domingo, 3 de dezembro de 2023

TERCEIRO BIMESTRE - AULA 27 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS: A QUESTÃO DO TRABALHO EM MARX, WEBER E DURKHEIM (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

TERCEIRO BIMESTRE

AULA 27 DE SOCIOLOGIA DOS SEGUNDOS ANOS:

TEMA: TRABALHO E SOCIEDADE. (Segundos anos)

Diálogo interdisciplinar entre Sociologia, Filosofia, História e Arte.

A)  A QUESTÃO DO TRABALHO EM MARX, WEBER E DURKHEIM (Prof. José Antônio Brazão.):

O trabalho, sem dúvida, é  extremamente necessário à produção da vida material. Sem ele, não é possível produzir, nem viver. Abaixo, a análise de alguns pontos comparativos entre três pensadores importantíssimos da Sociologia, comparando suas visões acerca do trabalho e de como ele se constitui dentro da sociedade, seu papel e a serviço de quem ele é posto.

MAX WEBER

(ALEMÃO)

KARL MARX

(ALEMÃO)

ÉMILE DURKHEIM

(FRANCÊS)

Contexto histórico dos três: SÉCULO XIX – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.

A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.

Manifesto do Partido Comunista, O Capital.

Da Divisão Social do Trabalho.

Grécia antiga: sistema escravista. Trabalho, na mitologia grega: Prometeu e o Mito de Pandora, por exemplo.

Trabalho explorado, que gera riqueza para a classe dominante, a cada época da história.

Trabalho: ligado à solidariedade comunitária.

Roma antiga: sistema escravista. Tripalium (latim, língua do Império Romano), instrumento de tortura, origem da palavra trabalho.

Luta de classes: motor da história.

Mais valia: trabalho extra não pago ao trabalhador e apropriado, como forma de lucro, pelos capitalistas.

Solidariedade mecânica: pré-capitalista. Mais natural.

Solidariedade orgânica: por exemplo, no capitalismo, com as necessidades individuais supridas pelos membros, como um corpo formado por órgãos interdependentes.

Na Idade Média: Trabalho, fruto do pecado de Adão e Eva, expulsos do Paraíso (Gênesis 2 – 3).

Mais valia absoluta: caracterizada, principalmente, pelo exercício de mais tempo de trabalho. Mais valia relativa: caracterizada pela produtividade acelerada, em menos tempo, com o auxílio de máquinas.

Tensões sociais pela exploração capitalista: questão moral, que pode gerar anomia (falta de lei, regra, norma). Perspectiva econômico-moral.

Idade Moderna, com a o Protestantismo – ética de valorização do trabalho, que impõe uma vida regrada, produz riqueza e pode ajudar até na salvação da alma. Porém: aceitação passiva da exploração capitalista.

Burguesia: faz a apropriação do trabalho explorado do trabalhador (operários, camponeses). Proletariado (trabalhadores comuns): sofre a expropriação, restando a cada um(a) a força de trabalho. Expropriação histórica.

Referência:

SILVA, Afrânio et alii. Trabalho e Sociedade. In: __________. Sociologia em Movimento. 2.ed. São Paulo, Moderna, 2016. (Cap. 9)

(B)Trabalho: transforma a natureza, essencial para a produção humana, a sobrevivência e o comércio.

(C)Transformação da natureza pelo trabalho humano, unida à exploração e à expropriação (perda de bens e de direitos), é geradora de problemas ambientais, aliada à ambição da classe dominante capitalista. Hoje se fala muito da Amazônia (desmatamento e queimadas), do Pantanal de Mato Grosso (desmatamento e queimadas), da poluição dos oceanos, etc. Neoliberalismo.

Segundo Emile Durkheim, há dois tipos de solidariedade, assim caracterizadas: a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica. Para Durkheim, a sociedade compara-se a um organismo, no qual cada pessoa e cada grupo social desempenham uma função. Os dois tipos de solidariedade aqui se encontram. Vejamos o quadro comparativo a seguir:

SOLIDARIEDADE MECÂNICA

SOLIDARIEDADE ORGÂNICA

Em “sociedades tradicionais” (indígenas, ribeirinhas, primitivas).

Em “sociedades complexas”, já com um desenvolvimento e uma divisão mais clara do trabalho e o uso de instrumentos mais complexos e máquinas para produzir.

“Trabalho coletivo (com finalidade coletiva)”. Isto é um trabalho em que grupos da comunidade ou toda a comunidade realizam juntos. A produção é dividida entre todos.

“Cada um tem seu trabalho, mas dependemos uns dos trabalhos dos outros.” O professor depende de quem faz o giz ou canetão, o fabricante de quadros escolares depende da existência e do trabalho de professores, e assim por diante, em todas as profissões.

“Consciência coletiva acima da individual (coletivismo).” Isto é, a maneira como cada indivíduo da comunidade entende o mundo e nele age e trabalha está ligada à maneira como a comunidade pensa: seus valores, seus mitos, sua religião, suas crenças e suas normas ou leis.

“Personalidade acima da consciência coletiva (individualismo).” No mundo das cidades, nos séculos XIX e XX, e certamente ainda hoje, o indivíduo desponta, seja uma pessoa, seja uma família, cada qual tendo consciência própria do mundo, ainda que necessitando de outras pessoas da sociedade e de instituições nesta existentes.

“Direito repressivo (a punição serve de exemplo para os demais).” Sem qualquer sombra de dúvida, em comunidades primitivas, onde não havia e nem há leis escritas, nem órgãos específicos de julgamento e aprisionamento, a repressão a atos contrários às normas da comunidade eram e são punidos (repreendidos) mesmo diante da comunidade. Em casos extremos, com a expulsão ou a morte.

“Direito restitutivo (a punição serve de punição ao indivíduo e pretende realoca-lo na sociedade).” Com a complexificação das sociedades, o surgimento de órgãos jurídicos de julgamento e condenação foram surgindo, bem como prisões. Mas, cumprida a punição e, em muitos casos, ao longo desta, busca-se reinserir o indivíduo na sociedade.

O quadro comparativo e o que está entre aspas é de: RESUMOS PARA O ENEM. Emile Durkheim. Disponível em: < https://resumos.mesalva.com/emile-durkheim/ > Acesso em 16/09/2023.

 

 

 

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