terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

PRIMEIRO BIMESTRE AULA 5 DE FILOSOFIA: TABELA DOS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS (Prof. José Antônio Brazão.)

 

 

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica


PRIMEIRO BIMESTRE

AULA 5 DE FILOSOFIA:

TABELA DOS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS.

 

*ESTÁ NO MATERIAL “CONJUNTO DE TABELAS PARA O ENSINO DE FILOSOFIA.”

 

*IMAGENS:

CONJUNTO 1: A GRÉCIA ANTIGA:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antiga#/media/Ficheiro:Greek_Colonization_Archaic_Period-es.svg

 

CONJUNTO 2: GRÉCIA ANTIGA E COLÔNIAS GREGAS:

https://www.google.com/search?q=GR%C3%89CIA+ANTIGA&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwivsbmp-ab9AhXbIrkGHfMiC3QQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=thR9b2P0g4gqBM&imgdii=RLShCmnC5NpppM

 

CONJUNTO 3: FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS:

https://en.wikipedia.org/wiki/Pre-Socratic_philosophy#/media/File:Greek_Colonization_Archaic_Period.png

 

CONJUNTO 4: FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS:

https://www.google.com/search?q=FIL%C3%93SOFOS+PRE+SOCRATICOS&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwi1p7vg-qb9AhVVELkGHQkKBBkQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=1scsox_kxwcjhM

 

CONJUNTO 5: PRÉ-SOCRÁTICOS (MAPA):

https://www.google.com/search?q=fil%C3%B3sofos+pre+socraticos&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiQ7rCX-6b9AhWUJLkGHZC4D1YQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=b65wqRasMDI4mM

 

*VER AULAS 3 E 4.

*OUTRA POSSIBILIDADE TAMBÉM: Poema sobre o nascimento da filosofia na Grécia Antiga. (Complemento.)

*PASSAR NO QUADRO, COM CANETÕES COLORIDOS, E EXPLICAR.

*COMENTAR SOBRE O CONTEÚDO NO LIVRO DIDÁTICO TAMBÉM. Primeira parte do capítulo sobre a filosofia na Grécia Antiga.


PRIMEIRO BIMESTRE - AULA 4 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS DOS SEGUNDOS ANOS: ELEMENTOS INDÍGENAS E AFRICANOS NA CULTURA BRASILEIRA (Prof. José Antônio Brazão.)

 

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica


PRIMEIRO BIMESTRE

AULA 4 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS DOS SEGUNDOS ANOS:

ELEMENTOS INDÍGENAS E AFRICANOS NA CULTURA BRASILEIRA

 (Prof. José Antônio Brazão.)

COMPLEMENTOS E COMENTÁRIOS:

COMPLEMENTO 1:

ALGUNS TERMOS INDÍGENAS NA LÍNGUA PORTUGUESA, EM USO:

O tupi foi a língua mais falada no Brasil até o século XVIII. Em 1758, foi legalmente proibido de ser utilizado em estabelecimentos de ensino e em órgãos públicos.

Mais de dois séculos foram suficientes para o português incorporar várias palavras do tupi, principalmente as designativas de elementos do universo indígena, tais como lugares, rios, plantas e animais.            

Capivara
Veio do tupi kapii’gwara, palavra formada de ka’pii, capim + gwara, comedor.

Carioca
Veio do tupi kari’oka, que significava casa (oka) do homem branco (kari).

Catapora
Veio do tupi tata’pora, palavra formada de ta’ta, fogo + ‘pora, que brota. Os dicionários registram a forma tatapora. O povo, sabe-se lá por quê, preferiu dizer catapora, forma também dicionarizada.

Catupiry
O queijo cremoso foi criado em 1911, em Lambari (MG), pelo imigrante italiano Mário Silvestrine. A palavra escolhida para sua marca veio do tupi catupiri, que quer dizer “excelente”.

Guanabara
Veio do tupi goanã-pará, baía ou golfo abrigado, formado de gwa, baía + nã, semelhante + ba’ra, mar.

