COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
SEGUNDO BIMESTRE
AULA 19 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS
Um tour (giro, passeio) pela antiga Atenas e
outros lugares da Grécia antiga (observar as imagens, pois os vídeos estão em
língua estrangeira, use a ferramenta de tradução escrita disponível junto ao
vídeo):
Vídeo 1: https://www.youtube.com/watch?v=ulAxMLJ7O7M
Vídeo 2: https://www.youtube.com/watch?v=lkYDL_frEXw
Vídeo 3 (a Ágora [praça pública] da antiga
Atenas):
https://www.youtube.com/watch?v=UasvHBfyRGI
A GRÉCIA NOS TEMPOS DOS SOFISTAS E SÓCRATES
(Prof. José Antônio Brazão.)
A Grécia é um dos berços
da cultura ocidental. Dela a cultura europeia e dos países influenciados por
esta receberam: parte considerável de palavras, mitos (histórias sagradas de
deuses, heróis, semideuses e outros), o teatro, a filosofia, a matemática
abstrata, parte da ciência, nomes de muitas constelações celestes, a retórica,
a dialética, a lógica, uma forte influência artística, parte da arquitetura,
entre outros elementos culturais importantíssimos.
As cidades gregas, entre
os séculos VIII e V antes da Era Comum (A.E.C.) ou antes de Cristo (a.C.),
vinham crescendo consideravelmente, impulsionadas pelo comércio, pelas
navegações, pelo contato com outros povos, ideias e culturas, aumento
populacional, tornando-se agitadas.
Dessas cidades vale
lembrar, segundo o site Sua Pesquisa:
“Principais cidades da Grécia
Antiga:
Na Península do Peloponeso e na Ática:
Esparta, Argos, Micenas, Corinto, Olímpia, Epidauro, Mégara.
Na Grécia continental: Atenas, Tebas, Patras,
Acaia, Delfos, Erétria, Queroneia.
Na Grécia insular [ilhas gregas]: Cnossos (na Ilha
de Creta), Delos, Filacopi, Acrotíri (na Ilha de Santorini), Camiros (na Ilha
de Rodes), Quios (na ilha de Quios), Mitilene (na Ilha de Lesbos).
Na Grécia Oriental (costa da Ásia Menor): Éfeso, Mileto, Pérgamo, Foceia, Troia, Anfípolis.” (SUA PESQUISA.
Principais cidades da Grécia Antiga. Disponível em: < https://www.suapesquisa.com/grecia/cidades_grecia_antiga.htm > Acesso em 24/05/2024.) (O que está entre
colchetes foi posto pelo professor.)
Como se pode ver, havia, já naquele momento, um bom
número de cidades gregas. Um fato importante é que cada cidade (PÓLIS) era uma
cidade-estado, isto é, era independente da outra, com rei, leis, moeda, sistema
político e jurídico, enfim, estrutura político-econômica própria.
O que as cidades gregas tinham em comum? A língua,
a cultura em muitos pontos comuns, com pequenas variações, o gosto pelo teatro,
a arquitetura, entre outras coisas. O comércio era feito por terra e por mar
(Mar Jônico, Mar Egeu e Mar Mediterrâneo, além do Mar Negro, com cujas cidades
havia comércio): entre as cidades continentais, com as ilhas, com as colônias
na Itália e na Ásia Menor, com o Egito, além de muitos outros povos antigos.
Da arte, um ponto importante: as estátuas gregas,
com corpos torneados, mostrando contornos precisos e obedecendo a padrões, como
a regra de ouro (a proporção precisa entre cada parte componente; padrão
[modelo] matemático), mostram a precisão matemática e o uso da abstração
(capacidade de formar imagens e operações mentais), que vieram a ser tão
importantes para o desenvolvimento de novas ideias.
Outro ponto da arte grega antiga: o teatro, com a
tragédia e a comédia. Os teatros gregos são obras monumentais da arquitetura.
Feitos ao ar livre, com pedras e calçamento, em forma semicircular,
aproveitavam a acústica natural, permitindo a audição mesmo nas arquibancadas
mais elevadas. Ademais o teatro exige escrita, formação de histórias, memória
para gravar as partes correspondentes de cada ator, reflexões sobre a vida e a
existência humanas (amor, ódio, valores etc.). Peças de Sófocles, Eurípides,
Ésquilo e outros teatrólogos, salvas por meio de cópias e recópias milenares,
são ainda encenadas.
A astronomia grega também teve grande peso. Os
gregos deram nomes a muitas constelações celestiais, os quais ainda permanecem
na cultura ocidental. Tais nomes contaram, fortemente, com a mitologia grega, tendo
nomes de deuses e seres mitológicos sido postos nos céus noturnos. Até o Sol,
durante o dia, conduzido pela carruagem de Apolo (Hélios) em seu percurso.
