Dentre
muitos, outros três grandes filósofos
O
mundo grego produziu
Em
Atenas, cidade-estado, pelo logos
Um
antropológico pensamento se infundiu.
Questões
humanas, simples e doutas,
Puseram
eles em discussão,
Da
ética, da política e outras,
Em
busca de mais clara compreensão.
Ao
ouvir do deus do Sol, por amigo, o elogio,
Sócrates
às ruas e praças a sair
E
com muitas pessoas, nos dias, por horas a fio,
Questões
diversas pôs-se a discutir.
De
jovens e adultos, homens e mulheres, amigos,
Socrates
as mentes, dialogando, abriu
Mas
acusado falsamente por inimigos,
Condenado,
após beber sicuta, à eternidade partiu.
Discípulos de
suas palavras lembraram
Para
as socráticas ideias não perder
A
forma de diálogo Platão e Xenofonte aplicaram
E
por palavras e escritos as resolveram vivas manter.
Nos
socráticos platônicos diálogos, o amor, o poder e a guerra,
Por
seu valor, vieram a aparecer,
Também
coisas divinas e coisas da Terra,
A
atenção do discípulo filósofo puderam merecer.
Platão,
seguindo os passos do mestre,
Muito
dele, por anos, incansavelmente, aprendeu
E
mesmo com a morte de Sócrates
De
seus pensamentos e valores jamais se esqueceu.
Da
caverna um mito ou alegoria
Na
República uma história a todos contou
Uma
prisão de pessoas, sem vera alegria,
Naquele
lugar subterrâneo imaginou.
Homens,
mulheres, meninas e meninos
Naquela
caverna, voltados para um paredão
Se
encontravam presos desde pequenos
E
ali de sombras vistas criam na ilusão.
Certo
dia, um dos prisioneiros foi liberto
Obrigado
a sair, ficou da luz de uma fogueira quase cego,
Mas
por um caminho a saída e lá fora, por esforço certo,
Vendo
coisas novas, a verdade, superou o mal do ego.
Voltando
à antiga prisão,
Para
as coisas belas e novas lá de fora
Dos
amigos e amigas chamou a atenção
Sair
da caverna seria, de fato, boa hora.
Apesar
de pelos ex-companheiros mal julgado,
O
liberto não desistiu
Da
verdade, insistente e ousado,
Ainda
que sob risco de morte servil.
Para
além daquela imaginária história,
Num
mundo imutável Platão vinh'acreditar
Das
ideias, formas perfeitas e eternas, pela memória,
Reminiscência,
meio para as almas presas do sensível mundo se libertar.
No
mesmo político livro, sem aristofâneas galhofas,
Uma
cidade ideal o filósofo apresentou,
Governada
por filósofos e filósofas
O
platônico pensamento vislumbrou.
Em
diálogos, seguindo do antigo mestre a ironia e a maiêutica,
Sobre
o amor, a imortalidade e a justiça escreveu
Das
discussões à maneira socrática
Calorosos
debates Platão descreveu.
Em
Atenas, uma nova escola Platão fundou
Da
filosofia e das verdadeiras artes o conhecimento
Nova
maneira de encarar se disseminou,
Abrindo
de grandes discípulos, por séculos, o entendimento.
Destacando-se
entre todos, na Academia, entre eles,
Um
macedônico discípulo apareceu,
Nobre
intelectual, filho de médico da corte, Aristóteles,
O
Leitor por Platão apelidado, o nome era seu.
Tendo
muito lido e pelo imenso empenho destacando,
Aristóteles
homem extremamente culto se tornou,
Do
mestre Platão, um mundo das Ideias não aceitando,
Nem
ideais, uma filosofia muito própria fundou.
Em
seus livros, condensou-se o aristotélico conhecimento:
Política,
Ética, Física, Metafísica, do mundo e da natureza,
Pois
por muitos temas interessou-se seu
filosófico pensamento
E
sobre todos eles escreveu e ensinou com segurança e muita destreza.
Ideias
grandes teve o estagirita
Por
estudos muitos contidas no pensamento
Do
mundo seria mais rica pirita,
De
aurífera grandeza, o conhecimento.
Sabendo
de Empédocles as sentenças,
Aristóteles
concordou que por quatro elementares
Princípios
são feitas as coisas terrenas:
Terra,
água, ar e fogo, destas esteios basilares.
Conforme
reflexões do agrigênteo,
Arqués
unidas por força do Amor
E
desarticulados pelo Ódio,
Princípios
de união e desagregação.
Para
dar à linguagem fundamentação,
Criou
Aristóteles o raciocínio silogismo
De
duas premissas tirando a conclusão,
Na
lei geral o caso particular necessaríssimo.
Do
que são os céus feitos,
Perguntava-se
o peripatético,
De
modo a serem tão perfeitos,
Senão
do éter puro, arquetípico?
Do
aristotélico éter a tese, há tempos, descartada,
Hoje,
de cósmicas ondas gravitacionais o requinte,
Na
união espaço-tempo, a hipótese comprovada
De
um germânico cientista do século vinte.
Mas
para Aristóteles e seu tempo um universo geocêntrico
Era,
por conta do senso comum, uma imensa certeza,
Composto
de planetares círculos concêntricos,
De
cósmica harmonia e extrema beleza.
Sobre
a queda dos graves corpos refletindo
Na
sublunar, terrena, realidade,
O
mais pesado ao chão primeiro acaba indo
Eis
algo do que cria ser a mais pura verdade.
Matutando
da ética o humano destino,
Acerca
do que seria a virtude
Concluiu
ser esta do meio o caminho,
Como
a temperança no correto alimentar atitude.
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