Jaú
O nome da cidade paulista e do rio vieram do nome do peixe, jaú, por sua grande quantidade na desembocadura do rio no Tietê.  E o nome do peixe veio do tupi ya’u, aquele que devora.

Mingau
Veio do tupi minga’u, comida que gruda.

Muamba
Veio do quimbundo muhamba, que era um cesto comprido usado para transportar cargas em viagem.

Nhe-nhe-nhem
Veio do tupi nheem, falar. No Brasil do século XVI, os portugueses, espantados com o falatório interminável dos índios tupis, usaram três vezes a palavra “falar” em tupi e fizeram nhe-nhe-nhem, que literalmente quer dizer “falar, falar, falar”.

Paraíba
Do tupi pa’ra, rio + a'iba, ruim, não navegável.

Perereca
Veio do tupi pere’reka, que significa “indo aos saltos”.

Peteca
Veio do tupi pe’teka, bater com a palma da mão.

Pindaíba
Pindaíba é uma espécie de planta. Seu nome veio do tupi pinda’ïwa, formado de pi’nda, anzol + ‘ïwa, vara, já que os indígenas usavam a planta como caniço. Dessa forma, a expressão estar na pindaíba significa “estar na miséria”, como se a pessoa dispusesse apenas de uma vara de pescar para sobreviver.

Pororoca
Veio do tupi poro’roka, estrondo.

Tocaia
Veio do tupi to’kaya, casinha ou cercado onde o indígena se escondia para surpreender um inimigo ou uma caça.

Tamanduá
Veio do tupi tá-monduá, caçador de formigas, que é o que ele come. O tamanduá, tadinho, é desdentado.

(NOGUEIRA, Sérgio. Palavras que vêm das línguas indígenas. Disponível em: < https://g1.globo.com/educacao/blog/dicas-de-portugues/post/palavras-que-vem-das-linguas-indigenas.html > Acesso em 04 de fevereiro de 2023.) Uso exclusivamente didático, para ensino-aprendizagem.

Ver também:

ISA – INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. PALAVRAS INDÍGENAS INCORPORADAS AO PORTUGUÊS. Disponível em: < https://mirim.org/pt-br/linguas-indigenas/palavras-indigenas-portugues > Acesso em 04/02/2023.

COMPLEMENTO 2:

ALGUMAS PALAVRAS AFRICANAS PRESENTES NA LÍNGUA PORTUGUESA:

Trecho de texto da Professora Flávia Neves:

Palavras de origem africana:

(Flávia Neves – Professora de Português)

Palavras de origem africana na religião:

·    axé (do iorubá àse);

·    Exu (do iorubá èsu);

·    Iemanjá (do iorubá yè m-ndja);

·    macumba (do quimbundo makumba);

·    orixá (do iorubá òrisà);

·    umbanda (do quimbundo umbanda);

·    Xangô (do iorubá sàngó).

Palavras de origem africana em danças, músicas, jogos,...:

·    berimbau (do quimbundo mbirimbau);

·    calango (do quimbundo kalanga);

·    caxixi (do quimbundo kaxaxi);

·    ganzá (do quimbundo nganza);

·    maculelê (do quicongo makalele);

·    samba (do quicongo samba).

Palavras de origem africana na culinária:

·    acarajé (do iorubá akarà-jẹ);

·    bobó (do jeje bobó);

·    farofa (do quimbundo falofa);

·    fubá (do quimbundo fuba);

·    jabá (do iorubá jàbàjábá);

·    moqueca (do quimbundo mukéka);

·    quibebe (do quimbundo kibebe);

·    quitute (do quicongo kilute).

Palavras de origem africana na flora e fauna:

·    camundongo (do quimbundo kamundongo);

·    caxinguelê (do quimbundo kaxijiangele);

·    dendê (do quimbundo ndende);

·    marimbondo (do quimbundo marimbondo);

·    mutambo (do quimbundo mutamba);

·    quiabo (do quimbundo kingombo).

