domingo, 30 de outubro de 2022

QUARTO BIMESTRE – AULA 15 DE ATUALIDADES POLÍTICAS, ECONÔMICAS E SOCIAIS - SEGUNDO SEMESTRE: O PAPEL DOS LÍDERES PACIFISTAS NO MUNDO E A LUTA POR DIREITOS HUMANOS ONTEM E HOJE (Prof. José Antônio Brazão.)

 

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COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

 

 

QUARTO BIMESTRE – AULA 15 DO SEGUNDO SEMESTRE - ATUALIDADES POLÍTICAS, ECONÔMICAS E SOCIAIS:

O PAPEL DOS LÍDERES PACIFISTAS NO MUNDO E A LUTA POR DIREITOS HUMANOS ONTEM E HOJE (Prof. José Antônio Brazão.)

Um papel de grande importância, nos últimos séculos, tem sido o de líderes pacifistas, ou seja, pessoas que, por conta dos ideais em que acreditavam e, dos vivos, que ainda acreditam, foram ou são capazes de realizar ações diversas na busca de transformação pacífica das sociedades. Por exemplo: Mahatma Gandhi (advogado indiano do século XX), que foi um dos grandes responsáveis pela Independência da Índia, o pastor evangélico estadunidense Martin Luther King (também do século XX), Madre Tereza de Calcutá (freira macedônica que viveu muitos anos na Índia), entre outras pessoas.

Mohandas Karamchand Gandhi  (Mahatma Gandhi) (1869 – 1948) foi advogado, estudou na Inglaterra, seguia a religião brâmane, da Índia. Conheceu o cristianismo, conviveu com cristãos, entre outras pessoas de outros credos. Entusiasmou-se pelos ensinamentos bíblicos de Cristo, mas não se interessou em tornar-se cristão por conta da disparidade entre a teoria e a prática de muitos cristãos por ele observados. No entanto, guardou muito dos valores cristãos, além dos valores propriamente ditos de sua religião (bramanismo).

IMAGENS (SLIDES):

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mahatma_Gandhi#/media/Ficheiro:Mahatma-Gandhi,_studio,_1931.jpg

Gandhi, ao voltar para a Índia, após passar vários anos na Inglaterra, onde vinha se formando, observou a vida sofrida de seu povo e o domínio, às vezes, até mesmo brutal exercido pelos ingleses sobre aquele. Tomou, então, a decisão de levar adiante todo um movimento contra a dominação colonial inglesa, porém sem uso de armas, isto é, de forma pacífica. Com seu exemplo e com suas palavras, levou muitos indianos a apoiá-lo em sua causa.

IMAGENS:

https://www.google.com/search?q=a%C3%A7%C3%B5es+de+mahatma+gandhi&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjJ-6TJsIj7AhUOspUCHVJZB_kQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=WFqR71z-YFj0EM

Sem derramar, sequer, uma gota de sangue proveniente de guerra, Gandhi reuniu multidões a protestar contra a dominação. Sempre com a grande preocupação de jamais recorrer à violência. Ora, Gandhi acreditava que violência gera violência, o que seria muito pior para todos. Portanto, a ação não violenta seria o melhor caminho para a conquista de tudo que ele desejava para o povo – liberdade, autonomia (capacidade de autogerir-se, de governar-se a si mesmo), paz.

De acordo com Erin Blakemore:

“Gandhi pressionou mais por um governo nacional, encorajando boicotes de bens britânicos e organizando protestos em massa. Em 1930, ele começou uma enorme campanha satyagraha contra uma lei britânica que forçava os indianos a comprarem sal britânico em vez de produzir localmente. Gandhi organizou uma passeata de 387 km até a costa oeste de Guzerate, onde ele e seus acólitos coletaram sal das margens do Mar Arábico. Em resposta, os britânicos prenderam mais de 60 mil manifestantes pacíficos e inadvertidamente geraram ainda mais apoio para um governo nacional.” (BLAKEMORE, Erin. Como Mahatma Gandhi mudou o protesto político. Disponível em: < https://www.nationalgeographicbrasil.com/cultura/2019/10/mahatma-gandhi-india-protesto-politico-independencia-filosofia-cooperacao-nao > Acesso em 30 de outubro de 2022.)

IMAGENS (Marcha do sal):

https://www.google.com/search?q=passeata+do+sal+de+gandhi&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiO0fqrroj7AhVzuZUCHcgWCTkQ_AUoAnoECAIQBA&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=bLne6S9ZLFKwWM

Curiosamente, Gandhi respeitava até mesmo as pessoas mais simples de seu povo, que, por séculos, vivia sob o regime de castas, uma divisão social severa e injusta. Onde morava, colocava em prática suas crenças. Por exemplo, a limpeza das latrinas, que era comum aos paupérrimos párias (uma casta considerada inferior e serviçal), era feita por ele e também por membros da própria família – alguns dos quais não gostavam nada dessa prática. Com isto, queria mostrar, na prática, a humildade. Mesmo não sendo cristão, há um paralelo valioso que pode ser citado: o momento em que Jesus, sendo Cristo, lavou os pés de seus apóstolos em um dado momento da última ceia.

IMAGENS (Jesus lava os pés dos apóstolos):

https://www.google.com/search?q=jesus+lava+os+p%C3%A9s+dos+ap%C3%B3stolos&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjy1rOdsoj7AhWLqZUCHR0cD34Q_AUoAnoECAIQBA&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=v-hquSPZNjvBsM

Vale lembrar que os brâmanes são considerados uma casta elevada no sistema de castas indianos. Para um brâmane lavar latrinas seria, portanto, considerado algo absurdo, extremamente fora do comum. Mas, a fim de agregar seu povo em torno de uma causa comum, Gandhi se colocou numa posição inferior. Com efeito, o povo todo vivia sob a mesma dominação.

