quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

QUARTO BIMESTRE - AULA 38 DE TCH DOS PRIMEIROS ANOS: AUGUSTE DE SAINT-HILAIRE E CHARLES DARWIN – SÉCULO XIX (Prof. José Antônio Brazão.)

 

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COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

QUARTO BIMESTRE

AULA 38 DE TCH DOS PRIMEIROS ANOS:

AUGUSTE DE SAINT-HILAIRE E CHARLES DARWIN – SÉCULO XIX (Prof. José Antônio Brazão.)

O que o francês Auguste de Saint-Hilaire e o inglês Charles Darwin, do século XIX, tiveram em comum?

Primeiramente, o fato de terem viajado pelo mundo e feito investigações e pesquisas científicas. Em meio a essas viagens, o contato com o oceano, o mundo natural, povos de diferentes tipos, costumes, falas e dialetos os mais diferentes, comidas agradáveis e não tão agradáveis, a visão de cidades, reinos, vilas, fazendas, tribos e muitas coisas ligadas ao meio ambiente (plantas, animais, insetos e outros seres vivos), além de elementos geológicos (ilhas, montanhas, planícies e continentes), a natureza exuberante, etc.

Em segundo lugar, a oportunidade dada pelos governos de seus respectivos países. Claro que ambos tinham muito boas condições econômicas. Saint-Hilaire era da nobreza interiorana francesa. Darwin era filho de um rico proprietário inglês. Souberam aproveitar as respectivas oportunidades e as seguiram.

Em terceiro e principal lugar, ambos tinham um gosto profundo pelo CONHECIMENTO do mundo, foram grandes leitores, estudiosos, amantes do aprendizado teórico e prático, pesquisadores e escritores científicos exímios, tendo escrito milhares de páginas acerca do que viram e aprenderam. O aprendizado os levou longe! E leva!

Outro ponto importante a salientar: a coragem de ambos, aliada a uma vontade profunda de conhecer o mundo natural. Com efeito, precisaram embrenhar-se em matas, contatar pessoas desconhecidas, povos de culturas e valores muito diferentes dos europeus, riscos de navegação, entre outros. O desejo do desconhecido, sem dúvida, contribuiu para a superação de medos.

Vindo a Goiás, Saint-Hilaire contribuiu significativamente para um esclarecimento maior acerca da vida, dos costumes e até mesmo dos bens naturais disponíveis, existentes, em Goiás naqueles tempos (século XIX). Darwin, por sua vez, impressões acerca do Brasil, com base naquilo que viu e vivenciou.

Do Brasil e de Goiás, Saint-Hilaire, por exemplo, fala de um costume daqueles tempos que, de certa forma, ainda é comum em diferentes lugares, inclusive de Goiás, a queimada:

“Tão logo é queimada uma pastagem natural começam a brotar no meio das cinzas algumas plantas raquíticas, geralmente felpudas, de folhas sésseis e mal desenvolvidas, as quais não tardam a florescer. Por muito tempo acreditei que essas plantas pertenciam a espécies diferentes, típicas das queimadas (...). Durante a seca – época em que se ateia fogo aos campos – o desenvolvimento da maioria das plantas fica de certa forma interrompido, e suas hastes apresentam-se com aparência ressequida. Não obstante, deve acontecer ali o mesmo que sucede em nosso clima; nesse período de repouso as raízes provavelmente se enchem de seiva para alimentar novos rebentos. (SAINT-HILAIRE, 1819, p. 30).” (SAINT-HILAIRE. Citado por Raimundo Nonato Ribeiro Santana. In: SANTANA, Raimundo Nonato Ribeiro. História e Natureza: mudanças ambientais no norte de Goiás em relatos de cronistas e viajantes naturalistas no século XIX. Revista Espacialidades [online]. 2014, v. 7, n. 1. ISSN 1984-817X. Disponível em: < https://periodicos.ufrn.br/espacialidades/article/download/17695/11559/56073 > Acesso em 10 de novembro de 2023. P. 204.)

O texto mostra bem como era a natureza do cerrado e dos campos, elementos do clima de determinada época do ano, bem como a relação, o modo de tratamento, do ser humano com o mundo físico que o rodeava. Uma pequena amostra da riqueza do pensamento e das observações de Auguste de Saint-Hilaire.

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