Outras palavras de origem africana:

·    bambambã (do quimbundo mbamba mbamba);

·    borocoxô (do quicongo bolokotó);

·    bunda (do quimbundo mbunda);

·    caçamba (do quimbundo kisambu);

·    cacimba (do quimbundo kixíma);

·    caçula (do quimbundo kasule);

·    cafuné (do quimbundo kafundu);

·    capanga (do quimbundo kapanga);

·    cochilar (do quimbundo koxila);

·    moleque (do quimbundo muleke);

·    muvuca (do quicongo mvuka);

·    quilombo (do quimbundo kilombo);

·    quitanda (do quimbundo kitanda);

·    senzala (do quimbundo sanzala);

·    tanga (do quimbundo ntanga);

·    zumbi (do quimbundo nzumbi).

REFERÊNCIA:

NEVES, Flávia. Palavras de origem africana. Disponível em: < https://www.normaculta.com.br/palavras-de-origem-africana/ > Acesso em 04/02/2023. (Aqui: uso exclusivamente didático.)

Ver também:

CARTA CAPITAL. Conheça as palavras africanas que formam nossa cultura. Disponível em: < https://www.cartacapital.com.br/educacao/conheca-as-palavras-que-herdamos-da-africa/ > Acesso em 05 de fevereiro de 2023. (Aqui: uso exclusivamente didático.

COMENTÁRIO DO PROFESSOR JOSÉ ANTÔNIO BRAZÃO:

As culturas indígenas e africanas, por conta do contato cultural advindo, ao longo dos últimos cinco, trouxeram e trazem consigo um enorme enriquecimento para a cultura brasileira, dando a forma que ela tem hoje.

Foram palavras, costumes, danças, elementos religiosos, alimentos e outros elementos culturais que se entrecruzaram e que fazem parte, agora, do dia a dia dos brasileiros e, especialmente, do povo goiano. De fato, a cultura goiana traz profundas marcas daquelas três culturas (além de outras) em sua formação. Como veremos, futuramente, por exemplo: o congo de Catalão, uma série de festas religiosas e populares, incluindo o carnaval, em que a cultura africana e também a cultura indígena, com certeza, estão presentes e até, de repente, se misturam com tradições europeias advindas por meio dos portugueses.

Se a língua é predominantemente portuguesa, por outro lado, o acréscimo de termos e modos de falar próprios de índios e africanos (negros) só fez enriquecer o vocabulário, dando a este novas conotações e abrindo-o para novos modos de entender e exprimir o mundo e a realidade em que diferentes povos vivem e convivem.

Com efeito, as palavras estão carregadas de vivências, as quais se expressam na comunicação entre as pessoas. Essas vivências, por sua vez, são históricas – há palavras que variam de significados ou de peso semântico (de sentido, de significado) de acordo com o tempo. Palavras que comumente usamos também em GOIÁS. Por exemplo, de acordo com a Carta Capital:

Moleque: Do quimbundo mu’leke, que significa ‘filho pequeno’ ou ‘garoto’, era um modo de se chamar os seus filhos de mu’lekes. Com o passar do tempo, a palavra começou a apresentar  um significado pejorativo, devido ao preconceito existente contra tudo que era próprio dos negros, inclusive o modo como chamavam os seus filhos. Antes da abolição da escravidão, por exemplo, chamar um menino branco de ‘moleque’ era uma grande ofensa. Atualmente, a palavra ‘moleque’ é atribuída a crianças traquinas e desobedientes. Também é utilizada para qualificar a personalidade de uma pessoa brincalhona ou que não merece confiança.” (CARTA CAPITAL. Conheça as palavras africanas que formam nossa cultura. Disponível em: < https://www.cartacapital.com.br/educacao/conheca-as-palavras-que-herdamos-da-africa/ > Acesso em 05 de fevereiro de 2023. (Aqui: uso exclusivamente didático.)

