SECRETARIA DE SEGURANÇA
PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
PRIMEIROS ANOS DO ENSINO MÉDIO:
PRIMEIRO BIMESTRE – AULA 4 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS
HUMANAS:
ÁFRICA E OS PORTUGUESES – ANTES DA ESCRAVIDÃO
NEGRA NO BRASIL (Prof. José Antônio Brazão.):
PRIMEIROS (EXPOSIÇÃO GERAL) E SEGUNDOS ANOS
(REVISÃO E ATUALIZAÇÃO).
PARTE I – TCH DOS
PRIMEIROS ANOS:
A história humana
encontra-se enraizada na África. Há muitos milênios, os primeiros grupos humanos
(homo sapiens, especialmente) saíram da África em busca de
melhores condições de vida, de alimentos, de caça, entre outras necessidades,
além da curiosidade propriamente dita. Alguns grupos permaneceram na África,
enquanto outros, de fato, dela saíram em direção ao norte, entrando onde fica o
Oriente Médio, outros seguiram caminho rumo onde fica a Europa e outros para a
Ásia.
A pele negra dos homo
sapiens, por
exemplo, pouco a pouco, ao longo dessa jornada, foi clareando – acredita-se que
por conta da incidência menor dos raios solares e, essencialmente, da redução
da melanina, uma proteína que contribui para a proteção da pele, ao mesmo tempo
que a escurece. Uma razão para a pele negra deve ter sido, justamente, a alta
ocorrência de raios solares na África. Além do mais, a pele negra ajuda muito
na ocultação durante a noite, em um ambiente, como o da África, que era cheio
de predadores (animais de diversas espécies).
No norte da África, vale
lembrar, grupos humanos se formaram ao longo do Rio Nilo e, com a prática da
agricultura, viriam a formar uma sociedade maior, inclusive com Estado
centralizado, dando origem ao Egito Antigo. O Estado, com efeito, foi fundamental
para a proteção das pessoas e de suas propriedades, vindo a centralização do
poder na sociedade a fortalecer essa defesa, com cobrança de impostos e outros
serviços, como o serviço militar.
Cruzando o Estreito de
Bering (entre o norte da Ásia e o norte da América do Norte), descendentes de
alguns grupos entraram na América do Norte, por meio do Alaska. Daí rumaram,
cada vez mais, rumo ao sul, chegando até ao Brasil. Ao longo desse caminho,
formaram muitas tribos.
E os que ficaram na
África, o que aconteceu com eles? Sem dúvida alguma, os grupos humanos (homo
sapiens) que
ficaram formaram tribos, com o predomínio de pele negra. Muitas dessas tribos,
por sua vez, tinham inimizades e até adotaram a escravidão. Além de formarem
parte da força de trabalho, esses escravos eram vendidos ou trocados com outros
povos. No Egito Antigo também foram adquiridos muitos escravos, seja por
aquisição ou, principalmente, por guerras, que forneciam escravos a partir dos
perdedores sobreviventes.
Pequenos reinos se formaram
em outras partes da África igualmente. Entre os antigos reinos africanos, de
acordo com a Revista Super Interessante, destacaram-se os seguintes:
“OS REINOS AFRICANOS:
“Cartago – 814 a.C. até 146 a.C.:
Colônia fenícia na região da Tunísia, obteve
autonomia e se tornou uma das civilizações importantes do mundo greco-romano.
Embora situada na África, sua cultura estava ligada ao Oriente Médio – os fenícios
vinham do atual Líbano. Cartago controlou as rotas comerciais do Mediterrâneo e
manteve longa rivalidade com Roma. Os romanos destruíram a cidade nas Guerras
Púnicas e passaram a dominar seus territórios.”
IMAGENS:
Conjunto 1:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cartago#/media/Ficheiro:Tunisie_Carthage_Ruines_08.JPG
Conjunto 2:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza%C3%A7%C3%A3o_cartaginesa#/media/Ficheiro:Tanit_Symbol.svg
“Núbia – 780 a.C. até 350 d.C.:
Teve relação direta – por vezes conflituosa – com o
Antigo Egito. O mais notável dos reinos núbios foi Kush, que existiu por mais
de mil anos e chegou a conquistar o próprio Egito, formando sua 25ª dinastia,
que reinou até 656 a.C. Gradativamente, Kush foi perdendo força e sofrendo
rebeliões internas, até ser definitivamente dominado por Axum, um dos
predecessores do Império Etíope.”
IMAGENS:
Conjunto 1:
https://www.palmares.gov.br/?p=53832
Conjunto 2:
“Império
do Gana – 700 a 1250:
Também chamado de Uagadu (“Gana” era o título do
imperador), prosperou graças às caravanas que comercializavam ouro em pó e sal
pelo Saara. Relatos do século 11 dizem que Gana podia levar até 200 mil homens
à guerra. Mas, conforme o Império do Mali cresceu, Uagadu perdeu força e se
dissolveu. Seria recordado em 1957m quando a Costa do Ouro se tornou
independente e passou a se chamar República de Gana.”
