terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

PRIMEIRO BIMESTRE – AULA 4 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS (PRIMEIROS ANOS): ÁFRICA E OS PORTUGUESES – ANTES DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL (Prof. José Antônio Brazão.):


SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

 

PRIMEIROS ANOS DO ENSINO MÉDIO:

PRIMEIRO BIMESTRE – AULA 4 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS:

ÁFRICA E OS PORTUGUESES – ANTES DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL (Prof. José Antônio Brazão.):

PRIMEIROS (EXPOSIÇÃO GERAL) E SEGUNDOS ANOS (REVISÃO E ATUALIZAÇÃO).

PARTE I – TCH DOS PRIMEIROS ANOS:

A história humana encontra-se enraizada na África. Há muitos milênios, os primeiros grupos humanos (homo sapiens, especialmente) saíram da África em busca de melhores condições de vida, de alimentos, de caça, entre outras necessidades, além da curiosidade propriamente dita. Alguns grupos permaneceram na África, enquanto outros, de fato, dela saíram em direção ao norte, entrando onde fica o Oriente Médio, outros seguiram caminho rumo onde fica a Europa e outros para a Ásia.

A pele negra dos homo sapiens, por exemplo, pouco a pouco, ao longo dessa jornada, foi clareando – acredita-se que por conta da incidência menor dos raios solares e, essencialmente, da redução da melanina, uma proteína que contribui para a proteção da pele, ao mesmo tempo que a escurece. Uma razão para a pele negra deve ter sido, justamente, a alta ocorrência de raios solares na África. Além do mais, a pele negra ajuda muito na ocultação durante a noite, em um ambiente, como o da África, que era cheio de predadores (animais de diversas espécies).

No norte da África, vale lembrar, grupos humanos se formaram ao longo do Rio Nilo e, com a prática da agricultura, viriam a formar uma sociedade maior, inclusive com Estado centralizado, dando origem ao Egito Antigo. O Estado, com efeito, foi fundamental para a proteção das pessoas e de suas propriedades, vindo a centralização do poder na sociedade a fortalecer essa defesa, com cobrança de impostos e outros serviços, como o serviço militar.

Cruzando o Estreito de Bering (entre o norte da Ásia e o norte da América do Norte), descendentes de alguns grupos entraram na América do Norte, por meio do Alaska. Daí rumaram, cada vez mais, rumo ao sul, chegando até ao Brasil. Ao longo desse caminho, formaram muitas tribos.

E os que ficaram na África, o que aconteceu com eles? Sem dúvida alguma, os grupos humanos (homo sapiens) que ficaram formaram tribos, com o predomínio de pele negra. Muitas dessas tribos, por sua vez, tinham inimizades e até adotaram a escravidão. Além de formarem parte da força de trabalho, esses escravos eram vendidos ou trocados com outros povos. No Egito Antigo também foram adquiridos muitos escravos, seja por aquisição ou, principalmente, por guerras, que forneciam escravos a partir dos perdedores sobreviventes.

Pequenos reinos se formaram em outras partes da África igualmente. Entre os antigos reinos africanos, de acordo com a Revista Super Interessante, destacaram-se os seguintes:

OS REINOS AFRICANOS:

Cartago – 814 a.C. até 146 a.C.:

Colônia fenícia na região da Tunísia, obteve autonomia e se tornou uma das civilizações importantes do mundo greco-romano. Embora situada na África, sua cultura estava ligada ao Oriente Médio – os fenícios vinham do atual Líbano. Cartago controlou as rotas comerciais do Mediterrâneo e manteve longa rivalidade com Roma. Os romanos destruíram a cidade nas Guerras Púnicas e passaram a dominar seus territórios.”