Conforme o que vemos no texto, a palavra moleque, de ‘mu’leque’ filho pequeno/garoto, lá em suas antigas origens africanas, muito certamente de um tempo antes da escravidão, foi sofrendo mudanças em sua conotação. A escravidão, no Brasil, contribuiu, inclusive, para tal mudança: uma palavra de trato negativo (pejorativo) para filhos de escravizadores, por ser usada pelos negros escravos, no período colonial; uma palavra, hoje, usada para se referir, ainda que de forma zombeteira, a crianças bagunceiras e desobedientes (exemplo: Seu moleque, venha cá, agora!) ou, inclusive, a alguém que, por brincar muito, não levando muitas coisas a sério, perde certa confiança das pessoas.

Em GOIÁS e em outras partes do Brasil também é muito comum o uso do FUBÁ em muitas receitas. De acordo com a Carta Capital, já citada:

“FUBÁ: Fuba, da língua banta quimbundo, é uma farinha feita com milho ou arroz. Feijão e angu – creme feito apenas com fubá e água – eram a base da alimentação dos africanos e afro-brasileiros. Hoje, vários pratos e quitutes são preparados com esse ingrediente, sendo o bolo de fubá o mais querido entre os brasileiros.” (CARTA CAPITAL. Conheça as palavras africanas que formam nossa cultura. Disponível em: < https://www.cartacapital.com.br/educacao/conheca-as-palavras-que-herdamos-da-africa/ > Acesso em 05 de fevereiro de 2023. [Aqui: uso exclusivamente didático.])

Sem dúvida alguma, o fubá, em GOIÁS e em outras partes do Brasil, faz parte de receitas diversas. Além do bolo de fubá, citado, vale lembrar do ANGU, dos bolinhos de arroz que se encontram no mercado da Cidade de Goiás, tortas salgadas, BROA de fubá (uma delícia!), pãozinho de fubá, biscoitos, frituras de fubá, bem como uma quase infinidade de receitas deliciosas, comuns em Goiás. De um creme aguado de fubá, alimento dos escravizados, o fubá passou a ser usado em muitas receitas no decorrer dos séculos, desde os tempos coloniais, dos quais a cultura goiana recebeu grandes contribuições e, com toda certeza, ofereceu contribuições imensas ao Brasil.

Quanto aos alimentos indígenas, a palavra mingau (“do tupi minga’u, comida que gruda”), mencionada pelo Instituto Socioambiental, podemos ver uma variedade, atualmente, imensa de mingaus. Entre estes, inclusive, misturando as culturas indígena e africana (afro-brasileira): o mingau (nome indígena) de fubá (nome africano).

Em feiras goianas, atualmente, também é comum o consumo de uma comida afro-brasileira: o acarajé (alimento afro-brasileiro). Um bolinho feito de feijão amassado e outros ingredientes, frito em azeite de dendê (outra palavra de origem africana). Da Bahia para Goiás!

Receitas com queijo catupiri (catupiry, palavra indígena), ainda que este seja de origem mineira (ver acima) e carrega consigo parte indígena no nome, também são muito comuns em GOIÁS: em feiras, pizzarias, lanchonetes, sanduicherias, restaurantes e em muitos outros lugares.

Enfim, culturas (indígena, africana e portuguesa, além de outras) que, por motivos variados, se cruzaram e que trouxeram e trazem continuamente riqueza de um patrimônio comum a goianos e a todos os brasileiros e brasileiras.

REFERÊNCIAS:

CARTA CAPITAL. Conheça as palavras africanas que formam nossa cultura. Disponível em: < https://www.cartacapital.com.br/educacao/conheca-as-palavras-que-herdamos-da-africa/ > Acesso em 05 de fevereiro de 2023. [Aqui: uso exclusivamente didático.]

NEVES, Flávia. Palavras de origem africana. Disponível em: < https://www.normaculta.com.br/palavras-de-origem-africana/ > Acesso em 04/02/2023. (Aqui: uso exclusivamente didático.)

ROMEIRO, Julieta et alii. Diálogo: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (6 volumes) [Livros didáticos.]

