domingo, 8 de dezembro de 2024

QUARTO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO: AULA DE REVISÃO. AULA 40 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS: DIREITOS HUMANOS (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

QUARTO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO: AULA DE REVISÃO.

AULA 40 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS:

DIREITOS HUMANOS (Prof. José Antônio Brazão.)

Segundo a UNICEF: “Os direitos humanos são normas que reconhecem e protegem a dignidade de todos os seres humanos. Os direitos humanos regem o modo como os seres humanos individualmente vivem em sociedade e entre si, bem como sua relação com o Estado e as obrigações que o Estado tem em relação a eles.” (UNICEF. O que são direitos humanos? Disponível em: < https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos > Acesso em 06/12/2024.) (Grifo e sublinhado feitos pelo professor.)

Sem direitos, a dignidade humana se esvai, se perde, desumanizando as pessoas. Infelizmente, nem todos os seres humanos têm acesso a tais direitos, dadas a ambição humana de poucos que controlam partes consideráveis das riquezas presentes na Terra. No entanto, é preciso que existam em documentos oficiais internacionais e nacionais, porque sem isto tornar-se-ia mais difícil lutar para que se efetivem. Lutar como? Exigindo e cobrando, coletivamente, que governos e instituições ajam, com seus respectivos aparatos, para que tais direitos sejam respeitados e praticados.

Por que falar de direitos humanos nesta aula de revisão final?

Um dos motivos foi o conjunto dos estudos sociológicos acerca de problemas que afetam as mais diversas sociedades humanas, em todo o mundo: problemas ligados às estruturas desiguais que embasam as sociedades, ligados ao acesso de uns poucos, em detrimento de muitos, aos bens sociais (bens produzidos por toda a sociedade e que deveriam servir a todos igualmente).

Outro motivo: a existência efetiva de classes sociais, frutos de circunstâncias históricas reais, com ganhos de certos grupos e perdas consideráveis de muitos. Um bom exemplo: a escravidão de muitos africanos em benefício de grupos ricos ligados a reis e rainhas, bem como a suas respectivas classes sociais. A escravidão é perda de direitos!

Há causas sociais, históricas e econômicas que explicam a disparidade de acesso maior ou menor aos direitos humanos, bem vistas em aula anterior (entre a aula 37 e a 39).

A luta, no sentido de EMPENHO, ESFORÇO, em favor dos direitos humanos ocorre pelo empenho de instituições sociais, religiões e grupos de pessoas que têm trabalhos sociais, além de sindicatos, certos políticos e outros mais.

Além dos direitos humanos, há também os DIREITOS DA TERRA: a preservação do meio ambiente, de animais, de plantas e de outros tantos seres vivos que existem na Terra. Os direitos da Terra andam passo a passo com os direitos humanos: a mesma ambição humana que tira direitos de semelhantes é aquela que, em nome do contínuo enriquecimento, não se importa com a destruição do mundo natural e com a deterioração das condições de vida de seres vivos, incluindo entre estes os seres humanos.

Razões para esperança há, sem dúvida, por conta do empenho (luta) de muitos homens e mulheres que, coletivamente, buscam o favorecimento do bem comum e do mundo circundante.

E a UNICEF apresenta, em seu site, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Veja-se:

https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos#:~:text=Todo%20ser%20humano%20tem%20direito,liberdade%20e%20%C3%A0%20seguran%C3%A7a%20pessoal.&text=Ningu%C3%A9m%20ser%C3%A1%20mantido%20em%20escravid%C3%A3o,em%20todas%20as%20suas%20formas.&text=Ningu%C3%A9m%20ser%C3%A1%20submetido%20%C3%A0%20tortura,castigo%20cruel%2C%20desumano%20ou%20degradante.

Entre esses direitos estão os direitos a:

1)    Educação.

2)    Saúde.

3)    Habitação.

4)    Proteção.

5)    Julgamento justo.

6)    Segurança alimentar para as pessoas de diferentes idades, independentemente de classe social.