IMAGENS:
Conjunto 1:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Gana#/media/Ficheiro:Mapa_ghana-pt.svg
Conjunto 2:
“Império
do Mali – 1230 até 1670:
Se Gana cresceu pelas caravanas, Mali –
inicialmente um pequeno reino à margem do Rio Níger – ganhou força quando essas
rotas se deslocaram ao Sul. Seus nobres seguiam a fé islâmica e chegavam a
fazer peregrinações a Meca [na Arábia], percorrendo 8 mil quilômetros pelo
deserto. No século 16, dinastias menores começaram a acossá-lo. Implodiu em
1670, após a capital Niani ser destruída por tropas de Segu, um reino vizinho.”
Conjunto1:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Mali#/media/Ficheiro:Mapa_mali-pt.svg
Conjunto 2:
“Império
de Oyo [OYO] (Iorubás) – 1300 até 1835):
A chamada Iorubalândia foi sede de vários reinos,
incluindo Oyo, cuja poderosa cavalaria ajudava a dominar a região. Os povos
iorubás se organizavam em sociedades altamente urbanizadas para os padrões do
continente. Intrigas políticas e golpes enfraqueceram as monarquias da área,
que passou a ser dominada por britânicos e franceses no século 19.”
IMAGENS:
Conjunto1:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_de_Oi%C3%B3#/media/Ficheiro:Oyoxviii.jpeg
Conjunto 2:
“Império
Songai – 1460 até 15891:
Foi o maior império africano de seu tempo – dominou
uma área equivalente a 1,4 milhão de km² (maior que o atual Egito). O primeiro
imperador, Sunni Ali, garantiu o controle sobre o Rio Níger, enfraquecendo o
vizinho Mali. O rápido declínio veio quando os bisnetos de Ali iniciaram uma
série de golpes nos anos 1530, mergulhando o império em guerras civis até ser
engolido por reinos adjacentes.” (SUPER INTERESSANTE. História dos impérios
africanos. Disponível em: < https://super.abril.com.br/historia/a-historia-dos-imperios-africanos/ > Acesso em 04 de fevereiro de 2023. Obs.:
Uso exclusivamente didático, para ensino-aprendizado.)
IMAGENS:
Conjunto1:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Songai#/media/Ficheiro:Mapa_shonghai-pt.svg
Conjunto 2:
https://www.worldhistory.org/Songhai_Empire/
Conjunto 3:
Além desses reinos, houve
grupos menores – tribos – que se espalhavam e há, ainda hoje, as que se
espalham pelo continente africano. Muitos escravos africanos, obtidos por
portugueses e outros, enviados ao Brasil e aqui comprados em certos portos,
principalmente de capitais litorâneas que vieram a se formar com o tempo, como
Salvador e Rio de Janeiro. Antes mesmo de haverem essas capitais, donos de
engenhos viriam a adquirir e solicitar o envio de escravos negros africanos.
Sem dúvida alguma, com os
negros africanos, veio também sua cultura, que influenciaria a cultura
brasileira e, especialmente, a CULTURA GOIANA: alimentos, danças, palavras,
religiosidade, capoeira, entre outras muitas contribuições.
Por que escravos negros
africanos? Algumas possíveis razões:
1)
A escravidão, na África, era muito comum, desde a
antiguidade. Até mesmo na Bíblia se fala de escravos, como o povo hebreu que
foi escravo no Egito e, depois, libertado por Moisés (Ver Livro
do Êxodo, na
Bíblia). A venda e compra de escravos, consequentemente, também eram comuns.
2)
Por serem batizados, a Religião Católica proibia a
escravidão de fiéis europeus.
3)
O preparo militar, com novas armas, pelos europeus,
fazia diferença no enfrentamento contra tribos que não tinham armas de fogo nem
de metal.
4)
Tribos inimigas ajudavam escravizadores da Europa e
de outros lugares, ganhando, inclusive, com o comércio de inimigos escravizados
e mantendo, relativamente, sua liberdade.
5)
O litoral africano banhado pelo Oceano Atlântico,
além de abundante em possíveis escravos, também era mais conhecido e de menor
distância em relação às colônias americanas, tanto portuguesa (Brasil), quanto
espanholas (América Central e do Sul), quanto inglesas (na América do Norte),
que foram as que mais escravizaram africanos. Os gastos eram um pouco menores,
portanto.
IMAGENS (Tráfico negreiro):
Conjunto
1:
Conjunto
2:
6)
Claro, ao longo da colonização do Brasil, por
exemplo, a escravidão de índios foi muitíssimo comum, até mesmo com ajuda de
bandeirantes escravizadores. Nos reinos espanhóis, o uso de indígenas também
foi comum, ainda que a presença africana fosse igualmente acentuada.
IMAGENS:
Conjunto
1:
Conjunto
2:
Conjunto
3:
REFERÊNCIAS:
ROMEIRO,
Julieta et alii. Diálogo: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São
Paulo, Moderna, 2020. (6 volumes) [Livros didáticos.]
SUPER
INTERESSANTE. História dos impérios africanos. Disponível em: < https://super.abril.com.br/historia/a-historia-dos-imperios-africanos/ > Acesso em 04 de fevereiro de 2023.
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