COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
PRIMEIRO BIMESTRE
AULA 2 DE SOCIOLOGIA DOS PRIMEIROS ANOS:
CONHECIMENTO DO SENSO COMUM E CIÊNCIA: (Prof. José
Antônio Brazão.)
Senso comum é o modo cotidiano como nós, seres
humanos, percebemos, observamos e até explicamos o mundo que está ao nosso
redor. Sem rigor, sem definições objetivas ou frutos de pesquisa. Simplesmente
o que se percebe e se comunica no dia a dia. Por exemplo: o Sol nasce a leste e
se põe a oeste (dada a percepção aparente, compartilhada por todos, de que o
Sol está em movimento), as coisas caem no chão porque são pesadas, o chá tal
faz bem para o estômago e assim por diante. Segundo o Educa + Brasil:
“O senso
comum pode ser definido como um conhecimento comum a todos,
ou seja, é uma forma de raciocinar, entender e pensar sobre algo na qual
pessoas de determinados grupos fazem da mesma forma. Esse tipo de conhecimento
é adquirido através da observação, das vivências pessoais e coletivas e
é passado de geração em geração.
O senso comum se
concretiza através da sabedoria popular, através da repetição cultural. Por ser
baseado no empirismo (conhecimento prático adquirido por
experiência), ele não depende de métodos científicos ou reflexivos,
como é o caso do senso crítico. Por isso, não se pode afirmar que todas as
coisas baseadas no senso comum são verdadeiras ou falsas.” (EDUCA+BRASIL. Senso
Comum: Um saber adquirido através de experiências. Disponível em: < https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/senso-comum > Acesso em 26/01/2024.)
Quando se falar aqui em ciência, se estará
referindo a ciências chamadas exatas, biológicas, humanas e outras que demandam
estudos e pesquisas realizados com rigor. O conhecimento científico difere do
conhecimento do senso comum por conta de suas características próprias. As
imagens e o quadro abaixo ajudarão na comparação.
SENSO COMUM (o caso das garrafadas,
remédios populares, frutos do senso comum):
CIÊNCIA – MEDICINA FARMACÊUTICA (remédios feitos com rigor científico):
https://ca.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%Bastria_farmac%C3%A8utica
Em slides:
https://ca.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%Bastria_farmac%C3%A8utica#/media/Fitxer:VariousPills.jpg
SENSO COMUM: O CASO DO NASCER E DO PÔR DO SOL.
CIÊNCIA: MOVIMENTOS DA TERRA (ROTAÇÃO/TRANSLAÇÃO).
QUADRO COMPARATIVO DO SENSO COMUM E DA CIÊNCIA:
SENSO COMUM |
CIÊNCIA |
Baseado na
experiência do dia a dia. |
Baseada em
observações, cálculos e experimentos (p. ex.: em laboratórios). |
Não baseado no
rigor (exigência de precisão). |
Baseada no rigor
(exigência de precisão). |
Faz uso da
analogia (comparação de casos), de onde tira conclusões gerais. Por exemplo:
remédios da medicina popular. |
Também faz uso da
analogia, mas de forma rigorosa, baseada em experimentos e provas. Mas faz
grande uso da indução: raciocínio que parte de casos particulares
rigorosamente observados e testados e deles tira conclusões universais (para
todos os casos). |
Guarda certa
crença no mágico diante do universo. |
Deixa a crença em
magias de lado e parte de leis universais descobertas com muito estudo. |
Faz previsões
baseadas na sabedoria popular. P. ex.: No Nordeste do Brasil, há os profetas
da chuva. (Ver citação da Wikipédia abaixo.) |
Faz previsões
baseadas no conhecimento de leis naturais e em casos efetivamente estudados e
observados. |
Influenciado, em
boa parte, pela opinião (julgamento pessoal) de pessoas comuns. |
Influenciada, em
boa parte, por certezas universais, extraídas de leis científicas,
observações rigorosas (em que há exatidão, precisão), cálculos e experimentos
de possível repetição ou observação por cientistas do mundo todo. |
Não dispõe de