VÍDEO CURTO:

https://www.youtube.com/watch?v=fICH7yNmC58

Ainda de acordo com Blakemore:

“Nesta época, Gandhi já tinha se tornado um ícone nacional e era amplamente referido como Mahatma, “grande alma” ou “santo”, em sânscrito. Preso por um ano por causa da Marcha do Sal, ele se tornou mais influente do que nunca. Ele protestou contra a discriminação contra os “intocáveis”, a casta mais inferior da Índia, e negociou sem sucesso por um governo nacional indiano. Determinado, ele começou o movimento Quit India (“deixem a Índia”, em português), uma campanha para que os britânicos deixassem a Índia de forma voluntária durante a Segunda Guerra Mundial. Os britânicos se recusaram e o prenderam de novo.

IMAGENS:

Conjunto 1:

https://www.google.com/search?q=protestos+pac%C3%ADficos+de+gandhi&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiRxNHSsoj7AhV6lJUCHT-_A38Q_AUoAnoECAIQBA&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=Wh6u2E3qwFV4eM

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=quit+india+movement&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwix34qMs4j7AhX_pJUCHTWdDMoQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=4P2mWez7hZIuzM

Ocorreram grandes demonstrações e, apesar das prisões de 100 mil defensores de um governo nacional pelas autoridades britânicas, a balança finalmente começou a pender para o lado da independência indiana. Um Gandhi fraco foi solto da prisão em 1944 e os britânicos começaram a fazer planos para saírem do subcontinente indiano.  Foi algo um pouco amargo para Gandhi que se opunha à divisão da Índia e tentou acalmar a animosidade hindu-muçulmana e rebeliões mortais em 1947.

Gandhi não viveu para ver a Índia independente: um hindu extremista o assassinou em 30 de janeiro de 1948. Cerca de 1,5 milhão de pessoas marcharam em seu cortejo fúnebre.” (BLAKEMORE, Erin. Como Mahatma Gandhi mudou o protesto político. Disponível em: < https://www.nationalgeographicbrasil.com/cultura/2019/10/mahatma-gandhi-india-protesto-politico-independencia-filosofia-cooperacao-nao > Acesso em 30 de outubro de 2022.)

IMAGENS (Gandhi e a paz):

https://www.google.com/search?q=gandhi+e+a+paz&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwi7kNnMs4j7AhUduJUCHXq-C5IQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=MUQp4jnFAKIgwM

Depois de muitas ações pacíficas, enfim, seus seguidores viriam, posteriormente, a conquistar a tão desejada independência indiana. Sempre preocupado em evitar conflitos, levado pela busca da paz. Infelizmente, antes de ver a completude da independência, Gandhi veio a ser morto por um radical. Sua morte o tornou um mártir e, como sua vida, um símbolo de luta pacífica, sem qualquer violência ou defesa desta, em prol do bem comum. Novamente, vale lembrar de Jesus, que, até mesmo no momento da morte, agiu de forma pacífica e com perdão. Claro que na religião indiana, tanto no bramanismo quanto o hinduísmo, a paz é algo também exigido – crendo na reencarnação da alma, uma alma que agiu violentamente em outra vida não encontrará, na próxima, uma encarnação melhor, tendo ainda algumas encarnações pelas quais passar.

IMAGENS (Bramanismo):

Conjunto 1:

https://www.google.com/search?q=bramanismo&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjN86j_s4j7AhUzuZUCHRgwCAoQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1536&bih=746&dpr=1.25#imgrc=Kajh2B5gK6T8tM

Conjunto 2 (O deus Brama):

https://pt.wikipedia.org/wiki/Brama#/media/Ficheiro:Brahma_Halebid.jpg

Conforme o site Unidos Pelos Direitos Humanos:

“Mohandas Karamchand Gandhi é amplamente reconhecido como um dos maiores líderes políticos e espirituais do século XX. Honrado na Índia como o pai da nação, foi pioneiro e praticou o princípio de Satyagraha — resistência à tirania por meio da desobediência civil massiva não violenta. Enquanto liderava campanhas em nível nacional para mitigar a pobreza, expandir os direitos das mulheres, criar harmonia religiosa e étnica e eliminar as injustiças do sistema de castas, Gandhi aplicou de forma suprema os princípios da desobediência civil não violenta para libertar a Índia do domínio estrangeiro. Ele foi preso várias vezes devido a suas ações, às vezes ficou preso durante anos, mas realizou seu objetivo em 1947 quando a Índia adquiriu a independência da Grã-Bretanha. Devido à sua grandeza ele é chamado Mahatma, que significa “grande espírito”. Os líderes de direitos civis desde Martin Luther King Jr., a Nelson Mandela reconheceram Gandhi como fonte de inspiração em sua luta para conseguir direitos iguais para os seus povos.” (UNIDOS PELOS DIREITOS HUMANOS. DEFENSORES DOS DIREITOS HUMANOS
MAHATMA GANDHI (1869 –1948). Disponível em: <
https://www.unidospelosdireitoshumanos.org.br/voices-for-human-rights/mahatma-gandhi.html#:~:text=Enquanto%20liderava%20campanhas%20em%20n%C3%ADvel,a%20%C3%8Dndia%20do%20dom%C3%ADnio%20estrangeiro. > Acesso em 30 de outubro de 2022.)

