domingo, 18 de setembro de 2022

TERCEIRO BIMESTRE - AULAS 8 E 9 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS: O SISTEMA GEOCÊNTRICO ARISTOTÉLICO-PTOLOMAICO (Prof. José Antônio Brazão.)

 TERCEIRO BIMESTRE - AULAS 8 E 9 DE FILOSOFIA DOS PRIMEIROS ANOS: O SISTEMA GEOCÊNTRICO ARISTOTÉLICO-PTOLOMAICO (Prof. José Antônio Brazão.)

OBS.: Usar o quadro da sala de aula, com imagens e desenhos, além de projeções.

 


SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR

 CEPMG - VASCO DOS REIS

Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica

COLAR ESTA ATIVIDADE NO CADERNO.

SÉRIE/ANO:  1ª .

TURMA(S): A,B,C,D,E,F,G,H,I.

DISCIPLINA: FILOSOFIA. Valor: 2,0.

DATA:          /            / 2022

PROFESSOR (A/ES):

EXERCÍCIO DE FILOSOFIA – TERC. BIM.

ALUNO (A): ___________________________________________________________________N°                                                                                                                

 

Leia atentamente o poema a seguir, de Camões. Referente ao Geocentrismo. Faça a tarefa.

TRECHO DE OS LUSÍADAS REFERENTE AO GEOCENTRISMO DE ARISTÓTELES E CLÁUDIO PTOLOMEU:

OS LUSÍADAS, DE CAMÕES

(Comentários de João Manoel Mimoso)

Encontrado em:

http://historia.com.pt/lusiadas/m%E1quina.htm

Texto de Camões:

Canto X estâncias [estrofes] 76-91

Tétis revela ao Gama a Máquina do Mundo- no trecho mais extraordinário d’Os Lusíadas Vasco da Gama recebe dos deuses, em recompensa dos seus trabalhos, o Conhecimento e é-lhe revelado o funcionamento do Universo de acordo com o modelo ptolomaico.

76) “Faz-te mercê, barão, a Sapiência

Suprema de, cos olhos corporais,

veres o que não pode a vã ciência

dos errados e míseros mortais.

Segue-me firme e forte, com prudência,

por este monte espesso, tu cos mais.”

Assim lhe diz e o guia por um mato

árduo, difícil, duro a humano trato.

Tétis guia Vasco da Gama por um caminho

árduo que talvez simbolize a ignorância

que há a vencer para atingir o Saber.

77) Não andam muito que no erguido cume

se acharam, onde um campo se esmaltava

de esmeraldas, rubis, tais que presume

a vista que divino chão pisava.

Aqui um globo veem no ar, que o lume

claríssimo por ele penetrava,

de modo que o seu centro está evidente,

como a sua superfície, claramente.

O lume claríssimo- a luz forte

(penetrava no globo- isto é, era transparente).

79) Uniforme, perfeito, em si sustido,

qual, enfim, o Arquétipo que o criou.

Vendo o Gama este globo, comovido

de espanto e de desejo ali ficou.

Diz-lhe a Deusa: “O transunto, reduzido

em pequeno volume, aqui te dou

do Mundo aos olhos teus, para que vejas

por onde vás e irás e o que desejas.”

Em si sustido- funcionando por si só, sem

intervenção externa (mas

talvez se refira simplesmente ao facto do globo

estar suspenso no ar,

sem apoio externo); qual... o Arquétipo que o criou-

igual à imagem mental (arquétipo) ou plano

divino segundo o qual foi criado

(a maiúscula é usada por de tratar de um plano de Deus);

transunto- cópia, modelo.

80) “Vês aqui a grande Máquina do Mundo,

etérea e elemental, que fabricada

assim foi do Saber, alto e profundo,

que é sem princípio e meta limitada.

Quem cerca em derredor este rotundo

globo e sua superfície tão limada,

é Deus: mas o que é Deus ninguém o entende,

que a tanto o engenho humano não se estende”

etérea e elemental- pensava-se que o Universo tinha

uma parte formada dos 4 elementos

(terra, ar, água e fogo)

e outra não-elemental, formada de éter (etérea);

limada- lisa e polida.

81) “Este orbe que, primeiro, vai cercando

os outros mais pequenos que em si tem,

que está com luz tão clara radiando

que a vista cega e a mente vil também,

Empíreo se nomeia, onde logrando

puras almas estão daquele Bem

tamanho, que ele só se entende e alcança,

de quem não há no mundo semelhança.”