SUPER INTERESSANTE. História dos impérios africanos. Disponível em: < https://super.abril.com.br/historia/a-historia-dos-imperios-africanos/ > Acesso em 04 de fevereiro de 2023.

 

 

PRIMEIRO BIMESTRE – AULA 4 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS (PRIMEIROS ANOS): ÁFRICA E OS PORTUGUESES – ANTES DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL (Prof. José Antônio Brazão.):


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PRIMEIROS ANOS DO ENSINO MÉDIO:

PRIMEIRO BIMESTRE – AULA 4 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS:

ÁFRICA E OS PORTUGUESES – ANTES DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL (Prof. José Antônio Brazão.):

PRIMEIROS (EXPOSIÇÃO GERAL) E SEGUNDOS ANOS (REVISÃO E ATUALIZAÇÃO).

PARTE I – TCH DOS PRIMEIROS ANOS:

A história humana encontra-se enraizada na África. Há muitos milênios, os primeiros grupos humanos (homo sapiens, especialmente) saíram da África em busca de melhores condições de vida, de alimentos, de caça, entre outras necessidades, além da curiosidade propriamente dita. Alguns grupos permaneceram na África, enquanto outros, de fato, dela saíram em direção ao norte, entrando onde fica o Oriente Médio, outros seguiram caminho rumo onde fica a Europa e outros para a Ásia.

A pele negra dos homo sapiens, por exemplo, pouco a pouco, ao longo dessa jornada, foi clareando – acredita-se que por conta da incidência menor dos raios solares e, essencialmente, da redução da melanina, uma proteína que contribui para a proteção da pele, ao mesmo tempo que a escurece. Uma razão para a pele negra deve ter sido, justamente, a alta ocorrência de raios solares na África. Além do mais, a pele negra ajuda muito na ocultação durante a noite, em um ambiente, como o da África, que era cheio de predadores (animais de diversas espécies).

No norte da África, vale lembrar, grupos humanos se formaram ao longo do Rio Nilo e, com a prática da agricultura, viriam a formar uma sociedade maior, inclusive com Estado centralizado, dando origem ao Egito Antigo. O Estado, com efeito, foi fundamental para a proteção das pessoas e de suas propriedades, vindo a centralização do poder na sociedade a fortalecer essa defesa, com cobrança de impostos e outros serviços, como o serviço militar.

Cruzando o Estreito de Bering (entre o norte da Ásia e o norte da América do Norte), descendentes de alguns grupos entraram na América do Norte, por meio do Alaska. Daí rumaram, cada vez mais, rumo ao sul, chegando até ao Brasil. Ao longo desse caminho, formaram muitas tribos.

E os que ficaram na África, o que aconteceu com eles? Sem dúvida alguma, os grupos humanos (homo sapiens) que ficaram formaram tribos, com o predomínio de pele negra. Muitas dessas tribos, por sua vez, tinham inimizades e até adotaram a escravidão. Além de formarem parte da força de trabalho, esses escravos eram vendidos ou trocados com outros povos. No Egito Antigo também foram adquiridos muitos escravos, seja por aquisição ou, principalmente, por guerras, que forneciam escravos a partir dos perdedores sobreviventes.

Pequenos reinos se formaram em outras partes da África igualmente. Entre os antigos reinos africanos, de acordo com a Revista Super Interessante, destacaram-se os seguintes:

OS REINOS AFRICANOS:

Cartago – 814 a.C. até 146 a.C.:

Colônia fenícia na região da Tunísia, obteve autonomia e se tornou uma das civilizações importantes do mundo greco-romano. Embora situada na África, sua cultura estava ligada ao Oriente Médio – os fenícios vinham do atual Líbano. Cartago controlou as rotas comerciais do Mediterrâneo e manteve longa rivalidade com Roma. Os romanos destruíram a cidade nas Guerras Púnicas e passaram a dominar seus territórios.”