 

O fato é que, para além das crenças religiosas, havia valores profundamente éticos nos quais Gandhi acreditava e aos quais se apegava e que, portanto, vieram a pautar suas ações e seus ensinamentos. Na Bahia, no Brasil, um movimento de destaque é o dos Filhos de Gandhi, marca do valor daquele indiano.

Na próxima aula veremos outra personagem de peso que lutou em favor dos direitos humanos.

Vale lembrar que o estudo e a leitura de biografias de pessoas que tiveram grande destaque na humanidade ajuda muito no fortalecimento dos valores em que uma pessoa crê. Ademais, tais atividades ajudam a fortalecer o próprio interior (a psiqué), de acordo com a psicologia, ou seja, aprender sobre pessoas significativas para a humanidade ajuda a valorizar mais a vida, a crer na bondade humana para muito além das coisas ruins que se vê por aí, torna quem aprende uma pessoa mais forte e até mesmo mais decidida, além do incentivo à prática de valores os mais diversos – intelectuais, éticos e outros bons e imprescindíveis valores.

 

 

 

QUARTO BIMESTRE – AULA 15 DO SEGUNDO SEMESTRE DE 2021 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS: GOIAS NA ÉPOCA COLONIAL E DO OURO – A VISITA DE AUGUSTE DE SAINT-HILAIRE EM 1816 (Parte 3/Comentários) (Prof. José Antônio Brazão.)

 

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QUARTO BIMESTRE – AULA 15 DO SEGUNDO SEMESTRE DE 2021 DE TÓPICOS DE CIÊNCIAS HUMANAS:  

GOIAS NA ÉPOCA COLONIAL E DO OURO – A VISITA DE AUGUSTE DE SAINT-HILAIRE EM 1816 (Parte 3/Comentários) (Prof. José Antônio Brazão.):

Tendo vindo ao Brasil, ao passar por Goiás, Auguste de Saint-Hilaire, o naturalista e pesquisador francês, fez todo um levantamento de espécies animais e vegetais por onde passou, tendo observado muito as populações que moravam, então, no país  e, especialmente, neste Estado. Vejamos um comentário que fez a uma fazenda situada na região de Pirenópolis(CONCLUSÃO):

“Uma Fazenda Modelo [Fazenda Babilônia](CONCLUSÃO)

(...)

Durante minha permanência na casa do comandante de Meia-Ponte visitei as várias dependências de sua fazenda, o chiqueiro, o paiol, o moinho de farinha, o local onde era ralada a mandioca e onde ficava instalada a máquina de descaroçar o algodão, a fábrica de fiação, etc. etc., e em toda parte encontrei uma ordem e uma limpeza incomparáveis. Os fornos do engenho-de-açúcar não tinham sido feitos de acordo com as especificações da técnica moderna. Seu aquecimento era feito pelo lado de fora, o que pelo menos tornava menos penosa para os trabalhadores a operação de cozimento. Um tambor horizontal movido a água punha em movimento doze pequenas máquinas de descaroçar algodão.

IMAGENS (descaroçador de algodão do século XIX):

https://www.google.com/search?q=descaro%C3%A7ador+de+algod%C3%A3o+do+s%C3%A9culo+XIX&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjUydfuoPfzAhVwppUCHQwpChkQ_AUoAnoECAEQBA&biw=1242&bih=597&dpr=1.1#imgrc=pqEPqb_hH0MIqM

IMAGENS (O casarão da fazenda):

https://www.fazendababilonia.com.br/galerias/galeria?id=3

Produçao:

https://www.google.com/search?q=algod%C3%A3o+s%C3%A9culo+xix&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiM_MHEwYb0AhVxppUCHbhUDmYQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597&dpr=1.1#imgrc=DaqACRaiOdyj3M

Era também a água a máquina de ralar mandioca, da qual darei aqui uma descrição. A casa onde se achava instalada era construída sobre estacas e embaixo do assoalho fora colocada uma roda em posição horizontal, que era movida pela água que caía de uma calha em plano inclinado. O eixo da roda atravessava o assoalho e se elevava até certa altura, tendo na extremidade outra roda horizontal cujo aro era revestido por um ralo de metal. O eixo e a roda superior ficavam encaixados dentro de um quadrado formado por quatro estacas, cada uma das quais tinha uma chanfradura na parte interna, ao nível do ralo. Quando a roda começava a girar, quatro pessoas seguravam as mandiocas, encaixando-as nas chanfraduras. Tendo esse ponto de apoio, seus braços podiam manter-se firmes e a ação da máquina não sofria interrupção.

IMAGENS (máquina de ralar mandioca):

Conjunto 1:

https://www.google.com/search?q=m%C3%A1quina+de+ralar+mandioca+da+fazenda+babilonia+no+s%C3%A9culo+xix&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjPj_CdovfzAhWOq5UCHcruAB4Q_AUoAnoECAEQBA&biw=1242&bih=597&dpr=1.1#imgrc=McF3L2EJoTaH0M

Conjunto 2:

https://www.google.com/search?q=m%C3%A1quina+de+ralar+mandioca+movida+por+%C3%A1gua+em+engenho&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiKvpOYrPfzAhUFqZUCHcjMDR8Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597&dpr=1.1#imgrc=UhhBUijVIb4bIM&imgdii=GdpmiFoCKT0NbM

Numa parte de suas terras o comandante de Meia-Ponte [Pirenópolis] tinha deixado de lado o método primitivo adotado geralmente pelos brasileiros em suas lavouras. Passara a usar o arado e adubava a terra com o bagaço da cana. Dessa forma não havia necessidade de queimar novas matas todo ano. A cana era replantada sempre no mesmo terreno, que ficava situado perto da casa para facilitar a supervisão do dono e poupar tempo aos escravos. O açúcar e a cachaça eram vendidos em Meia-Ponte e Vila Boa, mas o algodão era exportado para o Rio de Janeiro e Bahia. Joaquim Alves foi o primeiro, como já disse, a demonstrar a vantagem dessas exportações, e seu exemplo foi seguido por vários outros colonos.