Segundo o modelo ptolomaico, o universo

era formado por onze esferas (orbes), com a  Terra por centro.

A esfera externa, denominada “Empíreo”

era imóvel e etérea e nela estavam as almas

que tinham ascendido ao Paraíso.

 

Continua a seguir.

 

 

82) “Aqui, só verdadeiros, gloriosos

divos estão, porque eu, Saturno e Jano,

Júpiter, Juno, fomos fabulosos,

fingidos de mortal e cego engano.

Só para fazer versos deleitosos

servimos; e, se mais o trato humano

nos pode dar, é só que o nome nosso

nestas estrelas pôs o engenho vosso.”

 

 

Divos- almas que ascenderam ao Divino, santos;

nome nosso nestas estrelas (etc...)-

Tétis reconhece que os deuses do Olimpo

são fabulosos e só existem nos nomes que

foram dados aos planetas (aqui chamados “estrelas”).

85)  “Enfim que o Sumo Deus, que por segundas

causas obra no Mundo, tudo manda.

E tornando a contar-te das profundas

obras da Mão Divina veneranda,

debaixo deste círculo onde as mundas

almas divinas gozam, que não anda,

outro corre, tão leve e tão ligeiro

que não se enxerga: é o Móbil Primeiro.”

Que não anda- a 11ª esfera (Empíreo) era imóvel;

Móbil Primeiro- a 10ª esfera,

denominada Móbil Primeiro,

rodava rapidamente (à razão de uma rotação por dia)

e arrastava todas as outras que, assim,

eram por ela movidas a diferentes

velocidades de rotação (ver na estância seguinte

“com este ...movimento vão todos os que

dentro tem no seio”).

86) “Com este rapto e grande movimento

vão todos os que dentro tem no seio;

por obra deste, o Sol, andando a tento,

o dia e noite faz, com curso alheio.

Debaixo deste leve, anda outro lento,

tão lento e sobjugado a duro freio,

que enquanto Febo, de luz nunca escasso,

duzentos cursos faz, dá ele um passo.”

Com curso alheio- sem movimento próprio

mas arrastado pelo movimento alheio (do Móbil Primeiro);

anda outro lento- referência à 9ª esfera,

aquosa, chamada Cristalino, que era suposta mover-se lentamente;

enquanto Febo (etc...)- enquanto o Sol completa

duzentos ciclos (isto é, em duzentos anos),

o Cristalino roda apenas um grau.

87) “Olha estoutro debaixo, que esmaltado

de corpos lisos anda e radiantes,

que também nele tem curso ordenado

e nos seus axes correm cintilantes.

Bem vês como se veste e faz ornado

co largo Cinto d’ Ouro, que estelantes

animais doze traz afigurados,

aposentos de Febo limitados.”

Estoutro debaixo- a 8ª esfera (Firmamento) onde

existiam as estrelas (corpos lisos);

co largo Cinto d’Ouro (etc...)- o Zodíaco com

as doze constelações que são os Signos;

aposentos de Febo limitados- o Sol está em

cada um dos signos durante um mês apenas.

89) “Debaixo deste grande firmamento,

vês o céu de Saturno, deus antigo;

Júpiter logo faz o movimento,

e Marte abaixo, bélico inimigo;

o claro Olho do Céu, no quarto assento,

e Vénus, que os amores traz consigo;

Mercúrio, de eloquência soberana;

com três rostos, debaixo vai Diana.”

Referência às 7 últimas esferas: a do planeta Saturno;

a de Júpiter, a de Marte; a do Sol (o claro Olho do Céu);

a de Vénus, a de Mercúrio; e, finalmente a da Lua,

cujos três rostos são as três fases (ou “faces”)

em que está visível.

 

 

Continua a seguir.

 

 

90) “Em todos estes orbes, diferente

curso verás, nuns grave e noutros leve;

ora fogem do centro longamente,

ora da Terra estão caminho breve,

bem como quis o Padre omnipotente,

que o fogo fez e o ar, o vento e a neve,

os quais verás que jazem mais adentro

e tem co mar a Terra por seu centro.”

