perdem a vital existência.


No Romano Império, no período cristão,

Plotino, de Amônio, em Alexandria discípulo,

Com o mestre redescobriu as ideias de Platão,

Construindo na filosofia novo idealismo.


Do Bem, perfeita Forma, o neoplatônico,

Relendo de Platão, via o Uno,

Transcendendo dos seres a realidade, Único

Infinito, puro, perfeito e pleno.


Em Alexandria, no Egito, numa biblioteca tesouros

Do antigo saber suas estantes guardavam,

Livros em pergaminhos, papiros e outros,

E em suas salas grandes intelectuais estudavam.


Aí conviveram Eratóstenes, Ptolomeu, tantos

Homens e mulheres, destacando-se entre todos

A grandiosa filósofa e professora Hipácia,

Que dominava a grega sabedoria com audácia.


Defrontada por religiosos que a atacavam,

Por mulher sábia e independente ser,

Mas sua liberdade intelectual não atingiram,

E ela preferiu antes a morte que dobrar-se a um fanático poder.

FILOSOFIA EM POESIA: FILOSOFIA PATRÍSTICA (Prof. José Antônio Brazão.)

Com o secular grego

Filosófico entendimento

Teve que se haver, no início,

O cristão pensamento.


Da Grécia a língua se usou

E o nome de Cristo por ela

A muitos povos se levou

Abrindo ao mundo uma nova janela.


Cristãs biografias, textos, cartas

Nas neotestamentárias escritas

Por meio de gregas palavras e letras

Mensagens de vida foram ditas.


Logos, discurso e razão

Logos (palavra) falado

Logos expresso por João

Logos carne divina tornado.


Com helenísticos filósofos ateus

Paulo Apóstolo, em Atenas, teve inquirição

Mas despediram-se estoicos e epicureus

Por não crerem na ressurreição.


Nos séculos que então se seguiram

A fundamentação e a defesa da fé mística

Intelectuais cristãos a tarefa assumiram

Íntegros em santidade, Pais da Igreja – Patrística.


Desconfiado da grega filosofia

Por ver nela o risco de heresia,

Na defesa da fé insistente

Tertuliano, culto e crente.


Justino e Clemente, outros sábios da nova religião

A lógica estrutura do filosófico pensamento

Empenharam-se, na doutrina, com boa intenção,

Tornar presente em cada argumento.


Defrontando-se com as dúvidas do ceticismo,

O Bem e o Mal do pensar maniqueísta,

Com o neoplatonismo e o cristianismo,

Da fé Agostinho tornou-se mais um apologista.


Em suas Confissões, o hiponense expôs sua vida

Na Cidade de Deus, a bíblico-platônica cidade

Já a Educação no De Magistro é refletida

A iluminação conduz à suprema verdade.

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