VISUALIZANDO:

Conjunto1:

https://www.google.com/search?q=aproveitamento+do+baga%C3%A7o+da+cana+de+a%C3%A7ucar+adubo&tbm=isch&ved=2ahUKEwjb2P--vYb0AhWVNbkGHRm0BXEQ2-cCegQIABAA&oq=aproveitamento+do+baga%C3%A7o+da+cana+de+a%C3%A7ucar+adubo&gs_lcp=CgNpbWcQAzoECAAQGFCTFFjYeGDWggFoBHAAeACAAcQBiAGADpIBBDAuMTGYAQCgAQGqAQtnd3Mtd2l6LWltZ8ABAQ&sclient=img&ei=H-WHYZvNDpXr5OUPmeiWiAc&bih=597&biw=1242#imgrc=w2yMep8WAWvQaM

Conjunto2:

https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/residuo-da-cana-de-acucar-vira-adubo-que-promete-melhorar-producao-cafeeira-na-alta-mogiana.ghtml

Por ocasião de minha viagem ele estava planejando aumentar ainda mais suas plantações de algodão e tinha intenção de instalar no próprio arraial de Meia-Ponte uma descaroçadora, bem como uma fiação onde pretendia empregar as mulheres e as crianças sem trabalho. Depois de descaroçado, o algodão da região, cuja qualidade é excelente, era vendido no local a 3.000 réis a arroba. O transporte de Meia-Ponte à Bahia custava 1.800 réis a arroba, e até o Rio de Janeiro 2.000. O lucro obtido com as exportações a esse preço era tão garantido que Joaquim Alves não vacilara em se oferecer para comprar, à razão der 3.000 réis, o algodão produzido por todos os agricultores das redondezas.

IMAGENS:

https://www.google.com/search?q=com%C3%A9rcio+algodoeiro+no+s%C3%A9culo+xix+em+goi%C3%A1s&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj0tIb9p_fzAhWnq5UCHQXBDc8Q_AUoAnoECAEQBA&biw=1242&bih=597&dpr=1.1#imgrc=oFsdWZFZKi4HdM&imgdii=DaqACRaiOdyj3M

Obs.: Arroba = (METROLOGIA [estudo das medidas]) antiga unidade de medida de peso que corresponde a 32 arráteis (cerca de 14,7 kg). (Definições Oxford Languages, Google).

Ao dedicar sua atenção a um produto que podia ser exportado com proveito, o comandante de Meia-Ponte [Pirenópolis] incentivava seus compatriotas a tomar novos rumos, indicando-lhes o que devia ser feito para arrancar sua região do estado de penúria em que a mergulhara uma exportação do ouro mal orientada. Enquanto ele agia de maneira prática, vários de seus concidadãos afirmavam que só havia salvação para a província numa ideia absurda apresentada por Luís Antônio da Silva e Souza. Segundo eles, a única maneira de deter a decadência sempre crescente da província seria impedir a saída do ouro para fora de suas fronteiras, criando-se para isso uma moeda provincial.

VISUALIZAÇÃO:

Ouro:

https://www.google.com/search?q=barras+de+ouro+s%C3%A9culo+xix&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiWq5H2vob0AhUnp5UCHdr1C30Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597&dpr=1.1#imgrc=CQCIlS_gAiytWM

Moedas:

https://www.google.com/search?q=moedas+brasileiras+do+s%C3%A9culo+xix+somente+para+ver&tbm=isch&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwjD2uPJv4b0AhVaNrkGHTOfAgkQBXoECAEQDw&biw=1226&bih=597#imgrc=pKWA3MvluGBW_M

Poder-se-ia argumentar, entretanto, que se essa moeda não tivesse valor como metal não haveria força humana capaz de lhe dar algum crédito. Se, pelo contrário, ela fosse de cobre, de ouro ou de prata, acabaria saindo da província de uma forma ou outra, por mais rigorosa que fosse a proibição, como acontecem todos os dias com o ouro em pó. Uma vez fora de suas fronteiras, porém, ela só seria aceita pelo seu valor intrínseco, e em consequência os comerciantes de Goiás passarão a vender suas mercadorias por um preço que compense a sua desvalorização. O ouro adulterado que circula em Goiás já pode ser considerado uma espécie de moeda provincial, pois só é aceito ali, e quando o comerciante o remete para fora ele se vê obrigado a reduzi-lo ao seu valor real, purificando-o, para em seguida reajustar os seus preços de acordo com a redução de peso sofrida pelo ouro.

OBS.: Ouro adulterado era ouro misturado com outros metais, a fim de aumentar o peso. Por exemplo, com parte de prata ou outro metal. (Prof. José Antônio.)