7)    Uma série de outros (ver no link).

Entretanto, todo direito também se põe como dever, isto é, como compromisso para que esses direitos se estendam a mais pessoas, de diferentes classes sociais. Os direitos de todos dependem de todos. Os direitos da Terra também.

Bom final de ano!

Um tempo de paz!

 

QUARTO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO: REVISÃO FINAL. AULA 40 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS: O CONTEXTO DE NASCIMENTO DA SOCIOLOGIA (Prof. José Antônio Brazão.)

  

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QUARTO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO: REVISÃO FINAL.

AULA 40 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS:

O CONTEXTO DE NASCIMENTO DA SOCIOLOGIA (Prof. José Antônio Brazão.)

 

ASPECTOS

(SÉC. XV\XVI)

(SÉC. XVI)

CONTEXTO HISTÓRICO (REALIDADE)

*Itália renascentista cheia de reinos, conflitos e tomadas de poder.

*Renascimento artístico-cultural.

*Destaque para César Bórgia, um grande comandante.

*Família Médici firmando-se no poder. Banqueiros.

*Momento de grandes descobertas científicas (Revolução Científica).

*Grandes navegações.

*Riquezas de uma minoria.

*Pobreza, sofrimento e miséria de muitos.       *Escravidão.

*Inflação alta.

*Manufaturas de lã. Expulsões de agricultores. Criação de ovelhas.

(SÉC. XVII)

(SÉC. XVIII)

 

*Inglaterra monárquica.

*Renascimento há, pelo menos, dois séculos.

*Reforma Protestante: em expansão.

*Burguesia fortalecendo-se mais.

(Cf. Thomas More.)

*Revolução Industrial.

*Exploração cada vez maior dos trabalhadores nas fábricas.

*Pobreza.

*Educação tradicional e rígida.

*Poucos privilegiados.

*Iluminismo (as luzes da razão).

SÉCULO XIX:

*Auge da Revolução Industrial.

*Intensificação na invenção e aplicação de máquinas nas indústrias.

*Exploração capitalista de homens, mulheres e crianças nas fábricas: muitas horas de trabalho por dia; salários exíguos, obrigando a todos ao trabalho, independente da idade; más condições de trabalho; sem direitos!

Explicar. DEBATER. Apresentar elementos complementares.

Nesse contexto, dois pensadores fundamentais estudados no segundo semestre:

KARL MARX e MAX WEBER. Ver revisão destes na aula 39.

 

REFERÊNCIAS:

 

BBC NEWS BRASIL. A vida dupla de Friedrich Engels, o homem sem o qual ninguém teria ouvido falar em Karl Marx. Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/geral-55150092 > Acesso em 06/12/2024.

 

BBC NEWS BRASIL. Dos Médici à Amazon: como pandemias ajudaram megacorporações a crescer ainda mais. Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/internacional-53187042 > Acesso em 06/12/2024. [Ver referência a Weber.]

 

BBC NEWS BRASIL. Marx estava certo... sobre o capitalismo. Disponível em:  < https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/09/110918_marx_capitalismo_jf > Acesso em 06/12/2024.

 

BBC NEWS BRASIL. 4 ideias de Karl Marx que seguem vivas apesar do fracasso da URSS e do comunismo. Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/geral-41889653 > Acesso em 06/12/2024.

 

BBC NEWS MUNDO. Quiénes eran los niños chimenea, sacrificados en países industriales hasta el siglo XIX. Disponível em: < https://www.bbc.com/mundo/articles/cjqpkx885wlo > Acesso em 06/12/2024.

 

JUS BRASIL. Ação e Dominação (e método) (Max Weber). Disponível em: < https://www.jusbrasil.com.br/artigos/acao-e-dominacao-e-metodo/1307044804 > Acesso em 06/12/2024.

 

 

 

 

QUARTO BIMESTRE - RECUPERAÇÃO. REVISÃO. AULA 40 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS O QUE É FILOSOFIA? (Prof. José Antônio Brazão.)

  

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QUARTO BIMESTRE - RECUPERAÇÃO. REVISÃO.

AULA 40 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS

O QUE É FILOSOFIA? (Prof. José Antônio Brazão.)

No transcurso dos milênios de sua história, a humanidade vem produzindo uma enorme gama de conhecimentos, fruto de necessidades e interesses os mais variados dos diferentes grupos humanos. Dentre esses conhecimentos encontra-se a filosofia.

A filosofia ocidental nasceu entre os antigos gregos. A palavra deriva do grego e significa, justamente: amizade com a sabedoria ou amor à sabedoria. Philo(gr.) = amigo. Sophia(gr.) = sabedoria. Mas o que é sabedoria? Essa palavra tem diversos significados. Reflita e anote alguns deles, brotados da reflexão. A seguir, busque também em dicionários de língua portuguesa e, principalmente, de filosofia, a fim de obter um entendimento maior a respeito dessa palavra. Ela trata de assuntos variados, buscando uma reflexão mais aprofundada e crítica sobre eles, no intuito de ir a fundo em sua compreensão. De forma crítica quer dizer questionadora de pressupostos (ideias básicas), valores, preconceitos, ideias gerais a respeito do mundo e das pessoas, etc.

A filosofia não pretende, em hipótese nenhuma, ser dona da verdade e, de fato, não é. A filosofia é um conhecimento interdisciplinar, ou seja, que busca contínuo diálogo com outras áreas do conhecimento, como a história, a sociologia, a antropologia e outras ciências. Esse diálogo contribui para que não haja absolutização da verdade, nem dogmatismo (afirmação, lei ou norma tomada como dogma, como verdade inquestionável e incontestável).

O dogmatismo é perigoso. Ao longo dos séculos, gerou até mesmo perseguições, sofrimentos e mortes – três bons exemplos disto são: a Inquisição (surgida na época medieval e que perdurou até o século XVIII, aproximadamente), o fascismo e o nazismo (doutrinas totalitárias desenvolvidas e praticadas no século XX).

Ao posicionar-se reflexiva e criticamente, dialogando com outras áreas de conhecimento, a filosofia quer, exatamente, questionar e desalojar os fundamentos do dogmatismo.
Além disto, a filosofia empenha-se por refletir sobre a vida humana, levantando questões e colocando-se numa busca contínua, permanente, de respostas, jamais acabadas e dogmatizadas, mas em constante construção e reelaboração.

A filosofia cruza-se com a vida e empenha-se por obter uma compreensão da mesma. Os problemas e as questões vitais não fogem a ela, mas servem de matéria-prima para as discussões filosóficas. Daí, constantemente ver-se temas como a origem, a liberdade, a angústia, o desespero, o sofrimento, o amor, etc., aparecerem e reaparecerem na filosofia, desde a antiguidade até hoje.

O que é a vida? De onde tudo surgiu? Como? O que é o mundo? Quem somos nós? Por que existimos? Por que há muitas pessoas preconceituosas? O que são preconceitos? Por que as pessoas vivem juntas? Como surgiu a sociedade? O dogmatismo interessa a quem e por quê? Por que há miséria no mundo? A quem interessa a miséria e por quê? Por que há desemprego? A quem este interessa no mundo atual e por quê? A vida tem um sentido mais profundo? O que é eternidade? Por que as coisas mudam, se transformam, continuamente? Para além dessas transformações há algo que permanece, que é eterno? O que é o amor? Por que existe o ser e não o nada? Etc.

Perguntas como estas e muitas outras fizeram e fazem com que as pessoas parem e busquem respostas. A filosofia questiona e busca respostas mais claras e objetivas (precisas), embasadas na pesquisa profunda das raízes daqueles problemas. Ao mesmo tempo, quer ajudar a buscar e apontar caminhos para a solução desses problemas que aparecem, brotados da concretude da vida humana.
As ideias expostas acima são uma pequena reflexão a respeito do que é filosofia.

Vale a pena ver outros autores que tratam do assunto, a fim de obter outras visões e enriquecer a compreensão a respeito do que seja a filosofia! Procurar também em dicionários de filosofia. Podem ajudar muito.

ONDE, QUANDO E COMO NASCEU A FILOSOFIA OCIDENTAL?

A filosofia ocidental teve sua origem nas colônias gregas da Ásia Menor (atual Turquia) e Magna Grécia (Sul da Itália), entre os séculos VII e V antes de Cristo (ou Antes da Era Comum).

Que condições históricas permitiram o surgimento da filosofia nessas regiões e quais foram os primeiros filósofos gregos?

Para ajudar a visualizar, o vídeo COSMOS, episódio 7 (A Coluna Vertebral da Noite/ A Espinha Dorsal da Noite), de Carl Sagan (cientista estadunidense do século XX), no seguinte link:

https://www.youtube.com/watch?v=YQl0IQ4A4Fs

Um resumo:

VÍDEO-DOCUMENTÁRIO “COSMOS, EPISÓDIO 7: A ESPINHA DORSAL DA NOITE”, DE CARL SAGAN: (Prof. José Antônio Brazão.)

O astrônomo estadunidense Carl Sagan, no episódio 7 da série-documentário “COSMOS”, propõe-se buscar as origens da ciência ocidental. Curiosamente, tais origens são, exatamente, as da filosofia.

Carl Sagan toma como ponto de partida, inicialmente, o bairro em que viveu em Nova Iorque. Sagan fala de seu interesse científico desde a infância. Exemplifica esse interesse com uma pergunta que fez a adultos: “O que são as estrelas?”. Descontente com as respostas simples das pessoas, que diziam-lhe serem elas luzes no céu, resolveu investigar por conta própria e se dirigiu a uma biblioteca não muito distante do local onde morava. Ali encontrou um livro que lhe disse que elas são sóis, porém estando muito distantes. O Sol seria, pois, uma estrela próxima.

A seguir, para demonstrar como a curiosidade é inerente às crianças, foi até a escola em que estudou naquele bairro e visitou a turma que, naquele ano, ocupava uma sala em que ele mesmo havia estudado. Sagan conversou com as crianças a respeito da astronomia e da ciência, tendo-lhes dado inclusive fotos tiradas pelas naves Voyager, referentes a planetas, à Via Láctea e ao Sistema Solar. Tirou dúvidas das crianças – “O que é a Via Láctea?”, “Por que a Terra é redonda e não de outra forma?”, etc. A Via Láctea, esclareceu, é uma galáxia onde se encontram milhões de estrelas. A Terra é redonda por causa da força da gravidade, que puxa tudo para o centro.

Sagan elogia os pais e os professores que teve, os quais o incentivaram e instigaram sua curiosidade. A respeito da curiosidade das crianças, Sagan afirma que elas têm um grande senso de curiosidade e uma mente aberta.

Na cena seguinte, Sagan aparece em um ancoradouro junto ao mar, onde, através da fala, faz uma volta ao passado da história humana, até sociedades tribais. Segundo ele, alguém, no passado distante, deve ter-se perguntado acerca do que seriam aquelas luzes no céu. Para uma tribo de caçadores, por exemplo, poderiam ter sido consideradas fogueiras no céu, mantidas por seres que deveriam ter, portanto, grandes poderes. Com isto, Sagan faz uma consideração a respeito da origem de deuses e mitos.

Continuando, Sagan cita o exemplo de uma tribo africana para a qual a Via Láctea era considerada a espinha dorsal dos céus noturnos. Por sua vez, para os gregos antigos, ela seria o leite derramado da deusa Hera. Isto demonstra que os mitos e as religiões são formas explicativas da realidade. Ambos nasceram a partir de perguntas como aquela das estrelas, fruto da curiosidade humana. Acreditando na existência de seres celestiais, cujos poderes seriam enormes, relatos foram sendo criados, frutos da imaginação. Deuses e deusas foram surgindo, bem como a necessidade de cultuá-los. Com isto, também sacerdotes, mediadores do culto.

Na ilha de Samos, Sagan mostra ruínas de um antigo templo dedicado à deusa Hera, feito com uma simetria e uma precisão muito grandes. Sagan fala de cultos sangrentos e de outros, que por sua vez, eram simples e suaves.

Sagan adentra na origem da ciência – e, com ela, da filosofia ocidental – e diz que ela surgiu nas “remotas ilhas do Mar Egeu”. Mas, por que ali? Justamente porque ali houve liberdade de pensar suficiente para o surgimento de novas ideias. Aquelas ilhas não eram sedes de grandes impérios, nem de estados em que a religião já se havia cristalizado e nos quais tinha poder. Além disto, aquela foi uma região em que aportavam mercadores e marinheiros de diversos lugares dos mares próximos, do Mediterrâneo. Havia ali também pescadores. O comércio incrementou o movimento e os contatos entre culturas e ideias diferentes. A soma desses fatores tornou possível o livre pensar e o viajar da mente em busca de outras respostas para as perguntas acerca da origem das coisas e do mundo.

Dois deuses (ou mais) reivindicando a origem: um deles deve estar certo e o outro errado. “Por que não os dois?” Dúvidas surgiram e com elas a busca de respostas, não mais partindo da religião e dos mitos, mas da própria natureza.

A ilha de Samos, séculos antes de Cristo, foi governada por Polícrates, um ditador que fez construir uma extensa muralha e um canal subterrâneo que levou cerca de quinze anos para ser construído, projeto do arquiteto Teodoro, fruto do uso brilhante da mente. Diz Sagan que, segundo relatos antigos, Teodoro teria sido também o criador da chave, da régua e do esquadro.

Nesse contexto histórico e cultural, entre 600 e 500 a.C., surgiram os primeiros cientistas – os primeiros filósofos do Ocidente, gregos – em Mileto, junto ao Mar Egeu: Tales, Anaximandro e Anaxímenes. Apareceram também, em outras cidades, Empédocles, Pitágoras, Demócrito, dentre outros.

Sagan fala, então, de Tales de Mileto, que acreditava ser a água o elemento primordial de tudo que existe. Mas como explicar a terra seca? De acordo com o mito, o deus babilônico Marduk teria lançado um manto sobre as águas e com ele fez a terra seca. Tales, não admitindo as explicações míticas, deve ter partido de informações de que as águas do rio Nilo, na África, durante as inundações, depositava sedimentos sobre as terras. Conforme Sagan, para Tales, nos princípios, a formação da terra seca deve ter seguido um processo similar.

Sagan refere-se, a seguir, a Anaximandro, conterrâneo de Tales, que aprendeu a fazer uso de um bastão para medir o tempo, por meio da sombra (relógio solar), servindo-lhe inclusive para medir as estações as estações do ano. Sagan diz, então, que, durante séculos, os seres humanos usaram bastões para ferir, machucar. Anaximandro aprendeu a utilizá-lo para medir o tempo.

Na sequência, Sagan fala de Anaxímenes, que fez uma descoberta impressionante: a de que o ar é uma matéria extremamente fina. Um raciocínio desse tipo viria a permitir, posteriormente, o lampejar daquilo que Demócrito afirmaria ser o átomo.

Na linha de Anaxímenes, Empédocles de Agrigento fez uma experiência interessante – retomada por Sagan: colocou em um balde de água um instrumento de cozinha chamado “ladrão de água”, composto de uma esfera metálica perfurada contendo um gargalho com um furo que dá para o exterior. Ao colocá-lo na água, ele se enchia. Tapando com o dedo o orifício do gargalo era possível retirar água do balde e de despejá-la em outro utensílio ou mesmo no balde. Colocando esse instrumento como gargalo fechado, não havia possibilidade de entrada da água. O que isto queria dizer? Que havia algo que bloqueava a entrada? O quê? Empédocles identificou-o com o ar. Estudando-o, percebeu sua finura, de modo até mesmo a permitir ver através dele. O caminho para o levantamento daquela hipótese do átomo estava assim aberto.