Nuns grave e noutros leve- uns

lentos e os outros rápidos;

ora fogem do centro (etc...)- os planetas eram

supostos ter órbitas circulares (na realidade são

elípticas com o Sol num dos focos), excêntricas

em relação à Terra. Durante o seu curso tanto

se afastam muito (fogem do centro longamente),

como se aproximam da Terra

(ora da Terra estão caminho breve).

91) "Neste centro, pousada dos humanos,

que não sòmente, ousados, se contentam

de sofrerem da terra firme os danos,

mas inda o mar instável exprimentam,

verás as várias partes, que os insanos

mares dividem, onde se aposentam

várias nações que mandam vários reis,

vários costumes seus e várias leis."

Várias leis- várias religiões.

[Orbe

substantivo masculino

1. corpo esférico em toda a sua extensão; esfera, globo, redondeza.

2. região, linha ou movimento circular; círculo, circunferência, volta. (Em: https://www.google.com.br/#q=orbe)]

 IN: http://historia.com.pt/lusiadas/ptolomaico.htm

João Manuel Mimoso.

O poema de Luís Vaz de Camões, poeta português do século XVI, descreve poeticamente o sistema astronômico geocêntrico, aceito pela Igreja Católica, a ciência medieval europeia e pelo próprio Camões.

Questão 1: Cite cinco nomes de deuses(as) gregos(as) citados(as) no texto: __________, ______________,_______________,___________________, _________________________.

Questão 2: As constelações de animais citadas no poema recebem o seguinte nome: ___________________________________________.

Questão 3: Acreditava-se que o universo era dividido em duas grandes partes, a saber:

Mundo sublunar e _______________________________________.

Questão 4: Cada uma das partes do universo era composta por elementos, com os seguintes nomes:

Mundo sublunar (Terra): _________, __________, __________ e __________.

Mundo supralunar (astros e Sol): __________.

Questão 5: “Em todos estes orbes, diferente\ curso verás, nuns grave e noutros leve;\ora fogem do centro longamente” (estrofe 90). Isto porque as órbitas dos planetas eram consideradas de dois tipos: _________________________(maiores) e ____________________________ (menores, mas embutidas nas maiores).

Questão 6: Releia e diga quantas vezes, NO POEMA, aparece a palavra ORBE(S):________. Circule, no poema, todas as vezes em que aparece. (1,0)

Questão 7: O sistema geocêntrico foi suplantado pelo sistema _____________________, do astrônomo polonês _____________________________________(séc. XV\XVI).

Questão 8 (complemento): Faça, COM COMPASSO, numa folha A4 ou de caderno, os desenhos dos dois sistemas astronômicos (GEOCÊNTRICO e HELIOCÊNTRICO). Use COMPASSO.

 

 

 

 

Continua na folha seguinte.

 

Faça bem feito! Bom estudo e bom trabalho. Diálogo interdisciplinar com a Língua Portuguesa.

LEVANTAMENTO DE PALAVRAS DESCONHECIDAS OU POUCO CONHECIDAS DO

POEMA DE CAMÕES E SEUS SIGNIFICADOS: (Procure no dicionário de português e anote.)

PALAVRA

SIGNIFICADOS

Sapiência

 

Mísero(s)

 

Lume

 

Sustido

 

Arquétipo

 

Transunto

 

Máquina

 

Etéreo, etérea

 

Elemental

 

Rotundo

 

Engenho

 

Limado, limada

 

Vil

 

Empíreo

 

Lograr (logrando)

 

Divo(s)

 

Fabuloso

 

Deleitoso

 

Trato (subst...)

 

Sumo

 

Venerando, veneranda

 

Móbil

 

Tento (subst...)

 

Sobjugado (Subjugado)

 

Alheio

 

Estoutro

 

Axe

 

Estelante

 

Aposento (subst...)

 

Bélico

 

Assento (subst...)

 

Eloquência

 

Padre

 

Omnipotente (onipotente)

 

Exprimentar (experimentar)

 

Insano

 

Costume(s)

 

 

 

 

 

PALAVRAS COMPLEMENTARES (DE FILOSOFIA) que não estão no poema:

Platonismo

 

 

Neoplatonismo

 

 

Geocentrismo

 

 

Faça bem feito! Bom estudo e bom trabalho. Diálogo interdisciplinar com a Língua Portuguesa.

COLAR ESTA ATIVIDADE NO CADERNO.

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