IMAGENS:

Conjunto 1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cartago#/media/Ficheiro:Tunisie_Carthage_Ruines_08.JPG

Conjunto 2:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza%C3%A7%C3%A3o_cartaginesa#/media/Ficheiro:Tanit_Symbol.svg

Núbia – 780 a.C. até 350 d.C.:

Teve relação direta – por vezes conflituosa – com o Antigo Egito. O mais notável dos reinos núbios foi Kush, que existiu por mais de mil anos e chegou a conquistar o próprio Egito, formando sua 25ª dinastia, que reinou até 656 a.C. Gradativamente, Kush foi perdendo força e sofrendo rebeliões internas, até ser definitivamente dominado por Axum, um dos predecessores do Império Etíope.”

IMAGENS:

Conjunto 1:

https://www.palmares.gov.br/?p=53832

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=reinos+da+n%C3%BAbia&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjYnqTfv_78AhUtD7kGHeCZDJMQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=EcWgcTQeVH_Q1M

“Império do Gana – 700 a 1250:

Também chamado de Uagadu (“Gana” era o título do imperador), prosperou graças às caravanas que comercializavam ouro em pó e sal pelo Saara. Relatos do século 11 dizem que Gana podia levar até 200 mil homens à guerra. Mas, conforme o Império do Mali cresceu, Uagadu perdeu força e se dissolveu. Seria recordado em 1957m quando a Costa do Ouro se tornou independente e passou a se chamar República de Gana.”

IMAGENS:

Conjunto 1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Gana#/media/Ficheiro:Mapa_ghana-pt.svg

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=imperio+do+gana&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiU5u2dwP78AhVIOrkGHWx_C8wQ_AUoAnoECAEQBA&biw=1536&bih=746&dpr=1.25

“Império do Mali – 1230 até 1670:

Se Gana cresceu pelas caravanas, Mali – inicialmente um pequeno reino à margem do Rio Níger – ganhou força quando essas rotas se deslocaram ao Sul. Seus nobres seguiam a fé islâmica e chegavam a fazer peregrinações a Meca [na Arábia], percorrendo 8 mil quilômetros pelo deserto. No século 16, dinastias menores começaram a acossá-lo. Implodiu em 1670, após a capital Niani ser destruída por tropas de Segu, um reino vizinho.”

IMAGENS:

Conjunto1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Mali#/media/Ficheiro:Mapa_mali-pt.svg

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=imp%C3%A9rio+do+mali&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjqvu3ZwP78AhXeD7kGHdxCAKYQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25

“Império de Oyo [OYO] (Iorubás) – 1300 até 1835):

A chamada Iorubalândia foi sede de vários reinos, incluindo Oyo, cuja poderosa cavalaria ajudava a dominar a região. Os povos iorubás se organizavam em sociedades altamente urbanizadas para os padrões do continente. Intrigas políticas e golpes enfraqueceram as monarquias da área, que passou a ser dominada por britânicos e franceses no século 19.”

IMAGENS:

Conjunto1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_de_Oi%C3%B3#/media/Ficheiro:Oyoxviii.jpeg

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=imp%C3%A9rio+de+oyo+(iorub%C3%A1s)+%E2%80%93+1300+at%C3%A9+1835&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwinxvuUwf78AhVSLbkGHSwiBtsQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25

“Império Songai – 1460 até 15891:

Foi o maior império africano de seu tempo – dominou uma área equivalente a 1,4 milhão de km² (maior que o atual Egito). O primeiro imperador, Sunni Ali, garantiu o controle sobre o Rio Níger, enfraquecendo o vizinho Mali. O rápido declínio veio quando os bisnetos de Ali iniciaram uma série de golpes nos anos 1530, mergulhando o império em guerras civis até ser engolido por reinos adjacentes.” (SUPER INTERESSANTE. História dos impérios africanos. Disponível em: < https://super.abril.com.br/historia/a-historia-dos-imperios-africanos/ > Acesso em 04 de fevereiro de 2023. Obs.: Uso exclusivamente didático, para ensino-aprendizado.)

