COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
AULA 2 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS:
GOIÁS ANTES DOS PORTUGUESES NO BRASIL (Prof. José Antônio Brazão.)
Querer entender a formação
cultural de Goiás é algo que demanda um exercício de viagem, em termos de
conhecimento e de imaginação, ao longo do passado. E para que se possa
compreender com mais clareza essa história é preciso mergulhar em um tempo que
remete a muitas centenas de anos atrás, na própria pré-história.
Já foi visto que da África seres
humanos (grupos de homo sapiens) saíram em direção norte até o Oriente Médio e
daí para a Europa e a Ásia, da Ásia para América do Norte, via Estreito de Bering.
Na sequência, descendentes daqueles grupos originários foram se dirigindo cada
vez mais ao sul das América, até chegar ao Brasil Central. A seguinte citação é
longa mas esclarecedora. Vejamo-la:
“Pré-história em Goiás:
Pré-História
Goiás tem sua primeira ocupação humana datada entre 11000 e 9000 a.C., com
vários sítios arqueológicos espalhados por todo Estado, nos municípios de
Serranópolis, Caiapônia, Formosa e Niquelândia. Muitos acreditam que os primeiros
habitantes do Brasil viveram em Goiás.
A maioria dos sítios está localizada sob rochas, em cavernas, onde são
encontradas pinturas e gravuras de grupos de ceramistas agricultores. Os sítios
a céu aberto são associados a grupos de caçadores e coletores.
As representações nas paredes geralmente mostram animais comuns àquele
determinado grupo, como lagartos, macacos, emas e vários outros animais. No
município de Formosa, as figuras apresentam formas mais geométricas, estilo
característico da região.
O primeiro representante da espécie humana a habitar a região foi o Homem
Paranaíba, que era um caçador-coletor, possuindo alguns artefatos para a caça.
Outro grupo também que faz parte dos primeiros habitantes de Goiás é o que
viveu na área do município de Serranópolis, onde sofreram com mudanças
climáticas e mudaram alguns hábitos.
Aqui viveram os índios ceramistas que se destacaram por desenvolverem a
produção de utensílios feitos de cerâmica. Esse grupo se divide em quatro
tradições: Una, Aratu, Uru e Tupi-Guarani, sendo estes os mais recentes e que
viviam em aldeias do Alto Araguaia e na Bacia do Tocantins. Várias são as
tribos que foram encontradas em território goiano, começando pelos próprios
Goyá, que deram origem ao nome do estado. A tribo está extinta e acredita-se
que seja de origem Tupi. Além dos goyá, habitavam a região os índios caiapós,
acroás, bororos, carajás, xavantes, xerentes e xacriabás, em sua maioria
seminômades, caçadores e coletores, vivendo em aldeias, praticando a cultura de
mandioca.”
(TEXTO DE: TRABALHOS FEITOS. Pré-História em Goiás. Disponível em: < https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Pr%C3%A9-Hist%C3%B3ria-Em-Goi%C3%A1s/646870.html > Acesso em 21 de janeiro de 2023.)
Como
se pode ver, os primeiros homens e mulheres a habitar a região central do Brasil
foram grupos de caçadores, coletores, alguns dos quais já haviam, ao longo de
centenas de anos de descobertas e aprendizados e de tradição (transmissão cultural), aprendido a dominar o
uso de ferramentas feitas de pedra, madeira, ossos, entre outros materiais.
Ferramentas simples, incluindo armas como lanças, flechas, arcos e as próprias
pedras. Aprenderam a trançar fibras de folhas largas de árvores e outros materiais
fibrosos para construir cabanas, juntamente com estacas e materiais tirados de
árvores e outras plantas.
Alguns
grupos, senão todos, já haviam aprendido a agricultura, fator de fixação ao
redor de um terreno, com a formação de tribos espalhadas por vários lugares. A
mandioca, hoje muito comum em uma multiplicidade de receitas, é planta da
agricultura e de nome indígena. Com toda certeza, com o uso da linguagem, os
mais velhos comentavam e comunicavam histórias de mitos, certamente aumentando
algum elemento, aqui e ali, em cada história, ao redor do fogo. Brincadeiras
eram comuns entre as crianças, envolvendo diretamente os corpos, tanto em terra
quanto em lagos e rios.
O
conhecimento era transmitido oralmente: conhecimento de plantas, animais, caça,
entre outros tantos necessários à vivência e à sobrevivência de cada grupo, de
cada tribo.
Na próxima
aula continuaremos a estudar a presença indígena em Goiás.
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