IMAGENS:

Conjunto 1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cartago#/media/Ficheiro:Tunisie_Carthage_Ruines_08.JPG

Conjunto 2:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza%C3%A7%C3%A3o_cartaginesa#/media/Ficheiro:Tanit_Symbol.svg

Núbia – 780 a.C. até 350 d.C.:

Teve relação direta – por vezes conflituosa – com o Antigo Egito. O mais notável dos reinos núbios foi Kush, que existiu por mais de mil anos e chegou a conquistar o próprio Egito, formando sua 25ª dinastia, que reinou até 656 a.C. Gradativamente, Kush foi perdendo força e sofrendo rebeliões internas, até ser definitivamente dominado por Axum, um dos predecessores do Império Etíope.”

IMAGENS:

Conjunto 1:

https://www.palmares.gov.br/?p=53832

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=reinos+da+n%C3%BAbia&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjYnqTfv_78AhUtD7kGHeCZDJMQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=EcWgcTQeVH_Q1M

“Império do Gana – 700 a 1250:

Também chamado de Uagadu (“Gana” era o título do imperador), prosperou graças às caravanas que comercializavam ouro em pó e sal pelo Saara. Relatos do século 11 dizem que Gana podia levar até 200 mil homens à guerra. Mas, conforme o Império do Mali cresceu, Uagadu perdeu força e se dissolveu. Seria recordado em 1957m quando a Costa do Ouro se tornou independente e passou a se chamar República de Gana.”

IMAGENS:

Conjunto 1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Gana#/media/Ficheiro:Mapa_ghana-pt.svg

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=imperio+do+gana&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiU5u2dwP78AhVIOrkGHWx_C8wQ_AUoAnoECAEQBA&biw=1536&bih=746&dpr=1.25

“Império do Mali – 1230 até 1670:

Se Gana cresceu pelas caravanas, Mali – inicialmente um pequeno reino à margem do Rio Níger – ganhou força quando essas rotas se deslocaram ao Sul. Seus nobres seguiam a fé islâmica e chegavam a fazer peregrinações a Meca [na Arábia], percorrendo 8 mil quilômetros pelo deserto. No século 16, dinastias menores começaram a acossá-lo. Implodiu em 1670, após a capital Niani ser destruída por tropas de Segu, um reino vizinho.”

IMAGENS:

Conjunto1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Mali#/media/Ficheiro:Mapa_mali-pt.svg

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=imp%C3%A9rio+do+mali&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjqvu3ZwP78AhXeD7kGHdxCAKYQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25

“Império de Oyo [OYO] (Iorubás) – 1300 até 1835):

A chamada Iorubalândia foi sede de vários reinos, incluindo Oyo, cuja poderosa cavalaria ajudava a dominar a região. Os povos iorubás se organizavam em sociedades altamente urbanizadas para os padrões do continente. Intrigas políticas e golpes enfraqueceram as monarquias da área, que passou a ser dominada por britânicos e franceses no século 19.”

IMAGENS:

Conjunto1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_de_Oi%C3%B3#/media/Ficheiro:Oyoxviii.jpeg

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=imp%C3%A9rio+de+oyo+(iorub%C3%A1s)+%E2%80%93+1300+at%C3%A9+1835&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwinxvuUwf78AhVSLbkGHSwiBtsQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25

“Império Songai – 1460 até 15891:

Foi o maior império africano de seu tempo – dominou uma área equivalente a 1,4 milhão de km² (maior que o atual Egito). O primeiro imperador, Sunni Ali, garantiu o controle sobre o Rio Níger, enfraquecendo o vizinho Mali. O rápido declínio veio quando os bisnetos de Ali iniciaram uma série de golpes nos anos 1530, mergulhando o império em guerras civis até ser engolido por reinos adjacentes.” (SUPER INTERESSANTE. História dos impérios africanos. Disponível em: < https://super.abril.com.br/historia/a-historia-dos-imperios-africanos/ > Acesso em 04 de fevereiro de 2023. Obs.: Uso exclusivamente didático, para ensino-aprendizado.)

