COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
TERCEIRO BIMESTRE
AULA 25 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS
AS FILOSOFIAS DE PLATÃO E ARISTÓTELES (Prof.
José Antônio Brazão.)
Rodeado de amigos, até o último dia,
Com eles Sócrates tratou da alma a
imortalidade,
Defendendo-a, por argumentos, como bem sabia,
Diante dos deuses comparecer, plena liberdade.
Serem bons homens e cidadãos
Aos amigos Sócrates pedia,
Pelo bem da cidade cada ação
Respeitar as leis deveria.
Discípulos de suas palavras lembraram
Para as socráticas ideias não perder
A forma de diálogo Platão e Xenofonte
aplicaram
E por palavras e escritos as resolveram vivas manter.
Nos socráticos platônicos diálogos, o amor, o
poder e a guerra,
Por seu valor, vieram a aparecer,
Também coisas divinas e coisas da Terra,
A atenção do discípulo filósofo puderam
merecer.
Enfrentando do pensamento novos desafios,
divergindo dos sofistas,
Filósofos-professores no mundo grego
itinerantes,
Para além das ideias desses pensadores
relativistas,
A verdade e os valores são realidades vivas e
operantes.
Platão, seguindo os passos do mestre,
Muito dele, por anos, incansavelmente,
aprendeu
E mesmo com a morte de Sócrates
De seus pensamentos e valores jamais se
esqueceu.
Da caverna um mito ou alegoria
N’A República uma história a todos
contou
Uma prisão de pessoas, sem vera alegria,
Naquele lugar subterrâneo imaginou.
Homens, mulheres, meninas e meninos
Naquela caverna, voltados para um paredão
Se encontravam presos desde pequeninos
E ali de sombras vistas criam na ilusão.
Certo dia, um dos prisioneiros foi liberto
Obrigado a sair, ficou da luz de uma fogueira
quase cego,
Mas por um caminho a saída e lá fora, por
esforço certo,
Vendo coisas novas, a verdade, superou o mal
do ego.
Voltando à antiga prisão,
Para as coisas belas e novas lá de fora
Dos amigos e amigas chamou a atenção
Sair da caverna seria, de fato, boa hora.
Apesar de pelos ex-companheiros mal julgado,
O liberto não desistiu
Da verdade, insistente e ousado,
Ainda que sob risco de morte servil.
Para além daquela imaginária história,
Num mundo imutável Platão vinh’acreditar
Das ideias, formas perfeitas e eternas, pela
memória,
Reminiscência, meio para as almas presas do
sensível mundo se libertar.
No mesmo político livro, sem aristofânicas
galhofas,
Uma cidade ideal o filósofo apresentou,
Governada por filósofos e filósofas
O platônico pensamento a vislumbrou.
Em diálogos, seguindo do antigo mestre a
ironia e a maiêutica,
Sobre o amor, a imortalidade e a justiça ele
escreveu
Das discussões à maneira socrática
Calorosos debates Platão descreveu.
Em Atenas, uma nova escola
Platão fundou
Da filosofia e das verdadeiras
ciências o conhecimento
Nova maneira de encarar se
disseminou,
Abrindo de grandes discípulos,
por séculos, o entendimento.
Destacando-se entre todos, na Academia, entre
eles,
Um macedônico discípulo apareceu,
Nobre intelectual, filho de médico da corte,
Aristóteles,
O Leitor por Platão apelidado, o nome era seu.
Tendo muito lido e por imenso empenho se
destacando,
Aristóteles homem extremamente culto se
tornou,
Do mestre Platão, um mundo das Ideias não
aceitando,
Nem ideais, uma filosofia muito própria
fundou.
Em seus livros, condensou-se o aristotélico
conhecimento:
Política, Ética,
Física, Metafísica, do mundo e da natureza,
Pois por muitos temas interessou-se seu filosófico pensamento
E sobre todos eles escreveu e, no Liceu, ensinou
com saber e destreza.
Ideias grandes teve o estagirita,
Por estudos muitos contidas no pensamento,
Do mundo seria mais rica pepita,
De aurífera grandeza, o conhecimento.
Sabendo de Empédocles as sentenças,
Aristóteles concordou que por quatro
elementares
Princípios são feitas as coisas terrenas:
Terra, água, ar e fogo, esteios basilares.
Conforme reflexões do agrigentino,
Arqués unidas por força do Amor
E desarticuladas pelo Ódio ferino,
Princípios de união e desagregação.
Para dar à linguagem fundamentação,
Criou Aristóteles o raciocínio silogismo:
De duas premissas tirando a conclusão,
Na lei geral o caso particular necessaríssimo.
Do que são os céus feitos,
Perguntava-se o peripatético,
De modo a serem tão perfeitos,
Senão do éter puro, arquetípico?
Do aristotélico éter a tese, há tempos,
descartada,
Hoje, de cósmicas ondas gravitacionais o
requinte,
Na união espaço-tempo, a hipótese comprovada
De um germânico cientista do século vinte.
Mas para Aristóteles e seu tempo um universo geocêntrico
Era, por conta do senso comum, uma imensa
certeza,
Composto de planetares círculos concêntricos,
De cósmica harmonia e extrema beleza.
Sobre a queda dos graves corpos refletindo
Na sublunar, terrena, realidade,
O mais pesado ao chão primeiro acaba indo
Eis algo do que cria ser a mais pura verdade.
Matutando da ética o humano destino,
Acerca do que seria a virtude
Concluiu ser esta do meio o caminho,
Como a temperança, no alimentar boa atitude.
OUTRA AULA (AULA 27): A TEORIA DAS QUATRO CAUSAS
DE ARISTÓTELES.
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