Claro que a astronomia grega sofreu influência de outros povos, assim como sua
arte: Egito, Mesopotâmia, Babilônia, Fenícia, Roma, entre outros povos do Mar
Mediterrâneo, deram contribuições, por conta do comércio e dos contatos entre
esses povos e os gregos e entre eles mesmos.
A arquitetura, seja dos prédios, seja das casas,
seja dos templos e de monumentos da Grécia antiga, teve grande destaque,
aliando, como as arquiteturas de outros povos antigos, a arte da construção e a
precisão da matemática em obras magníficas de engenharia. A precisão matemática
dessas construções é admirável.
No que diz respeito ao comércio, eis um comentário
dos produtos mais vendidos:
“Historiadores
dividiram o mercado da Grécia em duas esferas: As mercadorias básicas - grãos,
azeitonas e vinhos cultivados e comercializados localmente; e as mercadorias de
luxo que na economia pré-industrial eram os itens importados - roupas e
tinturas para tecidos, comidas exóticas, metais, marfim, curiosidades – itens
cujo valor de venda compensava os riscos da navegação e especulação.
‘A dieta
do pobre urbano em Atenas consistia de peixe salgado da região de Hellespont
[...] Atica tinha suas árvores frutíferas [...] o campo dominava as cidades
economicamente, pois era o centro da produção essencial: alimentos e tecidos’
(DESMOND, 2006, p.62). É importante lembrar que os produtos consumidos pelos
pobres eram produzidos localmente. A partir desta observação pode-se inferir
que os hábitos de consumo dos pobres eram definidos em grande parte pela região
onde habitavam. A conservação, estoque e transporte dos alimentos eram itens
que encareciam os produtos, portanto não eram consumidos pelos pobres. O
comércio entre as cidades era direcionado para atender à demanda das pessoas
mais abastadas.” (PUC-RIO. Grécia
clássica, redistribuição e mercados.
Disponível em: < https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/17977/17977_6.PDF > Acesso em 24/05/2024.)
Com o comércio, o uso das moedas, das trocas de
moedas e o envolvimento de comerciantes e cambistas, tanto da Grécia quanto de
outras regiões com as quais ela fazia comércio. E, como se pode ver no texto
acima, havia grande desigualdade social, como há ainda hoje.
Essa é uma pequena parte da efervescência de ideias
e valores que permitiram o surgimento da filosofia nas colônias gregas da Ásia
Menor (hoje, Turquia) e da Magna Grécia (Sul da Itália), como já visto no
estudo sobre os filósofos pré-socráticos, também chamados físicos ou
naturalistas, seja porque uma parte deles antecedeu o filósofo Sócrates, seja
por conta de seu interesse pelos estudos da natureza (physis, em grego).
No período clássico (séculos V e IV A.E.C.), por
conta dos crescentes embates (discussões, confrontos) políticos em assembleias
gregas, a necessidade de homens preparados para a vida pública tornou-se cada
vez mais intensa e premente (urgente, imediata), abrindo espaço para
filósofos-professores de Retórica (arte de falar em público) e Dialética, entre
outras matérias, conforme cada caso: Protágoras, Górgias, Trasímaco e outros,
por exemplo.
Nesse período também emergiram filósofos como
Sócrates, Platão e Aristóteles, cujas ideias teriam enorme impacto no
pensamento ocidental, além dos anteriormente citados.
De Sócrates vale aqui lembrar: o gosto pela conversa com jovens e outros, em
diferentes lugares da cidade de Atenas, o método (caminho) próprio de diálogo,
estruturado no que veio a ser conhecido como ironia (conjunto de perguntas que
se encadeiam ao longo do diálogo, conforme as respostas recebidas) e a
maiêutica (arte de partejar ideias, levando à reflexão e à crítica), a
importância dada ao autoconhecimento (“Conhece-te a ti mesmo.”), o respeito
pelas leis da cidade e os valores éticos pelos quais esse filósofo se bateu até
o fim da vida, posto numa prisão, acusado falsamente, e morto.
REFERÊNCIAS:
PUC-RIO. Grécia clássica, redistribuição e mercados. Disponível em: < https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/17977/17977_6.PDF > Acesso em 24/05/2024.
ROMEIRO,
Julieta et alii. Capítulo 7: A origem da filosofia ocidental. In:
_______________________. Diálogo: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Ser
humano, cultura e sociedade. São Paulo, Moderna, 2020. (Livro didático.)
SUA
PESQUISA. Principais cidades da Grécia Antiga. Disponível em: < https://www.suapesquisa.com/grecia/cidades_grecia_antiga.htm > Acesso em 24/05/2024.
Nenhum comentário:
Postar um comentário