terça-feira, 6 de setembro de 2016

FILOSOFIA EM POESIA: A FILOSOFIA ÁRABE E A ESCOLÁSTICA (Prof. José Antônio Brazão.)

FILOSOFIA EM POESIA: A FILOSOFIA ÁRABE MEDIEVAL:

(Prof. José Antônio Brazão.)

Nos séculos seis e sete, na Península Arábica,

A islâmica religião surgiu,

Por Maomé a fé corânica,

E uma nova civilização construiu.


Dominando de partes da Ásia à África do Norte,

Avançada nos medicinais conhecimentos,

Com a filosofia grega, um contato forte,

Por descobrir coisas novas e delas ter novo entendimento.


Alto amor ao aprender devotando,

Com observatórios e belíssima arquitetura,

A astronomia também estudando,

Alcançou dos céus imensa cultura.


Nos séculos seguintes, de tradução

Imenso movimento se empreendeu.

Textos de tecnologia, de medicina e de toda educação,

O saber nessa civilização se desenvolveu.


A matemática hindu numeração

O comércio e outros usos facilitou,

Mais simples de calcular por se tornar a ação,

Até do universo a compreensão aumentou.


Filósofos judeus e árabes

Com a filosofia grega se depararam,

Maimônides, Al-Ghazali, Al-Kindi, Avicena e Averroes

Com Platão, Plotino, Aristóteles se defrontaram.


De gregos e Aristóteles, em comentários de grande riqueza,

E uns também na medicina, outros no Direito,

Na  matemática ou no interpretar da natureza,

Cada filósofo buscou um conhecer mais perfeito.


Forte influência, no pensamento europeu,

Nas escolas e nas medievais universidades,

Todo esse movimento exerceu,

Trazendo novas e questionadoras verdades.


O embate de ideias

De cristãos, pagãos e islâmicos filósofos,

Efervesceu estudantis e doutorais plateias,

Ávidas por discutir e descobrir saberes novos.


FILOSOFIA: A ESCOLÁSTICA: (Prof. José A. Brazão.)

Dos feudos a nova era

Servos nos campos a trabalhar,

De guerreiros e eclesiásticos senhores de terra

Tributos, dízimos e serviços a pagar.


Uma vida rigorosa e dura

De trabalho nos campos nem sempre férteis

Sulcando e plantando a terra pura,

Cerzindo com lã e couro grosseiros têxteis.


Cercados de perigos e de doenças férreas,

De cruzadas contra mouros,

Tempos sombrios de guerras

Para expandir de reis os reinos e tesouros.


Tempo de mosteiros e castelos

De românica arquitetura em posição

Tempos depois, em cidades e vilarejos,

Igrejas e prédios de gótica construção.


Do secular intelectual trabalho de monges e teólogos

Cópias e trocas de textos antigos em estudo,

De gregos e muçulmanos filósofos

Pelas cruzadas e aumentado comércio obtidos.


O aprendizado em escolas monacais,

Muito além do tempo a brevidade,

Também acrescido estudo em escolas catedrais

E, além delas, as primeiras universidades.


Associações de ofício de alunos e professores, com certeza,

As universidades, de início, eram

Incorporadas foram pela Católica Igreja,

Institucionalizados centros de estudos se tornaram.


Filosofia nova aí se gestava e expandia,

Calorosos embates aí se punham de pé,

Platônicas e aristotélicas novas ideias se debatia,

Argumentos contra e em prol da doutrina e da fé.


Dentre os intelectuais da escolástica, “crânios”,

Leitores, professores e pesquisadores em ação,

Franciscanos, agostinianos e dominicanos

Se destacavam na empreitada da razão.


Tempo de heresias, doutrinas contrárias à fé católica,

Do confronto de pensamentos religiosos e ateus,

Demanda de Anselmo a prova teórica

De certeza da existência de Deus.


O décimo terceiro século caminhava,

Na Universidade de Paris,

Um dominicano culto ensinava

De aristotélicas ideias a matriz.


Alberto, Magno por ser grande

Em teológicos e filosóficos conhecimentos,

Com aristotélicos livros na mesa e na estante,

Decifrando e divulgando destes os pensamentos.


Um jovem monge beneditino,

Certo dia, na parisiense universidade,

Por nome Tomás de Aquino,

Com Alberto, encarou a aristotélica novidade.


Tempos depois, entusiasmado,

A beneditina ordem deixando,

Por mais que riquezas, no conhecer interessado,

Dominicano Tomás acabou se tornando.


Com o Magno mestre, no aprender alegrias,

Adequar às doutrinárias católicas crenças

As aristotélicas afirmações e teorias,

Para não se perderem estas pelas diferenças.


Pois nestas criam algo muito valioso ter,

Que perdido não poderia ser:

A estrutura e os argumentos da Lógica,

A visão da Física, da Ética e da Política.


Por cinco vias, Aquino a existência

De Deus empreendeu demonstrar,

Ainda que não chegando deste à pura essência,

A platônica e a aristotélica filosofias nelas ousou usar.


Provas do Primeiro Motor e da Primeira das causas,

Do ser necessário e dos seres contingentes em ação,

Dos graus de perfeição,

Da finalidade e do governo das coisas.


Guilherme de Occam a Escolástica completa,

Uma navalha lógica veio a criar:

Para fenômenos entender, explicação complexa

É desnecessária, se uma simples os consegue explicar.


Criticando de papas nas ações e no poder

De reis e imperadores quererem interferir

Por crerem destes honras e obediência a receber,

Occam, por ver nisto erro, ousou intervir.  

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