IMAGENS (ouro misturado):

https://www.google.com/search?q=ouro+misturado+com+prata+e+cobre&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj-yYP_pPfzAhWPrpUCHU3NDuYQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597&dpr=1.1#imgrc=UwFqQ7TSdP34bM

Depois de tantas jornadas tediosas e cansativas através dos sertões, senti-me feliz por me achar numa casa que reunia todo o conforto que a região podia oferecer, onde eu gozava de inteira liberdade e cujo proprietário, um homem esclarecido, tinha por mim toda consideração. O tempo que passei na casa de Joaquim Alves foi muito proveitoso. Meus homens fizeram uma esplêndida caçada nas margens de uma lagoa situada nas proximidades. Quanto a mim, passei para o papel uma parte dos dados que recolhera sobre vários assuntos e obtive novas informações em conversas com meu hospedeiro. [Grifo feito pelo Prof. José Antônio, a título de destaque.]

Deixei a fazenda cheio de gratidão pela excelente acolhida que me deu o seu proprietário e me dirigi a Meia-Ponte, distante dali uma légua.

(SAINT-HILAIRE, Auguste de. Uma fazenda modelo. Disponível em: < https://pirenopolis.tur.br/cultura/historia/saint-hilaire#Uma%20Fazenda%20Modelo > Acesso em 01 de novembro de 2021.) (O que está entre chaves e/ou grifado é meu.)

O que há de muito interessante nesses relatos de Auguste de Saint-Hilaire, em sua visita à Fazenda Babilônia, em Pirenópolis, são elementos que marcaram muito a história e a cultura do Brasil e, particularmente, de Goiás nos séculos XVIII e XIX, como, por exemplo:

1)    A produção de açúcar e derivados da cana (ex.: cachaça).

2)    O poder de fazendeiros e a importância das grandes fazendas.

3)    A influência do poder desses grandes fazendeiros em sua região.

4)    O trabalho escravo nas fazendas, nas minas, em diferentes funções e trabalhos.

5)    A produção de algodão. Exportado como matéria-prima para as indústrias europeias. Época do auge da Revolução Industrial.

6)    O cuidado dos naturalistas visitantes em registrar o máximo de informações possíveis, desde a natureza até mesmo locais e costumes.

7)    A utilização do bagaço de cana de açúcar na adubação da terra, no intuito de evitar maiores desmatamentos.

8)    O comentário do risco de uma moeda própria na Província de Goiás, de sua não aceitação até a desvalorização (no penúltimo parágrafo do texto de Saint-Hilaire acima).

9)    Etc.

 

VISUALIZAÇÃO (COMPLEMENTO):

https://tertuliabibliofila.blogspot.com/2011/05/auguste-de-saint-hilaire-apontamentos.html

COMENTÁRIO COMPLEMENTAR (Prof. José Antônio Brazão.):

A visita de Auguste de Saint-Hilaire a Goiás, depois de ter passado por outros lugares do Brasil, permite perceber que, no século XIX, além da variedade natural (fauna e flora – animais e vegetação, além de minerais, rochas e outros materiais extraídos da natureza) aliou-se à observação da vida e dos costumes de quem, então, aqui morava e também no Brasil.

No campo dos estudos científicos, o peso enorme do conhecimento do mundo natural. Tais estudos permitiam compreender melhor o funcionamento dos sistemas vivos e seu entrelaçamento com a matéria inerte, além do humano.

Outro ponto importantíssimo: Saint-Hilaire fez levantamento de informações históricas, como no caso do conflito entre indígenas e pelotão de soldados, por ele mencionado em um de seus textos. Esse conjunto informacional permite entender, com outros, como ocorreu a dizimação de tribos inteiras, incluindo a que deu origem ao nome de Goiás (os índios goyazes). É claro, contribuíram para essa dizimação em alguns casos as doenças, os conflitos de índios com fazendeiros e bandeirantes.

Vale lembrar que os bandeirantes, além da busca de ouro e pedras preciosas, a escravização de indígenas foi comum.

Dos relatos de Saint-Hilaire, ainda, a escravidão negra, que esteve presente em quase todo o século XIX, só encaminhando-se para o fim em 1888, com a Lei Áurea. O trabalho escravo negro, mais ainda que o indígena, teve grande peso no Brasil colonial, incluindo Goiás.

A observação de fazendas por onde passou e a comparação entre elas permitem dispor também de uma imagem sobre sua organização. Saint-Hilaire viu, na Fazenda Babilônia, uma organização, inclusive produtiva, que não viu em outras fazendas.

Sobre Auguste de Saint-Hilaire, alguns sites:

Pirenópolis Tur:

https://pirenopolis.tur.br/cultura/historia/saint-hilaire

A França no Brasil – As viagens de Auguste de Saint-Hilaire:

Parte 1 (Usar Google Tradutor ou outro):

https://bndigital.bn.gov.br/dossies/dossie-antigo/matrizes-nacionais/figuras-de-viajantes/as-viagens-de-auguste-de-saint-hilaire/?lang=fr

Parte 2 (Usar Google Tradutor ou outro):

https://heritage.bnf.fr/france-bresil/fr/auguste-st-hilaire-article#auguste-st-hilaire

Parte 3 (GOIÁS) (Livro de Saint-Hilaire sobre Goiás. Usar Google Tradutor ou outro):

https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k10485363?rk=107296;4

Tábua dos capítulos – Capítulo XVI, que trata de Goiás:

https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k10485363/f402.item

Quadro geral da Província de Goiás (página inicial) (Usar Google Tradutor ou outro):

https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k10485363/f330.item

 

 

 

 

QUARTO BIMESTRE – AULA 15 DE FILOSOFIA DO SEGUNDO SEMESTRE DOS PRIMEIROS ANOS: HELENISMO-CIÊNCIA/NEOPLATONISMO (Prof. José Antônio Brazão.)

  

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QUARTO BIMESTRE – AULA 15 DE FILOSOFIA DO SEGUNDO SEMESTRE DOS PRIMEIROS ANOS:

TEMA: HELENISMO(Parte3). (Prof. José Antônio Brazão.)

HELENISMO-CIÊNCIA/NEOPLATONISMO (Prof. José Antônio Brazão.)

Foco:ciência/neoplatonismo.

Entre os séculos IV a.C. e V da era cristã, ao final do período dos grandes filósofos gregos, com a dominação macedônica e, tempos depois, a romana, as cidades-estados (póleis) gregas haviam perdido muito de sua liberdade e sua autonomia. A cidadania, que antes estava ligada à pólis (cidade-estado), agora foi perdida. No entanto, em meio a essa perda de autonomia e sob a dominação da Macedônia (e no período romano), a cultura grega foi levada a diversos povos dominados pelo novo império. Ocorreu o que se convencionou chamar helenismo, por causa dos gregos, também chamados helenos. Um dos grandes responsáveis por isto foi Alexandre Magno, rei e poderoso general macedônico. Esse processo foi continuado por seus generais, depois da morte de Alexandre, os quais dividiram entre si o império conquistado. A Grécia foi dominada, contudo acabou dominando culturalmente.

IMAGENS:

Mapa 1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maced%C3%B3nia_Antiga#/media/Ficheiro:Map_Macedonia_336_BC-pt.svg

Mapa 2:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maced%C3%B3nia_Antiga#/media/Ficheiro:Mapa_de_Alejandr%C3%ADas-pt.svg

Alexandre Magno, inclusive, fundou uma cidade no Egito que leva o seu nome, ainda hoje, Alexandria, na qual veio a existir uma grande biblioteca, que durou por vários séculos e, depois, destruída. Essa biblioteca representa o valor do conhecimento humano, que passou a ser conservado, por intermédio da escrita, da pesquisa (a biblioteca foi também um importante centro de pesquisa no mundo antigo), da cópia, aquisição e reprodução de livros e ideias. Livros de comerciantes, estudiosos viajantes e de outros navegantes, que se encontravam nos navios, eram solicitados e copiados, devolvidos, ampliando o acervo dessa grande biblioteca. No entanto, conforme Carl Sagan, cientista norte-americano do século XX, no episódio 1 de sua série em vídeo-documentários COSMOS, nem todas as pessoas tinham acesso a ela, principalmente as mais pobres. Pensadores importantes da antiguidade fizeram parte dos que por ela passaram, como Cláudio Ptolomeu (astrônomo, matemático e geógrafo) e a filósofa Hipácia. A regularidade e a beleza do cosmo (ou cosmos) eram intrigantes.

IMAGENS:

Biblioteca de Alexandria (conjunto 1 de slides):

https://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_de_Alexandria#/media/Ficheiro:Ancientlibraryalex.jpg

Biblioteca de Alexandria (conjunto 2 de slides):

https://en.wikipedia.org/wiki/Library_of_Alexandria#/media/File:Ancientlibraryalex.jpg

Informações complementares:

https://en.wikipedia.org/wiki/Library_of_Alexandria

A arquitetura, a arte, a religião e as ideias gregas atravessaram as fronteiras da Grécia, marcando, de modo especial, o mundo ocidental. Nos livros dos Macabeus, parte da Bíblia católica e considerados apócrifos por judeus e evangélicos, há menção a esse período, ao domínio helenístico e à reação da família macabeia.

IMAGENS (Lutas dos irmãos Macabeus contra a dominação helenística):

https://www.google.com/search?q=macabeus&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjfkLWYk4j7AhUDpZUCHWJqAFgQ_AUoAXoECAIQAw&biw=1536&bih=688&dpr=1.25#imgrc=sRM932gtsF9VvM

No que diz respeito ao mundo ocidental propriamente dito, de um modo muito particular, no caso de Roma e de suas províncias, a arquitetura do Império Romano foi muito marcada pela simetria geométrica dos gregos, sua língua predominante, o Latim, assimilou muitas palavras e raízes da língua grega, deuses e deusas gregos foram incorporados na mitologia romana, com nomes diferentes (ver no texto A humanidade e os mitos), festas, costumes, além de outros elementos culturais. Curiosamente, da língua latina, os vocábulos gregos e suas raízes passaram para as línguas neolatinas, que evoluíram durante o fim do mundo antigo e o mundo medieval (até hoje!): inglês (em boa parte), francês, italiano, romeno, português, espanhol, etc.

Algumas palavras vindas do grego na língua portuguesa:

https://g1.globo.com/educacao/blog/dicas-de-portugues/post/palavras-que-vem-do-grego.html#:~:text=V%C3%A1rias%20palavras%20vieram%20do%20grego,delas%20passando%20antes%20pelo%20latim.&text=Veio%20do%20latim%20antidotu%2C%20contraveneno,ou%20seja%2C%20rem%C3%A9dio%20dado%20contra.

Para mais palavras: boas gramáticas trazem etimologias bem apresentadas.