IMAGENS:

Conjunto1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Songai#/media/Ficheiro:Mapa_shonghai-pt.svg

Conjunto 2:

https://www.worldhistory.org/Songhai_Empire/

Conjunto 3:

https://www.google.com/search?q=imp%C3%A9rio+de+songai&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiJ1b3dwf78AhWKHLkGHZPRA7cQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=oWFD_2VnvZ47ZM

Além desses reinos, houve grupos menores – tribos – que se espalhavam e há, ainda hoje, as que se espalham pelo continente africano. Muitos escravos africanos, obtidos por portugueses e outros, enviados ao Brasil e aqui comprados em certos portos, principalmente de capitais litorâneas que vieram a se formar com o tempo, como Salvador e Rio de Janeiro. Antes mesmo de haverem essas capitais, donos de engenhos viriam a adquirir e solicitar o envio de escravos negros africanos.

Sem dúvida alguma, com os negros africanos, veio também sua cultura, que influenciaria a cultura brasileira e, especialmente, a CULTURA GOIANA: alimentos, danças, palavras, religiosidade, capoeira, entre outras muitas contribuições.

Por que escravos negros africanos? Algumas possíveis razões:

1)    A escravidão, na África, era muito comum, desde a antiguidade. Até mesmo na Bíblia se fala de escravos, como o povo hebreu que foi escravo no Egito e, depois, libertado por Moisés (Ver Livro do Êxodo, na Bíblia). A venda e compra de escravos, consequentemente, também eram comuns.

2)    Por serem batizados, a Religião Católica proibia a escravidão de fiéis europeus.

3)    O preparo militar, com novas armas, pelos europeus, fazia diferença no enfrentamento contra tribos que não tinham armas de fogo nem de metal.

4)    Tribos inimigas ajudavam escravizadores da Europa e de outros lugares, ganhando, inclusive, com o comércio de inimigos escravizados e mantendo, relativamente, sua liberdade.

5)    O litoral africano banhado pelo Oceano Atlântico, além de abundante em possíveis escravos, também era mais conhecido e de menor distância em relação às colônias americanas, tanto portuguesa (Brasil), quanto espanholas (América Central e do Sul), quanto inglesas (na América do Norte), que foram as que mais escravizaram africanos. Os gastos eram um pouco menores, portanto.

IMAGENS (Tráfico negreiro):

Conjunto 1:

https://www.google.com/search?q=tr%C3%A1fico+negreiro&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjn1uW8w_78AhVAE7kGHd6VB10Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=tr%C3%A1fico+negreiro&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjn1uW8w_78AhVAE7kGHd6VB10Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=F-8-7pLEg845CM

6)    Claro, ao longo da colonização do Brasil, por exemplo, a escravidão de índios foi muitíssimo comum, até mesmo com ajuda de bandeirantes escravizadores. Nos reinos espanhóis, o uso de indígenas também foi comum, ainda que a presença africana fosse igualmente acentuada.

IMAGENS:

Conjunto 1:

https://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/esc_indigena.html#:~:text=O%20per%C3%ADodo%20de%201540%20at%C3%A9,atacando%20as%20pr%C3%B3prias%20tribos%20aliadas.

Conjunto 2:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_ind%C3%ADgena_no_Brasil#/media/Ficheiro:Indian_Soldiers_from_the_Coritiba_Province_Escorting_Native_Prisoners.jpg

Conjunto 3:

https://www.google.com/search?q=escravid%C3%A3o+indigena+no+brasil+colonial&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiY44m0xP78AhV9KbkGHe-lBhgQ_AUoAXoECAEQAw&cshid=1675605435641452&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=_hfCbKbrzV9WzM

 

REFERÊNCIAS:

ROMEIRO, Julieta et alii. Diálogo: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (6 volumes) [Livros didáticos.]

SUPER INTERESSANTE. História dos impérios africanos. Disponível em: < https://super.abril.com.br/historia/a-historia-dos-imperios-africanos/ > Acesso em 04 de fevereiro de 2023.

Nenhum comentário: