domingo, 11 de agosto de 2024

TERCEIRO BIMESTRE - AULA 25 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS. AS FILOSOFIAS DE PLATÃO E ARISTÓTELES (Prof. José Antônio Brazão.)

 

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Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

TERCEIRO BIMESTRE

AULA 25 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS

AS FILOSOFIAS DE PLATÃO E ARISTÓTELES (Prof. José Antônio Brazão.)

 

Rodeado de amigos, até o último dia,

Com eles Sócrates tratou da alma a imortalidade,

Defendendo-a, por argumentos, como bem sabia,

Diante dos deuses comparecer, plena liberdade.

 

Serem bons homens e cidadãos

Aos amigos Sócrates pedia,

Pelo bem da cidade cada ação

Respeitar as leis deveria.

 

Discípulos de suas palavras lembraram

Para as socráticas ideias não perder

A forma de diálogo Platão e Xenofonte aplicaram

E por palavras e escritos as resolveram vivas manter.

 

Nos socráticos platônicos diálogos, o amor, o poder e a guerra,

Por seu valor, vieram a aparecer,

Também coisas divinas e coisas da Terra,

A atenção do discípulo filósofo puderam merecer.

 

Enfrentando do pensamento novos desafios, divergindo dos sofistas,

Filósofos-professores no mundo grego itinerantes,

Para além das ideias desses pensadores relativistas,

A verdade e os valores são realidades vivas e operantes.

 

Platão, seguindo os passos do mestre,

Muito dele, por anos, incansavelmente, aprendeu

E mesmo com a morte de Sócrates

De seus pensamentos e valores jamais se esqueceu.

 

Da caverna um mito ou alegoria

N’A República uma história a todos contou

Uma prisão de pessoas, sem vera alegria,

Naquele lugar subterrâneo imaginou.

 

Homens, mulheres, meninas e meninos

Naquela caverna, voltados para um paredão

Se encontravam presos desde pequeninos

E ali de sombras vistas criam na ilusão.

 

Certo dia, um dos prisioneiros foi liberto

Obrigado a sair, ficou da luz de uma fogueira quase cego,

Mas por um caminho a saída e lá fora, por esforço certo,

Vendo coisas novas, a verdade, superou o mal do ego.

 

Voltando à antiga prisão,

Para as coisas belas e novas lá de fora

Dos amigos e amigas chamou a atenção

Sair da caverna seria, de fato, boa hora.

 

Apesar de pelos ex-companheiros mal julgado,

O liberto não desistiu

Da verdade, insistente e ousado,

Ainda que sob risco de morte servil.

 

Para além daquela imaginária história,

Num mundo imutável Platão vinh’acreditar

Das ideias, formas perfeitas e eternas, pela memória,

Reminiscência, meio para as almas presas do sensível mundo se libertar.

 

No mesmo político livro, sem aristofânicas galhofas,

Uma cidade ideal o filósofo apresentou,

Governada por filósofos e filósofas

O platônico pensamento a vislumbrou.

 

Em diálogos, seguindo do antigo mestre a ironia e a maiêutica,

Sobre o amor, a imortalidade e a justiça ele escreveu

Das discussões à maneira socrática

Calorosos debates Platão descreveu.

 

Em Atenas, uma nova escola Platão fundou

Da filosofia e das verdadeiras ciências o conhecimento

Nova maneira de encarar se disseminou,

Abrindo de grandes discípulos, por séculos, o entendimento.

 

Destacando-se entre todos, na Academia, entre eles,

Um macedônico discípulo apareceu,

Nobre intelectual, filho de médico da corte, Aristóteles,

O Leitor por Platão apelidado, o nome era seu.

 

Tendo muito lido e por imenso empenho se destacando,

Aristóteles homem extremamente culto se tornou,

Do mestre Platão, um mundo das Ideias não aceitando,

Nem ideais, uma filosofia muito própria fundou.

 

Em seus livros, condensou-se o aristotélico conhecimento:

Política, Ética, Física, Metafísica, do mundo e da natureza,

Pois por muitos temas  interessou-se seu filosófico pensamento

E sobre todos eles escreveu e, no Liceu, ensinou com saber e destreza.

 

Ideias grandes teve o estagirita,

Por estudos muitos contidas no pensamento,

Do mundo seria mais rica pepita,

De aurífera grandeza, o conhecimento.

 

Sabendo de Empédocles as sentenças,

Aristóteles concordou que por quatro elementares

Princípios são feitas as coisas terrenas:

Terra, água, ar e fogo, esteios basilares.

 

Conforme reflexões do agrigentino,

Arqués unidas por força do Amor

E desarticuladas pelo Ódio ferino,

Princípios de união e desagregação.

 

Para dar à linguagem fundamentação,

Criou Aristóteles o raciocínio silogismo:

De duas premissas tirando a conclusão,

Na lei geral o caso particular necessaríssimo.

 

Do que são os céus feitos,

Perguntava-se o peripatético,

De modo a serem tão perfeitos,

Senão do éter puro, arquetípico?

 

Do aristotélico éter a tese, há tempos, descartada,

Hoje, de cósmicas ondas gravitacionais o requinte,

Na união espaço-tempo, a hipótese comprovada

De um germânico cientista do século vinte.

 

Mas para Aristóteles e seu tempo um universo geocêntrico

Era, por conta do senso comum, uma imensa certeza,

Composto de planetares círculos concêntricos,

De cósmica harmonia e extrema beleza.

 

Sobre a queda dos graves corpos refletindo

Na sublunar, terrena, realidade,

O mais pesado ao chão primeiro acaba indo

Eis algo do que cria ser a mais pura verdade.

 

Matutando da ética o humano destino,

Acerca do que seria a virtude

Concluiu ser esta do meio o caminho,

Como a temperança, no alimentar boa atitude.

 

 

OUTRA AULA (AULA 27): A TEORIA DAS QUATRO CAUSAS DE ARISTÓTELES.

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