Dentro da ciência, na época helenística, Ptolomeu (séc. II d.C.) fez muitas observações dos céus, das estrelas e outros astros, conhecendo também as ideias astronômicas de filósofos e astrônomos que o antecederam, desenvolveu um sistema astronômico geocêntrico, com a Terra (Geia, em grego) no centro e os astros girando em torno dela, inclusive o Sol. O que o diferenciou de outros foi o acréscimo de epiciclos (círculos menores em cima dos círculos orbitais), percorridos, de tempos em tempos, pelos astros celestiais e que tinham por finalidade explicar porque as órbitas planetárias sofriam, aqui e ali, variações, parecendo ir e voltar ao movimento normal. Hoje se sabe que a causa é o fato de as órbitas serem elípticas, não circulares, porém, no tempo de Ptolomeu fazia-se necessário manter a perfeição circular. Ptolomeu, como geógrafo, também fez mapas e criou linhas de longitude a latitude (informação apresentada no Globo Ciência, Cláudio Ptolomeu, que pode ser visto no Youtube). O geocentrismo perdurou até o século XVI, quando foi contestado por Copérnico (heliocentrismo).

VISUALIZAÇÃO:

Conjunto1:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ptolemeu#/media/Ficheiro:Ptolemy_16century.jpg

Conjunto2:

https://www.google.com/search?q=ptolomeu&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjQpKbdxob0AhUhLLkGHcE-AP4Q_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597&dpr=1.1#imgrc=G2bcEt_--Fvh0M

Outro destaque importante, no campo da ciência, que antecedeu Ptolomeu, foi Arquimedes de Siracusa (Siracusa, 287 a.C.212 a.C.), um grande cientista, que desenvolveu um sistema de bombeamento de água chamado, hoje, parafuso de Arquimedes, estudou a curva os planos, a parábola, o cilindro, os esferoides, os corpos flutuantes, o contador de areia, estudou a alavanca e seu poder, projetou armas que viriam a proteger Siracusa, por um bom tempo, da invasão dos romanos. Arquimedes foi um verdadeiro gênio e inventor.

VISUALIZAÇÃO:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Arquimedes#/media/Ficheiro:Retrato_de_un_erudito_(%C2%BFArqu%C3%ADmedes?),_por_Domenico_Fetti.jpg

No campo da filosofia, no período helenístico desenvolveram-se também diversas escolas filosóficas, dentre as quais destacaram-se:

O CETICISMO: Teve, por exemplo, como representante, Pirro de Élis ou Élida. Os céticos punham em dúvida (sképsis, em grego) a possibilidade do conhecimento da verdade.  O conhecimento objetivo e universal não é possível. Num contexto de incertezas e de decadência dos valores das póleis gregas, essa maneira de encarar a realidade encontra um momento propício de retomada (vale lembrar que os sofistas, tempos antes, foram também céticos).

O CINISMO. Diógenes de Sínope, o Cínico, foi um de seus representantes. Os cínicos tinham o ideal de uma vida simples, não viam com bons olhos e até desprezavam as convenções sociais. O nome cínico vem de kyon, kynos, que significa cachorro, cão, em grego (http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinismo). Conta-se, inclusive, que Diógenes vivia em um barril, sendo visto por pessoas que passavam pela rua e convivendo com animais que por aí circulavam.

O ESTOICISMO. Zenão de Citio foi seu fundador. Teve também um imperador romano, Marco Aurélio, que o seguiu. Defendiam o controle dos desejos, das paixões e dos impulsos, propunham uma vida simples, sem a radicalidade dos cínicos. Além do imperador, teve também, como seguidor, no período romano, por exemplo, o filósofo Sêneca.

O EPICURISMO. Epicuro de Samos foi seu fundador, daí o nome. Os epicuristas tinham como objetivo a busca do prazer, de forma equilibrada. De acordo com Epicuro, o mundo é formado por átomos, inclusive a alma. Os átomos da alma se desfazem com o corpo, ao final da vida. Para ele, as pessoas não devem se preocupar com os deuses. Epicuro era ateu. Curiosamente, Paulo, no primeiro século da era cristão, debateu, em Atenas, no Areópago, com filósofos estoicos e epicureus ou epicuristas. Quando falou da ressurreição dos mortos, os filósofos o abandonaram. O tal debate de Paulo, o discípulo, apóstolo, seguidor de Jesus Cristo, com esses filósofos é apresentado no capítulo 17 do livro Atos dos Apóstolos, presente no Novo Testamento bíblico.

O NEOPLATONISMO. Já no período cristão, fundado por Amônio Saccas, teve como grande expoente um discípulo deste: Plotino. O pensamento neoplatônico de Plotino encontra-se apresentado no livro Enéadas (ou Enéades). Retoma o pensamento platônico e defende a busca do UNO (faz recordar o BEM de Platão), através de um movimento de elevação da alma, numa ascensão progressiva. Tendência filosófica carregada de racionalismo e idealismo, especialmente de influência platônica. O neoplatonismo veio a exercer forte influência sobre o pensamento do cristão Aurélio Agostinho (Santo Agostinho). Para este a filosofia não é inimiga da , mas auxiliar.

VISUALIZAÇÃO:

Amônio:

https://pt.wikiquote.org/wiki/Amônio_Sacas

Plotino:

https://pt.wikiquote.org/wiki/Plotino

O uno – origem de tudo e finalidade essencial de todos os seres – é todas as coisas e nenhuma delas é o uno. Ele é radicalmente transcendente, está acima do ser e, por isso, não pode sequer ser nomeado. Dele procedem emanações: o noús (o intelecto divino) e, em seguida, a alma, que se projeta para o mundo, identifica-se com a natureza e se emaranha na encarnação física. Os seres humanos, em última análise originários do uno, devem – através da contemplação do belo – fazer o caminho inverso, retornar até a alma “sem mescla” e dali unir-se ao princípio intelectual, a fim de “ver o que ele (o uno) vê”.(IN: https://jornal.usp.br/cultura/finalmente-na-integra-plotino-explica-o-uno-e-suas-emanacoes/)