IMAGENS:

Conjunto1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Songai#/media/Ficheiro:Mapa_shonghai-pt.svg

Conjunto 2:

https://www.worldhistory.org/Songhai_Empire/

Conjunto 3:

https://www.google.com/search?q=imp%C3%A9rio+de+songai&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiJ1b3dwf78AhWKHLkGHZPRA7cQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=oWFD_2VnvZ47ZM

Além desses reinos, houve grupos menores – tribos – que se espalhavam e há, ainda hoje, as que se espalham pelo continente africano. Muitos escravos africanos, obtidos por portugueses e outros, enviados ao Brasil e aqui comprados em certos portos, principalmente de capitais litorâneas que vieram a se formar com o tempo, como Salvador e Rio de Janeiro. Antes mesmo de haverem essas capitais, donos de engenhos viriam a adquirir e solicitar o envio de escravos negros africanos.

Sem dúvida alguma, com os negros africanos, veio também sua cultura, que influenciaria a cultura brasileira e, especialmente, a CULTURA GOIANA: alimentos, danças, palavras, religiosidade, capoeira, entre outras muitas contribuições.

Por que escravos negros africanos? Algumas possíveis razões:

1)    A escravidão, na África, era muito comum, desde a antiguidade. Até mesmo na Bíblia se fala de escravos, como o povo hebreu que foi escravo no Egito e, depois, libertado por Moisés (Ver Livro do Êxodo, na Bíblia). A venda e compra de escravos, consequentemente, também eram comuns.

2)    Por serem batizados, a Religião Católica proibia a escravidão de fiéis europeus.

3)    O preparo militar, com novas armas, pelos europeus, fazia diferença no enfrentamento contra tribos que não tinham armas de fogo nem de metal.

4)    Tribos inimigas ajudavam escravizadores da Europa e de outros lugares, ganhando, inclusive, com o comércio de inimigos escravizados e mantendo, relativamente, sua liberdade.

5)    O litoral africano banhado pelo Oceano Atlântico, além de abundante em possíveis escravos, também era mais conhecido e de menor distância em relação às colônias americanas, tanto portuguesa (Brasil), quanto espanholas (América Central e do Sul), quanto inglesas (na América do Norte), que foram as que mais escravizaram africanos. Os gastos eram um pouco menores, portanto.

IMAGENS (Tráfico negreiro):

Conjunto 1:

https://www.google.com/search?q=tr%C3%A1fico+negreiro&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjn1uW8w_78AhVAE7kGHd6VB10Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=tr%C3%A1fico+negreiro&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjn1uW8w_78AhVAE7kGHd6VB10Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=F-8-7pLEg845CM

6)    Claro, ao longo da colonização do Brasil, por exemplo, a escravidão de índios foi muitíssimo comum, até mesmo com ajuda de bandeirantes escravizadores. Nos reinos espanhóis, o uso de indígenas também foi comum, ainda que a presença africana fosse igualmente acentuada.

IMAGENS:

Conjunto 1:

https://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/esc_indigena.html#:~:text=O%20per%C3%ADodo%20de%201540%20at%C3%A9,atacando%20as%20pr%C3%B3prias%20tribos%20aliadas.

Conjunto 2:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_ind%C3%ADgena_no_Brasil#/media/Ficheiro:Indian_Soldiers_from_the_Coritiba_Province_Escorting_Native_Prisoners.jpg

Conjunto 3:

https://www.google.com/search?q=escravid%C3%A3o+indigena+no+brasil+colonial&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiY44m0xP78AhV9KbkGHe-lBhgQ_AUoAXoECAEQAw&cshid=1675605435641452&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=_hfCbKbrzV9WzM

 

REFERÊNCIAS:

ROMEIRO, Julieta et alii. Diálogo: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (6 volumes) [Livros didáticos.]

SUPER INTERESSANTE. História dos impérios africanos. Disponível em: < https://super.abril.com.br/historia/a-historia-dos-imperios-africanos/ > Acesso em 04 de fevereiro de 2023.