Sagan aparece em meio a um grupo de pessoas que estavam festejando, ali na ilha. Fala então de Demócrito, que afirmava que na escala do muito pequeno existe uma partícula diminuta e incortável, indivisível, à qual deu o nome de átomo. Os átomos seriam, pois, os elementos primordiais que tudo compunham.

Ao longo dos séculos seguintes, as descobertas daqueles cientistas (filósofos) foram avante? De acordo com Sagan, não. Por quê? Em razão do pensar científico-filosófico ter tomado um outro rumo: o do misticismo. A título de exemplo, Sagan cita um grupo de filósofos místicos e que se reuniam, de acordo com a tradição, em uma caverna: os pitagóricos. Pitágoras e seus discípulos fizeram vários estudos matemáticos, tendo descoberto as propriedades de figuras matemáticas como o cubo, a pirâmide, o dodecaedro e outras duas.

Ao trabalhar com cálculos relacionados ao dodecaedro, os pitagóricos depararam-se com uma raiz quadrada de dois, cujo resultado era irracional. Ora, o irracional não seria admissível. Portanto, a raiz quadrada de dois e o dodecaedro deveriam ser escondidos do público. Aliás, as próprias reuniões realizadas pelos pitagóricos eram secretas. Para eles o mundo material era passageiro e enganador. Caíram no misticismo.

O misticismo pitagórico entrou de cheio no pensamento de Platão, filósofo ateniense que viveu entre os séculos V e IV a.C. Platão radicalizou o idealismo pitagórico e suprimiu a pesquisa com experimentos, criticou e não retomou as ideias de dos filósofos que o precederam, como as de Demócrito, por se voltarem em direção ao mundo material.

Platão e seu discípulo Aristóteles concordavam com a escravidão, dada a diversidade natural das pessoas, sendo que algumas nasceram para mandar e outras para obedecer.

Muitos séculos depois, na época moderna (séculos XV d.C. em diante), segundo Sagan, as ideias daqueles primeiros filósofos foram redescobertas, aparecendo no novo estilo de pesquisar e explicar o mundo, sem idealismo. Sagan cita como exemplo Christian Huygens, cientista holandês do século XVII, que fez estudos sobre o universo e as estrelas. Para demonstrar as grandezas das estrelas, Huygens fez furos, com tamanhos diferentes, em um disco de metal. Por meio deles, Huygens estudou a intensidade do brilho de estrelas e pôde determinar a grandeza de muitas delas.

Sagan, enfim, conclui dizendo que, no passado, fomos navegantes – como aqueles marinheiros e pescadores das antigas colônias gregas – e assim continuamos a ser, sempre buscando o conhecimento do mundo que nos rodeia.

A fim de podermos situar esses pensadores, vejamos os seguintes mapas:

domingo, 1 de dezembro de 2024

QUARTO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO DO SEGUNDO SEMESTRE: AULA 39 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS. REVISÃO. ESTRATIFICAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL: DESIGUALDADES SOCIAIS NÃO SÃO NATURAIS, SÃO HISTÓRICAS (Prof. José Antônio Brazão.)

  

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QUARTO BIMESTRE – RECUPERAÇÃO DO SEGUNDO SEMESTRE:

AULA 39 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS:

*VER AULA ANTERIOR (NÚMERO 38), SEM FALTA, SOBRE ALIENAÇÃO, em:

http://filosofianodia-a-dia.blogspot.com/2024/11/quarto-bimestre-revisao-para_24.html

*REVISÃO.

ESTRATIFICAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL (REVISÃO):

DESIGUALDADES SOCIAIS NÃO SÃO NATURAIS, SÃO HISTÓRICAS (Prof. José Antônio Brazão.)

As desigualdades sociais são marcantes e visíveis no mundo atual. Por exemplo, pode-se ver:

(1)Na estrutura das cidades, com uma região central e regiões periféricas.

(2)Em favelas.

(3)Pessoas morando embaixo das pontes e dos viadutos.

(4)Pedintes nas ruas.

(5)Vendedores ambulantes desempregados. Em tempos de doenças coletivas, mais ainda.

(6)No pouco acesso ao sistema de saúde por parte de muitas pessoas.

(7)No pouco acesso a níveis mais elevados de escolaridade por parte de muitas pessoas.

(8)No analfabetismo que, infelizmente, ainda existe até mesmo no Brasil e próximo de nós, presente entre muita gente pobre.

(9)No analfabetismo digital. Falta de acesso ao conhecimento e uso do mundo digital, principalmente, pelos mais pobres.

(10)Em acampamentos ao longo de estradas.

(11)No número maior de pessoas de classes populares que morreram e têm morrido na pandemia de 2020.

(12)Em notícias de TV sobre a África, a Índia e outros lugares do mundo.

(13)Na acumulação da maior parte da riqueza do mundo nas mãos de um por cento dos mais ricos do mundo, em detrimento de uma maioria imensa que não tem sequer o que comer direito. (Informações de jornais e livros didáticos, por exemplo.)

(14)No quase nenhum acesso a tecnologias de ponta por parte de muitas pessoas.

(15)Na corrupção, noticiada todos os dias por via dos meios de comunicação social. De fato, a corrupção tira de todas as pessoas e, principalmente das mais pobres, uma série de direitos, como o direito aos bens básicos da vida.

(16)Na péssima infraestrutura de esgoto, de água e de outros serviços básicos em muitos bairros de periferia e em favelas. Fruto da má gestão do dinheiro público e, principalmente, da corrupção, além da divisão social propriamente dita.

(17)Etc. Se se observar, poder-se-á ver, às claras, muitas outras formas de manifestação da desigualdade social. Muitas vezes, basta sair às ruas.

Mas a desigualdade social (divisão entre ricos e pobres) não é natural nem fruto da visão religiosa acerca do pecado ou da graça. Ela é fruto, sobretudo, da ACUMULAÇÃO DE RIQUEZAS NAS MÃOS DE POUCOS, fruto, por sua vez, muitas vezes, da EXPLORAÇÃO DO TRABALHO ALHEIO, além da corrupção. Nos últimos séculos, por exemplo, podem ser citados os FATOS REAIS e HISTÓRICOS a evidenciar esses fatos:

(1)Final do século XV em diante (até hoje): A matança de tribos e povos na África, na Ásia, na América Latina e do Norte, etc., em busca de terras, ouro e riquezas. Por exemplo: conquistadores de diferentes países em nome de governos desses países e de companhias (por ex.: Companhias das Índias Orientais e Ocidentais).

(2)A matança de outras tribos e outros povos de lugares já citados também por meio de doenças, no intuito de apropriação de suas riquezas e terras.

(3)Escravidão de índios e negros (destes, a grande maioria), empregados em enormes fazendas de produção de açúcar (ciclo da cana de açúcar), depois nas minas, no ciclo do café e em outros lugares onde o trabalho pesado e escravo era necessário.

(4)A exploração terrível na época da Revolução Industrial, com a formação de bairros paupérrimos em vários cantos da Europa e do mundo. Os livros de Sociologia e de História bem mostram esse fato real e histórico.

(5)A escravização de pessoas, hoje ainda, em fazendas, empresas de tecelagem e outros lugares, denunciada pela Justiça Trabalhista e atacada, dentro do possível, pela Polícia Federal do Brasil.