VISUALIZAÇÃO:

https://www.google.com/search?q=unodeplotino&tbm=isch&ved=2ahUKEwii14yzx4b0AhUgCbkGHbNDAbgQ2-cCegQIABAA&oq=unodeplotino&gs_lcp=CgNpbWcQAzoLCAAQgAQQsQMQgwE6CAgAEIAEELEDOgUIABCABDoICAAQsQMQgwE6BQgAELEDOgQIABAeOgQIABATOgYIABAKEBhQrAhYyC1gzjVoAHAAeASAAcMDiAGRI5IBCTAuOS4zLjMuM5gBAKABAaoBC2d3cy13aXotaW1nsAEAwAEB&sclient=img&ei=gu-HYaKOJ6CS5OUPs4eFwAs&bih=597&biw=1242#imgrc=GfXAERgJ2sQaKM

As escolas de Platão e Aristóteles – Academia e Liceu, respectivamente – continuaram existindo durante séculos, tendo sido, enfim, fechadas no período cristão. Uma das grandes vantagens destas escolas é que possibilitaram a reprodução e a preservação das ideias de seus filósofos fundadores, que viriam a exercer forte influência sobre o pensamento cristão da Patrística e da Escolástica.

Uma característica importante desse período, no campo do pensamento e da sociedade em geral foi o cosmopolitismo, palavra que quer dizer, basicamente: cidadania (da palavra pólis, cidade-estado, cidade) e cosmo (palavra grega que quer dizer mundo), em razão daquela perda do referencial da autonomia das cidades-estados, da expansão do helenismo e de uma percepção maior da realidade política.

Um fato interessante e digno de nota é que, no período cristão, a filosofia helenística conviveu com o pensamento cristão, como pôde ser observado ao falar do debate de Paulo com os filósofo, além de outros episódios de contato de intelectuais cristãos com a filosofia greco-romana (helenística), como foi o caso dos que pertenceram à Patrística, até o fechamento, por força da influência da fé cristã, então institucionalizada, da Academia.

VISUALIZAÇÃO:

https://www.google.com/search?q=mundo+helen%C3%ADstico+da+antiguidade&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjhtPDbyIb0AhX-qZUCHeEFBaoQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1242&bih=597&dpr=1.1#imgrc=Bc_orY5OqwrJJM

Alexandria:

https://www.google.com/search?q=alexandria+na+antiguidade&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiertqkyYb0AhVFrpUCHdzuDAsQ_AUoAnoECAEQBA&biw=1242&bih=597&dpr=1.1#imgrc=PYhhxO94CJO6pM

INDICAÇÃO(proposta) (Filme Alexandria [Ágora], sobre a filósofa Hipácia de Alexandria):

Trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=7l8kDV6-Oys

O filme (em espanhol):

https://www.youtube.com/watch?v=lja2D8-tB7s

 

Máquina de Anticítera:

 

Máquina de Anticítera:

https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1quina_de_Antic%C3%ADtera#/media/Ficheiro:NAMA_Machine_d'Anticyth%C3%A8re_1.jpg

 

Anticítera:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Antic%C3%ADtera

 

Desvendando o mistério de Anticítera – Science(Resumido):

https://www.youtube.com/watch?v=3enNQfuHiNI

 

O Primeiro Computador do Mundo Mecanismo de Antikythera(COMPLETO):

https://www.youtube.com/watch?v=uWNBRnuzsTg

 

REFERÊNCIAS:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. FILOSOFANDO: Introdução à Filosofia. 4.ed. São Paulo, Moderna, 2009.

BÍBLIA NVI. Atos 17:13-34 (NVI – Nova Versão Internacional.) Disponível em: < https://www.bibliaonline.com.br/nvi/atos/17 > Acesso em 21/09/2020.

CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. 2.ed. São Paulo, Ática, 2014.

COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. Disponível em: <  https://www.academia.edu/37334864/Fundamentos_de_FILOSOFIA_GILBERTO_COTRIM_MIRNA_FERNANDES > Acesso em 21/09/2020.

EPICURO. Pensamentos. São Paulo, Martin Claret, 2006. (Col. A Obra-Prima de Cada Autor.)

INTERNET ENCYCLOPEDIA OF FILOSOFIA. Verbete Epicurus. Disponível em: < https://iep.utm.edu/epicur/ > Acessos de 2015 a 2020. [Em 2020: 21 de setembro.]

WIKIPÉDIA. Verbetes: Helenismo, Zenão de Cítio, Marco Aurélio, Sêneca e outros. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal > Acesso: 21 de setembro de 2020.

Obs.: Epicuro, 2013 – Ver livro de COTRIM e FERNANDES.

Para saber mais:

http://www.ime.unicamp.br/~calculo/history/arquimedes/arquimedes.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquimedes

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Helenismo

http://plato.stanford.edu/entries/epicurus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/stoicism/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/epictetus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/marcus-aurelius/ (em inglês) (Use tradutores online.)

http://plato.stanford.edu/entries/seneca/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/skepticism-ancient/ (em inglês) (Use tradutores online.)

http://plato.stanford.edu/entries/ammonius/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/plotinus/ (em inglês) (Use tradutores online. São bons.)

http://plato.stanford.edu/entries/cosmopolitanism/ (em inglês, contém informações também sobre Diógenes de Sínope) (Use tradutores online. São bons.)

Obs.: Todas as páginas em inglês foram traduzidas com uso do Google Tradutor ou outro(s) tradutor(es) online:

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http://www.clubedoprofessor.com.br/traduz/

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