COMANDO DE
ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG -
VASCO DOS REIS
Divisão de
Ensino / Coordenação Pedagógica
QUARTO BIMESTRE - AULA 14/15 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS:
TEMA:
LÓGICA(Prof. José Antônio Brazão.)
LÓGICA (Prof. José Antônio Brazão.)
Entre as palavras contidas na língua portuguesa e que
advêm da língua grega, desde os tempos antigos, com o helenismo, encontra-se a
palavra LÓGICA.
Lógica é uma palavra derivada de LOGOS, termo que se
traduz por palavra (ver o início do Evangelho Segundo João: o Verbo = Palavra),
discurso e razão.
Lógica é a parte da filosofia que estuda a
constituição e elaboração dos raciocínios que compõem textos, argumentos e a
expressão precisa das palavras. Raciocínio é o trabalho da razão que
interconecta informações/premissas e delas extrai uma conclusão.
A lógica tem uma história que se estende aos tempos
dos grandes filósofos gregos, a saber: Sócrates, Platão e Aristóteles. Além
deles e convivendo com eles, os sofistas. Numa época em que as póleis
(cidades-Estados) gregas vinham se desenvolvendo e crescendo, necessitando de
cidadãos preparados para a vida política.
Sócrates gostava de fazer uso do logos (palavra, discurso, razão) por meio do diálogo com jovens e
outras pessoas, a discutir sobre temas diversos. Andava pelas ruas, praça,
entre outros locais públicos de Atenas sempre buscando alguém com quem debater.
Platão, que foi discípulo de Sócrates, soube, como
ninguém, fazer um diálogo entre o logos
e o mito. Muitos de seus textos contam histórias similares ao modo mítico de
relatar. O mais famoso de seus mitos é o mito da caverna, em que fala de
prisioneiros, moradores de uma caverna, e de um prisioneiro liberto, no início
do Livro VII de A República.
Platão também escreveu muitos de seus livros na forma
de diálogos, na maioria dos quais Sócrates aparece como principal debatedor,
com outros, tratando de temas como o amor, a cidade ideal, a justiça, o
respeito às leis, entre outros. A composição de tais diálogos tem uma lógica
(estrutura) própria, no uso do método
socrático da ironia (perguntar simulando não saber, com um encadeamento de
perguntas a levar o interlocutor-debatedor à confusão e à percepção da própria
ignorância) e da maiêutica (parto de ideias).
Aristóteles foi além, chegando a compor um conjunto de
textos que tratam diretamente da lógica, hoje formando um livro único chamado
Órganon (instrumento). Aristóteles fundou a lógica formal, ou seja, a lógica
que trata da forma como as palavras e os argumentos. De acordo com o dicionário
Google, argumento é: “(substantivo masculino) 1.razão, raciocínio que conduz à
indução ou dedução de algo. 2.prova que serve para afirmar ou negar um fato.”
(In: https://www.google.com/search?q=argumento&oq=argumento&aqs=chrome..69i57j0i433l3j0l4.3058j0j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8). A lógica formal trata também dos raciocínios.
Raciocínio é uma elaboração fundada na razão (ratio, em latim) que une juízos
(afirmações, negações...).
Raciocínios estão presentes na matemática (contas e
cálculos), na gramática, no dia a dia, em muitos lugares. A lógica formal busca
a precisão na expressão das ideias por meio de raciocínios e argumentos. Entre
os tipos de raciocínios podem ser encontrados, por exemplo: a dedução, a
indução, a analogia e o sofisma.
DEDUÇÃO: raciocínio que parte de uma afirmação ou
negação universal (premissa maior), de uma premissa menor e de uma conclusão.
Premissas são afirmações ou negações que se colocam antes da conclusão. A
dedução vai do universal ao particular. Veja:
Todo homem é mortal. (Premissa maior.)
Sócrates é homem. (Premissa menor.)
Logo, Sócrates é mortal. (Conclusão.)
A DEDUÇÃO tem três termos fundamentais: o termo maior
(palavra de caráter universal, um gênero ou uma espécie) – no caso acima:
mortal; o termo médio (palavra de caráter mediador, entre o universal e o
sujeito – pode ser uma espécie) – no caso acima: homem; termo menor (palavra de
caráter particular, referindo-se a um indivíduo) – no caso acima: Sócrates.
Sócrates é um indivíduo da espécie homem, pertencente ao gênero mortal.
INDUÇÃO: tipo de raciocínio que parte de premissas
particulares (premissas que contêm casos particulares) e tira daí uma conclusão
universal. Por exemplo: um litro de água ferve a cem graus célsius, cinco
litros também, dez litros igualmente, etc., portanto a água ferve a cem graus célsius.