(6)Guerras localizadas e mundiais, frutos claramente de interesses coloniais e neocoloniais (neocolonialismo do século XIX, por exemplo, que veio a provocar a Primeira Guerra Mundial e, a seguir, a Segunda Guerra Mundial, no século XX) em que muitas pessoas morreram, ficaram desabrigadas e sem recursos, aumentando seu empobrecimento. Com as guerras, os setores ricos de países vencedores enriqueceram mais ainda: indústria de armas, de veículos, bancos, de construção (e reconstrução) [empreiteiras], além de outras tantas, enquanto uma maioria empobreceu ou morreu em tais guerras. Fato visível em livros de História e de Sociologia.

(7)A escravidão colonial. Quando os negros foram libertos no Brasil, no final do século XIX, foram libertos sem quaisquer direitos, simplesmente despedidos, vindo, muitos deles(as) a exercer trabalhos pesados dos mais diversos tipos para sobreviver e sujeitar-se a condições desumanas de vida. Onde muitos encontraram abrigos? No que viriam a ser as favelas, em morros principalmente. Até hoje, por exemplo, o racismo é real e até frequente, fruto da história e da desigualdade social. Pobres negros sofrem, ainda hoje, em muitas cidades.

(8)O desemprego de vastos setores da população brasileira (e mundial), em tempos de crises e, particularmente, fora destes. Maioria imensa: pobres. (Nos últimos anos, variando entre 12 e 14 milhões de desempregados e desempregadas, conforme noticiários e outros meios de comunicação social.)

(9)CORRUPÇÃO DO PASSADO E DO PRESENTE: parte de setores diversos da sociedade, principalmente envolvendo setores da política. Impostos não pagos por certas grandes empresas, por exemplo, igualmente fazem falta para muita gente. Em tempos de pandemia, por exemplo, jornais de TV falam frequentemente de empresas, ligadas a políticos, que superfaturam os valores de produtos farmacológicos e de atendimento médico, como respiradores, remédios e outros. Fato. Nos tempos do “Petrolão” (denunciado na Operação Lava-Jato), um bom número de empreiteiras envolvidas e que se enriqueciam com obras superfaturadas e outros artifícios, com vários empresários presos naquela operação da Justiça Federal com a Polícia Federal. O Caso das Empreiteiras, na década de 1990, outro exemplo histórico. No Rio de Janeiro... A corrupção prejudica muitíssimos setores das sociedades do Brasil e do mundo, além dos empobrecidos propriamente ditos.

(10)Etc.

Todos esses casos evidenciam a acumulação do capital que teve e tem, como contrapartida, o empobrecimento e o sofrimento de muitas pessoas, de grupos e até mesmo povos quase inteiros, destituídos de tudo ou quase tudo, gerando a desigualdade social.

REFERÊNCIAS:

CAMPOS, Flávio de e CLARO, Regina. A Escrita da História (Manual do Professor). São Paulo, Escala Educacional, 2010. (Três volumes.)

MODERNA. História do Brasil. São Paulo, Moderna, 2006. (ENCICLOPÉDIA DO ESTUDANTE, Vol. 16)

ESTADÃO. Empreiteira da Lava Jato afirma que cartel atuou na década de 90. Disponível em: < https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,empreiteira-da-lava-jato-afirma-que-cartel-atuou-na-decada-de-90,1654892 > Acesso em 29/11/2024.

JUS.COM.BR. Uma visão do combate ao trabalho escravo contemporâneo no Brasil pela ótica dos direitos humanos. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/66171/uma-visao-do-combate-ao-trabalho-escravo-contemporaneo-no-brasil-pela-otica-dos-direitos-humanos > Acesso em 29/11/2024.

R7. Escravos bolivianos são resgatados na zona leste de SP. Disponível em: < https://noticias.r7.com/sao-paulo/escravos-bolivianos-sao-resgatados-na-zona-leste-de-sp-13102014 > Acesso em 29/11/2024.

SILVA, Afrânio et alii. Mundo do trabalho e desigualdade social. In: _________________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016/2017. (Unidade 4)