domingo, 26 de maio de 2024

SEGUNDO BIMESTRE - AULA 19 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS. A GRÉCIA NOS TEMPOS DOS SOFISTAS E SÓCRATES (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

SEGUNDO BIMESTRE

AULA 19 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS

Um tour (giro, passeio) pela antiga Atenas e outros lugares da Grécia antiga (observar as imagens, pois os vídeos estão em língua estrangeira, use a ferramenta de tradução escrita disponível junto ao vídeo):

Vídeo 1: https://www.youtube.com/watch?v=ulAxMLJ7O7M

Vídeo 2: https://www.youtube.com/watch?v=lkYDL_frEXw

Vídeo 3 (a Ágora [praça pública] da antiga Atenas):

 https://www.youtube.com/watch?v=UasvHBfyRGI

A GRÉCIA NOS TEMPOS DOS SOFISTAS E SÓCRATES (Prof. José Antônio Brazão.)

A Grécia é um dos berços da cultura ocidental. Dela a cultura europeia e dos países influenciados por esta receberam: parte considerável de palavras, mitos (histórias sagradas de deuses, heróis, semideuses e outros), o teatro, a filosofia, a matemática abstrata, parte da ciência, nomes de muitas constelações celestes, a retórica, a dialética, a lógica, uma forte influência artística, parte da arquitetura, entre outros elementos culturais importantíssimos.

As cidades gregas, entre os séculos VIII e V antes da Era Comum (A.E.C.) ou antes de Cristo (a.C.), vinham crescendo consideravelmente, impulsionadas pelo comércio, pelas navegações, pelo contato com outros povos, ideias e culturas, aumento populacional, tornando-se agitadas.

Dessas cidades vale lembrar, segundo o site Sua Pesquisa:

“Principais cidades da Grécia Antiga:

Na Península do Peloponeso e na Ática: Esparta, Argos, Micenas, Corinto, Olímpia, Epidauro, Mégara.

Na Grécia continental: Atenas, Tebas, Patras, Acaia, Delfos, Erétria, Queroneia.

Na Grécia insular [ilhas gregas]: Cnossos (na Ilha de Creta), Delos, Filacopi, Acrotíri (na Ilha de Santorini), Camiros (na Ilha de Rodes), Quios (na ilha de Quios), Mitilene (na Ilha de Lesbos).

Na Grécia Oriental (costa da Ásia Menor): Éfeso, Mileto, Pérgamo, Foceia, Troia, Anfípolis.” (SUA PESQUISA. Principais cidades da Grécia Antiga. Disponível em: < https://www.suapesquisa.com/grecia/cidades_grecia_antiga.htm > Acesso em 24/05/2024.) (O que está entre colchetes foi posto pelo professor.)

Como se pode ver, havia, já naquele momento, um bom número de cidades gregas. Um fato importante é que cada cidade (PÓLIS) era uma cidade-estado, isto é, era independente da outra, com rei, leis, moeda, sistema político e jurídico, enfim, estrutura político-econômica própria.

O que as cidades gregas tinham em comum? A língua, a cultura em muitos pontos comuns, com pequenas variações, o gosto pelo teatro, a arquitetura, entre outras coisas. O comércio era feito por terra e por mar (Mar Jônico, Mar Egeu e Mar Mediterrâneo, além do Mar Negro, com cujas cidades havia comércio): entre as cidades continentais, com as ilhas, com as colônias na Itália e na Ásia Menor, com o Egito, além de muitos outros povos antigos.

Da arte, um ponto importante: as estátuas gregas, com corpos torneados, mostrando contornos precisos e obedecendo a padrões, como a regra de ouro (a proporção precisa entre cada parte componente; padrão [modelo] matemático), mostram a precisão matemática e o uso da abstração (capacidade de formar imagens e operações mentais), que vieram a ser tão importantes para o desenvolvimento de novas ideias.

Outro ponto da arte grega antiga: o teatro, com a tragédia e a comédia. Os teatros gregos são obras monumentais da arquitetura. Feitos ao ar livre, com pedras e calçamento, em forma semicircular, aproveitavam a acústica natural, permitindo a audição mesmo nas arquibancadas mais elevadas. Ademais o teatro exige escrita, formação de histórias, memória para gravar as partes correspondentes de cada ator, reflexões sobre a vida e a existência humanas (amor, ódio, valores etc.). Peças de Sófocles, Eurípides, Ésquilo e outros teatrólogos, salvas por meio de cópias e recópias milenares, são ainda encenadas.

