domingo, 28 de janeiro de 2024

PRIMEIRO BIMESTRE - AULA 2 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS: CONHECIMENTO DO SENSO COMUM E CIÊNCIA: (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

PRIMEIRO BIMESTRE

AULA 2 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS:

CONHECIMENTO DO SENSO COMUM E CIÊNCIA: (Prof. José Antônio Brazão.)

Senso comum é o modo cotidiano como nós, seres humanos, percebemos, observamos e até explicamos o mundo que está ao nosso redor. Sem rigor, sem definições objetivas ou frutos de pesquisa. Simplesmente o que se percebe e se comunica no dia a dia. Por exemplo: o Sol nasce a leste e se põe a oeste (dada a percepção aparente, compartilhada por todos, de que o Sol está em movimento), as coisas caem no chão porque são pesadas, o chá tal faz bem para o estômago e assim por diante. Segundo o Educa + Brasil:

“O senso comum pode ser definido como um conhecimento comum a todos, ou seja, é uma forma de raciocinar, entender e pensar sobre algo na qual pessoas de determinados grupos fazem da mesma forma. Esse tipo de conhecimento é adquirido através da observação, das vivências pessoais e coletivas e é passado de geração em geração. 

 

O senso comum se concretiza através da sabedoria popular, através da repetição cultural. Por ser baseado no empirismo (conhecimento prático adquirido por experiência), ele não depende de métodos científicos ou reflexivos, como é o caso do senso crítico. Por isso, não se pode afirmar que todas as coisas baseadas no senso comum são verdadeiras ou falsas.” (EDUCA+BRASIL. Senso Comum: Um saber adquirido através de experiências. Disponível em: < https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/senso-comum > Acesso em 26/01/2024.)

Quando se falar aqui em ciência, se estará referindo a ciências chamadas exatas, biológicas, humanas e outras que demandam estudos e pesquisas realizados com rigor. O conhecimento científico difere do conhecimento do senso comum por conta de suas características próprias. As imagens e o quadro abaixo ajudarão na comparação.

SENSO COMUM (o caso das garrafadas, remédios populares, frutos do senso comum):

https://www.google.com/search?q=garrafada&source=lnms&tbm=isch&as=X&ved=2ahUKEwi7w4uerMbuAhX2HbkGHd5tDlUQ_AUoAXoECBEQAw&biw=1242&bih=597

CIÊNCIA – MEDICINA FARMACÊUTICA (remédios feitos com rigor científico):

https://ca.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%Bastria_farmac%C3%A8utica

Em slides:

https://ca.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%Bastria_farmac%C3%A8utica#/media/Fitxer:VariousPills.jpg

SENSO COMUM: O CASO DO NASCER E DO PÔR DO SOL.

CIÊNCIA: MOVIMENTOS DA TERRA (ROTAÇÃO/TRANSLAÇÃO).

QUADRO COMPARATIVO DO SENSO COMUM E DA CIÊNCIA:

SENSO COMUM

CIÊNCIA

Baseado na experiência do dia a dia.

Baseada em observações, cálculos e experimentos (p. ex.: em laboratórios).

Não baseado no rigor (exigência de precisão).

Baseada no rigor (exigência de precisão).

Faz uso da analogia (comparação de casos), de onde tira conclusões gerais. Por exemplo: remédios da medicina popular.

Também faz uso da analogia, mas de forma rigorosa, baseada em experimentos e provas. Mas faz grande uso da indução: raciocínio que parte de casos particulares rigorosamente observados e testados e deles tira conclusões universais (para todos os casos).

Guarda certa crença no mágico diante do universo.

Deixa a crença em magias de lado e parte de leis universais descobertas com muito estudo.

Faz previsões baseadas na sabedoria popular. P. ex.: No Nordeste do Brasil, há os profetas da chuva. (Ver citação da Wikipédia abaixo.)

Faz previsões baseadas no conhecimento de leis naturais e em casos efetivamente estudados e observados.

Influenciado, em boa parte, pela opinião (julgamento pessoal) de pessoas comuns.

Influenciada, em boa parte, por certezas universais, extraídas de leis científicas, observações rigorosas (em que há exatidão, precisão), cálculos e experimentos de possível repetição ou observação por cientistas do mundo todo.

