terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

PRIMEIRO BIMESTRE – AULA 3 DE SOCIOLOGIA – SEGUNDOS ANOS A CIDADE NO CONTEXTO POLÍTICO-ESTATAL: POLÍTICA E ESTADO (Prof. José Antônio Brazão.)

  

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

 

 

 PRIMEIRO BIMESTRE – AULA 3 DE SOCIOLOGIA – SEGUNDOS ANOS

A CIDADE NO CONTEXTO POLÍTICO-ESTATAL:

POLÍTICA E ESTADO (Prof. José Antônio Brazão.)

“Muitas vezes, os termos política, poder e Estado são utilizados como sinônimos [de mesmo significado]. No entanto, do ponto de vista sociológico, podemos entender o poder como a possibilidade de exercer influência sobre a conduta de outros em determinada relação social (...o poder perpassa diferentes relações sociais, mesmo as de amizade e as familiares). A política pode ser vista como os meios pelos quais um sujeito ou grupo se organiza, exerce o poder ou o conquista. Já o Estado é um modo específico de exercício do poder e a forma como se organiza o sistema político na maioria das sociedades modernas. Existem sociedades tradicionais nas quais o Estado não existe, do mesmo modo, o pensamento anarquista defende a autogestão sem a presença dominadora do Estado para a construção de uma sociedade justa e igualitária.” (SILVA et alii, 2017: p. 139). (O que está entre chaves e os grifos: meus.)

O que os autores do texto acima querem dizer, inicialmente, é que os conceitos de política, poder e Estado, apesar de parecerem sinônimos, têm certa diferença, ainda que se relacionem uns aos outros.

“O homem é um animal político”, diz Aristóteles (século IV a.C.) nos inícios de seu livro POLÍTICA. Ainda que Aristóteles estive se referindo a homens, não a mulheres e escravos, hoje essa frase pode ser revista e interpretada de outro modo, de um modo muito mais amplo.

Política é uma forma de exercício do poder. Política é também a PARTICIPAÇÃO de cada pessoa, de cada cidadão e cidadã nos destinos de sua cidade, de seu bairro, do Estado, do país e até mesmo do mundo. Eis o que Bertold Brecht diz:

“O texto a seguir redige sobre o analfabeto político, segundo a visão de Bertolt Brecht:

O Analfabeto Político

O pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha,

do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha

e estufa o peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que da sua ignorância política

nasce a prostituta, o menor abandonado

e o pior de todos os bandidos,

que é o político vigarista, pilantra,

corrupto e lacaio das empresas

nacionais e multinacionais.’

—O texto é atribuído a Bertolt Brecht pela primeira vez em Terra Nossa: Newsletter of Project Abraço, North Americans in Solidarity with the People of Brazil, Vols. 1-7 (1988, p. 42)[3] (Ver citação no referencial.)

Há modos simples de se participar da política, além do interesse por entender a realidade política propriamente dita:

1)    Quando quem estuda se dedica firmemente ao aprendizado, mesmo em momentos desafiadores como uma pandemia, por exemplo.

2)    Quando quem já não se encontra mais numa sala de aula está sempre aprendendo algo novo, lendo livros, interessando-se pelo conhecimento.

3)    Quando se ajuda alguém, fazendo-lhe um bem, a começar dentro de casa e em qualquer lugar possível.

4)    Quando não jogamos papel ou lixo no chão, no terreno baldio, nem no esgoto, etc., mas na lata própria para o lixo.

5)    Quando se ajuda a mãe em casa.

6)    Quando tratamos bem as pessoas, com educação.

7)    Quando não destruímos patrimônio público (patrimônio, na verdade, de todos) através do vandalismo e da pichação, por exemplo.

8)    Quando respeitamos os cuidados simples necessários a todos no combate a uma pandemia, por exemplo (evitar aglomerações, manter distância, usar máscara fora de casa, etc.).

9)    Quando, sem que alguém nos exija ou nos obrigue, procuramos aprender coisas novas todos os dias.

10)                   Quando respeitamos as pessoas, seja em casa, no trabalho, na escola ou em qualquer lugar.

11)                   Quando procuramos conhecer nossos direitos e deveres, praticando estes e exigindo aqueles.

12)                   Quando ouvimos opiniões contrárias às nossas, buscando saber as razões e os fundamentos dessas opiniões.

13)                   Quando apresentamos nossas opiniões de forma fundamentada, bem embasada em conhecimentos e investigações, citando, inclusive, se possível, as fontes.

14)                   Quando nos empenhamos por praticar valores éticos.

15)                   Quando a gente busca conhecimentos, no intuito de não nos deixarmos enganar ou sermos ludibriados (tapeados) por outros.

16)                   Quando aplicamos na prática a frase que diz: “Quanto maior o esforço nos estudos, menores as chances de fracassos na vida.”

17)                   Quando votamos sabendo bem em quem estamos votando.

18)                   Quando respeitamos a ordem em uma fila.

19)                   Quando respeitamos as leis de trânsito, tanto como motoristas como pedestres.

20)                   Etc. Etc.

São atitudes simples, mas que podem fazer enorme diferença em prol do bem comum (o bem de toda a coletividade). Tudo isto é fazer política, além de outras ações.

REFERÊNCIAS:

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. (Manual do Professor) 3.ed. São Paulo, Ática, 2017.

SILVA, Afrânio et alii. Sociologia em Movimento. (Manual do Professor) 2.ed. São Paulo, Moderna, 2017.

WIKIPÉDIA. Verbete Analfabetismo Político. Disponível em: <  https://pt.wikipedia.org/wiki/Analfabetismo_pol%C3%ADtico#:~:text=O%20Analfabeto%20Pol%C3%ADtico%20de%20Bertolt%20Brecht,-Bertolt%20Brecht%20em&text=Ele%20n%C3%A3o%20sabe%20que%20o,rem%C3%A9dio%20dependem%20das%20decis%C3%B5es%20pol%C3%ADticas.&text=e%20estufa%20o%20peito%20dizendo%20que%20odeia%20a%20pol%C3%ADtica. > Acesso em 29/01/23.

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