COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
QUARTO BIMESTRE
AULA 37 DE TCH DOS PRIMEIROS ANOS:
A CULTURA COLONIAL GOIANA – OS TROPEIROS
(Prof. José Antônio Brazão.):
A cultura colonial goiana
é de uma riqueza imensa. Do encontro das culturas portuguesa, indígena e
africana nasceram uma gastronomia própria, uma religiosidade, conhecimentos,
histórias, vivências e valores que se encontram presentes, ainda hoje, em meio
ao povo goiano. Nas pequenas cidades que se formaram, no campo, enfim, onde
quer que houvessem pessoas.
O comércio, feito por
meio de tropeiros que carregavam cargas, seja de fazendas para as cidades, seja
das cidades para as fazendas e os sítios ou chácaras. Junto a esses tropeiros,
gente de confiança dos organizadores, além de escravos que ajudavam a carregar
e a descarregar os produtos. Ora em meio a caminhos abertos, ora em caminhos
fechados.
O que eram as tropas?
Quando se usa essa palavra, muitas vezes, vêm a mente as tropas de batalhões de
soldados. Entretanto, naqueles tempos e neste caso, tropa era um conjunto de
animais (mulas e/ou burros e/ou jumentos e/ou cavalos) de carga que carregavam
em seus lombos produtos variados, como queijo curado, melado, pinga (cachaça),
mandioca, farinha, produtos de couro utilizados no dia a dia, além de outros.
Além desses animais, compunham a tropa um chefe, escravos e outros, às vezes,
homens da família ou ligados à fazenda.
Os tropeiros formavam
grupos para poderem carregar mais produtos, por caminhos mais longos às vezes,
conseguindo vende-los em armazéns ou empórios das cidades. Algumas das vezes,
como no caso do algodão, a condução, por dias, até o litoral, de onde embarcava
para a Europa então em plena Revolução Industrial.
Na história das congadas
de Catalão, curiosamente, fazendeiros iam, com tropas e escravos, vender
produtos. Com algum tempo livre, os escravos rezavam e batucavam para Nossa
Senhora, nascendo daí aquela tradição.
Se se pensar bem, nos
séculos anteriores, os bandeirantes formavam grupos de tropeiros, com a
finalidade de dar apoio às atividades que lhes eram próprias, como
reconhecimento e mapeamento de terrenos, captura de índios (considerados
selvagens e pagãos), captura de escravos fugidos de fazendas, busca do tão
desejado OURO, de pedras preciosas, além e, com o tempo, das chamadas drogas do
sertão – plantas com características das especiarias importadas, há muito, pela
Europa.
Em tempos de festas
religiosas, como a Festa do Divino Espírito Santo, com as cavalhadas, em
Pirenópolis, do Divino Pai Eterno, em Trindade, da Procissão do Fogaréu, em
Goiás, entre outras atividades de cunho religioso que reuniam muita gente em
diferentes cidades, havia famílias que se juntavam em forma de tropas para se
dirigirem àqueles locais, no intuito de fazer suas orações, agradecerem, pagar
promessas, se confessarem, etc.
As tropas contribuíam
para o contato entre o campo e as cidades, entre cidades, numa época em que os
meios de transportes eram animais, carroças e carros de bois. Graças a elas,
aquele contato permitiu o desenvolvimento de elementos culturais, como festas
religiosas e folclore que permanecem ainda no tempo presente.
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