Não dispõe de exatidão em suas colocações. P. ex.: nas garrafadas não há descrição exata das substâncias químicas que constam naqueles remédios populares.

Demanda exatidão, precisão. P. ex.: uma aspirina tem descrita sua composição, a quantidade exata de substâncias que compõem o comprimido, modo preciso de usar, etc.

Guarda consigo muito da tradição popular (aquilo que foi e é transmitido ao longo de gerações). Ex.: a crença na imobilidade da Terra que foi uma das bases, por muito tempo, do geocentrismo (crença de que a Terra seria o centro do universo).

Não se baseia na tradição pura e simples. Funda-se em conclusões que podem, sem dúvida, levar anos de pesquisas. Ex.: lei da gravidade.

Hoje ainda as crenças do senso comum são passadas, por exemplo, pela educação familiar e por pessoas comuns, sem nenhum ou sem muito estudo formal.

O conhecimento científico, hoje, é transmitido, por exemplo, por meio da educação formal (escolas, universidades e institutos de ensino e pesquisa).

Não neutro. Por trás do senso comum podem haver usos e propósitos.

Não neutra. Por trás das ciências, quaisquer que sejam, podem haver e há propósitos econômicos, militares, políticos, etc.

Não tem exigência de provas rigorosas. P. ex.: Quem cria garrafadas e raizadas, geralmente, não tem como provar pela soma de A com B a conclusão C.

Exige provas e demonstrações rigorosas para se definirem leis e aceitação universais de descobertas. Ex.: A teoria da relatividade de Einstein, no século XX, só passou a ser aceita com certa depois de observações científicas de eclipses e posições de astros durante estes, em diferentes partes da Terra.

Obs. 1: Estes são alguns exemplos da diferença entre senso comum e ciência. Outros podem ser encontrados em livros de Sociologia e de Filosofia.

Obs. 2: Senso comum e ciência não estão, necessariamente, em absoluto (total) conflito. Na verdade, sem o senso comum não haveria ciência. Sem ciência, o senso comum sozinho não teria condições de resolver muitos problemas e questões acerca do dia a dia e do universo.

Profetas da chuva na Wikipédia:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Profetas_da_chuva#:~:text=Os%20profetas%20da%20chuva%20s%C3%A3o,outros%20m%C3%A9todos%20tradicionais%20de%20previs%C3%A3o.

CIÊNCIA (Wikipédia): https://en.wikipedia.org/wiki/Science

Em slides:

https://en.wikipedia.org/wiki/Science#/media/File:CMB_Timeline300_no_WMAP.jpg

Galileu Galilei (cientista italiano que viveu entre os século XVI e XVII):

https://en.wikipedia.org/wiki/Galileo_Galilei

Em slides:

https://en.wikipedia.org/wiki/Galileo_Galilei#/media/File:Justus_Sustermans_-_Portrait_of_Galileo_Galilei,_1636.jpg

No campo das ciências humanas e sociais, como a Sociologia, por exemplo, existe a busca de rigor no entendimento dos fenômenos sociais (fatos que ocorrem dentro das sociedades), buscando entender com a maior precisão possível esses fenômenos. Um exemplo clássico (comum, muito citado) disto são as pesquisas de Karl Marx e Friedrich Engels (amigos), que viveram no século XIX, a respeito da história e do capitalismo. Ambos escreveram vários livros sobre esses temas, sempre buscando o rigor (precisão, exatidão) em suas conclusões.

Outros cientistas sociais, fundadores da Sociologia como ciência, podem ser citados e serão estudados em outras aulas, citados em Sociologia (verbete da Wikipédia):

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia#/media/Ficheiro:Auguste_Comte.jpg

REFERÊNCIAS:

EDUCA+BRASIL. Senso Comum: Um saber adquirido através de experiências. Disponível em: < https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/senso-comum > Acesso em 26/01/2024.

ROMEIRO, Julieta et alii. DIÁLOGO: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (Seis volumes.)

WIKIPÉDIA. Verbetes: Indústria Farmacêutica, Profetas da Chuva, Science, Galileo Galilei, Sociologia. Disponíveis a partir de: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso em 26 de janeiro de 2024.

 

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