A astronomia grega também teve grande peso. Os gregos deram nomes a muitas constelações celestiais, os quais ainda permanecem na cultura ocidental. Tais nomes contaram, fortemente, com a mitologia grega, tendo nomes de deuses e seres mitológicos sido postos nos céus noturnos. Até o Sol, durante o dia, conduzido pela carruagem de Apolo (Hélios) em seu percurso. Claro que a astronomia grega sofreu influência de outros povos, assim como sua arte: Egito, Mesopotâmia, Babilônia, Fenícia, Roma, entre outros povos do Mar Mediterrâneo, deram contribuições, por conta do comércio e dos contatos entre esses povos e os gregos e entre eles mesmos.

A arquitetura, seja dos prédios, seja das casas, seja dos templos e de monumentos da Grécia antiga, teve grande destaque, aliando, como as arquiteturas de outros povos antigos, a arte da construção e a precisão da matemática em obras magníficas de engenharia. A precisão matemática dessas construções é admirável.

No que diz respeito ao comércio, eis um comentário dos produtos mais vendidos:

“Historiadores dividiram o mercado da Grécia em duas esferas: As mercadorias básicas - grãos, azeitonas e vinhos cultivados e comercializados localmente; e as mercadorias de luxo que na economia pré-industrial eram os itens importados - roupas e tinturas para tecidos, comidas exóticas, metais, marfim, curiosidades – itens cujo valor de venda compensava os riscos da navegação e especulação.

‘A dieta do pobre urbano em Atenas consistia de peixe salgado da região de Hellespont [...] Atica tinha suas árvores frutíferas [...] o campo dominava as cidades economicamente, pois era o centro da produção essencial: alimentos e tecidos’ (DESMOND, 2006, p.62). É importante lembrar que os produtos consumidos pelos pobres eram produzidos localmente. A partir desta observação pode-se inferir que os hábitos de consumo dos pobres eram definidos em grande parte pela região onde habitavam. A conservação, estoque e transporte dos alimentos eram itens que encareciam os produtos, portanto não eram consumidos pelos pobres. O comércio entre as cidades era direcionado para atender à demanda das pessoas mais abastadas.” (PUC-RIO. Grécia clássica, redistribuição e mercados. Disponível em: < https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/17977/17977_6.PDF > Acesso em 24/05/2024.)

Com o comércio, o uso das moedas, das trocas de moedas e o envolvimento de comerciantes e cambistas, tanto da Grécia quanto de outras regiões com as quais ela fazia comércio. E, como se pode ver no texto acima, havia grande desigualdade social, como há ainda hoje.

Essa é uma pequena parte da efervescência de ideias e valores que permitiram o surgimento da filosofia nas colônias gregas da Ásia Menor (hoje, Turquia) e da Magna Grécia (Sul da Itália), como já visto no estudo sobre os filósofos pré-socráticos, também chamados físicos ou naturalistas, seja porque uma parte deles antecedeu o filósofo Sócrates, seja por conta de seu interesse pelos estudos da natureza (physis, em grego).

No período clássico (séculos V e IV A.E.C.), por conta dos crescentes embates (discussões, confrontos) políticos em assembleias gregas, a necessidade de homens preparados para a vida pública tornou-se cada vez mais intensa e premente (urgente, imediata), abrindo espaço para filósofos-professores de Retórica (arte de falar em público) e Dialética, entre outras matérias, conforme cada caso: Protágoras, Górgias, Trasímaco e outros, por exemplo.

Nesse período também emergiram filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, cujas ideias teriam enorme impacto no pensamento ocidental, além dos anteriormente citados.

De Sócrates vale aqui lembrar: o gosto pela conversa com jovens e outros, em diferentes lugares da cidade de Atenas, o método (caminho) próprio de diálogo, estruturado no que veio a ser conhecido como ironia (conjunto de perguntas que se encadeiam ao longo do diálogo, conforme as respostas recebidas) e a maiêutica (arte de partejar ideias, levando à reflexão e à crítica), a importância dada ao autoconhecimento (“Conhece-te a ti mesmo.”), o respeito pelas leis da cidade e os valores éticos pelos quais esse filósofo se bateu até o fim da vida, posto numa prisão, acusado falsamente, e morto.

REFERÊNCIAS:

PUC-RIO. Grécia clássica, redistribuição e mercados. Disponível em: < https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/17977/17977_6.PDF > Acesso em 24/05/2024.

ROMEIRO, Julieta et alii. Capítulo 7: A origem da filosofia ocidental. In: _______________________. Diálogo: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Ser humano, cultura e sociedade. São Paulo, Moderna, 2020. (Livro didático.)

SUA PESQUISA. Principais cidades da Grécia Antiga. Disponível em: < https://www.suapesquisa.com/grecia/cidades_grecia_antiga.htm > Acesso em 24/05/2024.

 

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