terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

FILOSOFIA EM POESIA 2 (Professor José Antônio Brazão.)

A FILOSOFIA DE SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES (Prof. José Antônio Brazão.)

Dentre muitos, outros três grandes filósofos

O mundo grego produziu

Em Atenas, cidade-estado, pelo logos

Um antropológico pensamento se infundiu.

 

Questões humanas, simples e doutas,

Puseram eles em discussão,

Da ética, da política e outras,

Em busca de mais clara compreensão.

 

Ao ouvir do deus do Sol, por amigo, o elogio,

Sócrates às ruas e praças a sair

E com muitas pessoas, nos dias, por horas a fio,

Questões diversas pôs-se a discutir.

 

De jovens e adultos, homens e mulheres, amigos,

Socrates as mentes, dialogando, abriu

Mas acusado falsamente por inimigos,

Condenado, após beber sicuta, à eternidade partiu.

 

Discípulos de suas palavras lembraram

Para as socráticas ideias não perder

A forma de diálogo Platão e Xenofonte aplicaram

E por palavras e escritos as resolveram vivas manter.

 

Nos socráticos platônicos diálogos, o amor, o poder e a guerra,

Por seu valor, vieram a aparecer,

Também coisas divinas e coisas da Terra,

A atenção do discípulo filósofo puderam merecer.
 
 
Enfrentando do pensamento novos desafios, divergindo dos sofistas,
 
Filósofos-professores no mundo grego itinerantes,
 
Para além das ideias desses pensadores relativistas,
 
A verdade e os valores são realidades vivas e operantes.

 

Platão, seguindo os passos do mestre,

Muito dele, por anos, incansavelmente, aprendeu

E mesmo com a morte de Sócrates

De seus pensamentos e valores jamais se esqueceu.

 

Da caverna um mito ou alegoria

Na República uma história a todos contou

Uma prisão de pessoas, sem vera alegria,

Naquele lugar subterrâneo imaginou.

 

Homens, mulheres, meninas e meninos

Naquela caverna, voltados para um paredão

Se encontravam presos desde pequenos

E ali de sombras vistas criam na ilusão.

 

Certo dia, um dos prisioneiros foi liberto

Obrigado a sair, ficou da luz de uma fogueira quase cego,

Mas por um caminho a saída e lá fora, por esforço certo,

Vendo coisas novas, a verdade, superou o mal do ego.

 

Voltando à antiga prisão,

Para as coisas belas e novas lá de fora

Dos amigos e amigas chamou a atenção

Sair da caverna seria, de fato, boa hora.

 

Apesar de pelos ex-companheiros mal julgado,

O liberto não desistiu

Da verdade, insistente e ousado,

Ainda que sob risco de morte servil.

 

Para além daquela imaginária história,

Num mundo imutável Platão vinh'acreditar

Das ideias, formas perfeitas e eternas, pela memória,

Reminiscência, meio para as almas presas do sensível mundo se libertar.

 

No mesmo político livro, sem aristofâneas galhofas,

Uma cidade ideal o filósofo apresentou,

Governada por filósofos e filósofas

O platônico pensamento vislumbrou.

 

Em diálogos, seguindo do antigo mestre a ironia e a maiêutica,

Sobre o amor, a imortalidade e a justiça escreveu

Das discussões à maneira socrática

Calorosos debates Platão descreveu.

 

Em Atenas, uma nova escola Platão fundou

Da filosofia e das verdadeiras artes o conhecimento

Nova maneira de encarar se disseminou,

Abrindo de grandes discípulos, por séculos, o entendimento.

 

Destacando-se entre todos, na Academia, entre eles,

Um macedônico discípulo apareceu,

Nobre intelectual, filho de médico da corte, Aristóteles,

O Leitor por Platão apelidado, o nome era seu.

 

Tendo muito lido e pelo imenso empenho destacando,

Aristóteles homem extremamente culto se tornou,

Do mestre Platão, um mundo das Ideias não aceitando,

Nem ideais, uma filosofia muito própria fundou.

 

Em seus livros, condensou-se o aristotélico conhecimento:

Política, Ética, Física, Metafísica, do mundo e da natureza,

Pois por muitos temas  interessou-se seu filosófico pensamento

E sobre todos eles escreveu e ensinou com segurança e muita destreza.




Ideias grandes teve o estagirita

Por estudos muitos contidas no pensamento

Do mundo seria mais rica pirita,

De aurífera grandeza, o conhecimento.

 

Sabendo de Empédocles as sentenças,

Aristóteles concordou que por quatro elementares

Princípios são feitas as coisas terrenas:

Terra, água, ar e fogo, destas esteios basilares.

 

Conforme reflexões do agrigênteo,

Arqués unidas por força do Amor

E desarticulados pelo Ódio,

Princípios de união e desagregação.

 

Para dar à linguagem fundamentação,

Criou Aristóteles o raciocínio silogismo

De duas premissas tirando a conclusão,

Na lei geral o caso particular necessaríssimo.

 

Do que são os céus feitos,

Perguntava-se o peripatético,

De modo a serem tão perfeitos,

Senão do éter puro, arquetípico?

 

Do aristotélico éter a tese, há tempos, descartada,

Hoje, de cósmicas ondas gravitacionais o requinte,

Na união espaço-tempo, a hipótese comprovada

De um germânico cientista do século vinte.

 

Mas para Aristóteles e seu tempo um universo geocêntrico

Era, por conta do senso comum, uma imensa certeza,

Composto de planetares círculos concêntricos,

De cósmica harmonia e extrema beleza.

 

Sobre a queda dos graves corpos refletindo

Na sublunar, terrena, realidade,

O mais pesado ao chão primeiro acaba indo

Eis algo do que cria ser a mais pura verdade.

 

Matutando da ética o humano destino,

Acerca do que seria a virtude

Concluiu ser esta do meio o caminho,

Como a temperança no correto alimentar atitude.
 
 

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