ANALOGIA: tipo de raciocínio indutivo que parte de
premissas particulares (casos particulares) e tira uma conclusão também
particular. Analogia é uma comparação, pois compara casos. Por exemplo: a
vacina contra a COVID-19 já passou pelo teste com um grupo pequeno de pessoas
(primeira etapa), a seguir passando por um grupo maior (centenas de pessoas, na
segunda etapa), a seguir passará por um grupo ainda maior (milhares de
pessoas), depois de que se chegará a uma conclusão válida, possivelmente, para
todo mundo (indução e analogia juntas). Outro exemplo: Manoel, tome um chá de
limão que lhe fará bem para a gripe (caso particular), pois minha irmã tomou e
lhe fez bem contra esse problema (caso particular).
SOFISMA: tipo de raciocínio (construção de argumentos)
que tem por finalidade enganar as pessoas com algum propósito. O nome foi
criado por Aristóteles, por conta dos sofistas, filósofos-professores
ambulantes da Grécia, que faziam uso de raciocínios desse tipo e ensinavam seu
uso a seus discípulos-alunos. Exemplos: (Argumento de força) Joaquim,
faça agora seu trabalho, senão perderá seu emprego. Meninos, parem de brincar
na lama, caso contrário serão postos de castigo. / (Tautologia) Este
remédio é recomendado para todo mundo em razão de ser um remédio. [Tautologia é
repetição do mesmo (tautos, em grego). / (Argumento de apelo sentimental)
Votem no Manuel, pois ele é um pobre coitado que precisa do apoio de todos,
gosta de cachorros, de pessoas, é amigo de todos, etc. / Outro sofisma comum
na política: É preciso mudar a lei, os trabalhadores têm direitos demais e
isso atrapalha a vinda de empresas para o Brasil, para o Estado, para o
município... É preciso rever os direitos (= retirar muitos) para que haja mais
empregos no país. O que está, na verdade, escondido aqui? O fato de que, ao
tirar direitos trabalhistas torna-se possível o aumento dos lucros
capitalistas, frutos da exploração de classes.
A lógica também está presente na gramática. Toda
gramática é a lógica da língua de um povo. A análise sintática, por exemplo,
tem uma estrutura claramente lógica: mostra como as partes de um discurso se
reúnem para formar um todo, além de buscar compreender cada elemento e seu
funcionamento dentro das orações (afirmações e negações ou perguntas) que
compõem os períodos (cada oração ou mais de uma oração concatenadas, ligadas) que
formam os parágrafos (cada parte de um texto).
A lógica está presente igualmente na computação:
lógica da programação. Sem as linhas de programação não é possível que um
computador funcione devidamente.
A lógica está presente no dia a dia, por exemplo, quando
se diz: É lógico! Ex. 1: - Márcia, você vai à festa de aniversário do Jean no
sábado? - É lógico! Acha que vou perder essa festa? Ex. 2: É logicamente possível que aquilo que
todos desejamos possa ser conseguido. Dependerá do empenho de cada um(a).
REFERÊNCIAS:
ARANHA,
Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. FILOSOFANDO: Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna,
2009.
BÍBLIA
NVI. Atos 17:13-34 (NVI – Nova Versão Internacional.) Disponível em: <
https://www.bibliaonline.com.br/nvi/atos/17 > Acesso em 21/09/2020.
CHAUÍ,
Marilena. Iniciação à Filosofia.
2.ed. São Paulo, Ática, 2014.
COTRIM,
Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos
de Filosofia. Disponível em: < https://www.academia.edu/37334864/Fundamentos_de_FILOSOFIA_GILBERTO_COTRIM_MIRNA_FERNANDES > Acesso em 21/09/2020.
EPICURO.
Pensamentos. São Paulo, Martin
Claret, 2006. (Col. A Obra-Prima de Cada Autor.)
INTERNET
ENCYCLOPEDIA OF FILOSOFIA. Verbete Epicurus.
Disponível em: < https://iep.utm.edu/epicur/ > Acessos de 2015 a 2020. [Em 2020: 21 de
setembro.]
WIKIPÉDIA.
Verbetes: Helenismo, Zenão de Cítio,
Marco Aurélio, Sêneca e outros. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso: 21 de setembro de 2020.
Obs.:
Epicuro, 2013 – Ver livro de COTRIM e FERNANDES.
Para
saber mais:
http://www.ime.unicamp.br/~calculo/history/arquimedes/arquimedes.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquimedes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Helenismo
http://plato.stanford.edu/entries/epicurus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/stoicism/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/epictetus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/marcus-aurelius/ (em inglês) (Use tradutores online.)
http://plato.stanford.edu/entries/seneca/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/skepticism-ancient/ (em inglês) (Use tradutores online.)
http://plato.stanford.edu/entries/ammonius/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/plotinus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)
http://plato.stanford.edu/entries/cosmopolitanism/ (em inglês, contém informações também sobre Diógenes
de Sínope) (Use tradutores online. São bons.)
Obs.:
Todas as páginas em inglês foram traduzidas com uso do Google Tradutor ou
outro(s) tradutor(es) online:
http://translate.google.com.br/
http://www.clubedoprofessor.com.br/traduz/
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