Por
muitos e muitos séculos, alquimistas de diferentes cantos da Terra envidaram esforços na busca da chamada pedra filosofal, uma pedra ou
substância que teria o poder de transformar qualquer metal em ouro! Também
buscaram o elixir da longa vida
ou elixir da vida eterna,
isto é, uma substância ou
remédio capaz de rejuvenescer ou de manter vivo(a) indefinidamente quem quer
que dela(e) tomasse, curando o corpo e seus órgãos. Houve alquimistas árabes, chineses, indianos
e outros, aos quais podem ser somados os europeus.
Dentre os europeus, o mais famoso é Nicolas Flamel (ou Nicolau Flamel), que viveu entre o século XIV e início do XV
da era cristã. Para dificultar a cópia de suas ideias, um símbolo após o outro era usado.
E os alquimistas conseguiram alguma
das duas façanhas pretendidas? Nem a
pedra filosofal, nem o tal elixir da longa vida ou da vida eterna. No entanto,
fizeram diversas descobertas,
seja de substâncias e de elementos químicos (por exemplo: o fósforo), seja de remédios, seja
de instrumentos e de recipientes científicos usados
em laboratórios. É claro, misturavam, seguramente, ciência e misticismo, isto
é, religiosidade, certas crenças no sobrenatural, mesclando-as aos seus estudos
e textos, crendo existirem forças sobrenaturais que atuariam na natureza e até mesmo nas substâncias. Acreditavam no poder dessas forças e em entidades que agiriam com elas ou por meio
delas. Isaac Newton, o famoso
cientista inglês do século XVII\início do XVIII, foi também alquimista!
Com o
passar dos séculos, por meio das descobertas científicas de leis
que regem o funcionamento do universo e com a busca de uma compreensão
simplesmente natural daquelas leis, sem necessidade de entidades ou forças
sobrenaturais, muitíssimo se descobriu sobre a
combinação dos chamados elementos químicos. E se para os alquimistas
estes eram quatro (terra, água, ar e
fogo), com a crença também em um quinto, o éter, agora, entre os
séculos XX e XXI, são mais de cem, muito bem descritos na tabela periódica dos
elementos que compõem toda a matéria.
Porém, o
desejo de encontrar o elixir da eterna
juventude acabou-se? Não, por muito
certo que não. Hoje, a indústria farmacêutica
e a medicina se empenham em fazer remédios muitíssimo eficazes no
prolongar da vida e até mesmo da juventude e de seu vigor. Com a manipulação da
molécula de DNA (ADN) – sigla de Ácido Desoxirribonucleico –, há
cientistas que creem na parada do processo de envelhecimento celular e,
portanto, a manutenção indefinida da vida.
E a
pedra filosofal? Fazer diamantes já é possível em laboratórios. A vantagem
destes é que custam caro e compensa sua fabricação. E o ouro? É também possível de ser fabricado, por conta dos
conhecimentos que se tem dos átomos, muitíssimo maior que os que tinham os
alquimistas acerca dos quatro elementos de Empédocles
(e Aristóteles, com os quatro
e o éter). Contudo, por conta
de sua abundância maior que a dos diamantes e de seu preço, o que se gastaria
para fabricar ouro não compensaria!
Mas o
que os alquimistas do passado e os(as) cientistas de hoje têm mais em comum?
Com certeza, um desejo imenso pelo conhecimento
da natureza e daquilo que a constitui, de seus processos e da possibilidade de
transformar substâncias e elementos ou princípios fundamentais existentes no mundo natural. Igualmente, o
desejo de descobrir! O amor
pela descoberta é vital em ambos. Também, uma certa ambição – obter ganhos com suas descobertas. Além dos
ganhos, reconhecimento nacional e internacional. Hoje, inclusive, há indústrias
que financiam pesadamente a ciência, na busca de altíssimos retornos lucrativos! Houve reis, no passado, que financiaram
alquimistas! Como se vê, a ciência não é neutra. A neutralidade científica é um
mito.
Uma
preocupação comum dos antigos alquimistas e dos cientistas atuais: o registro e
a preservação de suas descobertas. Até hoje há livros de alquimistas que podem ser encontrados em museus
pelo mundo afora. Muitos cientistas, hoje, publicam suas descobertas em livros
e, especialmente, em revistas científicas especializadas, algumas das quais
reconhecidas internacionalmente. Quanto à preservação, é claro, nem tudo é
mostrado. Descobertas no campo militar
e muitas pesquisas em outras
áreas são feitas em sigilo, a
fim de evitar a descoberta por inimigos ou o plágio que fere direitos autorais.
Curiosamente, houve alquimistas que usaram uma linguagem e símbolos difíceis de
serem decifrados. Mais um ponto que mostra a não neutralidade científica, nem
hoje, nem no passado! A ciência, como também a alquimia passada, não é neutra.
Mais uma
preocupação em comum, como pôde ser visto: o aumento do tempo de vida e a possibilidade de uma vida vivida
indefinidamente e com saúde adequada. No mundo atual, com a grande preocupação
com o cuidado do corpo,
muitas clínicas de estética e de tratamentos médicos diversos demonstram claramente o quanto o desejo humano de preocupação com
o aumento do tempo de vida e com o embelezamento, tentando resgatar a
juvenilidade ou prolonga-la são reais e capitalizáveis. A indústria de cosméticos, de beleza, somando-se as de
remédios e tratamentos os mais variados, movimenta(m) bilhões de dólares,
anualmente, no mundo!
Para
saber um pouco mais:
http://plato.stanford.edu/search/searcher.py?query=alchemy – Artigos em que aparece a alquimia (alchemy, em
inglês) na Stanford Encyclopedia of Philosophy. Em inglês. Podem ser usados
tradutores online, como o Google Tradutor, para o português.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alquimia - Verbete Alquimia, na Wikipédia.
Para imagens da
alquimia e da ciência, poder-se-á buscar no Google Imagens, no Yahoo Imagens e
outros sites de busca que disponibilizam a procura de imagens.
http://plato.stanford.edu/entries/chemistry/ - Artigo sobre a Filosofia da Química na Stanford
Encyclopedia of Philosophy. Em inglês. Também podem ser usados tradutores
online, para o português.
Para debater em sala de aula:
(1)O que
leva as pessoas à busca de um largo prolongamento da vida?
(2)Que
riscos para a humanidade e para o mundo natural existem com o prolongamento da
vida humana?
(3)Todo
mundo tem acesso aos tratamentos e aos cuidados necessários ao prolongamento da
vida? Por quê? Dê exemplos claros disto.
(4)O que
ocorreria com a economia mundial se houvesse uma grande produção de ouro (ou de
diamantes) em laboratório, se houvesse viabilidade econômica para tal?
(5)Que
pontos demonstram a clara inexistência da neutralidade científica (a pretensão
da ciência ser neutra, isto é, não estar ligada a interesses e de cientistas
estarem todos preocupados com toda a humanidade)?
(6)Que
diferenças profundas há entre os alquimistas do passado, os químicos e os
físicos de hoje?
(7)Que
interesses estão por trás das ciências no mundo de hoje? Dê (Deem) exemplos.
Professor(a)
de Filosofia (e outros): ponha outras ideias
em discussão! Bons debates!
Caça-palavras ALQUIMIA E CIÊNCIA: (Prof. José
Antônio Brazão.)
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As palavras estão na vertical, na
horizontal e na diagonal, da direita para a esquerda, de baixo para cima,
atravessadas de um lado para outro, e vice-versa.
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