exatidão em suas colocações. P. ex.: nas garrafadas não há descrição exata
das substâncias químicas que constam naqueles remédios populares. |
Demanda exatidão,
precisão. P. ex.: uma aspirina tem descrita sua composição, a quantidade
exata de substâncias que compõem o comprimido, modo preciso de usar, etc. |
Guarda consigo
muito da tradição popular (aquilo que foi e é transmitido ao longo de
gerações). Ex.: a crença na imobilidade da Terra que foi uma das bases, por
muito tempo, do geocentrismo (crença de que a Terra seria o centro do
universo). |
Não se baseia na
tradição pura e simples. Funda-se em conclusões que podem, sem dúvida, levar
anos de pesquisas. Ex.: lei da gravidade. |
Hoje ainda as
crenças do senso comum são passadas, por exemplo, pela educação familiar e
por pessoas comuns, sem nenhum ou sem muito estudo formal. |
O conhecimento
científico, hoje, é transmitido, por exemplo, por meio da educação formal
(escolas, universidades e institutos de ensino e pesquisa). |
Não neutro. Por
trás do senso comum podem haver usos e propósitos. |
Não neutra. Por
trás das ciências, quaisquer que sejam, podem haver e há propósitos
econômicos, militares, políticos, etc. |
Não tem exigência
de provas rigorosas. P. ex.: Quem cria garrafadas e raizadas, geralmente, não
tem como provar pela soma de A com B a conclusão C. |
Exige provas e
demonstrações rigorosas para se definirem leis e aceitação universais de
descobertas. Ex.: A teoria da relatividade de Einstein, no século XX, só
passou a ser aceita com certa depois de observações científicas de eclipses e
posições de astros durante estes, em diferentes partes da Terra. |
Obs. 1: Estes são
alguns exemplos da diferença entre senso comum e ciência. Outros podem ser
encontrados em livros de Sociologia e de Filosofia. |
|
Obs. 2: Senso
comum e ciência não estão, necessariamente, em absoluto (total) conflito. Na
verdade, sem o senso comum não haveria ciência. Sem ciência, o senso comum
sozinho não teria condições de resolver muitos problemas e questões acerca do
dia a dia e do universo. |
Profetas da chuva na Wikipédia:
CIÊNCIA (Wikipédia): https://en.wikipedia.org/wiki/Science
Em slides:
https://en.wikipedia.org/wiki/Science#/media/File:CMB_Timeline300_no_WMAP.jpg
Galileu Galilei (cientista italiano que
viveu entre os século XVI e XVII):
https://en.wikipedia.org/wiki/Galileo_Galilei
Em slides:
No campo das ciências humanas e sociais,
como a Sociologia, por exemplo, existe a busca de rigor no entendimento dos
fenômenos sociais (fatos que ocorrem dentro das sociedades), buscando entender
com a maior precisão possível esses fenômenos. Um exemplo clássico (comum,
muito citado) disto são as pesquisas de Karl Marx e Friedrich Engels (amigos),
que viveram no século XIX, a respeito da história e do capitalismo. Ambos
escreveram vários livros sobre esses temas, sempre buscando o rigor (precisão,
exatidão) em suas conclusões.
Outros cientistas sociais, fundadores da Sociologia
como ciência, podem ser citados e serão estudados em outras aulas, citados em
Sociologia (verbete da Wikipédia):
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia#/media/Ficheiro:Auguste_Comte.jpg
REFERÊNCIAS:
EDUCA+BRASIL. Senso Comum: Um saber
adquirido através de experiências. Disponível em: < https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/senso-comum > Acesso em 26/01/2024.
ROMEIRO, Julieta et alii. DIÁLOGO:
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. São Paulo, Moderna, 2020. (Seis
volumes.)
WIKIPÉDIA. Verbetes: Indústria
Farmacêutica, Profetas da Chuva, Science, Galileo Galilei, Sociologia.
Disponíveis a partir de: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso em 26 de janeiro de 2024.
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